quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E a manhã se passou tão lenta
quanto uma nuvem em dia de calmaria,
mas se passou, fria e suave,
ornada de flores,
de branco e de vento,
suave lá foi ela,
cantou o sanhaçu,
e ela partiu,
fujiu!

Volta a terra

Finalmente chegou o grande dia,
depois de tanta arrumação,
tanta espera, to cheio de emoção.
O melhor do evento e a organização,
Compra a passagem,
as roupas,
liga,
risca os dias no calendário,
se torna hábito diário,
manhã se arraste,
porque a tarde,
bem no fim do dia
tomarei o avião,
o grande pássaro de lata,
em direção ao nordeste,
ver as areias brancas,
o céu azul,
o mar verde,
a água salobra,
luz sol,
amanhã quando acordar,
vou sair correndo pro mar,
ver o horizonte,
sentir a brisa úmida,
sentir o clima de Natal,
bem no natal
na minha linda terra do sol nascente.

Frouxa manhã

Suave nasce a manhã tão bela,
frouxa a luz entra pela janela,
e as cores verde e amarela,
das folhas e flores da acacia do jardim,
alegres, ao som do vento, dançam para mim,
numa suave valsa,
suas folhas acenam, assim.
dançam os secos frutos,
a luz nesse dia
de céu tão branco,
de sopro de vento tão suave,
ameno,
janela fechada,
e um friozinho tão gostoso,
que me deixa preguiçoso,
nessa linda manhã.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fim da primavera

Eis que no fim do verão,
chega o frio,
o sol nem apareceu,
choveu quase todo o dia.
Eita que dia fagueiro,
dia preguiçoso,
realmente gostoso,
pra ficar sob as cobertas,
a ver um filmezinho,
curtindo cada instante,
desses últimos
dias do ano,
da primavera.

Brasília


Brasília
linda cidade,
organização da sociedade,
cidade centro do estado,
de céu azul,
jardins coloridos,
de solo argiloso,
vermelho sedoso,
de diversas gentes,
vindas de terras distantes,
do norte, do nordeste sul e sudeste.
Brasília cidade erguida de de aço,
Na pressa sem cansaço,
concreto arquitetônico,
de espaços projetados,
dos campos e cerrados,
eis que surgiu Brasília,
de trânsito agitado,
de elegante gente,
de gente transitória,
curtos e longos mandatos,
corrupção, sem solução.
Brasília linda cidade,
quem bebe nesta cidade,
sente intensa saudade,
sente ansiedade,
de beber do poder,
do céu, da lua,
das estrelas,
das largas ruas,
do planalto.
Que abrigou tanta gente,
que perdeu o desejo da alma,
de voltar para o sertão.
O sertanejo que ai habita,
tem calma,
saudades de seu torrão,
não esquece o seu chão,
de seixos, de sol do sertão,
Brasilia
sob a força do sertão,
ergueu-se,
na poeira vermelha,
de homens de punhos de aço.
se fez capital,
no distrito federal.

Último dia

Bem no fim da tarde o sol partiu,

O vento então soprou,

Soprou como não havia soprado

No fim de semana, soprou até amenizar o clima,

O calor partiu, dissipou no ar,

O sopro do vento deixa todas as plantas felizes

Tudas ficam acenando, pra lá e pra cá.

A luz vai minando,

A noite se entregando,

Os lírios do jardim com suas flores

Cor de fogo e fauce amarela

Ainda estão abertos,

São oito lindas flores,

A bráctea laranja da streulizia

Está tão viçosa...

As folhas da Dypsia,

Com uma panícula toda ornada,

Está num vai lá e vem cá,

E a bolina, cachorrinha,

Está impaciente indo de lá pra cá,

De cá pra lá.

Parece até uma amante esperando

O pé de lã, eita que ta assanhada

A danada.

E o vento sopra,

O oiti ta animado,

Acenando.

Olhando para o nascente pombos se equilibram

Na antena.

E a tarde acaba amena.

18:12 13-12-10

Café

Ah nessa tarde,

Como seria bom

O cheiro de um café,

Só o cheiro bastava,

Podia ser da casa vizinha,

Do norte ou do sul,

O cheiro de café faz muito bem,

Mas nada de café.

Tudo bem por que a tarde está tão agradável.

Tem umas nuvens escuras que parecem

Que irão desfazer em chuva,

Tomara,

Assim passa a vontade de cheirar

O café passado

Na hora.

Morfose

No fim da tarde,

O sol não mais arde,

Nuvens escuras

Escondem o céu,

Escondem o sol,

Não escondem a luz do dia,

Mas amenizam o calor,

As cores pálidas cores,

Esfriam a tarde.

Continua a cantar,

Lá no pé de oiti,

O pardal.

Os cachorrinhos aqui no quintal,

Dentam e dormem,

Acordam, se lambem,

Espantam os mosquitos.

Cortei os meus cabelos nesta

Tarde, fazia um calor na barbearia,

Mas tudo bem, até caíram alguns

Pingos de chuva.

O vento anima as árvores,

Faz balançar as folhas,

A tarde passa bem de vagar,

Tarde sem pressa,

Tarde de minas,

As Minas Gerais.

17:17 13-12-2010.

Melancia

Melancia

O doce sabor vermelho da melancia,

Sobre uma grande bacia,

Com sementes negras e pupa macia,

Cortada em vermelhas talhadas,

Que maravilha sentir o doce da melancia

Bem gelada nunca aguada,

Gotas da calda tão fria,

Lava a boca, lava as tripas,

Macilenta que delicia

É chupar melancia,

De sabor vermelho,

Negras sementes,

Rajada a de verde,

E verde claro,

Enche-me de alegria

O doce sabor da melancia.

13-12-2010

Dezembro

Segunda feira

As flores de dezembro

Ardem no calor,

Diversas são as cores,

Doces são seus odores.

Lindos, límpidos dias,

De céu tão azul,

As vezes aparecem

Capuchos de algodão,

Lentos como tartarugas.

Mas só as vezes,

A maioria das vezes

O sol é tão intenso,

Tão escaldante,

Que nem mesmo

Os lagartos saem para

Heliotermizar,

Quentes ardentes são estes dias,

Salvo quando caem as chuvas.

As maravilhosas chuvas torrenciais,

Caem com uma força,

Uma elegância tal qual uma sinfonia,

Porém são tão rápidas,

Que só dar tempo de lavar

As ruas e os telhados,

Deixando numa alegria

As plantas,

De flores brancas,

Amarelas, azuis

Todas as cores.

Com seus diversos odores.

Florescem as flores do verão,

Sorri toda noite a lua.

13-12-10 9:11

dia longo

Que tarde quente aqui em Uberlândia parece que o mundo todo está pegando fogo.

Até sob as árvores o corpo arde de calor. Agora mesmo um ventinho fresco ta chegando do poente.

São 18:35 e o sol ainda está bem claro.

Dias longos estes de primavera.

Dialogo

Cada pessoa é única, até podemos parecer semelhantes, ou melhor, extremamente semelhantes fisicamente, mas a nossa essência nos é peculiar. A maneira como lemos o mundo sempre diverge.

-O que tu escondes?

-Nada

- mesmo?

- e essa fala?

- por que não cala?

- porque a boca é minha.

- então fale algo de futuro.

- fale voce.

- hum.

- que coisa chata isso que falas.

- tá incomodado?

