domingo, 20 de dezembro de 2015

Memória?

Passo,
Espaço,
Que buscar?
Caminhar sempre,
Seguir em frente,
O amanhã é muito incerto,
Uma canção,
Um aroma,
Um sabor,
Uma cor,
Um poema,
Uma memória,
Marcas de um passado,
Desbotado pelo tempo,
Pelo vento...
De que substância é feita nossa memória?

E tudo

Um lugar,
Novos hábitos,
O tempo,
O tempo,
As luas,
As estações,
O mesmo lugar,
Hábitos envelhecidos,
Toda essa construção,
Toda essa invenção,
Esse ser que é,
Que se transforma,
Velhos tempos,
O sol se põe,
E tudo desaparece pela noite,
E tudo reaparece pelo dia,
Tudo tão material,
E tudo passou.

Manhã perfeita

Uma manhã ensolarada,
O dia inteiro sem ter o que fazer por opção,
Livros, música, filmes,
A mata e a estrada que a corta,
O canto das aves,
O sol que imunda o mundo de luz,
Férias,
Um dia só seu,
Todo seu,
Que o imprevisto mal não te apareça,
Que tudo corra maravilhosa e perfeitamente bem.
Amém.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Dúvida

Algo suave como a brisa da noite,
Que nos faz sentir bem, mais alegres,
Algo realmente tênue,
Singelo como uma flor recém desabrochada,
Uma borboleta fresca,
Algo que tá para mudar,
Algo que acontece,
E nos faz ser.
Que será?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Metafisica da noite

Dezembro,
Amanhã o mês descamba para o fim,
A noite já caiu,
Aos poucos a luz do dia se vai,
A sombra da noite cai
Acendendo a lua crescente,
Minhas rosas do deserto florescem,
Piscam as luzes de natal,
O tempo vai passando,
E a gente disperso,
Perdidos no cotidiano sem se ater ao todo.
E assim vivemos sem entender o sentido da vida,
Vai ver a vida não tem sentido nenhum.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Metafísica dominical

Este universo que me constitui,
Que por inteiro me possui,
Ontem, hoje e quem sabe amanhã,
Passageiro, aventureiro,
Sigo os caminhos que são para eu trilhar,
Costumo observar as coisas,
Cada particularidade,
Cada objeto, cada canto,
Cada parte da matérias,
Que me diz a que vim aqui,
Quem sabe o propósito da vida?
Um filósofo?
Ou só aquele que vive,
Acho que só aquele que vive pode saber
O propósito de viver,
Rodar pelo mundo,
Girar em torno de uma ideia,
Ser útil, Ser bom, Ser altruísta,
Tudo passa por nossas mãos,
Tudo é nossa responsabilidade,
Ou quase tudo
Ou nada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Segredo

Segredo,
Que? Vai me contar?
Não!?
Por quê não?
Fala!
Não?
Pensei que fosse amigo, mas não é.
Conta!
É sobre A? B? C? Y e Z?

Conta logo?
Não... Chato.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Espelho estelar

A noite,
Estrelas piscando,
O mundo girando,
O tempo passando,
Vento estelar,
Céu limpo,
Azul marinho,
Meu olhar,
Meu pensar,
Tantos olhares
Ocultos
Que poderiam se cruzar,
Mas que as estrelas não cuidam em revelar,
Oculto, oculta a noite permanece,
Ad infinutum.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Nossa senhora

Vô Sinhá, certamente se estivesse viva hoje rezaria um terço para nossa senhora da Conceição.
Acompanhei diversos anos sua fé e suas orações a Nossa senhora.
Assim como ela os pais dela e os avós dela que viveram alimentados pela fé e só através da fé conseguiram sobreviver num mundo de dificuldades materias, econômicas, sociais entre tantos adjetivos.
Sempre indo a capela de Nossa senhora da Conceição ver as missas, ouvir os sermões, batizar os filhos e netos e se despedir dos entes queridos.
Tantas coisas vividas, uma vida de tradição que já não é seguida, tudo agora se esvai.
E o que podemos fazer?
Vovó partiu, suas filhas não tem a mesma fé, nem eu sei se tenho.
Bom mas aqui uma reflexão cheia de saudades de vovó sinhá.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Cascata

Sol,
Sal,
Céu
E mar,
A brisa,
Areia,
A umidade,
A vaidade,
O horizonte,
O tempo que passa,
Assim como a brisa,
Tudo se enlaça.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Depende

Um passo,
Curto espaço,
De cada vez,
A seu tempo,
Tudo passa,
Ultrapassa,
Infinita seta
Do tempo,
Que desconhecemos,
Não compreendemos,
Uma reflexão,
Um aforismo,
Um poema,
A crítica,
A emoção,
A razão,
A conclusão,
Tudo depende.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Fazer o melhor

Como é bom viver,
Ver o amanhecer,
Sentir o entardecer,
Como é bom está vivo,
Se sentir vivo,
Cheio de vida para viver,
E o que vier
Que venha,
É bom está pronto,
Ciente das possibilidades,
São tantas,
Mas esperança,
Sempre é hora de mudança,
Sempre é um bom momento para melhorar,
Ser diferente,
E só de saber que cada instante é único...
Que venha a vida,
Que venha o amanhã...
Vou fazer o melhor para ser feliz.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Hoje

Madrugada enluarada,
Canta feliz a passarada,
As estrelas vão se apagando,
A brisa da manhã passando,
As sombras são reveladas,
Canta, canta passarada.
E acordo para mais um dia,
Mais uma chance,
Mais uma vez,
Tudo é possibilidade hoje.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Paixão

Longe dos olhos,
Longe de mim,
Tu estás tão distante,
Meu peito palpita
Se sei que posso te encontrar,
Se posso ouvir tua voz,
Não te vejo,
Não sinto seu beijo,
Estou sem desejo,
Feito um cometa
Em orbita errante,
Ah...
Enquanto não morre
Esse paixão,
Sofre coração.

domingo, 29 de novembro de 2015

Aurora jasminoide

Uma  manhã de domingo,
Como tantas outras manhãs
Ensolaradas e radiantes,
As vezes em momentos como estes,
Estamos a sós.
A gente sempre procura algo pra disfarçar a solidão,
E muitas vezes nem estamos só.
A verdade é que algo nos falta,
A verdade que essa falta angustia.
O que nos falta?
Uma paixão, uma meta, Deus...
Nesses momentos a gente pensa na vida mais intensamente.
E só, descobrimos a importância do outro em nossas vidas.
E a graça de tudo é que temos irmãos que escolhemos
Os amigos.
Tive o prazer de conhecer uma pessoa maravilhosa,
De olhar tímido e riso livre,
Doce e muito perspicaz,
Que se revela cada dia mais admirável,
Inteligente e interessante,
Um jasmim em antese,
De flores cândidas e perfumadas,
Encantadora, apaixonante,
...
Linda flor Regina,
Sois o sol de feriado numa praia paradisíaca.
Alguém que preenche uma manhã de domingo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Luar

E uma noite dessas,
Tão clara, tão enluarada,
As estrelas mais distantes,
Se ocultam só para verem a lua reinar.

Noite bela e inundada da cor prateada,
Da luz especular
Lua prateada lunar,

João Pessoa abençoada,
Cheia de luz,
De vida,
De existência.

Lá se vai

Fim de mês,
Fim de ano,
A tarde surda,
Sem som
De gente conversando,
Criança brincando,
Pássaros cantando,
Só o silêncio do tempo,
Só o eco de memórias,
O silêncio,
Solto no ar,
O tempo em pó,
E a tarde que cai,
Tem o sol partindo pelo poente,
E a luz rasgada nos ramos das árvores,
Se vai o dia, o mês e o ano.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Esperança

O que se entende do mundo,
Se compreende de desejo,
Se compreende de paixão,
Se compreende de dor,
Se compreende de momentos,
Pessoas fortes,  pessoas fracas,
Fé...
Esperança...
Um novo amanhã raiará após a noite de hoje,
E sempre raiará,
Não podemos perder as esperanças,
Uma palavra dita nunca volta atrás,
Autoconfiança,
A vida continua a pulsar,
A existência persiste até o fim,
E no fim,
Vale a pena,
Vale a pena,
A existência é superior a inexistência.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Alívio

Cansaço
Após o limite,
Aflora o cansaço
E tudo perde o encanto,
Exceto a cama,
O travesseiro,
O colchão...
Após a batalha,
Resta o suor e o sono,
Após a leitura de uma longa obra,
Vem a saudade,
Após vencida a batalha,
O alívio...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Corrente abstrata

Um sol,
Sob um sol,
Uma manhã,
Uma tarde,
Meio dia,
O dia,
Algo encantador,
Algo desolador,
Borboletas bailando no ar,
Voam leves,
Bailarinas encantando o vento,
Fugindo do tempo,
Riacho escorrendo,
O brilho transparente,
Puro castanho da areia,
Teia de aranha,
Flor de marmeleiro,
Perfume de mufumbo,
Algo faz sentido a alguém,
Ou é pura abstração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Limites

Limites,
Além de onde consigo ver,
Além de onde possa ouvir,
Além de onde possa cheirar,
Além da percepção,
O amanhecer, o entardecer, o anoitecer,
Ciclicamente se repetem,
E nós, nos perdemos,
Se não conectamos e não percebemos
As relações. Tudo é tudo e nada é nada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Paixão ao inverso

Que em mim me implode?
Que em mim me explode?
Emoção,
Paixão,
Ciúmes,
Medo,
Dor,
Fraqueza,
Dúvidas,
Incertezas,
Tudo isso num coração cheio de paixão.
Quem não sofre desse mal?

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Descanso

O descanso,
Rejuvenesce,
Alma,
Noite,
Sono,
Sonho.

Caos tropical

Sol a pino,
Pente fino,
Calor, luz e suor,
Tudo que me incomoda, me provoca,
Destroi-me e constroi-me,
Ontem, hoje... E a incerteza do amanhã.
Que hei de encontrar,
Espero ser quem sou,
Amém.

domingo, 15 de novembro de 2015

Consumir

Que ocultas vida?
Bons ou maus presságios.
Se bons que esteja pronto para a alegria,
Se maus, Deus dai-me força.
Noite, dia,
Lua cheia, minguante, crescente ou nova...
Tempo intermitente,
Passa sem parar,
Os grãos de areia da ampulheta,
O tempo que escorre
Como o vento,
E nossa alma se humaniza.
Vivendo descobriremos,
Consumiremos nossa vida.

sábado, 14 de novembro de 2015

Tentação

Noite,
Noite profana,
Noite insana,
Noite,
Noite faceira,
Perfumada espirradeira,
D'alvas flores,
Deliciosos odores,
A noite é sua apoteose,
A noite quem sabe se nos encontraremos
Em meus sonhos,
Uma noite a mim,
Só tenho olhos para o sono,
E me perco
E me ordeno,
E sou o que sou.

