quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Bom viver

Vi a lua cheia nascer,
Que doce graça 
Se ver do Poço das Pedras
A lua cheia nascer, 
Após ter visto a lua nova do ano passado. 
Coisas simples que vivi
E comi e me fez feliz
Cheio de risos...
Galinha caipira, 
Manga, 
Água de catinga,
Chá de 9 cura,
Ovo com sal...
Tome história. 
Assim é bom viver.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Surpresa

Entardeceu e a noite acordou,
Quantas coisas num só dia,
O amanhecer, o acordar, o levantar,
Iniciar novas atividades além do café,
Das notícias, das expectativas...
Fazer, realizar e concluir algo,
Servir e ser bem servido,
O contentamento,
O almoço,
O banco,
Uma surpresa...
Entardecer...
A vida surpreende sempre.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Surpresa

Há desígnios?
Nossas impressões e saberes,
A real ordem das coisas e acontecimentos existe ou o acaso é soberano?
Uma semente que germina e nasce,
Uma flor que desabrocha,
Uma estrada andada,
Um poema escrito,
Uma chuva que tudo muda,
Coisas pequenas e coisas grandes,
O incerto nos surpreende,
E é bom ser surpreendido.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Oração

Quando nasci, fui bem cuidado,
Quando cresci, fui bem orientado,
Vivi sempre coberto de orações,
Graças por quem fui e sou,
Pelo que vivi,
Felicidade me define.
Obrigado por tudo que vivi,
Pelo que venho vivendo,
Por entender que tudo passa,
De fato não devemos imaginar o mal que pode nos acontecer,
Mas esta disposto a lutar sempre para mudar o que possa nos destruir.
Amém.

Riqueza

A casa,
O terreiro,
As plantas,
As galinhas,
O gato,
O cachorro,
O ir e vir,
As madrugadas,
Os amanheceres,
Os entardeceres,
Os anoiteceres,
Os cafés,
Os almoços,
Os jantares,
O papai e a mamãe
Me fazem tão feliz,
Então muito obrigado Bom Deus,
Por essa riqueza em minha vida.

Aprender

Com o tempo, nos encrustamos em nós mesmo,
E as mudanças são apenas físicas,
Mudam os cabelos, a pele e as formas,
Ficamos  presos a nossas maneiras de pensar,
Ignorantes por certo,
A experiência nos ensina,
Todavia a experiência é subjetiva,
Então o que aprendemos com o viver?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Despertar da poesia

A manhã despertou tão fresca,
Após a chuva que caiu à noite,
O verde volta a dominar à paisagem,
Enquanto o cinza desaparece,
Levando consigo o verão,
Deixando para trás o fim de uma estação,
A chegada das águas trás sempre alegria,
A aurora embrasada,
O cantar da passarada,
Os Cabeças vermelhos sucedem os galos,
E segue-se a sinfonia,
Rouxinol, sabiá, siririca...
As flores despontam nos ramos,
A terra molhada...
A babugem erguendo-se em erva, arbusto e árvore,
O coaxar dos sapos...
Quanta biologia,
Quanta poesia.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Férias

A manhã despertou ornada pelo canto das aves,
A nambu cantou enquanto caminhava,
O rouxinol enquanto saltitava,
O sabiá só cantou pousada num lugar alto,
A casaca de couro se arrepiou para cantar,
O sanhaçu todo azul canta parece se armar...
Nessa sinfonia se faz o dia
Aqui em casa...A manhã despertou ornada pelo canto das aves,
A nambu cantou enquanto caminhava,
O rouxinol enquanto saltitava,
O sabiá só cantou pousada num lugar alto,
A casaca de couro se arrepiou para cantar,
O sanhaçu todo azul canta parece se armar...
Nessa sinfonia se faz o dia
Aqui em casa...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Oculta beleza

As belezas, muitas vezes, encontram-se encantadas.
Hoje, acordei na madrugada,
Acho que nunca havia visto o céu tão estrelado,
Haviam milhões de estrela rutilando
Sobre a atmosfera atropurpúrea
em todo firmamento do céu via as constelações,
Pensei em tantas coisas
E não consegui conectar nada,
Então apenas contemplei,
Lembrei da laranjeira florida
Que linda analogia alvo e verde perfumada,
Envolvido pelo frio da madrugada.
Voltei para a cama
E fiquei matutando
Quanta beleza se encontra oculta.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Significado