- se tiver saia.

- Escondes o mais precioso.

- Ah?!

- O que?

- O silêncio, pois quem muito fala muito erra.

- Vai se lascar.

- É muitas vezes o sol não precisa falar,

- nem a natureza, agora entendi voce precisa.

- Vai procurar sua.

- Que cara chato.

Feira

Vende de tudo na feira.

Vende frutas, roupas, comida,

Objetos, cds e simpatia.

Ir a feira traz-me alegria,

Tudo é tão cheio de poesia,

Vemos uma diversidade

Imensa de formas, ideias e gente.

Tem de tudo lá

Tomate, vagem,

Manga, maracujá,

Banana, coco,

Cebola, abacaxi,

Milho verde.

Tem sereais e seus derivados

Feijão, milho, fava.

Tem banca de pastel, acompanhado de mineirinho,

Tem coisas até da china.

Tem queijo, frango frito,

Tem bagaço.

Na alegria do vai e vem

De gente, de cores,

De sabores, de troca

Entre mercadoria e dinheiro,

Pensa, analisa e leva pra casa o

Que se acha melhor.

Da vermelha pulpa da melância

Ao amarelo doce do abacaxi,

O branco macio da banana,

O verde água da alface,

O azedo do limão,

O amarelo rosa da manga,

Hum quantas delícias.

Encontrada na feira de domingo no luizorte.

Um pastelzinho com mineirinho

E um palavreado fulorado dos mineiros

Tornam as feiras mineiras

Tão amistosas quanto as paulistas.

14:47 12 dez. 10

Rosa

A linda rosa no verão

Pós seu último botão,

Tão graciosa no jardim

Parecia acenar pra mim,

E o sol a iluminava,

O vento a acariciava,

A todo transeunte encantava,

Que linda fica ela assim,

Enfeitando o jardim,

A rosa é mesmo

Desdenhosa,

Circundada de olhares,

Tal qual Branca de Neve,

Sorri pela última vez

Depois parte,

Pois a beleza é efêmera,

A vida é breve,

É a vida.

12 dez. 2010 11:34

Marcas

Três borboletas amarelas,

Voam nas paredes do quarto

Do quarto de ana,

Quarto de paredes creme

Como sorvete de milho,

Com um mural

Com fotos de viagens,

De datas,

De uma arara,

De uma praia,

De um prédio

Do jardim botanico de curitiba.

E de uma cama branca,

Do chão vermelho

Do guarda roupas preto,

As borboletas voam,

O quarto não ajuda

Pois o vento não entra muitas vezes,

As cortinas claras não deixa o sol ou o vento entrar.

É dezembro

O quarto está quente...

12-12-10

Noite suave

12 dez. 2010-12-12

Lua crescente no poente,

Sol desponta no nascente,

Uma noite se entrega

A mais um dia.

Hoje é dia de domingo

Que rima com cachimbo.

Lá fora canta o papacebo

Por ser manhã

De domingo,

Tem feira no Luizote,

Faz falta aquela manhã

Nublada, mas tem nada não,

Pelo menos é dezembro,

E hoje é doze do doze

De dois mil e dez.

A lua está crescente,

Aparece no centro do sol

E foge para o poente,

Brilhosa,

Já será cheia

A última crescente se despede do ano,

E se entrega a lua cheia,

Já se foram três estações,

E o sol arde nesse verão,

Também com tamanha

Solidão,

Que poderia se esperar do sol,

Que foge da luz,

Desesperada pela rua.

Jardim

O jardim sedento pede água,

Abro a torneira

E água jorra sobre,

As folhas que brilham,

Ficam a sorrir,

Um ar úmido se

Espalha pelo ambiente,

Enquanto gotas caem

Das folhas,

Há um frescor no jardim,

Um silêncio

Uma paz

20:17

Ocaso

É fim de tarde,

O sol quase se pôs,

E lentamente tudo perde as cores,

Tudo vai enegrecendo,

Verde escuro,

Rosa escuro,

A sutileza das formas

Perdem os contornos.

Finalmente a natureza se recolhe,

Os pássaros calam,

Tudo está perdendo o movimento,

Já é a hora do ocaso,

Onde o breu toma conta da natureza.

O silêncio estático é quebrado,

Pelo sopro do vento,

Que agita as folhas das árvores.

A luz cada vez mais pálida se vai.

O dia se entrega pra noite,

Aqui em Uberlândia.

19:40 11-12-10

Lágrima

11 de dezembro de 2010-12-11

Lágrima

É na dor que nos tornamos mais humanos.

O mundano nos trás conforto,

Na dor, silencia a beleza da cor,

Seja ela espiritual ou carnal.

O corpo sob intensa pressão,

Explode de tanta emoção,

Quão intensa torna-se a respiração,

Descompassado pulsa o coração,

A vida perde o sabor,

Conforme intensa seja a dor,

Nos doamos, nos perdemos,

Tudo perde o valor,

A carne toda arde,

O sangue queima e conforta,

Intensa pulsa a aorta,

Perde a simetria a face,

E os olhos logo marejam

Destilam do fundo da alma,

Límpida, transparente e salina,

Lágrimas que lavam a alma

Trazem conforto e calma.

A perca sofrida,

Que faz parte da vida,

A perca da coisa querida.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os sentidos

Os sentidos

Os sentidos são a luz da alma,
as vias do saber,
o sabor do viver,
através dos sentidos se busca a calma.

O nosso mundo é descoberto
através do olhar, ouvir,
tocar, saborear.

Vamos construindo nosso mundo,
a partir do que vemos, ouvirmos,
ou sentimos e reagimos a estes estímulos,

Que mundo há além de nós?
ver melhor que não ouve,
ouve melhor quem não ver,
apuramos mais uns ou outros,
de acordo como usamos,
construímos nosso ser,
nossa persona.

Os nossos sentidos
dão sentido a vida.

Dypsis

A linda palmeira
toda frondosa,
linda e magestosa,
é uma Dypsis madagascarensis,
uma não várias,
suas sorriem e refletem o riso do sol,
toda florida,
como é cumprida
a bela Dypsis,
no dia de sol.

O terminal

As pessoas nunca param, vivem nos seus afazeres simplesmente buscando o necessário para viver e muitas vezes para sobreviver. Nessa busca, nesse trabalhos constante vai absorvendo muito a necessidade e dissolvendo o tempo o prazer de viver pra si.


Ônibus vindo e indo,
com frequência
andam pra cá e pra lá.
As pessoas seguem o mesmo rítimo
dos ônibus.
Os ônibus parecem ter vida,
ganham vida, enquanto queimam diesel,
e força dos braços e comando do cérebro.
No terminal, pessoas descem e sobem,
caminham e param.
Aguardam de pé ou sentado.
Apressados partem e chegam,
incessante.
O terminal mais parece um coração
sempre a pulsar.
Pessoas respiram, fumam,
inspiram fumaça, conversas corriqueiras.