Moer

O moinho,
O milho,
Braços a trabalhar,
Aço a moer,
O fruto seco,
A farinha,
A conversa,
Para moer é sempre bom está acompanhado,
Moinho emprestado,
Um canto fixo,
Moe,
Tudo se foi é passado.

Fogo

Fogo que aquece,
Suavemente amolece,
Ferver, dilatar, fundir,
Mudar de estado,
Cozinhar,
Alterar,
Relações,
Calor,
Luz,
Cor,
Cheiro evidente,
Dilatação,
Instante infinito,
Último respirar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Algo passado

Perdido no tempo,
Imerso no cotidiano
Que se faz e desfaz
No ontem, no hoje,
Amanhã quem sabe?
Aquela rotina que se desfez,
Ir de lá pra cá,
De está juntos,
De observar seu lindo batom,
Cachos loiros,
Allstar,
Feijoada,
Cinema,
Beijos...
Ver e sentir o tempo passar,
Acompanhado,
Algo passado.

Trans

As vezes a gente não quer o silêncio,
Não quer está só,
As vezes a gente pensa na solidão,
Pensar é está doente dos olhos dizia Pessoa,
As vezes, meu Deus,
Parece que tudo perdeu sentido,
Mas num golpe de vista tudo muda,
Tudo muda para melhor
ou não.

Sem direção

As vezes perdemos o mais precioso a razão,
Tentamos nos resguardar no futuro ou no passado,
Mas onde fica o presente?
Nossos anseios, nossos desejos, nossos medos...
Perde-se a razão por se viver na imaginação.
Mas é preciso despertar do sonho que é a paixão,
É preciso se curar.
É preciso encontrar uma direção.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Errante

Um lugar,
Uma paisagem,
Um encontro,
Flores perfumadas desabrochando,
A luz tênue da manhã,
A brisa,
Areia fina,
Ervas, lianas,
Caminhar,
Respirar,
Ser...
Eis o universo,
Eis o ser.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Rimando

Suave movimento,
Som,
Folhas chiando,
Nos ramos,
No não,
Tom verde, ocre, rufo,
O perfume doce e branco da guetarda,
Na manhã que se doa ao sol.
Dia dia...
Breve poesia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Caos

Faz-se o caos,
Faz-se o caos em minha vida,
Como um furacão,
Tudo se desarruma,
Tudo se desorganiza,
Livros de literatura,
Filosofia, botânica...
Quero mostrar o mundo.
Pipocas,
Um chá,
Forró que dor,
Esse caos que vem e vai,
Perfume de mufumbo,
No fundo,
É tudo tão bom,
Diferente...

Angústia

O tempo, ah o tempo...
Dias de sol e vento,
Tristes e maus tormentos,
O que me aflige?
É o medo.
Medo do tempo ido,
Do dia vivido,
Do passado longo,
Medo da eterna angústia,
Da falta de astúcia.

Ah, o tempo,
Ah, memórias...
Ser esse ser.

Borges, Pessoa,
Nietzsche,
Faróis em dia de névoa...
Espantalhos da solidão.

Materialismo

Penar,
Agir,
Criar,
Qual nossa intenção como ser?
Amanhece e desperto para a vida,
Não é mais um dia, mas o dia,
A possibilidade,
De ser diferente,
De sair da mente,
De materializar o impossível,
De ser além do humano,
Tudo isso numa vida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Disseram-me

Ah,
Cada dia,
Cada dia que passa,
Uma nova descoberta,
Um poema,
Versos,
Uma música,
Uma história,
O desenrolar de uma situação,
Aprendizagem,
Experiência,
O tempo,
Borges,
Gogh,
Esquisofrenia...

Uma amiga me falou que todos os grandes eram esquisofreÊnicos...
Será...

Que isso importa.

Bossa nova.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tentativa

Quão passageira é uma estação,
A primavera se enfeita de flores,
Se perfuma se enche de cores,
Depois as flores deitam-se no chão,

Tenho deitado flores pelo chão,
Tenho feito coisas que não deveria,
Tanta coisa nessa vida poderia,
Ter feito mais ou menos não?

Tentativas e mais tentativas em vão,
Ah, essa vida, essa vida cadê alegria,
Não sei, falta-me de longe expressão,

Mas a manhã tudo vai voltar a brilhar,
Sabe lá,
Sabe lá.

Caminho

Suave cai a tarde,
O vento sopra leve,
E faz as árvores balançar,
Faz as folhas chiarem
O som do além,
Aqui no aquém,
Incerto dia a se passar,
Algo em mim sorri,
Algo em mim falta,
Essa existência,
A graça de ser,
De ter um guia,
Deus.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sem perceber

O dia,
Silêncio,
A noite,
Risos amigos,
Um bom papo,
A noite perfeita,
A vida perfeita,
Com seus altos e baixos,
Suas veredas,
Becos e esquinas,
E assim passam os anos,
A vida,
Sem percebermos.

domingo, 1 de novembro de 2015

Aniversário

Os anos,
Os anos passam,
Passam sem parar,
Passam por passar,
Hão de contar nossa história,
Alegrias, dores e glórias,
Ontem existiu,
Hoje possibilidade,
Amanhã incerto,
E a vida passa.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Determinado

E como o vento que passa,
Passam dias,
Passam as flores,
Passam as aves,
E tudo acontece,
A vida enaltece...

Vida,
Poesia,

Alegria,

Num determinado tempo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Tardes

Tarde maravilhosa tarde,
É tão maravilhoso senti-la passar,
Quantas tardes já não deitaram em minha vida...
Inúmeras...
Tardes bonitas, chuvosas...
E agora tardes limpas,
Bonitas, cheias de melodia,
Roxinós,
Vem-véns...

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Plenitude

Quão grande é a tarde,
Perfeita e maravilhosa,
Hora que caminhamos para casa,
Hora que se fecha mais um dia,
E quando chegamos em nosso lar
Podemos contemplar e está feliz por isso...
Contemplar a imensidão do mundo,
Sentir que tudo deu certo,
Tudo agora se recata
Para ser abraçado pela noite.

Poeta

Com a alma inquieta,
Leio versos de um poeta,
Fico matutando, pensativo,
Com palavra e substantivo,
Que cantam sentimentos,
Sensações e coisas como ventos,
Sempre a passar,
Sempre a deixar,
Algo que aquiete,
A alma humana,
E que a vida continue cigana,
Orbitando na humanidade,
Esquecendo a vaidade,
Desquietando a existência.

domingo, 18 de outubro de 2015

Fases

Que a num peito solitário?

A noite a espreita,

A brisa caridosa,

Folhas ao vento,

O tempo, o tempo, o tempo.

A arte, a escrita,

Emoção!

Como captura-la?

Profunda escuridão,

Melancolia,

Tudo faz parte de compreender a existência,

As tardes profundas antes do sol,

Raios dourados,

Breves,

Apagados,

Pela noite,

Não se pode ser feliz a todo instante,

Nem triste incessantemente,

Tudo são fases da vida.

A beleza da existência

Existir!
Ver e compreender
E sentir a alma feliz
Num amanhecer,
Num entardecer,
Num anoitecer,
Num enluarar,
No sono de um recém nascido,
Na chegada das estações,
No desabrochar das flores,
Na leitura de um poema,
Numa jornada concluída...

E sentir saudades do livro lido,
Do filho crescido,
Do casamento,
Do juramento de formatura,
De uma vida boa vivida,
A incerteza do amanhã
Nos humaniza...

Saudades dos grandes mestres,
Dos amigos de infância,
Dos lugares secretos, nossos refúgios...
Viver nos ensina,
E vivemos descobrimos tamanhã
Beleza da existência.

sábado, 17 de outubro de 2015

Labirinto

O tempo,
Através de um labirinto de espelhos,
Vejo meu corpo,
Mas não percebo minha alma,
Não captamos as almas,
Mas podemos ver as marcas
Que o tempo deixa em nós,
Através da profundidade dos espelhos,
Nos vemos ao infinito,
Onde vai nossa imagem?
Mais ampla que nosso ser.
A curta certeza do ontem,
A incerteza do amanhã.
Esse ser pulverizado de memórias,
De experiências,
Tão aberto a conhecer,
E a esquecer,
Mistérios que nos encantam,
Apenas povoam nosso ser,
nossos sonhos.

Noite macia

Cai a noite,
Esse imenso mistério,
Profundo encanto,
Sombras da noite,
Oculta matéria,
Oculta forma.

Que há na noite?
Olhos rasos,
Alma, sensação no próprio ser,
Ouvimos nosso ser,
Nossa respiração.

Podemos tocar na solidão,
Cuja textura é macia e fria,
Nesse instante nossas memórias
Rutilam feito estrelas no céu,
E vemos nossa vida
Passar em nossa mente...

Tudo é necessário viver,
Para entender a vida,

Pois a noite nos proporciona
Tais momentos,
Um dia seremos todos
Estrelas noturnas...
Memórias perdidas.

Coisas necessárias

Vida maravilhosa,
Tendes tanto a nos ensinar,
Cada dia impar que vivemos,
O quanto não aprendemos,
Todavia precisamos aprender mais,
Sempre mais,
Cada suspiro é raro,
Cada suspiro é caro,
Pois é impar,
E mesmo assim porque alojamos no nosso peito,
Tantas coisas desnecessárias?
Dúvidas, medos, anseios, ansiedades,
Tristeza...
Bom precisamos entender também que tais coisas são necessárias...
Entender a vida ou não entendê-la,
Tanto faz.
A vida há de ser consumida como uma vela...
Tudo há de passar de qualquer forma,
Mas a vida é maravilhosa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Reflexão noturna

A noite passa silenciosa,
Aqui, neste momento quanta paz repousa em minha alma.
Sinto a noite de tantas formas,
Posso ouvi-la,
Posso vê-la,
Posso vivê-la,
Percebo a noite,
Como sempre percebi,
Como aprendi a vivê-la,
Na calma,
Na paz,
Deixando meu ser partir
Para o universo, além do verso,
Para o sonho...
Profundo.

Sei que a noite passa silenciosa,
E adoro que passe assim,
Porque é assim que sou,
Do contrário,
Desexisto,
Inexisto...
Serei outro ser,
Que não quero viver.

Sexta-feira

Parte semana,
Vai...
Sexta feira,
Tem dia melhor?
O sol brilha aliviado,
O almoço é tão saboroso,
E a tarde se passa fagueira,
E a noite se prepara para algo especial...
Cada um com seu motivo,
Cada um com sua alegria...
Sexta feira é poesia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Natureza

Quão graça há na natureza,
Encanto profundo e beleza,
Aves que voam e cantam,
Formigas que trabalham sem parar,
Cigarras a cantar,
Peixes nos rios, lagos e mares,
Abelhas por toda parte,
Flores, cores, textura e odores,
Tudo a nos encantar,
Quanta graça,
Quanta graça,
Mãe natureza,
Seio de tudo,
De encanto e beleza.

