quinta-feira, 30 de maio de 2013

É de manhã

Eu vejo o mundo não mais com o olhar de uma criança.
Vejo o mundo sob o olhar da experiência.
Hoje, aprendi o nome das coisas.
Aprendi tantos substantivos e adjetivos e verbos.
Aprendi a ver a vida pela realidade.
Muitos dos sonhos já não me pertencem
eles partem com os anos que passam,
perdem o sentido...
Talvez fosse mais simples ver o mundo com o olhar de uma criança,
mas seria meio ser bobo, talvez.
Ao menos descobri Borges e Sartre... e tantos outros
e aprendi tanto com a vida.
Mesmo assim, diante de tudo isso, aqui estou
entre a cama, a janela e o computador...
Vejo pela janela
uma bela sibipiruna, uma bauhinia florida
e um céu nublado.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Por questão

O tempo,
O espaço,
O ser,
Sou, aqui estou.
Vivo tentando desvendar a vida,
mas pouco consigo.
O nascimento é o início,
A morte é o fim.
Viver é a vida.
Os problemas que surgem em nossa vida
e as soluções que usamos para resolvê-los
nos torna quem somos.
As palavras que usamos para contar uma
história e responder perguntas
e nos definir nos torna quem somos.
Buscamos tanto estas coisas,
alguns encontram ou ignoram estas questões
enquanto outros atravessam a vida
orgânica e material.
Nestas horas sou arrebatado
por memórias vivas e doces
como o combretum florido,
o esterco seco de gado...
Nunca hei de me definir
só a morte assim o fará...
Mas ficará as entrelinhas de meu viver,
coisas que desconheci, mas que existia sobre mim.
Exito num tempo onde muitas coisas não me foram reveladas,
por questão de tempo,
por questão de espaço,
por questão do meu ser.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Eternidade negra

A noite cega e surda
me dar o descanso.
A noite sem lua,
de nuvens se derramam
e alegram os musgos,
e faz viva a terra.
Eterna escuridão,
fará com que durma
sob a terra viva,
sob a terra.
Que as raízes suguem
o que restar de meu corpo
que sirva para embelezar o mundo...
Mais nada.

Vago momento

A chuva cai,
ouço Chopin,
o dedilhar suave
deslizando no teclado,
o frio e o barulho
dos carros lá fora,
tanta coisa estranha a mim,
mas viva e acesa em minha razão,
E a manhã caiu,
e o dia se vai
suave...

Ser o que sou

"Querer ser o que sou, eis a liberdade que me resta".
                                                   Jean-Paul Sartre

Quem sou eu?

Sou tudo e nada.
Sou tudo que me cerca,
sou tudo que retenho,
Sou uma manhã nublada,
sou uma manhã uma manhã de chuva,
sou uma manhã ensolarada.

Sou o meio dia,

Sou a tarde de chuva,
sou a tarde de calor,

Sou o fim de tarde

e sou a noite...

Sou a esperança
que tudo isto
volte a acontecer,
mais e mais vezes,
sem me desiludir da vida,
me desiludir por aqueles que partem
e nos deixam,

Com o tempo percebemos
que nossos pais e avós não sabiam tanto
e que somos ignorantes,

que não ver a beleza
no nascer e por do sol.

Não vemos a beleza de ser quem somos.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Acontecer

A gente acorda e só quando a gente acorda o dia se inicia.
Há aqueles que acordam cedo e que gostam de apreciar a aurora.
Há aqueles que acordam cedo, mas não gostam de ver o aurora.
Há aqueles que acordam tarde porque podem e gostam.
Depois que o dia se inicia só termina quando o sol de põe.
Quantos encontros acontecem
e quantos desencontros não acontecem.
A vida passa.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Chá

Acendo o fogo.
Ponho a água para ferver.
Coloco a caneca no logar
e dentro dela ponho o saquinho de chá.
Enquanto a chama aquece a água,
penso em algo para pensar.
A água começa a ferver,
borbulhando e soando
o borbulhar.
Apago o fogo
e ponho a água fervendo
na caneca.
Aos poucos se desprende 
da erva o aroma e o tingimento escuro do chá.
E o que era água e o que era framentos torna-se chá.
Então, ponho um pouco de leite
só para quebrar o sabor do tanino
e para esfriar um pouco o delicioso chá.
Depois saboreio o aroma morno solto no ar
e o cálido sabor do chá.
Neste momento
me despendo dos meus pensamentos,
Sinto a textura e o sabor e o calor liberado do chá,
neste momento sou mais que nunca
eu mesmo.