De olhos no relógio,
de olho em quem chega,
em quem sai...
Ainda bem que aqui tem
as palmeiras,
e o vento como a luz
invade os corpos,
clareiam, embaraçam
o tempo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Noite eterna

A noite hoje veio, mas veio tão tímida,
demorou a aparecer, e ainda reclamou
que estava cansada, mas a lua veio
vindo, e puxando-a lentamente,
A lua com seu sorriso atraiu todas as estrelas,
que foram se acendendo uma a uma,
vieram piscando,
numa conversa animada
que a noite logo chegou,
veio pálida, sem com certa luz,
noite de lua crescente,
é que nem criança nascendo os dentes,
dá um trabalho, uma pena.
Enfim ela chegou,
obrigou as damas da noite
a se perfumar, se arrumar,
e se embelezar.
Ah, sairam os boêmios,
os jovens, os casais,
e a casa ficou vazia,
Que alegria dos desejosos,
noite embalsama a vida,
a luz fria da continuidade ao dia,
a vida não para.

Lua

Brilha flava a lua no céu,
lua crescente, descamba,
em direção ao poente,
Cá na terra, enamora o jasmim,
a lua briosa,
com seu olhar,
parece me namorar,
caminhando cá e ela sempre lá,
oras se esconde atrás das
árvores, ora aparece sorridente,
e caminha ao meu lado,
luz, lua...
To namoras o jardim?
vi vocês se olhando,
olha que a maginólia
e as acacias vão ficar enciumadas,
elas te escondem,
te acham inconveniente,
mas lua é tua beleza,
podem elas se perfumarem,
se enfeitares,
mas tu lua,
és da dama da noite,
as damas do dia,
amam o sol,
e tu amas o jasmim.
em teu seio lua,
a vida passa assim,
meiga,
calma,
eterna.

Come sabiá

Pus uma banana sob a acacia,
sobre o muro branco,
pra tentar ouvir uma felicidade
gostosa.
Foi maravilhoso
quando voltei do passeio,
após o banho ouvi o corrochiar,
era um belo sabiá.
Um sabiá novo,
daqueles que nasceram aqui no nosso alpendre,
estava numa alegria,
de criança quando encontra bala,
com o bico embananado,
comia fartos pedacinhos,
não sabia cantar,
mas estava a corrochia,
sabiá menino quando vai aprender a cantar,
sob a acacia,
sob o fim da tarde,
sob a sobra da luz finda,
corrochiava o sabiá.

Dalbergia

Hoje o dia está tão lindo, cheio de luz, muito claro.
Através da janela vejo o verde brilhante das folhas,
as cores e os odores das flores. Por falar em flores,
a dalbergia do pátio está tão florida, nossa que linda,
com seus ramos e inflorescências aduncas, suas
flores cremes tão perfumadas, hum como é bom
sentir o cheiro invadindo a janela nossa alma,
ou sair no pátio e contemplar as belezas da musaendra,
da ezembekia, da galactia. Nossa que lindo! que gostoso.
Essas chuvas de verão, esse calor fazem bem a alguém,
os jardins e as plantas agradencem e a dalbergia!
nunca esteve tão linda!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Morte

Num suspiro, um único suspiro
pode ser nosso último,
apenas um para desfazer uma história, uma vida.
Um suspiro separa a vida da morte.

Quando o corpo se cala,
perde o calor, alivia da dor,
o corpo frio, sem alma,
sem temperamento,
ganha enfim uma essência.

Carne fria, lábios cerrados,
olhos embotados.

Onde está a alma,
as ideias, as necessidades?
O sentidos?
Para onde foram?

Um suspiro separa tudo,
faz a diferença,
da consciência a inconsciência.

Então porque tememos tanto a morte?

Se nosso destino iminente é a morte.

Vou falar da aurora,
do jasmim,
da grama,
da magnolia,
porque a vida
está fadada a morte.


Aurora

Aurora

Tu que me acordas,
desperta minha alma,
e acende meu mundo afora,
vai espalhando cores,
fazendo desabrochar flores,
exalando o cheiro da manhã,
deixando as gramas orvalhadas,
gotas cristalinas filtradas nas folhas,
anunciando a chegada do sol, Apolo,

Aurora

Quando me despertas
sinto que é hora de ir embora,
da cama, largar dos sonhos.

Aurora

Tu que calas os cães,
desperta as aves
e as faz cantar,
e toda a manhã desabrochar.

Terra

Do seio da terra,
nasce a semente,
cresce a árvore,
arbustos e ervas.
Do seio da terra,
tiramos nossos sustento,
derramamos suor e
e força, dia a dia,
na enxada a colher,
o grão.
Pro seio da terra
vai a água,
vão os corpos,
fogem as almas.
A terra tudo consome,
tudo recicla,
renova,
no seio terra,
descansa o corpo,
desfaz-se a vida.

Padroeira

O vazio
No feriado de nossa Senhora da Conceição
e eu aqui, trabalhando, a santa vai me
perdoar, mas hoje fiquei aqui a trabalhar.

Maezinha, lembrei de vovó
que a tempos atrás,
num dia de hoje viu a missa,
se benzeu.
Eu estava lá do lado dela,
ficava lendo e vendo
seus lábios mexerem,
a rezar,
aos benditos santos,
Nossa senhora da Conceicão,
protegei a humanidade.

A capital

Sal da terra,
terra do sal,
minha querida Natal,
estou contando os dias,
meu ser está cheio de alegria,
vem a mente poesia,
Natal, cidade do sol,
sinto saudades,
dos seus puros ares,
Natal, minha capital,
me encanta,
me enche o peito
de saudades.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Minha república

Moro com mais três amigos e um cão, o estrela. Estrela é um cão muito legal, mais mole que um coelho, mas muito meigo. Meus companheiros são o Zé Bola, Dani e o Marcelinho. Temos hábitos muito diferentes. Dani é uma pessoa noturna que adora ver seriado de tv. Vive assistindo todos os seriados do Universal. Faz mestrado com parasitologia. Ela é uma general, muito séria, mas não tem muito moral com o Estrela é ela quem mais cuida dele, põe comida, água e faz uns afagos. O estrela gosta muito dela, safado não late com ela. É fácil perceber quando ela chega na casa, primeiro que o estrela não late pra ela, então quando ouço alguém chegar no portão mexer na chave e o estrela for indiferente então já posso imaginar que é a Dani, depois quando ela sobe a escada seus passos são silenciosos. O Zé faz doutorado na genética, é um homenzarão de foz muito máscula, tem mania de limpeza. É um cabra de atitude, mas é viciado em jogo na internet chega na casa, as vezes nem come, já tem bandejado e se enfia no mundo avatar dele. É fácil perceber quando ele chega em casa, pois mal chega na acacia o estrela começa a latir, depois que abre o portão, pisa nos batentes da escada como um gigante pegadas fortes e rijas. Já Marcelinho, faz mestrado comigo na Biologia vegetal, é um cara muito trabalhador, tem mania de trabalho mesmo, sempre que o vejo está trabalhando. O vício dele é estudar Asteraceae e cuidar de idosos. Cuida da mãe que é doente, do avó e do orientador, ainda quebra o galho para deus e o mundo, ah e quando vai para o sítio do pai vai trabalhar. Votz. Quando chega em casa, o Estrela sacoleja as orelhas. Então voce escuta um imperativo. Sobe estrela! E eu que tenho mania de filosofia, sou quase um velho. Saio de casa antes das sete horas, vou vendo o mundo, chego no labe onde fico até as cinco e meia, volto pra casa e quando chego o estrela oras late, oras é indiferente, mas sempre abana o rabo. Chego cedo assim sobra tempo pra contar essas histórias.

Filhos está na hora?