Metamorfose

A tarde hoje, mesmo em outubro,
Não caiu dourada, mas fria e cinzenta,
Silenciosa, tímida,
Só faltou um sabiá cantando,
Para me sentir numa tarde de inverno...

Memórias,
Memórias,
Tempo,
Essa viagem vida...
Esse ser dia a dia.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Silenciosa tarde

Que tardes belas e silenciosas,
ocorrem em outubro,
Hoje até choveu,
Esfriou e o sol reapareceu,
Quanta luz,
Quanta beleza,
Quanta alegria,
Ah, graças dou a Deus,
Por um ano difícil,
mas que se cobre com um véu de beleza,
Uma doce inteireza...
Dias de profunda beleza e paz,
Noites estreladas...
A vida quando é boa, voa...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sinestesia

Sinestesia,
Aromas,
Texturas,
Cores,
Sons,
Que pode me dizer a natureza?
Tanto quanto, consiga aprender,
O cheiro do cajá,
Sua cor amarela,
Sua forma cilíndrico-oblonga,
E quando aduro estoura no chão,
Sua suculência ecoa suave,
Ou quando cai rola pela areia,
Suave até parar,
Quem sabe formigas se deliciarão
O acre-doce fruto do cajá.
Cajazeiras...
Cajazeiras,
Crescem no barro duro,
E impera anos afinco,
Sua cortiça testemunha
Dos difíceis anos...
Essa existência
Além de mim,
Essa existência
Que atravessou milhões de anos,
Me impressiona,
E há de varar sua existência,
Fazendo salivar nossa espécie humana.

Ondular

Noite, dia, noite, dia,
Horas a fio!
Vivendo cada momento,
Sentindo cada instante,
Breves, longos... Momento.
São sinuosidades da vida,
Essa plena onda,
Oras na crista, oras na depressão,
Para entender tudo isso!
Basta viver,
Crer em ser,
Tudo é tão velado,
Quando desvelado
Torna-se tão simples,
Ser,
Viver,
Existir.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Criança

Segunda feira de feriado,
Após o domingo,
O dia das crianças,
E uma casa sem criança,
Sem alegria,
Sem poesia,
Assim é.
Não há alegria,
Nem presentes sendo rasgado,
Não há memória,
Nem importância.

Mas ao menos é Dia de nossa Senhora de Aparecida,
Ainda há a fé...

Há Chopin,
Há livros,
Há trabalho,
E imaginação...

Há memórias dos dias das crianças,
Quando mamãe me fazia feliz com brinquedos,

Havia algo muito mágico neste dia,
E eu sei que há,
Para as crianças que serão um dia adultos como eu,
Que façam melhores escolhas
De como queiram ser,
Que brincando encontrem uma ótima forma de ser feliz,

Que tenha orgulho e respeito pelos pais
E não realizadores de desejos.

Porque ser criança é mágico,
Divino,
Extraordinário,
É ter a certeza que o mundo não termina hoje,
Só amanhã,
Amanhã...

domingo, 11 de outubro de 2015

Escolha

Escolher!

A tarde sempre se vai
E com ela o dia,
Cheio de histórias,

Sim porque cada dia é impar,
E não percebemos isto muitas vezes...

Podemos fazer a escolha certa,

Entre partir ou ficar,
Entre um girassol ou uma rosa,

O que nos leva a fazer a escolha mais correta?

É preciso ter convicção,

Porque a tarde sempre se vai,
O dia,
E tudo que cremos ter ou ser.

Superfícies

A
Cor,
Forma,
Dimensão,
Profundidade,
O que é o mundo físico?

Onde nos imergimos,
Onde existimos,
Onde existem coisas maravilhosas
E não maravilhosas...

Podemos escolher um prisma para ver o mundo...

Cada segundo é precioso.

É preciso cuidado para não gastar seu tempo com o nada...

E compreender o mundo,
Pode ser maravilhoso,
Essa aventura tem que ser apreendida,
Cedo!

Me atenho a contemplar o mundo
E suas diversas faces...
E assim somos.

Movimentos da vida

Existir,
Ser,
Viver!

Essa breve existência,
De lutas, vitórias e derrotas,
De energia e cansaço,
De alegria e cólera...

Movimento dialético do ser...

Esta trama do conhecer,
O mundo,
As relações,
O ser!

Algo denso,
Algo profundo,

Entender a transformação irreversível da matéria,

Os movimentos, acontecimentos e tudo que nos rodeia,

Compreender tudo,
Para aceitar

A humanidade,
Os limites,

E assim transpor as maiores barreiras,

Mas tudo é impossível,

Se não compreender,

A que existimos...

Os movimentos da vida.

sábado, 10 de outubro de 2015

Outubro

Não tenho dúvidas,
Outubro é um dos melhores meses do ano,
Se não melhor,
As madrugadas têm lindos auroras,
Encarnados feito brasa de fogueira,
As manhãs de outubro são tão lindas,
Frescas...
As brisas sopram frouxas,
A luz é tão nítida,
O céu tão azul,
E há um perfume de cajueiros floridos,
Uma alegria viva nas pessoas,
Bouganviles mais encarnadas,
E o como é intenso o canto da passarada.
Outubro...
Outubro,
Depois Novembro.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Te amo mamãe.

O tempo passou e nem percebemos,
Não percebi, mãe, como o tempo agiu em nós
E deixou marcas e nos uniu e uma história vem se cumprindo,
Como sou feliz em vê-la envelhecer,
Mesmo diante de tantas dores que te vi sofrer,
Envelheci junto, e vamos envelhecendo juntos,
E assim segue a vida nós vivemos feito satélite,
Hoje eu quem quero cuidar de você,
E tenho o mesmo medo que tinha comigo
Quando me pegou quando bebe,
É a vida mamãe,
Parabéns, pelos 65 anos.
Te amo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Harmonia

O silêncio
Noturno,
Estrelas a brilhar,
Pulsando no céu,
A pulsar e nos encantar,
Noite silenciosa noite,
Noturna, soturna,
A noite dorme encantada,
Cada ser persegue sua paz,
Seus sonhos,
Tudo descansa.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Após tudo

A noite,
Após um dia longo,
Em que tocamos a aurora,
Após ouvir as aves cantarem radiantes na manhã,
E voarem felizes,
Após a manhã,
Após o almoço,
Após a tarde,
Após ir e voltar,
E agradecer pelo dia,
Como não crer na felicidade?
Como esquecer que tudo é vaidade,
O mais agradecimento.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Café

Madrugada,
Aurora desponta no horizonte,
Como um braseiro de fogueira de ontem,
O céu estrelado como em todo o passado,
Estrelas rutilam no monturo,
O graveto quebrado,
De mameleiro,
Sabe lá, maravalha fina que acende com palha de milho,
E eis que uma luz a mais se acende no fogão,
Água fria na vazia,
Em seguida vai ao fogo,
E se aquece e quando começa a mudar de estado,
Borbulhando,
Vai ao bule pelo coador,
E a água quente tem um som diferente
Ao se derramar,
Um som oco!
Aquece e estrai do café a cor, o aroma e o sabor,
O café desperta a gente para o dia,
Para a vida, para o mundo,
Só então a manhã pode nascer.

domingo, 4 de outubro de 2015

Engrenagem

Calmaria,
Silêncio,
Domingo,
Preguiça,
Comida farta,
Praia,
Areia,
Sol,
A tarde cai rápido,
Tempo apressado,
Esperança,
Expectativa,
Noite,
Silêncio,
Amanhã tudo recomeça...
Nessa grande engrenagem,
Mês, ano, tempo...

Contemporaneidade

Levanto,
Vou à janela, abro e sinto o cheiro frio do mundo,
Meus olhos acariciam
As cores e as formas,
O verde das plantas,
E os prédios que crescem sem parar,
Este materialismo que nos envolve,
Este eterno materialismo contemporâneo...
A riqueza, a beleza que nos seduz,
Alimenta a inveja, a luxuria,
A gula,
Corre, treina,
Fotografa...
Loucos!
A contemporaneidade a qual estamos imersos,
Vai nos consumir
Com seus vícios e desejos...
Com a total ausência do ser.

Além do ser

Quantas faces tem o mundo?
Cores,
Formas,
Odores,
Textura,
Sons,
Gostos,
Quanto mais apreendo,
Mais posso expressar,
Quanto mais sinto,
Mais sou capaz de ser.

Viver é sentir, reagir, existir,

É crer no hoje, no agora, no amanhã,
São tantas as possibilidades,
E tantas as realidades,
E tantas as escolhas,

E é nossa a escolha,
Somos livres para escolher,

Mas a incerteza,
Mas essa incógnita que é a vida!

Densa angústia,

E nosso corpo que envelhece,
Que se adapta,
Sob dor, pressão, calor, frio...

Ser,

Este ser que sou, que sedes!

Há de haver algo maior,

Que esse breve materialismo...

Além do desenrolar desta manhã,

Além do ser.

sábado, 3 de outubro de 2015

Verão, folhas e sol

A mata sem chuva exala um cheiro
Tão agradável,
As folhas brilhosas,
Ramos secos,
Doce aroma,
Folhas secas,
Cor de coro,
Chiado seco,
Vento a arrastar,
Vento intenso,
Baila pra lá e pra cá,
Flores de cajueiro, aroma do verão,
Alegria, trabalho,
O cheiro do mato roçado,
Poeira,
Aspereza...
Sol,
Lua,
Céu azul,
Céu nu...

Silenciar

A pouco o sol brilhava, era tarde,
Uma linda tarde crepuscular,
E o sol se foi, partiu,
Ainda há luz,
As aves cantam os últimos cantos,
A brisa sopra suave,
As formas perdem as cores e ganham as sombras,
Depois de um sábado,
Virá um domingo,
Início de outubro,
2015 se vai...
Tudo vai passando
Despercebidamente,
Envelhecendo,
Rejuvenescendo...

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Se

Se cada momento é único,
A vida se passa em momentos,
Então é preciso aprender a viver,
Pois cada momento é impar,
Cada momento que se segue na vida,
Há de ser o mais belo,
Mesmo que desesperador,
Cada momento é um ensinamento,
Então por que vivemos tantos momentos
Que cremos serem desoladores,
Não sabemos a caso o valor da vida?
E só perdendo,
Só vivendo
É que aprendemos a valorizá-los,
E já vemos o que miramos,
Ouvimos o que soa,
Entendemos o que sentimos,
Somos o que devemos ser,
O ontem não existe,
O amanhã é incerto demais,
Só temos a certeza do momento,
Deste instante que terminas de ler estas palavras,
Escritas ao som de Chopin,
E sentindo uma brisa suave,
Fresca da nova noite.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Igual

O que é a vida?
O que é viver?
Com o cair dos anos,
A vida se revela por inteiro,
Quantos que nos envolvia não partem,
Sem perceber vemos gerações desaparecer,
Enquanto quanto seres vamos substituindo,
E sendo substituído,
Gerações, pós gerações,
Envolvidas, encerradas em criptas
Quantas histórias não desapareceram e desaparecerão,
Fortes e fracos, novos e principalmente velhos,
Se vão sem se perguntar o que é a vida e o que é viver?