Buscamos sempre por um significado,
Responder as nossas dúvidas talvez,
Algo que nos faça sentir bem.
Todavia, descobrimos que não existe significado,
As coisas são como são,
Nós que não aceitamos elas serem o que são.
Só o tempo nos ensina que mudar ou não mudar dá no mesmo,
Ter ou não conforto, bom senso, bens materiais...
Ai que colocamos nossa fé,
Porque só aprendemos com a experiência.
Os livros, a tecnologia, a ciência, a academia nos ensinam,
Mas só a prática que trás a perfeição...
E tudo isso é somente um caminho,
Assim como a religião...
O conhecimento é um fim,
Mas no fim o que importa é isolar a solidão,
Ter sempre um amigo, um amor, uma família
para atravessar o que se chama de vida.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

religião

Entre tantas faces da vida,
A religião é muito importante,
Assim aprendi,
As flores frescas coletadas,
As cores suaves,
A reflexão,
O acaso,
O respeito ao devir,
De joelhos se reza a oração,
Unica herança trazida de geração em geração.
Jesus amado, o filho de Deus revelado,
Os santos, a devoção...
O bom e o mau.

Ser

Forjados no dia-dia
Com ou sem poesia,
Experimentando,
Acertando ou errando,
Sendo.
Neste espaço,
A cada passo,
É preciso amizade,
É preciso esperança,
Ser é tão simples só
E tão complexo em sociedade...

Acaso

Na fresta da calçada uma semente de vinca germinou,
E sua plântula logo cresceu e aos poucos de flores se encheu,
Flores alvas genuínas que aos ricos frutos formou,
E o tempo passou, a vinca envelheceu,
E suas sementes povoaram o quintal.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Árida poesia

Ah. Estas terras arenosas e áridas de solos rasos
Onde só cresce juremas e povoadas de calongos, grilos,
E pássaros pequenos...
Os angicos floridos.
Que recurso há aqui?
Pau e po e rocha e alma.
O vento e o tempo.
Terras velhas,
Quebradas cansadas,
A mente vazia...
A poesia breve como a existência!

Agradecer

Após vento, chuva e uma noite maravilhosa,
Aqui o dia nasceu encantado
Com o som do vento e dos pássaros,
No escuro do quarto sobra imaginação e agradecimento...

sábado, 5 de janeiro de 2019

Noite de reis

Ontem, choveu pela primeira vez no ano,
Ano passado choveu muito, porém a estiagem em seus últimos meses foi intensa.
Hoje, agora amanhece num sábado nublado,
Há 26 anos meu avó José Neves sofrera um infarto que o levara a morte no dia seguinte que seria o dia de reis.
Hoje, será noite de reis, 5 de janeiro de 2019.
Como os anos se passam rápido
E quantas coisas acontecem,
Umas importantes outras indiferentes...
Fatos subjetivos não?
Fiz-me quem sou e todos se fizeram quem são...
O importante é ser.
Pois cada um é o que é por escolha.
Muitos creem em destino, por escolha ou ignorância?
Meu primo que esteve aqui, ontem, com uma fala firme afirmou que dirigir é um dom.
Em meu silencio sepulcral nem concordei ou discordei, de certo que pensou que havia concordado.
Agora, penso se meu silêncio é soberba ou sabedoria?
A chuva de ontem refrescou a noite,
Após a chuva chover sai para caminhar,
Os pássaros cantavam tão ativos,
O sol dourado partia lentamente,
Enquanto caminhava com uma câmera tentando fotografar algo belo...
Dai minha escolha do que é belo,
Uma seleção tão subjetiva,
Encantam-me as plantas ou partes delas como flores e nectários,
Ou ainda os pássaros com seus cantos,
Após muito silêncio,
Perdi a fala,
Prefiro as letras, os poucos amigos que me restam,
Leituras mais reflexivas e a comida.
Penso muito na grandeza, no reconhecimento,
mas...
A natureza me contempla com tudo isso.
Refiro-me as flores floridas,
Ao canto cantado dos pássaros,
Do amanhecer ao por do sol,
De poemas e poetas falando...
Que loucura não.
Que loucura!
Meu silêncio é tão sem graça que ninguém me pede uma opinião
E não quero dá-la, pois de nada serve.
Com a chuva de ontem, aqui ficou mais gostoso.
Como é bom está em casa novamente...
Em 1993, papai comprou uma carga de rapaduras,
Enquanto guardávamos Bi, desceu na moto para o sertão
Foi avisar que José Neves deixara de ser,
Eu meu amor pelo meu avó era o amor de mamãe,
Que corta o meu coração quando ela chora...
Envelhecemos juntos...
Hoje, É nossa 39 noite de Reis,
Estou feliz por amanhecer mais uma vez.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Chão do Sertão