Hoje como quase todos os dias quando que não chove fui fazer alguns exercícios na praça dos Cocos.
Cheguei lá e comecei a me exercitar. Fiz barras, paralelas e quando estava fazendo flexão. Um menino e uma menina se aproximaram. A menina perguntou o que estava fazendo, achei simpático, pela primeira vez uma criança falou comigo. Devo ser muito sério. Meus trinta e um anos já está se mostrando. Acho que por ser sério as crianças não falam comigo. Mas aquela menina veio me perguntar e o menino um loirinho, ambos deviam no máximo ter uns três anos. Ela me perguntou o que estava fazendo e respondi que estava fazendo flexão. O menino perguntou onde estavam meus filhos, se eles estavam brincando, e onde estavam. Nossa tomei um susto com essa pergunta. Então respondi que não tinha filhos e ele perguntou porquê? Não sabia o que dizer. Porque não respondi. Então ele insistiu no porquê! fiquei acuado. Então ele saltou ah vai ter filho em sua barriga!? Ah! o que nossa fiquei mais aturdido que se tivesse levado um soco. Então a menina falou na barriga da mãe dele. Minha nossa! Aquelas crianças. Foi uma sensação estranha. Então depois pensei nos meus amigos que têm filhos, pensei na vida. Ainda bem que eles calaram e foram embora. Não estou pronto para ter filhos ainda foi minha, mas já está no tempo de ter um foi minha conclusão final.

Interrogação

Sartre saiu de casa, fechou o portão, respirou profundamente, olhou a acacia. A rua estava vazia, e meio escura. Montou na bicicleta e saiu pedalando. Pensando na vida e na primeira reta viu no nascente que o sol logo despontara. Seguiu sentindo o frio da manhã. Sentindo as articulações dos joelhos enfadadas. Chegou a universidade ainda escuro. Sacou a câmera tirou uma foto. Em seguida tirou do bolso a chave que abriu suas portas, no interior da sala, vazia escura e ainda quente. Sentou na cadeira sacou o computador, ligou na tomada, acessou a internet, leu colunas de revistas e jornais, enquanto ouvia rádio. Leu um capítulo do pequeno príncipe. Fez tudo isso e sua mente estava vazia, nem um pensamento pra por no papel. Sua mente estava branco como um espelho de celulose. Sentiu-se angustiado. Pensou na vida, nas dificuldades, nas angústias, nos erros que sempre pratica, nas coisas que não consegue fazer. Enfim quantas angústias sente. Pensou em escrever algo, então escreveu sobre o dia, na verdade queria escrever sobre a manhã. O que será que procuras indagou-se. A vida parece sempre tão monótona. Sempre as mesmas coisas, sem ver os resultados, fica assim angustiado. É preciso mesmo sacrificar o ser? Indagou. Inspirou e expirou. Abriu a página e começou a trabalhar. Tudo parece tão monótono, ou será que será ele uma pessoa monótona? Daqui do laboratório o jardim é tão lindo, plantas verdes, floridas. E aqui faltam ideias, palavras ou será que falta vida?

Dia

Manhã de sol,
céu azul,
as folhas das árvores brilham,
manhã de verão,
depois da chuva da tarde passada.
Ruas limpas,
pessoas limpas,
mente a mil.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Limbo

Doces sonhos,
sonhos de dias de paz,
dias de luz, de calor,
dias com campos cheios de flores,
o mundo cheio de cores,
de risos de crianças,
moldado de esperanças,
sonhos com altruísmo,
humanos bons,
natureza pura.

Rios com águas cristalinas,
escorrendo, cantando,
pedras lavadas pelas águas,
o ar limpo, puro,
noites mais escuras,
coberta de estrelas,
pirilampos,
o canto dos sapos,
o frio na serra,
paz na terra,
nada de jornais,
nada de notícias,
cada pessoa com suas vidas,
suas lidas,
que loucura,
mas a vida parece que já teve mais brilho,
foi mais romântica!
Sonhos quem sabe um dia,
viveremos no limbo.

Crepuscular

Tarde crepuscular,
vem, vem me abraçar,
quero ver você chegar,
quero ver o sol partir,
bem devagar,
esperando a noite chegar,
esperando o sol se por,
num céu azul,
com carneiros vermelhos,
doce tarde crepuscular,
onde possa ver o sol se apagar,
atrás do rio,
da mata ciliar,
quero abraçar a tarde,
que enfim o sol já não arde.

Quero ver o sol através das lagunculárias,
quero ver a luz laranja refletir nas águas do rio,
com barquinhos a passar
e seus donos a remar,
quero nesta tarde,
ver a lua chegar,
o dia a noite se entregar,
e no ocaso o acaso,
ver luz e breu a se encontrar,
ver insetos a voar,
a natureza calar,
toda a terra se recolher,
quero viver,
mais e mais pores do sol.
Aqui, alí ou aculá.

Noite vazia

A noite hoje está tão escura, silenciosa e vazia,
quem dera estivesse fria,
A luz amarela e fria
entra em meu quarto,
a luz branca do meu quarto apaga a noite
aqui dentro.

Eis que o silêncio
da noite vazia,
sem estrelas, lua sem nada,
me chama para dormir,
me chama pra sumir
no escuro a noite me entregar,
a noite abraçar,
essa noite silenciosa e vazia.

Dias que passaram

Os ventos do fim do ano sopram,
sopram os dias que se passaram,
um a um a lua os dormiu,
o sol os abriu,
os ventos como o som da orquestra,
sob regência de Mozart embalam
meus sonhos em sua melodia,
entre desilusões, alegrias súbitas,
e tristezas múltiplas.

Levem ventos os dias que me passaram,
como grão de areia nas dunas,
um a um levados ao vento,
sob o peso da vida,
consolida as dunas da vida.

Ventos que passam,
dias que passam,
vidas inteiras,
são levadas,
anos passados,
memórias apagadas,
quando não eternizadas,
nas palavras ou simplesmente,
numa lápide.
Ventos levem os dias que passaram neste ano.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sentir a vida

Sentir a vida

Cada segundo que vivemos,
cada impressão que sentimos,
é única, porque nada do que foi é,
nada do que é foi, nada do que será é.
Cada segundo que vivemos é impar.
Cada odor,
cada cor,
cada sabor,
cada textura,
são únicos,
assim como cada noite é única,
pode ser a última ou a primeira.

Cada coisa que vivemos é nova,
pois acaba de acontecer,
porque é única,
mas nosso cérebro nos engana,
faz-nos crer que o comum
é frequênte.
Nosso cérebro, assim como nossos sentidos,
nos enganam,
nos faz acostumar com o que se repete,
por isso esperamos que sejam
as cores, as mesmas cores sempre,
os cheiros, os mesmos cheiros sempre,
as mesmas texturas, mas será
que a chuva que cai agora é igual a chuva de ontem?
serão as flores da acacia de hoje iguais as da primavera passada?

Será que os nossos erros são repetições,
e os nossos acertos nossas perfeições?

Será que tudo na vida é igual?
Erramos ou acertamos sempre?

A beleza da vida
não está no agora?
Tempos a impressão quando tudo acontece,
está acontecendo igual,
acreditamos realmente nisso?
ou nos enganamos cada dia?

Gostamos das coisas boas,
que estas sejam sempre iguais, boas.
Mas que graça teria a vida?
Se tudo seguisse sempre o mesmo curso.
Temos sempre impressões diferentes,
mas acreditamos ser iguais,
e desprezamos muitas vezes o viver,
o ser.