Coisa mais inútil. Não.

Carrego na lembrança milhares de imagens dos mais variados lugares,
Das  mais variadas existências,
Sinal de tempo vivido...
Tempo percorrido,

E agora que é verão,
Dias de brisa frouxa,
Ouço no amanhecer
As mesmas aves de minha infância,
Tanta coisa marcante,
Cajueiros,
Mangueiras,
Jaqueiras,
Tanta coisa imbricada em minha mente,

Viver, viver é descobrir os limites,
O cansaço e ao mesmo tempo
Aceitar-se como ser...
Porque no fim tudo é igual.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

E como

E o tempo e o vento,
Senguem sempre uma direção,
Passam sem voltar atrás,
Há se senti-lós naquele exato momento,
Há de compreende-los,
Entende-los,
Para não ser surpreendidos
Em não percebe-los,
As coisas são tão efêmeras,
Como a vida assim é,
Como uma manhã,
O viço de uma flor,
A alegria,
A juventude,
Tudo, absolutamente tudo,
Passa
Como o vento
E como o tempo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sensual efemeridade

O silêncio da tarde é belo.
O mundo oco na tarde,
De crisa luz se refratando entre ramos,
O vento que sopra suave,
Dança com ramos,
Faz mexer as cortinas e janelas.

Tarde oca!
Silêncio,
Longe canta um vem-vem,
Este ouvido que ouve,
Se recorda, memórias profundas no tempo,
Já comungou tardes semelhantes
Com aqueles que dormem na eternidade,
A existência é uma dádiva,
Um mistério...

E viver tardes surdas assim...
E compartilhar as memórias
E tentar não cair no esquecimento,
De uma existência efêmera,
Como a tarde que parte.

Caatinga

O tempo eterno,
Lugares, floras, fauna,
Calor da manhã,
Cigarra cantando,
O tempo sempre o mesmo,
Gerações geradas, vividas,
Tecnologia, evolução,
Tempo eterno,
Sempre o mesmo,
Cigarras a cantar,
Cajueiro a florir,
Marmeleiro nu!
Caatinga,
Serra,
Mata seca,
Riacho torrado,
Tudo cinza,
Tudo armado,
Perfumado...

Sozinho

É preciso,
É preciso de algo para esvaziar a casa de solidão,
É preciso de algo para encher a casa de alegria,
Será que tudo que sinto não será profunda ilusão?
Sinto o grande vazio, até percebo o quanto fica fria,
Essa casa grande e vazia, de profunda escuridão,
Tenho que encher de informações,
Livros, objetos, móveis,
Tudo para me desviar da solidão!
Após um sábado e um domingo só,
O fim de semana torna-se enorme,
Mesmo falando com gente da Argentina,
Costa Rica, Espanha, México,
Minas, São Paulo, Rio Grande do Norte,
Teresina...
Eis que a ausência de uma presença real,
Tudo é solidão...
Incerteza,
Desesperança,
Mas é preciso ser forte,
Para não se entediar
Com tanto tédio.

domingo, 27 de setembro de 2015

Acontecendo

Meio dia,
A  luz intensa,
A terra frouxa,
Poeira e vento,
Ervas murchando,
Árvores sombreando,
Que fazer primeiro?
Preguiça,
Tira a cortiça,
Enche a taça e brinda,
Que mais uma tarde chegou.

Vida e morte

Vida,
Morte,
Movimento, ação,
Inércia, estática,
Ser,
Foi,
Existência.

sábado, 26 de setembro de 2015

Tarde

A tarde que encanta,
Quem sabe cantar, canta,
Quem sabe pintar, pinta,
Por outro lado sou só contemplação,
Ouço e sinto o vento,
Vejo as cores encarnadas,
Se apagando feito vela,
E o dia partindo,
Sumindo,
Até a eternidade.

Ter amor

Pouco temos consciência de que nossa existência é finita.
Temos a certeza da morte, mas quando virá é uma incógnita.
O tempo vai nos domando, nos experimentando, nos preparando
Para a partida que muitas vezes é dolorosa,
Não é maravilhosa e festejada como a chegada.
E a gente vai descobrindo a vida e se encantando
E se apegando ao mundo, às pessoas,
Até que não aceitamos a partida e queremos permanecer aqui,
Sem perceber que estamos constantemente em mudança,
Dia e noite, mês após mês,  lua após lua,
Estação após estação, doença e cura...
E o ciclo da vida se completa,
E a imortalidade e o tempo nos torna prisioneiros de nossos próprios corpos,
Nossos subjetivos seres.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Envelhecer

Envelhecer
Algo surpreendente e dramático,
A gente chega cada vez mais perto do fim,
Mas no meio pode está todo o início,
No meio pode surgir uma nova vida,
Envelhecer ao lado daquilo que iniciou novo,
Que se conheceu, se uniu, se cimentou,
Saber como é isso é doce,
Mas temer é se perder,
Que caminhos seguimos?
Acho que envelhecer
E se perder é trágico
E nada poético
E um fim abreviado.

Subjetivo

O silêncio da noite enluarada,
Um carro a passar,
Grilos a cantar,
Estrelas cintilando,
Memórias,
Doces memórias,
O calor,
O sono,

Niílismo,
O medo,
Egoísmo!

Tudo que me envolve
É tão peculiar,
Subjetivo...

Alteridade como crer?

Só o meu ser,
A pensar,
A penar,
A existir
E se angustiar com o ser,
Isso é viver.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Continuidade

A noite,
As ervas pequenas fecham suas folhas e flores,
Parecem dormir,
E pela manhã abrem suas folhas e flores,
Parecem sorrir,

A vida é assim,
Dia e noite,
Feliz e triste,
Dialética,
Poética,

De um dia para o outro,
De um mês...

As coisas acontecem,
As coisas se tecem...

E não existe um fim,
Apenas uma continuidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Arte

Faz falta,
Correr no tempo,
Buscar com sede algo,
Nos faz esquecer dos movimentos da vida,
Elucidado pela poesia,
Pela música,
Pela pintura,
Tudo quanto é arte,
Das mãos de um humano qualquer,
Pode surgir uma beleza eterna,
Da rocha,
Da madeira,
Da corda,
Do pano...
Engenho humano,
Puramente humano...

Calypso

O silêncio limpo da noite,
Grilos a cantar,
Escuro,
Lua crescente,
Um chá,
O sono,
O descanso mais que merecido, vigoroso,
Depois de um longo dia,
Só uma noite para repor as forças,
Amanhã é outro dia,
Sabe lá o que virá.

domingo, 20 de setembro de 2015

Prazer

Domingo,
A cama caliente,
Um livro,
Café lauto,
Um chá,
Tempo para si,
Sair a passear,
O prazer de almoçar,
E sentir a tarde passar,
Suave, fresca,
E a noite ornada pela lua,
Todo mundo bem,
Saúde e paz,
Hoje foi um dia perfeito,
Como são bons dias assim.

sábado, 19 de setembro de 2015

Reflexão


Passado, presente e futuro,
Eis que fomos, somos e seremos,
Este ser que é
Que cruza o tempo,
Que tem perspectivas,
Passamos pela vida,
Cremos ser lentamente,
Mas no alto do tempo vivido,
Percebemos que o tempo voa,
Que não há mais tempo,
Que podia ter sido melhor.
Onde depositamos nosso tempo?
No trabalho, nos livros, na diversão, nas viagens,
Na luta pela vida, na cultura...
São tantas e imensas possibilidades que sabemos apenas onde depositamos o nosso
Deveras nos perguntamos fiz a melhor escolha?
Estou sendo o que quero ser?
Refletir sobre a vida é importante, mas quem o faz?
Não ficamos imbuídos em nossos umbigos!
Deveras devemos refletir sobre nossa existência,
Porque a vida voa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ousar

Manhã
Aurora embrasada,
Vai apagando a noite,
E anunciando o novo dia,
O silêncio impera
Até que o canto do galo
Anuncia o novo dia,
Despertamos para uma nova ousadia,
Viver com intensidade,
Mais um dia,
Se possível sempre o melhor,
Para isso precisamos ver sempre
O belo, o perfeito, o alegre,
Encher nossa vista,
Nossa alma,
Nosso ser,
E ver sempre o meio copo cheio,
Sentir sempre esperança
No dia que cai,
Porque cada dia é uma aposta,
Cada dia é uma incógnita,
Que devemos ousar viver.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Valorizar

O que quer que eu faça,
O que quer que eu sinta...
Tudo em mim são ações,
Tudo em mim são emoções,
Tudo em mim são representações,
Que implicam em minha existência,
Em meu eterno jeito de ser,
Que as vezes nego ou legitimo...
E há tanta coisa velada,
Vidas não serão suficiente para entender,
Por isso cada dia é impar.

Primaveras

Algo em mim sente-se feliz,
Algo me faz sentir de peito cheiro,
Respirando alegria,
Por existir, por viver,
As vezes coisas simples
Como uma manhã ensolarada,
Com a brisa correndo,
As flores desabrochadas.
Coisas como uma canção,
Uma poesia,
Um riso,
Um flerte,
Um email,
Uma boa notícia!

Os anos caem,
E eu continuo com as mesmas impressões...

Somos assim mesmo,
Sempre evoluindo,
Sempre nos transformando,
Até que não tenham mais primaveras.

Madrugada

Madrugada, suave fim de noite,
O frio,
A aurora,
O silêncio...
Despertam-se as aves,
Soam doces cantos,
Canta o galo animado,
E os cães dormem,
Quando acordamos,
Certamente a essa hora,
Desilusão!
Enche a alma de esperança,
A vida vai continuar.

Caminha

Um caminho a se seguir,
Como seguir,
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Quem sabe o que pode encontrar?
Onde vai parar?
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Sempre...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Ser e Tempo

Suave noite grande rio,
Que escorre sem perceber,
Que se passa ao anoitecer,
Noite fresca, suave, distante.
Esse movimento que tinge os cabelos,
E enriquece a memória,
Movimento criativo,
Que aquece e constrói,
Que nos torna seres.

Saudoso

Setembro está tão fresco,
Aqui em João Pessoa cheguei
A exatos dois anos,
Quanta coisa se passou,
Quanta coisa mudou,
Quanta coisa mudando,
Em minha mente,
Em meu ser,
Em minha vida...
Ei que tudo vai mudando,
Se transformando,
Se resolvendo,
Se dissolvendo.

domingo, 13 de setembro de 2015

História do ser

O tempo,
O vento,
Desbotam a matéria,
As formas,
E tudo envelhece,
E tudo se acaba, se finda,
O tempo cria e apaga,
As coisas e suas memórias,
E as histórias só existem,
Para os que viveram,
E cada dia vemos nossa história de desfechar,
Se concretizar,
E fazermos quem somos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Agosto

Foi-se agosto,
Setembro chegou
E junto veio o calor,
Breves ventos refrescam a tarde que passam,
Como o ano,
Ano que se revela cheio de mudanças,
Cheio de altos e baixos.

