O verão intenso,
Seca!
Poeira, e estiagem.
As árvores florescem e nem sentem,
Vão buscar água no subsolo.
Mas sofre e muda,
Abri a janela,
E ouvi o som das folhas se desprendendo dos ramos,
Folhas amarelas,
Flutuando pelo ar...
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
O verão intenso,
Seca!
Poeira, e estiagem.
As árvores florescem e nem sentem,
Vão buscar água no subsolo.
Mas sofre e muda,
Abri a janela,
E ouvi o som das folhas se desprendendo dos ramos,
Folhas amarelas,
Flutuando pelo ar...
Não se percebeu o início,
Mas estava lá a se dividir
Mas estava lá a se multiplicar,
Da gema, cresceu um botão...
Por dias a se preparar,
Cresceu sem parar.
Um dia do nada,
A flor desabrochou,
Numa antese triunfal,
O botão se fez flor,
A flor negou o botão,
Em plenitude de beleza,
Pétalas encarnadas,
Pétalas perfumadas,
Pétalas macias,
Com os olhos devorava a beleza,
Com o nariz devorava a beleza,
Com os dedos devorava a beleza,
Foi só um dia de plenitude,
Apenas um dia de existência,
A rosa logo desapareceu,
Enquanto outros botões
Geravam as rosas,
Então! vale a pena plantar,
Vale a pena cultivar,
A existência é um fenômeno.
O sol acendeu a manhã.
O vento afaga a manhã.
As aves cantam para a manhã.
O silêncio,
A palavra,
A contemplação.
Que fazer com tudo isto?
O sol aquece a manhã,
O vento refrigera a manhã,
As aves sentem o sol,
As aves sentem o vento,
Ora calam,
Ora cantam.
Eu que não faço nada
Apenas sou.
Apenas estou sendo,
Quando tu leres pode ser que ainda seja ou não.
Atemporal é eterna é a manhã.
A imagem no espelho revela marcas do tempo vivido.
As experiências, os encontros, os afetos.
Cada marca tem um dia, um momento, um instante.
A mente se apega a um traço,
E abre a porta da memória e divaga.
Onde estou nesta história?
Em frente ao espelho,
Atrás do meu olhar,
Em algum lugar sem espaço,
Pois memória não tem materialidade...
Adoro o silêncio desta sala, a vista para a mata, para a aroeira e o jutaí.
A manhã nublada e a aves em sua alegria a cantar.
Na correria dos nossos compromissos esquecemos das coisas mais simples e importantes da vida.
11 de dezembro de 2010-12-11
Lágrima
É na dor que nos tornamos mais humanos.
O mundano nos trás conforto,
Na dor, silencia a beleza da cor,
Seja ela espiritual ou carnal.
O corpo sob intensa pressão,
Explode de tanta emoção,
Quão intensa torna-se a respiração,
Descompassado pulsa o coração,
A vida perde o sabor,
Conforme intensa seja a dor,
Nos doamos,
Nos perdemos,
Tudo perde o valor,
A carne toda arde,
O sangue queima e conforta,
Intensa pulsa a aorta,
Perde a simetria a face,
E os olhos logo marejam
Destilam do fundo da alma,
Límpida, transparente e salina,
Lágrimas que lavam a alma
Trazem conforto e calma.
A perca sofrida,
Que faz parte da vida,
A perca da coisa querida.
Em nenhum lugar vou encontrar o que encontro em minha casa paterna. Em nenhum lugar vou encontrar o que encontro em minha terra natal. O fr...