a declamar versos, e as pessoas
inebriadas com a beleza sonora
das palavras cuspidas, palavras
da vida, falada, cantadas,
enquanto a mão segura a bengala,
os olhos sugados pela vida,
já não abrem, mas da boca,
ornada pelo bigode amarelo,
saiam versos, impressos,
na mente, e as pessoas
a ouvir, apreciar, as
palavras daquele ser,
de unhas grandes,
de corpo descuidado,
mas sabia declamar,
versos quase a cantar,
bem em frente a casa,
havia uma cajaraneira,
e do lado da cozinha,
uma paquira que encantava
aqueles versos, com cheiro
de paquira e o cheiro
ácido da cajarana,
a casa, desorganizada,
mas aconchegante,
a declamar os versos,
do gatinho do Rio grande,
versos, belos versos.
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