Para algum lugar

Uma ave voa perdida?
A tarde quando o sol se vai
e aos poucos a luz vai se dissolvendo
e apagando as cores do mundo,
vagas aves voam no imenso céu.
São pombas voando agitadas,
garças voam meio desajeitadas,
e os casais de papagaios
com seus voos que parece pedalar.
De onde vêm e para onde vão,
sei lá? Voam seus voos elegantes,
de certo vão para algum lugar
predileto.
Voam até a noite chegar,
depois não consigo ver.
Sei que elas voam para algum lugar

Concerto

Minha mãe que já é idosa e mora com o meu pai lá no interior do sertão potiguar. Todas às vezes que ligo para ela sempre há notícias tristes. Ouço sempre notícias ruins sobre doença e muitas vezes morte. Estas notícias me deixam triste e muitas vezes abalado.
Com o passar do tempo estas notícias estão cada vez mais frequentes. Quantas pessoas queridas e não queridas, conhecidas partiram.
Aquele lugar onde vivi toda minha infância já não existe como foi, os lugares se desfizeram, as pessoas dormem na eternidade. Todavia as minhas memórias continuam com aquelas pessoas e aqueles lugares.
Aqueles invernos que faziam nosso quintal se povoar de ipomoeas e commelinas de flores azuis, que me permitiam caminhar no chão úmido.
Eu caminhava firme em direção dos meus sonhos.
Mas agora tenho que me reconstruir e tentar aceitar a realidade e ver as outras belezas do mundo.
A beleza de ver meus pais idosos, as crianças hoje adultas e ver o fim da execução de um concerto.

terça-feira, 21 de maio de 2013

A tarde, o lago e a noite

A tarde estava linda.
No céu o segundo crepúsculo
tingiu de encarnado a partida do sol.
O lago plácido prendia
a beleza do céu.
E logo que o sol dormir,
o lago plácido passou
a refletir as luzes do entorno,
e a lua crescente.
Em maio a noite logo esfria,
e logo a natureza se recolhe.
Os grilos fazem a festa
cantam a valer,
e a noite segue como nossa vida
lentamente.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Eu


O mundo tem tantas faces.
São estas mesmas faces que desconheço.
Às vezes me angustio, pois tenho a liberdade de me sentir angustiado.
Esta angustia surge ao conhecer minha ignorância.
Quantas faces boas ou más há no mundo?
Nenhuma.
Não há bondade ou maldade, visto que o que há é mundo.
Há homens com seus sentimentos
Sendo o maior dele o seu desejo.
É o desejo o maior guia do homem,
O responsável pelo início e fim de tudo.
Hoje a tarde estava linda.
Sei que somos como as tardes
Lindos, mas passageiros uns mais que outros.
E tudo são desejos ou encantos,
Uns mais encantados que outros.
E a noite chegou e apagou todos os meus pensamentos.

domingo, 19 de maio de 2013

Miscelânia

O lago,
o Pier,
as ondas,
o céu,
os homens,
a manhã,
as pessoas,
crianças,
adultos,
homens,
mulheres,
e a linda manhã
de maio.
Tanta coisa bela,
bem que poderia
ser mais bela,
mas tudo bem,
a vida
é linda mesmo assim.
Mozart a tocar
e a noite a passar.

Pensar e viver

Tanta coisa para pensar,
mas por que pensar?
Tanta coisa para viver,
mas como viver correto?
Tudo na vida é incerto.
Pensar é certo,
mas viver é incerto.
Nem sabemos por onde começar,
pois viver acontece,
mas e pensar acontece?
Sabe-se lá.

Manhã viva

Bela manhã de domingo,
quão agradável e doce fostes.
O sol brilhava,
O vento ventava
E formava ondas no lago.
O espelho da água refletia
a luz do sol.
O céu todo azul,
flores a dançar
agarradas a seus ramos.

A manhã parecia sorrir,
pessoas a pescar,
pessoas no ir e vir,

e no céu azul aviões voavam,
e crianças falavam...
E o dia caiu
e a noite chegou
e agora tudo é solidão,
Tudo passa a ser espera
da segunda,
da nova semana,
mas a manhã
continua viva dentro de mim.

domingo, 12 de maio de 2013

Certezas

O sol vai cair no fim da tarde.
Estrelas aparecerão à noite.
A idade chega para todos
e a morte é certa.
Quem não conhece estas certezas?
Há pessoas que conhecem,
mas esquece que na vida tudo é passageiro.
Há os que conhecem e se magoam
por existirem os que ignoram.
Há gente pra tudo na vida.
Enquanto isto,
não vivemos a margem destas pessoas
ou estas situações.
Temos um pouco do bom
e do ruim humano.
Resta escolher o que devemos
cultivar com mais destreza.
Então se a vida é curta,
porque não fazer coisas boas?

sábado, 11 de maio de 2013

Encontrar

Calçadas, caminhos e trilhas vazias.
Árvores, ervas e flores vivas.
Uma fonte, um riacho frescos.
Fins de tardes.
Caminho entre estes lugares
e nestes tempos.
e termino a tarde no lago,
sob as luz frias florescentes.
A noite cai limpa
onde flutuam as estrelas,
minha mente vaga...
Quem sou?
Um pequeno ser perdido
na galáxia que acha que tem
um lar, que tem coisas...
Ledo engano,
não tenho nada,
e não estou preso a nada,
a qualquer momento posso
desprender da vida
e as tardes e os lugares
continuarão além de mim.
Ao menos me delicio
lendo Borges,
que me faz sentir
mais vontade de caminhar
e continuar seguindo.
Tarde após tarde.


Vida é energia


Conheci um senhor com quem conversei muito e uma de minhas questões foi o que é vida para ele?
Ouvi uma resposta sucinta.
- "Vida é energia".
Vida é energia... essa definição colou em minha mente.
E ali ficou mesmo depois de uma longa conversa...
Conversamos sobre vários temas, que me interessam, desde filosofia a poesia.
Aquele homem paciente de mente e alma livres, mas que aos poucos se torna refém do próprio corpo dissertava sobre tudo com propriedades.
Falava tudo que questionasse desde Sócrates até Foucault.
Percebia-se na face dele a jovialidade se seu ser e o desprendimento das coisas materiais.

Ele me falou sobre o desprendimento nas etapas a vida.

"- Quando somos criança somos despojados de tudo, depois nos armamos com trabalho e títulos, e depois voltamos a nos desprender de tudo novamente".
"-Ultimamente paro para pensar sobre a substância que me compõe, sento e fico olhando um copo de água, mas o que é a água senão oxigênio e hidrogênio. Esse conceito que qualquer criança do quinto ano assimila, racionaliza, todavia não reflete sobre o que é a água".
"-Eu não pensava sobre isso, mas hoje sim, reflito".
"-Hoje reflito sobre o desprender da folha da árvore, porque sei que logo também estarei desprendendo".

"-Vida é energia"... que sucinta resposta, pois sim Einstein provou isso.

Mas quem de nós costuma digerir os conceitos?

É mais fácil aceitar e usar o que já está pronto, explicado.
É mais fácil dizer o correto, é isto, o correto é aquilo... com uma razão explicada.
Aceitamos com facilidade algo explicado.

Mas e o que eu penso sobre isto? Geralmente não se refletiu só aceitou.

Ouvia meu cérebro reverberar "Vida é energia"...

Meu querido amigo e professor sempre me falou que depois dos 70 anos se obtém a liberdade de falar o que quiser...

Terá aquele homem que conheci 70 anos?
Se tiver, só por isso pode ser sucinto?
Falou-me que as coisas são complexas, não retruquei.
Porque creio que as coisas são simples.

Vida é energia.

Perfeito!

Ele falou também que quando se compreende uma coisa que tanto tentamos desvendar podemos descansar em paz. Concordo plenamente.

Concordamos em muitas coisas.

A noite caiu fria, ele partiu e eu parti... nos perdemos no escuro da noite.