O tempo passa,
se enrosca em sua concha,
se encrosta,
e nós nos confundimos,
nos iludimos,
e acabamos
desaparecendo,
feito fumaça no espaço.

Soneto da vida

Quando o sol brilha intensamente,
quando o dia pleno, cheio de cores,
nos jardins sorriem as flores,
Quando o dia está pleno, abra sua mente.

Respire, docemente,
que dádiva aos amores,
que plenitude sem dores,
sinta-se alegremente,

pleno, sinta frescamente,
a energia do sol, os odores,
a textura do dia, plenas as cores,

sinceramente,
a primavera se dar ao verão e seus rigores,
na vida, nem tudo é bom, mas olhe sempre as flores.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu Natal

A quantos não vejo,
a quantos não beijo,
numa noite enluarada,
numa noite esbraquiçada,
faz tempo que não vejo a lua,
faz tempo que não saio a noite na rua,

Quero numa noite de lua,
caminhar na praia,
me espojar na areia,
namorar a lua,
sentir o sal da praia,
o som de todas as conchas,

vindos de alto mar,
quero me esbaldar,
ver o horizonte
em linha reta.

Que saudades da lua,
que saudades do mar,
quero sentir a lua salgada,
a pele salgada,
a boca molhada,

na pele o cheiro do sal,
da pele protegida,
de cor morena,
ah que delícia poder ver a lua,
viajar nas mares da mente,
se enroscar nas lembranças
do mar,
da orla,
do sal,
de minha linda capital,
minha maravilhosa Natal,
nesse natal,
vou está em Natal,
tomara que tenha lua,
vai ser um super natal,
enfeitado de pisca-pisca,
com a lua no céu
de minha capital,
te amo Natal,
onde todos os dias,
é natal.
Permanente lua.

Estrelas da madrugada

Hoje acordei mais cedo,

As estrelas não tinham apagado ainda,

Brilhavam no céu, feito farol na orla,

Só faltou o barulho das ondas,

Seu estava limpo, puro,

Sem os pirilampos de ferro,

Seguindo sempre suas rotas,

Não, não os vi,

Vi as estrelas, no nascente,

Feito estrelas do nordeste,

Fazia tempo que não via uma estrela,

Além do sol brilhar tanto,

Mas brilhava e como brilhava,

Amarela, não vi uma estrela azul,

Não vi, vi a luz amarela do poste,

As ausência das cores,

Tudo estava com um tom

Amarelado! Engraçado.

O jasmim tinha suas flores amarelas,

O que a falta de luz não faz,

Mas o cheiro de suas flores era o mesmo,

A magnolia esconde as flores,

Por não ter belo tom,

Encanta com o perfume,

E que perfume...

Então minha flor partiu,

O sol saiu,

E o dia veio lindo,

Limpo, como todos dias de sábado.

Lembraças


Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
queria muito poder voltar,
fazer que algumas coisas melhorassem,
dividiria mais o meu tempo com meus amigos,
teria me preocupado mais em ler o que gosto.
Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
eu faria tudo de novo,
meu maior tesouro são minhas lembranças,
são delas que alimento minhas esperanças,
reminiscências de infância,
da moradia, da vida vadia,
dos risos cheios de alegria,
minha vida foi muito generosa,
cheia de prosa,
cheia de surpresas,
de boas amizades,
suportes para minha maior idade
que chega,
carregada de lembranças,
batendo a porta da minha realidade.

Madrugada



É cedo,
no céu ainda brilham estrelas,
aurora desponta no nascente,
madrugada silênciosa e fria,
a rua está vazia,
apenas a acacia dourada de flores,
a magnolia perfumada,
o jasmim manga respiram,
em harmonia.

As estrelas vão se apagando
com e o sol vai despontando,
lentamente, suavemente,
então a noite recolhe seu véu escuro,
e parte para a eternidade,
a acacia sorri para o jasmim que sorri à magnolia.

Ainda é cedo, mas não consigo mais dormir,
estou imerso em pensamentos,
no quarto abafado,
encontro o sábado,
e acordo pra vida.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Saudoso

Minha doce flor,
meu lindo amor,
a chuva cai,
soa aqui o vazio,
não está frio,
mas bem que poderias,
está aqui, Ana,
tem dias que não sai uma poesia,
tem dias e dias,
hoje se fosse mulher estaria de tpm.

a chuva cai,
a acacia enfeitada na calçada,
escorrem gotas de chuva,
divago,
divago,
Ana minha linda acacia,
saudades de tua essência,
dos teus beijos,
mas a chuva ainda cai lá fora,
noite adentro.

A vigem

Há quatro anos atrás, acordei cedo, estava em Natal e tinha tomado uma decisão muito importante na vida. Dormi na casa de meu grande amigo Robério. Acordei, tomei o café, li um pouco do livro que ele me deu, mas não consegui me concentrar, estava muito ansioso. Seria aquele dia meu primeiro voo de avião. Deixaria toda a rotina construída naquela cidade por seis anos de ouro, foi alie que construí quase tudo que penso, fora naquela cidade que me dediquei com muito afinco aos estudos, a amizade e a solidão. Foram aqueles dias monótonos, aquelas ruas de pedra da universidade, aquela areia solta das dunas, aquele sol escaldante junto com aquelas pessoas que aprendi a ver o mundo de outra forma. Foi ali que vivi minha maior paixão a botânica. Alí, estava próximo aos meus pais e qualquer coisa bastava quatro horas e estava no seio, em casa de meus pais. Sei que estava muito ansioso pelo novo mundo que viria. Minha mente estava muito aberta.
tomei meu último banho lá, minha mente ainda estava preso a rotina. Quando então chegou a hora.
Despedi-me de dona Raimunda, das Rocas, de Petrópolis, de Lagoa Nova, da UFRN, de Satélite, de Natal. Tudo aquilo estava ficando para trás. Então chegamos no aeroporto, fiz o chec in, o tempo passou. A hora mais triste, abracei o Robério, a Dani, a Rosali e Antoniela. Emocionado em lágrimas entrei por aquela porta, meus amigos sumiram. Então entrei no avião que logo decolou, quando comecei a ver Natal sumir, chorei e como chorei de emoção, de tristeza? Larguei meu mundo, tentei sofrer menos esquecendo as memórias. Mas nem sempre consigo, vez por outra como uma garrafa na praia vem as boas memórias, sim, pois só guardei as boas memórias, deletei as ruins. E hoje quatro anos depois, posso avaliar como foi essa viagem. Sei que muito aprendi, muita gente conheci, estabeleci uma vez na capital e outra em Campinas não foi fácil, mas também não foi difícil. Suportei com dignidade as dificuldades. A vida está muito boa, não gosto muito porque sei que quando os ventos vão bem, logo aparece a tempestade.
Hoje estou reflexivo.
Deixei tudo pra trás sigo em frente cabeça erguida.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pensar