Esta terra,
Este chão,
Com solos cansados,
De distinta coloração,
Alvos de areia,
Vermelhos, laranjas de argila,
Ornado de rochas, seixos de quartzo,
Essa terra quente e nua,
Que se desfaz pela escassez,
Que morre com a perca da microbiota,
Com a perca das raízes...
Esse mundo desconhecido
Que abriga e consome
Nossos corpos por gerações e gerações...
Tão curta nossa existência
E tão extrema nossa ação de degradar,
Nada vai sobrar...
Será...
Esta terra e este chão.

Vincas

Como são singelas as vincas com flores alvas e folhas verde-escuro com seus ramos tênues e longos Que crescem nas frestas das bases das calçadas.
E como são subarbustos resistentes a aridez.
Com um copo de água são tão gratas ao pipocarem de flores.
Que bela paisagem que me enchem os olhos e fazem pensar na vida.
A vide que segue pelo vetor do tempo
Num caminho só de ida.
Que seja bela enquanto dure.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Casa de casa

O natural me encanta tanto,
As flores do quintal,
As palmeiras de catolés,
As ciriguelas cor de pimenta,
As raquetes de palma,
As ervas de chanana e fedegoso,
As vincas alvas e rosas,
A resistente Crinum,
O canto das aves e pássaros,
Porque aqui é o meu canto
E aqui está a minha alma.

Alma feliz

A laranjeira floresceu
E está cheia de flores
Que são tão alvas quanto perfumadas,
Sob sua sobra doce o mundo fica mais incensado e agradável,
Constantemente visitadas
Suas flores são polinizadas por meliponias e apis,
Enquanto oportunistas aranhas se banqueteiam com abelhas,
As alvas flores simétricas e multiestaminadas
São actinomorfas e de pétalas crassas e oleosas,
Quantos terpenos são produzidos,
Quanta beleza numa só planta generosa
Que só carece de água para este lindo processo
Acontecer,
Deste árido chão flores singelas enfeitam e perfumam a laranjeira
E a minha alma se expande se felicidade.

Pássaros coloridos

Os pássaros marrons são tão franciscanos como o roxinol e a casaca de couro,
Os pássaros verdes são tão barulhentos como pacuns e loros,
Sabiás são cantores fabulosos de cores laranjas ou brancos,
O vem-vem é laranja e azul-marinho eles chamam visitas,
Periquitos amarelos e verdes fazem muito barulho nas ciriguelas,
Papa-arroz são azul marinho ou escuros como a noite?
Os tricolores cabeças vermelhos são vermelhos, alvos e cinzas...
Azuis-cinzentos são sanhaçus
E esse é meu despertador de manhã


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Construir uma história

O que aprendemos com a vida?
Que envelhecemos,
Que sonhos são bons,
Que as pessoas morrem,
Que as coisas acontecem,
Que temos invernos bons,
Que os verões são sempre áridos,
Que pode cair dilúvios, mas sempre terá verões,
Que esperamos sempre pelo melhor,
Que o zinco dura anos,
Que árvores vivem séculos,
Que a barriga é um centro de energia,
Que o corpo entra em desequilíbrio
E que viver é construir uma história.

Singularidade

Os anos que se passaram
E imbricaram algo de maravilhoso que existia,
Uma marca deixada,
Uma perca,
A subjetividade,
A sensibilidade,
A dor,
As memórias,
Tudo que foi e fez ou fazia sentido,
Um vetor,
As leituras no corredor,
Toda esta totalidade,
Inexplicável na singularidade do indivíduo.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

curso

As estações,
Os encontros e desencontros,
O tempo que passou e com ele possibilidades
Se desfizeram...
Nossas perspectivas,
Acertamos ou erramos?
É loucura matutar sobre essas coisas.
Os anos que se foram e aqueles que virão.
O conhecido e o desconhecido,
O mundo ao nosso redor
E nossa subjetividade
São apenas traços de nossa humanidade. 

Entendimento

O tempo, o espaço, o infinito, o eterno...
O presente e o passado,
Os hábitos,
Os momentos,
O agora.
As memórias,
A fé,
Flores alvas do jardim,
O desgaste da matéria,
O entendimento de tudo isso que pode efluir
Ou ficar adormecido na eternidade.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh