No alto da cumieira,
Dorme a linha de aroeira,
Dorme e sonha no passado,
Num longo tempo já ido,
Quando na mata crescia,
Mundo acima até o céu,
Da fartura de inverno,
Da agonia do verão,
Da sede que quase mata,
Da folha imparipinada,
Folha de odor apimentado,
De casca encarnada perfumada
Sua existência imponente,
E extremamente importante,
Para as aves se alimentar,
De sua flor come néctar a abelha,
Dos frutos come o louro são José,
Em sua copa ave que modifica
Bem-te-vi, nei-nei e pirrite,
Em sua sombra fresca corria frouxa a brisa,
Na base havia uma loje
Onde vivia sempre preá
Sonhou vendo seus frutos girando
Pelo mundo dispersando,
E a terra povoando de tudo que é aroeira,
Então a luz se acende
Acorda linha de aroeira
E acabei a brincadeira