Esta semana que voou,
Este dia que começou fresco,
E se mostra cheio de metamorfoses,
Revelada pela perca das folhas
Das grandes castanholas das três ruas,
Todo o jardim coberto de folhas,
Grandes folhas obovadas,
Douradas,
Vão se indo,
Em pó se transformando...
Foi-se Agosto.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Acontecendo

A noite,
Grilos cantando,
Estrelas brilhando,
Solidão,
Aconchego,
O vento ventando,
A noite anoitecendo,
Tudo acontecendo,
Suave e leve como a noite...

Permanencia

A vida,
O momento,
Aquele instante
Último,
Aquele que pode ser o último suspiro!
Nos faz crer
Em forças,
Em uma religião,
Em um santo,
Tudo pela vida,
Tudo pela permanência...

Nem tudo é permanente,
Ou melhor nada é permanente,
Tudo é desbotado pelo tempo,

Mas aquele momento
Que pode ser o último,
Nos trava,

Essas coisas nos faz pensar na vida.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Impermanência

A praia, areia, água salobra
Vasto horizonte,
Impermanentes seres que somos,
Experiências breves,
Porém eternas e subjetivas.
Construção e descontração
Imersão em nosso ser.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Physys

Ondas do mar,
Rio de luz,
Cores,
Cor,
Sal e água,
Som do mar,
Ondas a quebrar,
Luz, luz extrema,
Uma salsa,
Uma flor,
Feijão da praia,
Maré,
Tudo que há,
Areia salobra...

Noite

A noite,
Quando passa,
Deixa o corpo mais leve
Se não a vemos passar, mas se percebemos!
A noite estardilhaça nosso ser.
A noite,
É estranha e escura,
É forte,
Branda brisa,
Suave que passa.

domingo, 30 de agosto de 2015

Amizade

Amizade!

Suave brisa que passa na vida.

Onde quer que a gente vá,

A amizade se verdadeira é eterna,

Nos tira da solidão,

Essa relação sem interesse,

Feliz e intensa,

Quão imensa é...

Amizade,
Amizade.

Destinar

A noite que caiu,
Estrelas, a lua oculta,
Grilos ciciando,
Escura noite,
Escura como nosso amanhã.
Profundamente fenomenológica.

Memórias, memórias,
Subjetivas memórias,
De um lugar,
Do solo,
Da vegetação,
Das flores ocultas nas plantas vegetativas,
Do nosso destino oculto
Em nossa infância!
E essa artista que é a vida
Pinta nossa história,
Constitui nosso ser,
E assim somos o que nos fazemos.

Sinestesia

Desvelar aquilo velado,
Um fenômeno,
Um afeto...
Sentir e ser,
Sentir a brisa,
O calor,
Emoção,
Memória,
Está preso ao próprio corpo,
Uma batalha,
Uma luta,
Ser essa entidade que te constitui,
Tudo,
Nada...

Humanizar

Perceber a noite chegar
E ver sem dormir a noite partir,
E viver o dia completo,
Nestes insegurança,
Sofrimento, dor e medo.
Agosto, Agosto,
Tu que partes,
Carregado de tardes frescas,
Tardes de vento constante,
Levas a clorofila das folhas castanholas,
Que se tingem de crepúsculo.
E a minha mente está tão dilatada...
E a minha vida em tempestade,
Eis a humanidade
Se humanizando em nós.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Rio correndo

O que nos preenche?
Ah, um peito vazio,
Ausência de calor,
Frio!
O amanhã,
O meio dia,
Entardecer,
Anoitecer,
Amanhece uma vida,
Meio dia,
Poesia...

Uma xícara de chá.
Tudo vai passar...

Forte isso não?
Amanhecer,
Entardecer,
Anoitecer,

Pensar...
Tudo vai passar.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Emoção

Algo em nós nos emociona,
Nos faz rir, nos faz chorar,
Algo de nosso tempo,
Esse tempo que escoa,
Que nos afasta e nos aproxima de quem amamos,
Que nos faz viver e acontecer,
EMOÇÃO...
Uma música, uma memória,
Um texto,
A cor de uma flor,
O perfume,

Aquilo que faz a memória ativar,
Que nos faz viver...

Eis nos seres.

Vou a janela,
Depois ao espelho
E tateio  na realidade,
Percebo na matéria em metamorfose,
As marcas do tempo...
As marcas do ser.

E vivo esse momento.

Esperar

Um raio de luz do raiá do dia,
Capim dourado no campo,
A mente vagando, questionando,
Deus, a verdade, a mentira, a cura.
Um peito atribulado,
Que pode fazer?
Crer em Deus,
Na beleza do entardecer,
Na noite estrelada,
Na manhã esperada.
O que sabemos sobre o amanhã?
Doce e oculto,
Nada podemos esperar.
Paz no espirito é tudo de melhor que há.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dor

Como reclamamos da vida.
Como somos imbecis!
Com saúde e bem está e ainda assim reclamamos!
Merecemos viver?
Merecemos ser?
Qualquer coisa nos desestabiliza,
Não sabemos o quanto somos frágeis
Diante de uma doença.
A dor ensina da pior maneira
A valorizar cada momento...
Fortes são aqueles que são felizes
Diante de todas as dificuldades
Nós que fraquejamos...

Enxaqueca

Uma enxaqueca,
Tonteira,
Atribulação,
Saudade do que é bom,
Paz e saúde.

domingo, 23 de agosto de 2015

Tarde de domingo

É tarde,
Uma linda tarde de domingo,
Tarde crepuscular,
Tarde enfadonha,
Tarde linda,
Tarde de brisa fresca,
Tarde suave
Que se vai,
Tarde que passa,
Suave e crepuscular,
E lá se vai o domingo,
E lá se vai o brilho do dia,
E lá se vai mais um dia.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Espiral

A noite escura,
A lua minguante,
Partir e chegar,
Esperança,
As estrelas que nascem e se põe,
Eterno devir,
No silêncio,
Meu sangue a escorrer,
Meu peito a pulsar,
E minha mente a matutar
Sobre a vida.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Descobertas

Descobertas,
Com o tempo a gente começa a perceber muitas coisas,
Estas coisas se revelam de uma maneira encantadora,
Eis que surgem as descobertas umas grandes e outras menores, normais.
No início tudo se trata de grandes descobertas
Que com o passar dos anos vão se tornando pequenas e até mesmo bobas.
Com o tempo a gente aprende que as descobertas mais importantes são as menores,
Estas vão se cristalizando e transformando quem nós somos,
E a gente vai mudando, deixando de ser áspero e nos tornamos mais polidos,
Espera-se que menos ácidos...
Vamos nos apropriando de nossas vidas,
Até o fim há essa tentativa
E o maior norte são as descobertas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Manuel

Manuel,
Oh Manuel de Barros,
Quanto te conheci já tinha o corpo muito usado,
Cabelos e bigode grisalhos,

Quando te conheci,
Descobri uma poesia singela e pura
Como as águas do pantanal,
Águas cristalinas,

Em teu poema do nada, Manuel...
Há tanta beleza e pureza
E tanto...
Teu nada enche o meu peito,
Minha alma...
Tantos poemas belos,
Extraído do pantanal,
Das aves, dos rios,
Me encanta seu profundo respeito
E amor a natureza...
Eterno serás

Manuel


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Esquecer

Quando a gente esquece,
Esquece o que tem que fazer,
Esquece o tempo passar,
Esquece pelo momento gostoso,
Esquecer é tão bom...
Não o esquecimento da conta atrasada,
Não,
Não o esquecimento de tomar um remédio,
Não,

Mas esquecer da realidade,
Daquilo que nos torna denso,

Esquecer pelo simples fato de está tão bom,
Que a gente quer que esse momento
Seja eterno,
Pois que seja eterno enquanto dure, como diria Vinícius.

Mas ai, a realidade é um saco,

Então, esquece...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Noite

A noite universal oculta as formas e as cores,
Oculta a profundidade e tudo aproxima.
A noite quando a vida se cala,
Bichos de olhos e orelhas grandes,
Saem de suas tocas e vão ao mundo.

A noite é para quem sabe ver no escuro,
Viver sem luz,
Seguindo os instintos e as estrelas,
Uma luz pode ser o fim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Velado

Nossos corpos cansam de viver,
Cansam de ser e de ter,
Nossa vida quem a domina?
Pensamentos?
Vadios pensamentos...
E esta carne quente,
Com o tempo esfria e envelhece,
Enruga, talha...
O tempo tudo nos dar e tudo nos tira...
Essa relação,
Que nos ensina tudo
O bom e o melhor e o mal...

Há um vazio no peito quando não se sabe como expressar.

Susseção

A vida essa metamorfose constante,
De um crescer, de um evoluir,
De um envelhecer, de um revelar,
E quantas leituras são necessárias para entendê-la?
Talvez muitas ou nenhuma...
Ah, a aurora quando desperta,
E Apolo quando chega, tudo revela...
Envelhecer é ver tudo revelado,

Eu, menino matuto que olha além dos garranchos
Das catingueiras e das juremas.
Vejo o tempo passar, como o inverno que passa
E deixa seus rastros na paisagem,
Que perde a cor e a flor...

Dessa vida que passa
Que levo no peito?
Saudades e lembranças que construo
Ao ver a vida passar,
Ontem ouvia Sinhá que já dorme na eternidade,
Seus óculos bifocais e o lento piscar,
Sua memória viva a me ensinar...

domingo, 9 de agosto de 2015

Pais?

Amadurecemos?
Vivemos!
Cada um de nós passa pelas etapas da vida e o que aprendemos com estas?
No geral fazemos o que aprendemos ou aquilo que fazemos de melhor,
Mas nunca sabemos ou saberemos quando estamos no nosso ápice.
Somos soltos neste mundo, todos ficamos órfãos um dia.
E sofremos antes e depois, porque nunca estamos seguros.
Sempre queremos ter alguém a quem abraçar e em quem confiar.
Na  maioria das vezes não abraçamos nossos pais, porque sabemos que eles estão ali,
E quando partem nos fica o vazio...
Então porque não fazer um geste de carinho e amor todos os dias além desta data comercial?
Eis uma grande incógnita.
Acho que até o fim somos crianças que cresceu, mas que não amadureceu...
Talvez a paternidade represente um pouco desse amadurecimento,
Onde acertamos ou erramos?
Quem sabe... 

sábado, 8 de agosto de 2015

Crianças

As crianças divertidas,
Tão fofinhas e cheirosinhas,
Cheias de alegria,
De curiosidade,
De inocência,
Amanhã cuidarão da terra,
Dos seres e de nós,
Estamos educando bem nossos filhos?
Quem não sabe.