Vida é energia ficou em minha mente como uma dorzinha de cabeça que nos tira o timo
e com esta curta frase adormeci.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Poison

Por que creio ser algo quando não sou nada?
Creio ser o sol na escuridão,
A chuva na aridez,
O vento diante do calor.
Penso ser agradável,
ter bom gosto.
Será que é isso mesmo?
Não sei fazer nada apenas escolher e optar.
Quando acordo escolho a roupa que vou vestir,
nem me preocupo como vou vestir.
Escolho perfume que vou usar.
Mas isto não me faz uma pessoa original.
Veste-se e usa-se do melhor perfume quando se pode pagar.
As vezes sentimos um leve ou grande orgulho em poder escolher e poder pagar.
Cremos brilhar mais que os outros.
Há aqueles que sentem prazer em corrigir,
e aqueles que odeiam serem corrigidos.
As vezes palavras em vão, sutis correções é chover no molhado.
Penso ser agradável,
enquanto estou sento desagradável.

O correto é...
Sinto vontade de dizer... Foda-se.
Por que sei que seu intuito não me corrigir,
mas se sentir superior...
Se quiser corrigir os outros seja apenas sutil,
Não traumatize.

Mas assim somos nós,
adoramos o sabor de veneno na boca
e vermos a vítima estribuchar.

Doce aroma amarelo

A Acacia que era Acacia
e agora é Vachelia
está adulta e é tão bela,
está tão florida
com doces flores amarelas.
Que doce amarelo é o seu ador,
como é perfumada cada flor,
pequeno ponpon,
lindo e macio,
Que delícia que é encontrar
mesmo que por um instante
poder namorar,
com o aroma
da acácia de flor de aroma amarelo.
O perfume da acácia,
o perfume da vachelia,
enche o mundo
de beleza
e aos pulmões enebria,
com o doce odor amarelo,
como é cruzar com uma árvore perfumada,
de flores todas amarelas.

Ser consciente

O mundo é um lugar maravilhoso em que vivemos.
Nós que nele habitamos que podemos faz para torná-lo melhor?
As aves cantam,
As flore perfumam e embelezam e multiplicam as plantas,
Os rio irrigam os vales,
As montanhas invadem os céus,
O mar amplia os horizontes,

E nós?
Prendemos ou matamos as aves,
removemos as flores e as plantas,
Mudamos os cursos dos rios,
Destruímos as montanhas,
poluímos os mares.

Nós nos multiplicamos,
A tudo adaptamos
e transformamos a nosso favor.

Não dá para voltar atrás.
Por isso temos que aprender a viver com menos.
Consumir com consciência da finitude dos recursos.
Compreendendo que é preciso reflorestar...
É preciso ser consciente.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O tempo

Nas curvas que dar o vento
o tempo dobra a cada instante.
E o que é e onde está o tempo?
Talvez o vento possa responder,
difícil vai ser de compreender.
O tempo imaterial
e nossos corpos materiais,
que se desgastam a todo momento.
O vento nem sempre vem,
mas o tempo
é fluido como as águas do rio.
O tempo passa e marca 
no dobrar dos sinos de catedrais
e passa sem deixar marca
no silêncio do sertão.
O tempo é meu é seu,
só existe como objeto humano,
fora de nossos seres,
nada é ou tanto faz.

Suave manhã


Após a noite fria,
caiu uma manhã ensolarada
em pleno céu azul.
A brisa que passava era suave
como uma música
que torna tudo harmonioso.
A sombra de figueira enorme
 seus frutos cobria o chão.
Que prazer fazer seus frutos
o estalarem quando pisados.
E a manhã passou.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Silêncio do sertão

No sertão tudo é silêncio,
tudo é vasto.
Os buritis crescem sem pressa nas veredas.
Estradas e barro,
flores em plantas secas.
Rio de algas claras correndo frouxo,
peixes e jacarés.
No céu voam araras azuis e vermelhas.
Casas de sapé cobertas de buriti.
Uma mula, um sertanejo,
gado no pastejo.
É maio as chuvas pararam,
a água deixa de escorrer sobre a terra
e as árvores tenuemente amarelam
e perdem suas folhas.
Umas aves calam e migram
outras ficam.
E o silêncio do sertão continua.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mãe natureza!

A natureza em sua graça e esplendor é tão maravilhosa.
As serpentes como os rios se movimentam fazendo curvas.
A brisa que refresca o mundo a qualquer hora.
As florestas com tanta vida animal e vegetal.
E nós o que somos? Deformidades da natureza.
Somos bicho que crer nas histórias que inventa.
E suprimimos tudo em nome de nossa espécie.
Que destrói a tudo
e o que restará no final?
Oh, mãe natureza!

