sábado, 19 de março de 2011

A flor

No meio do mato,
bem longe percebi uma flor,
que coisa mais bela era a sua cor,
algo que me encantou, me cativou,
hipnotizado segui o rastro de sua beleza,
Seria sua cor a responsável?
ou a busca do belo,
ou seria esse elo?
Não sei nem percebi,
só vi que era lilás ou roxo,
aquela flor, trepada no ramo
de uma árvore,
era uma flor de uma liana,
tão bela, sedutora, que me encantou,
e ao me aproximar senti
seu doce odor, que bela flor exclamei,
que bela flor de seu odor
meu pulmão inflei,
então a fotografei,
me deliciei de sua presença,
e contemplei sua existência,
efêmera existência,
o belo, o prazeroso não dura muito tempo,
e fiquei ali a contemplar,
a cheirar, a desfrutar da beleza da flor,
logo veio um beija-flor
e a beijou, e foi tão breve,
e foi embora,
sugou o néctar e partiu,
era tão belo, tão verde rutilante,
tão breve,
mas a flor ainda estava ali,
calma, parada, as vezes dançava com o vento,
passava maior parte do tempo só,
aquela flor, efêmera solitária,
que desfrutava da breve companhia do beija-flor,
desfrutou de minha companhia,
nada havia,
era só uma flor,
uma linda flor,
não a cativei,
parti,
e vi que era uma flor,
uma Mandevilla,
de forte leite venenoso,
mas era uma flor,
pensei nas sereias,
pensei em Ulisses e Orfeu,
segui e nunca mais
vi a tal flor,
sua cor,
nada,
não seria um sonho,
de um papolvo risonho?
Era só uma flor.
pensei
efêmera flor.

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