Divagar

Quão vasto é o céu,
Nem nossa consciência pode entender,
E parado aqui estou,
Cansado,
A olhar as aves de lata
Partir e chegar,
Ir e vir,
Ancorando,
E se afogando
No profundo céu,
Minha mente cansada,
Minha vista pesada,
Observa presa entre vidros
O vasto cerrado de Brasília,
Ainda tenho clara em minha mente,
Minha pequena casa,
Parece que não sai daqui a quase dois anos,
Tomaria o ônibus para a rodoviária do plano,
De lá para STN
E saudaria em frente o Santa Helena,
Cruzaria as praças
Para adentrar no bloco três do...
O esquecimento me é clareia,
E a humaninade, e o limite humano
As leis da vida me retoma ao poema,
E me perco,
Como os aviões se perdem de vista no ar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A noite

A noite o mar e a terra não se separam,
Tudo está tão próximo.
Tudo está tão profundo.
A noite tem a textura do vento,
E a suavidade do perfume de uma flor.

Sol, céu e mar

Os dias que passam,
Oculta vida,
Tantas coisas,
Tantos olhares,
Que lindo mar,
Viajar,
Sonhar,
Poetizar,
Poemizar,
Fortaleza...

Quanta beleza,
Quanta pobreza,

E viva o mar.

Fortaleza

O mar,
O horizonte,
O vento,
Hélices a girar,
Ondas a quebrar,
Na praia,
Gente a comerciar
Peixes,
Falas,
Calas...

Aqui é Fortaleza,
Quanta beleza Iracema...

Quanta leveza doce frema.

sábado, 1 de agosto de 2015

Envelhecer

Envelhecemos e muitas vezes não acompanhamos a dinâmica da vida que se renova.
Nos tornamos mais experientes e podemos perceber as sutilezas entremeadas no mundo,
Mas a vida se renova a cada dia e nossos corpos envelhecem,
Somos como qualquer corpo de matéria que envelhece, desgasta,
Todavia carregamos e renovamos a vida no outro no nosso ser.
Percebo um pouco de mim nos meus avós, pais e sobrinhos
E o que carregamos da vida vai além de cultura e de genética,
O amor pelo ser, pela humanidade,
Acho gente tão bonita...
Quando entenderemos que somos animais
Como qualquer outro grupo de animais
E se agimos assim é porque é de nossa natureza...
Nossos conflitos e anseios
Que só a idade pode nos domar
Só assim envelhecendo que entendemos o todo.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Apocalipse

Calipso!(oculto)
Que podemos perceber?
Ver!
Ser!
Eis o estado,
Passageiro,
Um eterno devir,
Ser e não ser,
Velado e desvelado,

O amanhã pode revelar,
A noite pode ocultar...

Que ocultamos em nós?
Nem mesmo sabemos,
Desconhecemos...

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Flor

Flor,
Flor que desabrocha,
Flor é fruto,
Flor que torna-se amor,
E tudo desabrocha,
Encanta,
Embeleza.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Delinear

Enquanto a brisa passa,
E a chuva chove...

Vou lentamente pensando,
Delineando minha existência,
Amanhã,
O amanhã não me pertence...

terça-feira, 28 de julho de 2015

Substância

Meditar,
Pensar,
Conhecer,
Uma música,
Uma frase,
Um poema,
Um objeto,
Um riso,
Roupas,
Transportes,
Comida,
Tecnologia,
Palavras,
Frases...


Uma chave,
Uma pergunta,
Curiosidade,

Que matéria constitui o que penso?

Vai saber.

Tempo complexo

Por que pensamos no tempo?
Se sabemos que nunca o seguraremos!
Pois sempre se vai como o vento,
Como o sol,
Como as águas de um rio,
Como a beleza de uma flor,

O tempo se esvai,
O tempo vira fumo
Sem matéria,

Tempo, tempo, tempo...

To me serves apenas
Para me encher de mundo,
De palavras,
De formas,
De ser
De viver...

Tento odiar o tempo,
Mas sou essência de seu correr,
Porque o tempo sem mim,
Simplesmente não existe,
E sem tempo não tenho referência,
Trajetória,
Existência.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Perceber

Chuva,
A chuva chovendo dia e noite,
Chove, chove, chove,
Pingos,
Vento,
A terra molhada sorrindo,
Á água escoando,
O tempo passando,
E num momento impar
Percebo a chuva chovendo.

domingo, 26 de julho de 2015

Indagar, ser, ser

Existir!
Há alguma escolha em existir?
Existimos,
Não escolhemos onde nascer,
Nossos pais, nossas origens, nosso meio,
Quando nascemos já existe algo que nos concebeu!
Pensamos que pensamos,
Cremos que cremos,
Mas o que pensa ou crer por nós?
O subconsciente ou a alma...
Este corpo,
Esta carne quente que envelhece,
Que se desfazer
Esse calor natimaterno,
Esse respirar intermitente,
E o ser que se faz
Sem saber como e o que fazer.
O que somos?
Qual nosso legado?
Essa trajetória,
Essa viagem que é a vida...

Reprodução

As ondas do mar,
A brisa da manhã,
O despontar da lua,
De uma estrela,
O desabrochar de uma flor,
A incessante busca pelo amor,
O parto, nascimento,
Primeiros passos, palavras,
Essa criação humana,
Num ato de se descobrir,
De vir a ser
De se reproduzir
E morrer,
Dormir na eternidade,
Geração seguida de geração.



sábado, 25 de julho de 2015

Envelhecer

Amanhecer,
Entardecer,
Diversas vezes,
Sob o sol ou sob a chuva,
Sob alegria, sobre a tristeza,
Viver,
Continuar vivendo,
Tudo isso é aprender,
É ter é ser experiência,

Tudo isso é envelhecer,
Ter que seguir mesmo vendo o outro partir,
Ter que seguir quando algo muito forte se rompe,
Um grande amor,
Uma peça de sua vida,

Continuar a viver,
Continuar a ser,

E encontrar novos motivos,

Para rir,

E continuar,

Quem sabe não é uma nova chance da vida?

Deveras temos que aprender a amar,

Porque viver é envelhecer,
É torna-se clássico, não velho...

Ser forte sempre

Até o fim.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Quimera

Uma flor
Que desabrocha,
Botão que vira flor.
Uma flor que se revela,
Perfumada e bela,
Uma flor pequena,
Uma flor singela,
Uma flor não é uma aurora,
Mas é tão bela quanto ela,
Flor efêmera,
Pétalas suaves,
Flor andrógina,
E de repente flor fruto,
A flor vira fruto,
E seus óvulos sementes,
E assim se passa a efemiridade da flor.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Ébrio

Seguir sempre em frente,
Não fumo... encaro tudo,
Não bebo, sou solitário,
Um ébrio pela vida.

Poesia do mundo

O sabor do chá,
Do chocolate,
Do caldo de galinha caipira,
A textura da rosa,
Da pele feminina,
Da frescura menina,
As cores das matas
Que me revelam quem sois oh plantas...

E esse mundo que se revela todo dia,
Que se faz doce poesia.

Poema

Um doce poema Neruda,
Um genial poema Jessié,
Um poema Drummond,
Poema metafísico Pessoa,
Um poeta vivo...
Em quantos tempos conjugamos
Poemizar?
O tempo passado torna raro
E precioso tudo escrito,
Cora doce Cora...


domingo, 19 de julho de 2015

Dia

Diaaaa, linda poesia,
E o sol nascendo
E vai crescendo,
Nuvem frouxa no céu,
E eu e você ai...

sábado, 18 de julho de 2015

Sombra

A noite
Escondeu o dia,
Com sua concha nix,
Hoje é ontem,
A lua,
Estrelas,
Que há em mim do dia que passa?
Alegria,
Tristeza,
Solidão,
Vitória...

Que há por trás do dia,
Que essa noite encobre?

Ah...

Tudo,
Nada,
Quem sabe...

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Busca

A gente se perde,
Fica desnorteado,
Busca um sentido,
E nem sempre encontramos
Por não saber o que buscamos.

Passam as horas,
Passam os dias,
Passam meses,

E essa busca pode consumir a vida.

Afinal o que buscamos?


Uma manhã,
Uma tarde,
Uma noite,

Caminhar,
Andar,
Saúde,
Paz,
Cura,
Coragem,
Amor,
Fé...

Afinal somos tantos
Podemos tanto
E nada.

domingo, 12 de julho de 2015

Praia

Uma manhã
Ensolarada
A brisa fresca,
A sombra das árvores,
A areia solta,
O mar,
Que será do amanhã?

Sabe lá,
Que importa é viver agora...

Um sorvete,
Um dindim
E o sol
E o horizonte,
E a barraca...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Doce lembrança

Cai a noite,
Esta noite,
Noite impar,
De silêncio
E sussego...
O amanhã é uma incógnita,
mas agora,
Só faltava o canto do cocá,
Noite escura e estrelada,
Quantas imagens de minha infância
Refletem em minha vida,

O canto do guiné sobre o cajueiro da casa velha,
A lua prateada,
A areia fria,
A brisa silenciosa.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ação

Existência,
Sobrevivência,
Persistência,
Potência,
Tempo,
Vento,

O ser que se move,
Que se faz...

Onde está sua essência?

O vento que sopra é apenas vento,

A árvore que é afagada só uma árvore,

E as energias se diluem, se dissipam,
Se fazem e desfazem...

E tudo é e tudo deixa de ser!

Neste estado de eterna transformação...


Tempo veloz

Bem não sei o que acontece, mas ultimamente o tempo tem passado depressa. E o impressionante que nem tenho me tomado por tento. De uma certa forma desde que desfruto de alguns confortos, creio que a minha vida está encurtando. Engraçado que cada vez mais rápido, as tenho constituído relações voláteis, rápidas, que pouco deixam marca, exceto algumas que marcaram ou ainda marcam. Tudo está indo depressa demais, queria por um freio, mas não é possível, cada vez mais sinto que as coisas dão certo, isso parece acelerar-me, empolgar-me e com isso os grãos dos anos caem da espiga vida.
Sei, com você é assim também?

terça-feira, 7 de julho de 2015

As flores

As flores são belas por serem flores?
Ou são belas por serem perfeitas?
Flores!
Exuberância de cores, belezas e odores,
Trabalhadas pela natureza,
Produzidas com tamanha destreza...
Flores azuis como o céu,
Amarelas como o sol,
Ocrácea como a terra,
Verdes como as matas...

Que poderia eu falar sobre as flores?
Fonte de minha doce existência,
Fonte de meu viver...
Efêmera como a paixão,
Das flores frutos nascerão,
Nas flores sementes virão,
E tudo se fará do nada,
E que toda planta se reproduza...
E que exista por milhares, milhões de anos,
Mais nada.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Tempo, tempo, tempo

A que caminhas?
Um passado pesado,
Um presente ausente,
Um futuro inexistente...
Ontem conheço,
Hoje realizo,
Amanhã... amanhã... Quem sabe.