Criso Sol

Na bela manhã de terça-feira de maio o poderoso sol surgiu.
Sua aparição foi magnífica, aurora se encarregou de ornar com nuvens e cores augustas o belo céu azul.
E o sol com seu halo criso irradiante com raios que se derramaram e inundaram os vales e se espalharam pelas montanhas e ampliaram o horizonte.
e toda a terra ficou sob o brilho solar.
E a flor que desabrochava ganhou cor.
E a manhã se fez bela.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Passagem

As chuvas partiram,
agora resta o frio,
agora vem vindo o verão.
As árvores tem suas folhas amareladas e por fim secas.
O sol brilha mais intenso.
O ar está tão seco.
Logo só teremos poeira.
Mais nada.
Adeus doce estação chuvosa
e seja bem vinda nova estação,
e assim o tempo passa
em nossa querida vida.

domingo, 5 de maio de 2013

Resisitir

A vida não é nada fácil de ser vivida.
O cotidiano que tudo desgasta torna o viver ainda mais difícil.
E viver só ainda e feliz é uma arte que poucos descobrem
ou vivem em plena ilusão.
É preciso ser artista para dar beleza a vida
e quando se vive só é muito mais difícil.
Temos que apelar para tantas coisas.
Como eu desenho, pinto e emolduro a minha vida?
Acordo tarde,
leio um livro ou outro,
tomo um chá
e vejo filmes.
O tempo se arrasta.
E paro para contemplar o mundo,
a natureza, o comportamento humano.
Juro que não aprendi a viver.
Cada situação nova que surge nos desnorteia.
E nem sempre tempo jogo de cintura.
Mas a vida segue de qualquer forma
é como um frio com uma represa frágil,
mais dia menos dia a água vai embora,
rompe com a represa.
Viver é tentar represar esse rio
e conte-lo sempre,
às vezes á preciso liberar a água de alguma
forma e continuar resistindo...
É preciso ceder para aprender.

sábado, 4 de maio de 2013

Noite fria

A noite está fria,
o céu está limpo,
as estrelas brilham
longe, muito longe.
Tudo é silêncio,
tudo é vazio.
Na noite fria,
ruas vazias,
breves poesias.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

o Jacaré

O silêncio,
A noite caiu suave
e apagou o lixo em volta do lago Paranoá.
O brilho fosforescente emergiu das águas,
não apareceu por completo,
não era capivara,
era algo inesperado,
um lindo  jacaré,
e ficou ali se exibindo,
ficou por um bom tempo,
quis mostrar para todos que estavam ali que o lago
ainda está vivo.
Depois imergiu,
sumiu,
entre as águas
e a sombra da noite.

Um lugar perdido

Num lugar muito distante da cidade, na borda de estrada de barro vi uma casinha.
Entre tantas que já vi, aquela casinha era especial, embora muito simples. 
Era uma coberta com folhas de coqueiro e tinha as paredes caiadas, bem branquinhas. 
Em frente àquela casa, no lado oposto da em frente a casa havia um horizonte descampado que dava para uma montanha, onde crotalárias tingiam de amarelo aquele breve horizonte.
Havia ali torres de eletricidade plantadas que cruzavam aquele lugar, dividindo o lado da planície e o lado da montanha.
Os fios presos aquelas torres fazia som constante que parecia ser o rápido bater de asas de mariposas no meio da noite.
Ali o silêncio reinava e só era quebrado quando aves cantavam o cão vira-lata da casa latia.
O terreiro da casa era limpinho e só a poeria ali repousava. 
Enfrente havia uma grande latada de Allamanda com flores grandes e amarelas e verdes folhas brilhantes.
Ali naquela hora da tarde se sentavam num bando de madeira um senhor idoso e numa cadeira uma senhora com a face bem escupida pelo tempo.
Naquele lugar repousara seus corpos e complementava aquela paisagem.
Aquela paisagem que se formava no fim do dia, àquela hora da tarde.
Quanto tempo restará aquele casal, aquela casa, aquele cão, aquele lugar.
Certamente, aquela casinha velha é muito jovem em relação àquela montanha.
Mas velha para os que a pouco nasceram.
E minha visão de transeunte aleatório que poderia ler ou perceber.
As galinhas corriam no terreiro, o cão se levantou, latiu, mas logo se deitou!
O Henrique perguntou para o senhor. - Posso fotografar aquelas plantas? 
Nem sei se o senhor respondeu.
A senhora com um ar lapidado pelo tempo, nos ignorou feito uma rocha.
Por trás da casa haviam grandes pés de ipê.
Quanto silêncio ali havia.
Aqueles velhinhos não ousavam falar nada,
acho que a montanha impunha silêncio aquele lugar.
O som constante que ali havia era apenas aquele falso bater de asas da borboleta!
E a tarde caia leve naquele lugar perdido da chapada.
Enquanto imaginava, nunca mais ali voltar.
Conheci o desconhecido que nunca mais será me revelado,
senão por meio de uma foto...
E a noite dormiu naquela casinha.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O voo elegante através da tarde