Quando imagino o que podia ser, que podia fazer e o que eu sou. Reflito sobre toda minha vida, os lugares por onde passei, as pessoas que conheci, com quem vivi e coisas que vivi. A vida já me parece longa, mas parece que pouco aprendi. Parece que cada vez que aprendo, tenho aumenta minha fome de aprender. Eita coisa insaciável é o conhecer. Mas saber o que? pra que? Conheci tanta gente feliz na ignorância. Quando era criança, tinham pessoas que mal tinham o que comer, eram tão humildes e mesmo assim não faltava graça, riso, esperança e alegria. Eu me sentia bem com qualquer coisa. Será verdade que está escrito na bíblia que depois que comemos do fruto do saber, nos tornamos mortais. Talvez sim. Saber que nosso fim é a morte é muito triste. Talvez os animais por desconhecerem de uma linguagem que estire o tempo, sejam mais felizes por ignorar a morte, o futuro. Passa tanto tempo na vida pensando o que podia ser, o que podia fazer e quem sou. Essas reflexões parecem me fazer mal. Sorrir mesmo sem dentes pra mostrar. Ah a condição humana talvez seja triste ou feliz. Quem sabe?
Boa noite

Som da Chuva


Agora lá fora,
as gotas de chuva
caem sobre as folhas, e calçadas,
sobre as pedras da rua,
soam tão macias,
tão frias, que gera arrepio,

mas cá faz um calor!
calor enfadonho,
o sons não trás o frio
talvez o vento traga,
mas a chuva não tá pra vento,
ora aumenta, ora reduz,
as folhas espelhadas reluz a luz fria dos postes.


A chuva calma,
enche a alma,
se sonhos, e o corpo de sono,
a calma da noite,
silenciosa e majestosa,
oculta e negra.

Essa noite, noite vazia,
ao som da chuva,
se cala, e cala a rua,
só que soa é a chuva,
gotas da chuva,
caem
uma a uma,
duas, três, quatro, cinco, seis...
infinitos, de repente de uma nota,
a chuva vira uma orquestra.
ruge um trovão longe
oculto na noite,
longe soa o trovão,
não vi seu reflexo,
mas soou,
a noite calada,
segue embalada,
a cantiga de ninar da chuva,
que encanta minha alma,
me traz calma,
me embala no sono.

chuva

Quanto calor,
quanto vapor,
quanta impaciência,
hoje vai chover,
tenho certeza,
hoje vai chover,
que chova então!

vou ficar de banho tomado,
esperando a ordinária chegar,
chega tão sorrateira,
que despenteia a acacia,
amedronta o estrela.

chega chuva.

Chuvas torrenciais

Todas as tarde de dezembro,
desde o fim de novembro,
chovem,
chuvas torrenciais.

as quatro horas o sol ainda reina no céu,
e aos poucos vai-se fazendo o véu,
uma cortina escura,
apaga o sol,

de repente,
a cortina se desfaz em água,
pura e límpida água,

do bafo quente das ruas,
gotas evaporam,
se unem e se escorrem,
caminho abaixo,
lavando as ruas,
levando as pétalas,

e continua o mormaço,
calor a noite toda,
ainda bem que os mosquitos não aparecem,
e as ruas ficam limpas,

a magnolia perfumada pra mim,
bem perto também o jasmim,
jasmim não Plumeira alba,
enfeita a rua de brancas pétalas,
com fauce amarela.

Sim essas chuvas torrenciais,
atrapalham os namorados,
os esportistas,
mas a mim não,
mesmo que banhe,
aliás tem coisa melhor que banho de chuva,

quando morava em casa de papai,
não perdia uma chuva,
a menos que relampejasse e trofejasse,

caiu eu, rose, lidi e rosa,
na chuva, enchendo os potes,
os tanques,
depois de tudo cheio,
dos lábios roxos,
mamãe nos ensaboava,
e terminava o banho,
nos envolvia na toalha,
nos secava,
e chamava todo mundo pra cozinha,
pra comer cherém.
Era a coisa mais gostosa.

Essas chuvas torrenciais,
evocam minhas memórias mais sutis,

memórias boas.

coisa de verão,
coisa de estação
coisas de fim de ano.

agora

Hoje o sol não apareceu,
o céu está coberto de nuvens,
o vento também não veio.

o dia está sisudo,
abafado.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sorte

É cedo muito cedo,
o sol ainda não nasceu,
a brisa ainda soa fria,
a rua continua vazia,
dentro de mim há medo.

Aurora encarnada e fria,
desponta no nascente,
e anuncia, chega o novo dia,
canta o sabiá,
canta a ciririca,

os cães safados agora que dormem,
passaram a noite na baderna,

um, dois, três transeuntes,
passam para o trabalho, para a caminhada,
em busca de recurso, em busca de saúde,
mas ainda é muito cedo,
de que adianta o medo.

a vizinha acorda, abre a porta e sai pro trabalho,
a magnólia continua perfumada da balada,
e a acacia continua enfeitada.

são seis horas,
o sol vem vindo,
o dia sorrindo,
e tudo começa,
com boa promessa,

a vida segue numa monotonia,
cheia de poesia,
trajédia,
quem será o escolhido,
que terá o corpo consumido,
pelo carro, pelo coração,
quem sabe,
a vida pulsa.

Solidão

A solidão que invade a alma,
encontra no escuro da noite,
no conforto do cansaço, a paz,
estamos sempre sós,
apesar de tentarmos fugir
não conseguimos, estamos sós.

Nos encontramos na solidão,
desde que nos separamos
do seio materno, nos tornamos
solitários, buscamos alento no outro,
mas não encontramos,
pois temos nossos medos,
nossas peculiaridades,
moldadas em nossas decisões
que são feitas a só.

Estamos só quando acordamos,
quando pensamos, só nos pensamos como nós,
estamos só quando dormimos,
quando sonhamos,
nos iludimos, um auto engano.

Somos inconformados com este estado,
estado de solidão.

Como a noite escura,
a lua desolada,
nos sentimos sós,

como a rua vazia,
o fim da poesia,
a solidão,
dorme em nos eternamente.

Reflexão

Se vivemos num mundo tão grande, por que vivemos fechado no nosso mundo pequeno?


Creio na poesia
que me trás alegria,
creio na ciência que me desvenda os mitos,
creio na fé que conforta meu espírito.
Creio na economia
que me alimenta dia-dia.

Sou absorvido pela ideia do melhor,
aprendi a consumir,
aprendi que para consumir preciso de recurso,
todavia só tenho recurso se adquiri-lo,
portanto vendo meu trabalho,
dou o melhor do meu eu,
para ser o melhor e nada nunca me faltar.
Mas os desejos são insaciáveis.
Muitas vezes dôo o melhor de mim para ter algo, viver algo,
e finalmente quando desfruto, percebo o quanto gastei pra consumir o meu objeto desejado.
Então me fecho para o mundo,
tenho no meu objeto de estudo o todo.
Mas porque ajo assim?
Algumas vezes o que nos fazemos é tão nobre, ou acreditamos nessa nobreza,
que acabando esquecendo a grandeza do mundo.
Então passamos a girar em torno de do próprio eu.
é hora de parar e pensar.