Quem sabe quem machucou o paralelepídedo,
Ou a porta de sua casa?

A história de cada um se dissolve no tempo.
A história de cada um se constrói com tempo,

Só vivendo se constrói um invento...

Tempo, tempo, tempo.

domingo, 5 de julho de 2015

Dissolução

Que há de ti em mim?
Que há de mim em ti?
Tudo ou nada?
Se estamos próximos teremos tudo,
Se estamos distantes teremos algo?

Se tudo está dissolvido no mundo,
Encontrar algo maravilhoso e inesperado
É possível,
São tantas possibilidades...

Mas o que está próximo e o que está distante...

E assim tudo acontece, realiza e acaba.

Inércia

Os anos,
Os lugares,
As coisas,
Os costumes,
Os hábitos,
Uma leitura,
Um sonho...

Há um elo que nos constitui
Que nos define,

Esse elo,
Essa função,
Essa relação

É o viver, o ser, o agir...

É a possibilidade de tudo
É a inércia do nada.

Saber e sentir e viver

O silêncio da noite,
A cama macia,
O descanso!
Após noites mal dormida,
Que pode ser melhor?
Depois de viajar para longe,
Nada melhor que ter para onde voltar.
Nossa casa...
Há tanta gente sem casa?
Há tanta gente perdida no mundo
E pior na vida.

Como se encontrar?
O que buscar?

Uma identidade?

Talvez!
Podemos pensar nisso
A noite e com uma cama macia,
Mas muitas vezes, calçadas e papelões
São camas e cobertores...

Cadê as paredes?

Como é triste.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Agradável

É manhã,
O céu nublado,
Desfia uma chuva,
Que passa
Que volta,
Chove,
E a chuva chovendo é tão perfeita.

A chuva tem a capacidade de nos fazer pensar,
Paramos e percebemos
A natureza desfiando,

Pingos de chuva,
Vento,
Desprendidos,
Afagam a aroeira,
Vejo a chuva,
Sempre tão fria,
Tão suave,
Agradável...

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Desejo

Luz,
Luz,
Luz,
Brilho criso,
Manhã rubra,
Este ser que acordou,
Que viveu,
Que aprendeu,
Agora...
Quer o descanso,
Descanso breve da noite,
Que a vida seja longa
E a morte rápida,
Mais nada.

Coragem

Quantas lições aprenderemos?
Uma, dezenas, milhares...
Sei lá,
Algumas coisas chegam na hora,
Outras temos que correr atrás.

Vai dia

Vai dia,
Vai com as palavras densas,
Vai com os ares de dor,
Vai dia, fecha-se como uma flor,
Vai...
Quero esquecer o que aprendi,
Quero esquecer o que vivi,
Vai dia,
Tu que se apresentou no instante da dor,
O que ouvi,
É triste,
Ouvi dizer que alguém sofre
E é alguém próximo,
Sem ter o que fazer,
Deixo partir,
Vai dia...

terça-feira, 23 de junho de 2015

Questão

Uma xícara de chá,
Nenhuma fogueira vejo queimar,
Só vejo a fumaça e o som de bombas
Ecoando na noite.

Cadê minha alegria de São João,
O bolo de milho feito na folha de bananeira,
A fogueira, milho cozinho, assado,
E a tira de traque...

As fogueiras de papai com madeira
De madeira de cajueiro e cajaraneira,

Bom,
Ainda bem que tá frio como naquele tempo,
Nem tudo está perdido,
Tanta coisa pode acontecer,
É só querer...
Eis a questão.

Arder

A fumaça da Noite de São João,
Fogueiras ardendo em chamas e brasas,
Madeira se desfaz em calar e luz e cinzas...
As chamas lambem e queimam a madeira,
E alumiam a noite,
Enquanto consome a madeira,
O tempo é consumido,
E a fumaça dança
Elegantemente para o céu,
Enquanto tudo se desfaz.

Escolhas

Haverão dias felizes?
Sempre esperei por dias felizes,
Acreditava que um dia não estaria sozinho,
Teria milhares de amigos,
Não estaria sozinho, nunca mais...

Enganei-me profundamente,
Com o tempo até os amigos mais próximos
Se distanciaram, tomaram os caminhos de suas vidas.

Aqueles com minha idade hoje tem filhos e suas famílias
E estão longe...

Meus irmãos também e meus pais...

O tempo me ensinou e me fez viver tanta coisa,
Amores, conquistas e dores,
Passei por tantas dificuldades e vitórias,
Mas a vida sempre se revela
Sempre mostra outra face,

Hoje nem as orações me restaram,
Algumas músicas doces...

Tudo fruto de minhas escolhas.

Cada dia mais racional,
Cada dia com mais histórias ouvidas,
Umas tantas vividas,
Mas cadê as amizades?

Toda a delicadeza de uma flor que desabrocha na manhã e se fecha na tarde,
Assim são nossos dias de vida.

Transição

Se todos de certo sentimos solidão
Em maior ou menor intensidade,
A solidão faz parte de nosso ser...
Essa sensação intensa de vazio.
Algo em nós nos faz sentir essa ausência,
E essa sensação muitas vezes se repete
E se repetirá...
Essa sensação de indisposição...
Passa, é só uma transição.

Solidão

Qual é a substância da solidão?

Só...

Rua vazia,

Casa vazia,

A gente pode sentir o frio das coisas,

A textura transparente da solidão,

A ausência plena de disposição,

Gotas de água frias se desprendem

E se deixam evaporar no tempo frio...

Um número de telefone,

Uma frase no Face ou no Whatsapp,

Não...

Nada,

O silêncio ganha textura,

O vazio som...

Pior quando o vazio ocupa o peito.

Contemplação

A manhã se passa suave,
O sol que apareceu,
As nuvens lhes ocultou
E a chuva brindou a manhã,
Cai e canta e encanta,
Suave chuva canta,
A chuva chovendo
Enchendo a manhã,
Chove, pode chover,
Eterno momento,
Contemplação.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Essência

Uma palavra,
Fé,
Luz,
Felicidade,
Paz de espírito...

Silêncio,
A noite,
Os grilos,
Estrelas rutilando,
O universo,
Verso unido...

Manhã

Manhã,
Chove, pára de chover,
A janela de vidro tem pingos,
Que desprendem suavemente,
E vejo o mundo transparente entre os pintos,
O sol oculto entre as nuvens,
Assim permaneço entre janelas e cortinas,
Na manhã que agrada minha alma.

domingo, 21 de junho de 2015

Viva

Um vinho,
Uma conversa,
Amigos,
Quem percebe a noite de aprofundar?
Se inebriar,
Sorri,
Chorar!
Viver,
Alegres noites,
Viva a vida!

Acontece

Acontece tanta coisa na vida,
A gente vai de lá pra cá e de cá pra lá,
Vamos vendo a vida acontecendo,
Muitas vezes sem está atento
A sua sinfonia, e por muito não aprendemos a viver.
Viver é ser,
Hoje somos tudo,
Amanhã quem sabe?
Encaro viver como aprender,
Por mais completa ou incompleta que seja a vida,
Tudo ou quase tudo nos é revelado,
Ou um pouquinho de cada coisa,
O tempo e os anos são grandes mestres,
Nos ensinam a ter paciência
E por vezes nos dão sabedoria...
Tanta coisa acontece na vida.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Eco do tempo

O silêncio frio da madrugada,
Cantiga de grilo,
Pensamentos grandiosos,
Como alimentamos nossas mentes
É a maneira como vivemos,
Ontem, ainda ontem,
Não era o que sou,
Perdi algo e ganhei algo,
Caminhei no tempo,
Passei pela senda do tempo,
Ouço o eco do tempo em mim,
Na noite, na madrugada
Quando tudo é silêncio, saudades e solidão.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Convicção

"A existência precede a essência" Sartre

Tudo em nós é escolha, construção,
O primeiro encontro, coisas tão simples,
Responsabilidade, uma prova da escola,
Escolhas, pensamentos, projetar a vida,
Renúncias, a busca do que não se conhece,
Nossa construção como seres,
Cada vitória simples, deveras uma construção,
Do que sou, daquilo que quero ser,
Sabe lá!

Nesta jornada chamada vida,
O tempo é nosso eterno guru,
O tempo nos ensina, nos revela
e nos apaga,
Essa trança, esse tecido que são as gerações,
Que vai tecendo, se perdendo,
Se encontrando, velando e revelando,
Aquilo que nos é revelado na vida,
ou oculto,
Onde nos perdemos?
Que escolha dará certo?
Ah, angústia de cada dia...

Força, segue em frente com convicção.

Encontros

Amigo, onde te encontro?
Como te cultivei?
Não sei, não sei...
Foi a vida,
Foi a vida,
Foi no acaso da vida,
Seguia o mesmo  caminho,
Caminhou por onde caminhei,
Nos encontramos,
Nos alegramos,
Nos combinamos,
Seguimos juntos,
Fomos felizes,
Estivemos juntos como num casamento,
Na alegria e na tristeza,
E na hora da partida,
Quando tive que te deixar!

Ai, e como chorei,
E como meu coração sangrou,
Meu coração estilhaçado ficou,
Pois tudo que construímos tivemos que deixar para trás,

E a vida continuou...

Hoje distante, estamos em outras vidas, fizemos novos amigos,
Mas a nossa história vive em nossos corações,
Pulsando deveras,
Que quando nos encontramos
É como se fosse a primeira vez,
Nos abraçamos, conversamos, nos amamos,
E somos felizes,
O tempo parece que não existiu em nossa ausência,

Que eterna alegria o encontro de uma verdadeira amizade,
Sem necessidade, sem vaidade, apenas amor...

Nos tornamos um só em dois corpos,
Agora que estou distante só saudade,
E as lembranças nos une,
E a vida segue adiante,
E somos pelos a cada encontro.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Acontece

A noite,
A noite estrelada,
A noite solitária,
Silêncio nem um gemido,
Nem uma dor,
Nem um ronco...

Cada um com sua vida,
Cada um com sua lida,

A arte do eterno aprender,
A arte do eterno ser,

Tudo é passageiro,
O que foi ontem não é mais hoje,
Nem nunca será,

Olhei uma rosa rosando, florindo,
Não a vi se abrindo,
Não a vi fechando,
Estava viçosa, cativante,
Mas os segundos,
Mas o tempo...

A noite merece uma reflexão
E uma oração de agradecimento,

A cada instante algo se renova...

E a noite passa.

Lavrar o próprio pão

Divina chuva,
Divino chão,
Da semente germinada,
A esperança de pão,
Das matas torcidas,
De cor cinzentas,
A lenha,
Do Chão desnudado, feijão,
Milho, gerimum, melancia e melão...
Tudo nos braços e com suor lavrado,
Calos na mão,
De geração em geração,
Até o bolsa família...

