Somos fascinados por estórias, gostamos de estórias lineares, lógicas agradáveis. Confesso que não sei contar uma estória e sou até capaz de acabar com a graça desta. Não aprendi a narrar, embora quando criança tinha um tio que contava muitas estórias e em todas elas papai dizia depois para mim, que aquilo não passava de mentira, que seja, mas viajava nas estórias que ele contava, cheias de vantagens. Não me importava com suas rugas sua idade, achava ele um senhor muito distinto. Era um irmão de minha avó, Raimundo Souza, morava no sítio barro vermelho, mas quando a sua esposa morreu, ele com o fogo dos homens do nordeste se ensaiou com uma mulher, Socorro que tinha uma grande família, morava na cidade, e foi ela morar no sítio levou consigo toda a família, o pobre do tio acostumando a viver em paz, passou a viver com uma família faminta da cidade, logo se pós a vender as coisas que tinha. Então na época passava uma novela na tv, Roque Santeiro, não é que ele se viciou na novela e todos os dias ia ele com a nova família para a cidade ver a novela. Não durou muito tempo e ele sob influência da mulher vendeu o sítio e foi morar na cidade, comprou uma casa na rua Raul Galdino, uma casa pequena, e agora ele homem do campo morando na cidade, o casamento durou enquanto havia dinheiro, quando acabou a grana, acabou também o amor, agora nem podíamos mais frequentar sua casa, ouvir suas estórias. Então se separou, expulsou a família de sua casa e como morava em frente a uma casa que tinha uma moça solteira, coroa, como chamavam lá, começou a se engraçar da mais velha, Baica era chamada, e começou um namoro, que deu certo. Baíca era meio surda e meu tio também, se casaram. Baica era uma mulher limpa cuidava muito bem do . Voltamos a frequentar sua casa, imagina que ainda é vivo, seus passos hoje são mais arrastados, a vista é muito cansada, não conversa como andas, as palavras arrastadas, já estão quase caladas, quando voltei a minha casa, não fomos mais lá visitá-lo, o tempo esta calando suas estórias, as vezes repetidas, mas era muito bem ditas, bem narradas. Papais não aprendeu com ele a arte da narração, aprendeu sim a ser um cínico, um gozador das palavras, acho que tenho muito do meu pai, mas ai como queria saber narrar.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
quarta-feira, 16 de março de 2011
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