Das varias manhas em Natal

Dias muito claros

Quantos dias não acordei,
e fui até o nosso jardim,
ver as flores rosas, amarelas e anis.
Flores de mimosa, chamaecrista, sennas,
centrosemas, crotons.
Nosso jardim ficava pro poente,
de onde podia ver o trânsito dos carros,
no indo e vindo do campos,
podia ver o circular passar,
podia ver lagoa nova,
e o sol que nascia muito radiante,
me fazia sair da cama com a pele ardendo em calor,
ia ali no jardim, refrescar um pouco,
ver as flores,
sentir a areia solta,
molhar o rosto na lavanderia,
fazia isso com frequência,
as vezes corria,
as vezes caminhava
e sempre me banhava,
naquela água maravilhosamente fria,
levava o corpo e levava o calor.
Em seguida o dia começava.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Estrelas

A maestria da noite,
a noite brilham as estrelas,
piscam sem parar,
azuis, vermelhas, brancas e amarelas,
as estrelas são todas belas,
umas pequenas, outras grandes,
umas distantes, outras próximas,
são sempre todas belas,
uma noite sem estrelas,
é como um dia sem sol,
nossa estrela maior,
vai o sol, vêm o sono,
vêm o sol, vai o sono,

num mundo cheio de luz,
e brilho do sol,
belas estrelas,
silenciosas,
rutilam como brasa do por do sol
ao nascer do sol.

Volta

Saudades.

Como é difícil viver,
parece ser sempre incompleta,
ansiamos sempre por algo, não aprendemos a viver,
sempre queremos mais e mais.
Mas o tempo nos leva tanta coisa.
Nossas melhores memórias ele apaga,
rouba pra si,
absorve nossa beleza.
Sabia que o tempo é sempre jovem por que fica roubando a juventude das pessoas?
pois é.
Nossos momentos preciosos,
ele sabe esconder bem na nossas mentes,
nos nossos giros cerebrais.

Hoje mesmo, deixei minha flor,
longe, espero que ela saiba se cuidar,
dar um aperto no coração quando tenho que partir,
mas o tempo toma conta,
o vento trás as saudades.

Às vezes quando estou só, eu apelo pra acacia,
pra lua, pras flores.

Como é bom voltar pra casa,
sair da estrada,
melhor ainda é ter alguém te esperando,
mas se não tem, crie um cachorro,
ele já anima, fica todo feliz,
balança o rabo, late e abana as orelhas,
melhor ter uma criança, ou um amor esperando em CASA,
mas é assim,
tudo a seu tempo,
o tempo nunca falha.
o tempo é o senhor de tudo


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Morcegos

Depois da chuva da tarde,
caiu a noite úmida,
sem vento, sem estrelas.
Ouço o canto dos morcegos,
que me faz lembrar,
as noites sossegadas,
na casa de papai.

Embalado em seu canto,
cai o sono lentamente,
vai chegando os sonhos
e a alma vai fugindo docemente.

Quando era pequeno acreditava que ratos originavam morcegos,
teve uma vez que encontramos um grande morcego, na cumieira da casa,
ficamos achando que fazia pouco tempo que ele havia se transformado de rato em morcego.
Pobre morcego, não durou muito além daquela manhã.

Os morcegos não são criaturas amáveis alguns são hematófagos, se alimentam de sangue, e
muitas vezes quando acordava e ia pegar o animal no paieiro, encontrava-os com o pescoço em sangrando, os morcegos mordiam e depois lambiam o sangue.
Papai geralmente colocava um pano no paieiro para espantar os morcegos, ele não sabia que morcegos quase não tem visão, não enxergam quase nada. Que estes emitem um som forte e que é o eco que os guia durante a noite.
Alguns morcegos se alimentam de polém, por isso são muito importantes na polinização de algumas plantas. O Cardeiro é um exemplo de planta polinizada por morcegos. Outros ainda de frutos, por isso são importantes na dispersão destes frutos, outros ainda de insetos. Enfim os morcegos tem vários hábitos alimentares. No entanto são animais com hábito totalmente noturno. As asas dos morcegos são modificações de uma mão, onde ocorre o desenvolvimento de membranas entre os dedos. São os únicos mamíferos voadores.
Os morcegos me trazem muitas lembranças da infância.

Era uma noite escura,
noite estrelada,
os cajueiros pensos de fruto e flor,
o cheiro de seus frutos coloriam a noite,
cheiro de cajus amarelos,
voltava da vizinhança,
quando ao chegar em casa,
encontramos um morcego
grande no chão junto a parede,
então dog queria pegar,
mas papai não deixou,
podia ter o vírus da raíva.
papai jogou no mato,
fomos dormir com morcego na cabeça,
sonhamos com vampiros a noite,
foi uma noite negra,

metafísica

É perversa a ilusão que posso tudo,
quando não posso nada.
Estou preso a tudo,
a matéria, a substância a alma.

Mas e o que sou?
senão um ilusão,
se minha realidade só me causa confusão,
é necessário toda uma construção,
da alma, da vida e do ser.

Mas afinal o que sou?
sou produto do meio?
Sou uma ilusão?

O que posso senão ação,
como fazer cristalizar o que penso,
e não viver penso,
porque senão aceitar abdicar da liberdade,
o que faria só,
seria expulso do grupo,
um eremita!

ilusão, ilusão
tu me aflinges a alma,
me tiras a calma,
me coage a metafísica.

domingo, 28 de novembro de 2010

Leitura!

Primeiridade (Sentimento)

As vias do conhecimento são os sentidos. Que sabemos sobre cores se não vemos, sobre música se não ouvimos, sobre sabores se não percebemos? A partir das experiências que vivemos é que vamos construindo nosso mundo subjetivo. São estes saberes que vão nos dando propriedades para julgar o que nos é real ou irreal. A soma do que sabemos com nossas crenças vão formando nossas personalidades. Acho que somos seres muito sensuais e nossa capacidade de apreensão está completamente as emoções. São estas que intensificam a nossa cognição.

Securidade (Conflito)

Descartes depois que saiu em excursão no exército de Maurício de Nassau, viajando a cabo pelo mundo percebeu que haviam pessoas muito inteligentes, além daquelas pessoas que conhecia na França, percebeu essas pessoas ignoravam as ditas verdades francesas. Estariam estas pessoas erradas? Partindo dessa indagação. Descartes começou a duvidar de tudo. Antes de fazer uma afirmação, viu que era necessário um profundo questionamento, depuração e por fim uma apuração. E só então pode-se começar a pensar em faze-la.

Esse conflito que tem o ser ao questionar o que existe fora do ser?
O que eu vejo é real? é universal?

Terceiro (Interpretação)

A partir do nosso conhecimento nos interpretamos o mundo.
Nos vemos o que está fora de nós, interpretamos, e a partir desta leitura construímos o que acreditamos ser a essência destas coisas.

voo

Dia de sol, intenso brilho,
no céu azul, pontos negros,
se movimentam,
em círculos,
Deslizam no ar.
Quão belo é o urubu voar,
o majestoso do ar!
Pra lá, pra cá,
sobe e desce.
Já ouvi o som de suas asas quando plana baixo?
Que forte!
Quanta majestade de graça no ar!
Mas em terra!
É tão desengonçado,
e come carniça.
Toda graça na vida não vem de graça.
voa, voa.

Amadeus

Ah! Mozart,
Divino seja Mozart,
Que maravilha sedes sua obra,
algo bom humano, havia de se fazer,
e tu Mozart, foste via,
da Música!
Tu gênio, eterno seja,
enquanto existir,
Hei de aprendeu um pouco sobre ti,
sua obra,
hei de aprecia-la sempre.
Ah! Mozart,
Divino seja!

Ilumina

Dia,
claro dia de sol,
plena luz dourada,
em todos lugares irradiada.

Bem vindo seja Apolo,
vinde aquecer sua enamorada terra.

Aqui neste átrio,
sol, clareias minhas ideias,
refrigera minha alma.