No fim da tarde, as pombas voam muito rápido indo ou vindo.
Quem saberá! Sempre imagino que estão voltando.
Só sei que é voo é tão elegante e belo para um ser tão singelo.
Como pode uma ave tão boba ser tão elegante e rápida.
Só uma explicação divina.
O fato é que elas vem do norte,
Cruzam o lago em grande altura e velocidade.

No fim da tarde, quando tudo é exuberante e extremamente belo,
quando o céu está lindo,
quando o crepúsculo faz a natureza parar,
quando a luz do sol tinge tudo de vermelho,
faz a água do lago ficar azul.

E ainda tenho o voo das pombinhas...
O joão de barro sumiu e deixou a obra por acabar.

E a tarde é mais linda quando vejo um casal de papagaios
com seus voos pedalantes, e seu grito emocionante.

E a noite caiu lentamente
enquanto uma garça e um socó voavam seus voos elegantes e belos
cada batida de asa, raios de luz a menos
e a noite chegou,
por essas horas as pombinhas já estão empuleiradas,
e agora a noite está cerrada.
Só as estrelas piscam,
mais nada.

Esperança

Numa pequena rua
de um pequeno povoado,
no meio de um cerrado
vivia um menino.
Seu nome era Chico.
O menino crescia naquela pequena rua
e falava com simplicidade
tudo que descobria era tão grande
em relação aquela rua.
O menino gostava empregar os nomes que aprendia.
Sua mãe era simples e muito zelosa
e sempre o abraçava quando fazia algo de errado.
Ela sorria e dizia cria tento menino.
Mas a mãe morreu de febre
e o menino que era filho único
ficou ali sozinho,
seu pai nunca soubera quem era.
Dizem que era um caminhoneiro que passou ali
e numa noite de festa embriagara sua mãe.
E Chico não tinha avó,
pois sua mãe perdera os pais
em movimentos rurais,
chegara ali com os tios que morreram cedo afogados no rio.
E Chico cresceu só.
Seus olhos eram pura tristeza,
depois que sua mãe morreu
nunca mais nomeou nada
se tornou recluso em si.
Vivia abandonado feito um cão
tolerado por ser inofensivo.
Comia do que sobrava,
numa casa e na outra.
Trabalhava por um prato de comida.
Certo dia ele sonhou com sua mãe
vestida de azul e um manto branco
e no sonho ela disse.
Chico vive a vida.
Então quando acordou ouviu o canto das aves,
viu as cores das flores,
E se sentiu firme
para continuar a vida.
Chico cresceu 
crendo no sonho materno...
E assim viveu 
e assim se tornou
um grande poeta nomeador.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Flores do cerrado

Há tantas flores belas no cerrado,
flore amarelas, flores vermelhas,
flores lilases!
Há flores de todas as cores, e formas
e odores, e tamanhos.
Há tanta luz no cerrado,
tanta planta encriquiada,
mas bonitas.
O cerrado nu,
o céu azul,
o vento fresco ou o calor escaldante,
quem se incomoda?
As flores continuam na moda.

Linguagem intuitiva

 Quem conhece a linguagem dos pássaros, Quem conhece a linguagem das flores, Quem conhece a linguagem dos rios, Quem conhece a linguagem do ...

Gogh

Gogh