Mundos

Quantos mundos há no mundo?
Meu pai, Chico de Chico Raimundo,
Meus tios Raimundos Nonatos,
Todos vieram ao mundo,
Em berço pobre e sem letra,
Um se alfabetizou, se formou
O outro, oh! Triste realidade,
Faleceu de câncer!
Doença que come a gente por dentro,
Metástases, tumores...
Dor...
Pra viver no mundo,
É preciso ser forte,
Tem que todo dia enfrentar a morte
E se entregar,
E como semente se plantar,
E germinar e se tornar calor de alguma estrela,
Quantos mundos há no mundo?
Oh, tantos Raimundos há no nordeste?

terça-feira, 9 de junho de 2015

Paixão?

O tempo forjador de todos fatos,
A noite cúmplice,
Meu olhar foi roubado
Por tua beleza,
Tua retórica,
Tuas palavras,
Tua doçura...

Toc. toc. toc...
Quem é?
Uma paixão,
Tem nome?
Solidão...
Pode entrar, mas não fica,
Que trás junto?
Tristeza.
Ah, assim vou me esbaldar,
A vida terá mais sentido
Quando tu partires,
Pode entrar...

Existencialismo...
Nietzschianismo...

Borges, por que me encanta?

O problema de nossa existência,
E vem e vai...

Sem nunca aprender
O que é a paixão.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Fenômeno e fato

Uma xícara de chá,
A sombra da noite,
O silêncio!
Uma frase.
A vontade de viver o momento,
Cada segundo,
Mas o relógio a trabalhar,
Anuncia o tempo.
Tic-tac-tic-tac...

E o que pensei?
E o que vivi?

Tanta coisa para aprender,
Tudo quero apreender,
Mas preciso de tempo,
Para viver e digerir,
E fazer acontecer.

Ou nada disso.

domingo, 7 de junho de 2015

Fixar

Até o sono chegar,
O tempo passa apressado,
Dia longo,
Doce, triste solidão,
Saudosismo...
Pessoa,
Heidegger,
Sono,
Tudo parece tão inútil,
Mas no meio das pedras,
Há sempre uma fresta para se fixar.
Amanhã pode ser diferente.

Grandes enganos

Viver,
Quantos enganos,
Quantos beijos de paixão,
Já vivi o amor?
Grandes e pequenas descobertas,
Uma busca incessante,
Vida errante,
Inútil buscar,
Tudo que sei foi por errar,
E o que sei?
Nada...

Enchi minha vida de doces memórias,
E vejo o tempo passar,
Vejo minha pele enrrugar...

Grandes enganos,
Viver sem ser... sem ter.

Viver.


Tempo

Uma semente,
Uma plântula,
Uma planta,
Seu tronco,
Seus ramos,
Suas folhas
Suas flores,
Abelhas,
Borboletas,
Pássaros,
O vôo,
Os ares,
O céu,
A atmosfera...

O tempo e sua trama,
Tudo faz acontecer!


Solidão e adjetivos

Às vezes paro para pensar
Na vida, no passado, no presente,
Já não penso mais no futuro,
Chegou um momento em que o futuro
Parece ser só de sofrimento e dor.

Mas a vida como um dia se passa,
Como uma colheita é ceifada...

E as tardes e as colheitas podem ser agradáveis.

Então, o que eu fiz da vida?

Não vivi, mas não cultivei os amores,
Vivi e aprendi a ser a me virar só,
Amanhã quem sabe se só restará solidão e frio e medo e um fim.

Mas nem pensei nisso, o texto se encarregou,
Sou mais Nietzschiniano...

Parar para pensar é consequência da solidão...

sábado, 6 de junho de 2015

Divino

A noite,
As sombras do sol escondido,
As formas ocultas,
Melanus,
Por Deus,
O que nos falta?
O que não temos...
Porque queremos?

Divino mistério.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Dar sentido "Conhecer e ser conhecido"

A brisa fresca da manhã,
Madrugada despida, escura,
Paralelepípedos irregulares,
Meio fio branco,
Ervas daninhas,
Uma mangueira crescendo,
Carolina e sementes vermelhas,
A casuarina,
Caminho para a manhã que chega,
Entre um e outro bom dia,
Minha alma se enche de alegria,
E minha vida ganha um novo sentido,
Em desconhecidos que se revelam,
Suas personalidades, suas vaidades,
Felizes por mais um bom dia,
E na volta um até amanhã,
Ou até segunda,
Num rito sagrado,
Uns faltam por uma semana,
E me pergunto que aconteceu,
No reencontro um riso de felicidade,
Aos poucos sou conhecido e conheço,
Cada um.
E se pergunto "tudo bem?"
Respondem-me com um "Tudo em ordem"
Lindo isso!
Tudo bem, as vezes...
A gente se afeiçoa as pessoas,
Aos momentos,
E a vida ganha um novo sentido,
No riso de um, no olhar de outro,
Na presença religiosa das pessoas,
Eu peguei o bonde andando,
Mas já me sinto em casa... 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Metamorfose da alma

O tempo passa apressado,
Nem percebemos,
Pois queremos ser mais rápidos,
E esquecemos de ver o simples da vida,
Os detalhes das coisas,
O capricho da natureza,
As peças florais,
Seus aromas,
Suas formas...

Nos atemos aquilo que achamos importante
Que muitas vezes nem é,
A maioria das vezes não é.

A vida passa apressada,
A gente pega carona no ritmo do mundo,
E somos levados como naus ao vento,
Sem destino próprio,
Sem meta,
Onde chegar!

Não segamos assim...

Respeitemos o tempo e nossos ritmos.


domingo, 31 de maio de 2015

Cicatrizes

Foi-se janeiro,
Em janeiro paixão,
Foi-se fevereiro, março, abril, maio
E a certeza de uma paixão,
A frescura de uma amor...
A certeza da solidão.

Saio na janela tomo o ar,
Sinto meu peito tragar o mundo...

Sinto o momento
E minha consciência toma conta de mim,
Quando penso em tristeza e solidão,
Esses sentimentos expressam um vazio...

Ai, uma oração me preenche...

Estamos condenados a ser só, Pessoa sabia muito bem disso,

Não entendemos o que falamos...

Acreditamos, mas...

O tempo tudo resolve, tudo apaga, tudo cicatriza.

Adeus maio

Mais um maio que parte para o infinito,
Sei que foi um mês muito bonito,
Mas vai, pode ir e que venha junho.
Maio mês das mães,
Mês de colheitas,
Mês de inverno...

Fico como um velho que não pode partir sobre uma barreira
Vendo alguém que ama partindo,
Se distanciando, sumindo na estrada...

Se não somos nós que partimos...

As crianças a alegria de mais um mês ido,
Aos adultos tempo vencido e muitas perspectivas em junho,
Aos idosos menos um mês...

Tempo, rio que não para de fluir.

Passado de memórias,
Presente de auroras,
Futuro de incertezas.

Maio passou a alguns agradou
A outros nem percepção.

Cada dia que passa torno-me mais quem sou,
E deixo de ser o que fui...

Maio, mãe, início e fim.

sábado, 30 de maio de 2015

Desejos

Traço uma linha,
E sigo como quem planta numa corrente,
Em linha reta,
Vou plantando meus grãos,
Grãos de milho e feijão...

Ah,

Como encontrar o caminho reto para a vida?

Na música?
Na poesia,
Na pintura?

Na igreja?

rs.

No Sexo?

Tudo apodrece...

Tudo mofa...

Que se vão os desejos.

Universal

Estou perdido no tempo,
Nos giros e sulcos de meu cérebro,
No seio de minha vida,
Pessoa, Shakespeare, Borges...

Meu remédio kafkiano,
Doce Chopin,
Alegre Mozart,
Gogh de minha vida...

E como a brisa e a manhã
Tudo passa.

Engano

Um engano,
Louco e tirano,
É o que virá pelo amanhã,
Ah, não existe coisa mais vã...

Viver plenamente o momento presente,
Pois um dia tudo estará ausente,

Tudo passará
Tudo se eternizará,
Ou melhor dizendo se apagará.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Por que será?

Flores,
Abelhas,
Polén,
Vôo,
Pouso, 
Cálice,
Corola,
Androceu, estames,
Gineceu, pistilo...

Ramos, 
Folhas,

E paro para olhar o mundo,
Vejo o mundo muito com uma concepção botânica.

Por que será?

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mas será?

Manhã,
Flores desabrochando,
Aves cantando,
Serena a noite parte,
A brisa fresca anuncia
Aurora...

E o escuro se dissolve,
E o mundo ganha forma
E cores.

Maio, dia 25, de 2015,

Só mais um dia,

O primeiro ou o último,
Quantas consciências surgiram hoje?

Estou consciente de que hoje pode ter sido o último,
Mas não foi...

O amanhã quem sabe nascerá.

Quem sabe!

As vezes as coisas parecem desconectadas, mas serão?

Manhã, jardim, flores...

domingo, 24 de maio de 2015

Até quando?

Vivemos o tempo do fazer!

Não tempos mais tempo para nós mesmos.

A todo instante tenho que está fazendo, criando, construindo objetos, coisas não percebi a construção do ser.

Observamos as coisas sem estado de contemplação,
Não vemos nada...

Não podemos parar,

Ou seremos engolidos por nossas importantíssimas ocupações.

Até quando?

O que é ser?

Abro a janela sem pressa de sair. Abro para contemplar o mundo. E o que vejo são antigas castanholas, casas, prédios e o céu.  Acho que aprendi a capacidade de contemplação ou talvez nunca tenha tido. Cada vez o tempo que me sobra para contemplar é ínfimo. Eu perdi o tempo, não sei o que fazer, se contemplo, se assisto um filme, se falo ao celular, se converso no face ou watzap... São tantas as possibilidades que me angustia. Antes eu me angustiava por não ter livros para ler, hoje não tenho tempo embora tenha os melhores livros.
O que contemplar?
Sou o senhor do meu destino. Risos!
Uma oração?
Uma imagem?
Uma paisagem?
Eu perdi a concentração, não sei mais o que é contemplação com essa vida dinâmica em que corro de cá para lá querendo aprender tudo e ser tudo... O que eu sou e em que estou me tornando? Em que estamos nos tornando?
Volto a janela olho o vazio da rua, sinto desespero... Rua vazia, casa vazia, mente vazia...
Acreditava que no futuro as coisas seriam melhores, mas o futuro chegou e tudo continua a mesma coisa, mesma dimensão, ânsias... Acho que estou mais sereno, finalmente o tempo me explicou que nesta vida não é possível tudo, tenho que me contentar com o que ou quem eu sou... Mas quem ou o que sou?
Não responderia, porque sou movimento, sou viver, sou o que penso, que reflito e nada do que tenho é meu... Tudo é emprestado, inclusive o corpo que habito.

Linguagem intuitiva

 Quem conhece a linguagem dos pássaros, Quem conhece a linguagem das flores, Quem conhece a linguagem dos rios, Quem conhece a linguagem do ...

Gogh

Gogh