Ilumia, desperta, acalma minha mente,
traz-me um pouco de fé,
sol, amanhece minha mente.

sábado, 27 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Noite

A noite sozinha,
tão fresquinha,
tão escura.
A noite parece triste daqui,
estrelas sorri,
estrelas piscam,
estrelas dormem no poente,
a noite, noivas flores,
se perfumam e desabrocham,
esperam os amantes,
como a lua, são cativantes do amor,
flores almas, perfumadas,
Que esperam as flores?
Mariposas? morcegos?
As flores noturnas não vêem cores,
ignoram a beleza,
só veêm a alma, na clareza as flores murcham.
Serão vampiras?
São flores, são flores,
que se entregam a nix,
as estrelas, a lua,

As flores são alvas,
são almas,
cheiras de aromas,
de essência,

A noite escura,
o que guarda?
estrelas,
luas
e flores.

Minha história


Sabe, nasci numa cidadezinha bem distante no nordeste, Serrinha dos Pintos, fica no estado do Rio Grande do Norte, filho de pessoas humildes, muito simples. Meu pai era carpinteiro, vez por outra vinha para São Paulo ganhar alguns trocados e minha mãe que segurava o tranco, ficava conosco, 5 filhos, o irmão de meu pai a ajudava. A vida era bem difícil. Minha cidade nem era município quando nasci. Tinha uma imensa vontade de aprender, mas não tínhamos livros, nem uma biblioteca no distrito. As escolas eram muito precárias. Aprendi a gostar de ler só. Lia o que aparecesse nas mãos. Eu tinha um sonho, ser diferente e sair daquela cidade. Não que achasse ela muito pequena, não nem tinha noção de tamanho de cidade, fui conhecer um prédio os 18 anos quando fui para Natal, minha vida alí era muito boa, mas queria ser biólogo ou médico. Então quando fui cursar o segundo grau, hoje ensino médio, descobri no novo ambiente uma biblioteca e foi lá onde descobri aquela coleção para gostar de ler. Uma coleção maravilhosa cheia de contos. Foi lá naquela biblioteca, lendo e vendo dona Bebete cochilar que comecei a viajar nas palavras, nas poesias e prosas. Fiquei encantado com a leitura, desde então lia muito, as vezes escrevia alguns versos que os perdi na minha bagunça. Não faltava uma aula, mas confesso que adorava quando faltava um professor, pois só assim corria para a biblioteca para ler.
A situação era muito precária, sonhava em fazer faculdade, mas não sabia como, nem onde, nem se seria capaz. Então costumava sonhar, todos os dias antes de ir para a escola a noite no pau de arara antes de jantar, saia para caminha no nosso sitiozinho. Parava olhava para aquela paisagem da caatinga com aqueles arbustos latentes, olhava para o sol, contemplava-o e pedia, feito Saliere, por talento. "Deus dai-me graça". A vida era cheia de esperança. Então no quando a noite caia, contemplava vênus que parecia me olhar com dor, ela nascendo no poente tão bela, encarava-a e suspirava, e segui com minhas irmãs e vizinhas até o ponto onde pegaríamos o pau de arara. Não foi fácil, não tinha livros de biologia, química, física, inglês, enfim quase de nada, e na esperança de aprender algo, pegava emprestado os livros dos professores. Não estudava eu lia, um e outro. Bem acabado meu ensino médio estava decidido a prestar vestibular para biologia, pois tive uma professora excelente. Não tinha dinheiro para pagar a inscrição, mas mamãe conseguiu com um candidato a vereador, da cidade, o dinheiro, isso em 1997, Então peguei o programa, fiquei numa tristeza, pois muito daqueles temas, jamais tinha visto, mas vamos lá. Fiz a seleção, minha pontuação foi excelente, mas minha redação foi péssima, bombei, fiquei muito triste, mas fazer o que. Queria vir para a casa de meus irmãos em São Paulo, mas mamãe me convenceu a ficar, pois iria acontecer um concurso da prefeitura, bem nessa época a prefeitura conseguiu um acervo de livros, então prestei para bibliotecário, pensei que assim poderia estudar, enquanto "trabalhava", na seleção concorri comigo mesmo, enfim passei, mas fui chamado para trabalhar na saúde. Fiquei muito feliz eu iria ganhar um salário que não era lá essas coisas, mas já era diferente, no entanto, meu objetivo era ir à universidade, então comecei a trabalhar, veio uma segunda prova de vestibular, então fiz para a UERN e UFRN, dois vestibulares, por mais que estudei não foi o suficiente, dessa vez fiquei muito triste quase arrasado, todavia era aquilo que queria. Então uma enfermeira nova chegou, ela tinha uma escola privada, a única na cidade vizinha, só quem podia estudar era quem tinha dinheiro que não era bem o meu caso. Ela começou desdenhando de meu trabalho, mas depois viu minha seriedade e me deu a mão. Nesse ano já tava ganhando comprei livros, e a enfermeira montou um minicuros de preparatória para o vestibular. Já ta cansativa minha história? Então, acordava com os livros, ia para o trabalho e todo tempo vago era preenchido com estudo, minha mãe coitada achava que eu ia ficar louco, já que um irmão dela quase, pirou quando estudava no seminário, quando dava dez horas, naquele silêncio. Coitada ela brigava, e me obrigava ir dormir, sendo que minha vontade era ir estudar, para driblar minha mão e meu pai, durante a noite, eu ia estudar na casa ao lado vazia, mas não tinha jeito, ela não entendia. Então saia para uma casa vazia que pertencia a meu irmão, pra não ouvir a televisão, mas quando dava 10h meu pai chegava chamando para eu ir dormir, quase fiquei louco, mas com meus pais. Nos fins de semana, mamãe não queria que eu estudasse com a mesma justificativa da loucura! Então eu dizia que ia passar o dia na casa de meu padrinho que trabalhava comigo na saúde, mas ia mesmo era para a secretaria e ficava lá estudando, comia na casa de uma amiga. Outras vezes eu realmente ia para a casa de meu padrinho, mas se enfurnava num quarto vazio da casa da mãe dele, era tratado muito bem lá, almoçava, tinha até lanche. E no final da tarde de domingo estava exausto, 1999 foi um ano muito cansativo. Então prestei a prova, e finalmente passei na seleção. No dia que saiu o resultado, eu, meu pai, minha irmã e meu irmão caçula tínhamos passado o dia plantando, pois tinha dado três chuvas seguidas a terra está pronta pra plantar, no fim de tarde um vizinho veio trazer a notícia, foi um dia muito emocionante, pois vi mamãe chorar já prevendo minha partida. Foi uma das maiores alegrias de minha vida. Enfim, fui embora pra Natal, tudo novo, gente nova, juntei um dinheiro, já que tinha passado para o meio do ano, e fui embora, sem lenço nem documento, fui morar moradia estudantil, cursei biologia, me especializei em botânica, fiz mestrado, depois que terminei fui morar ai na capital com meus irmãos. Passei um ano estagiando no Jardim Botânico, não consegui uma escola para dar aula, morava com minha irmã, o dinheiro que tinha era 50,00 que meu irmão dava por mês. Foi a muito custo que me adaptei, 2007 foi um ano em que aprendi muito, conheci muita gente importante na minha área. Então no fim do ano passei na seleção do doutorado, onde estou até hoje, desenvolvendo minha pesquisa. Descobri o gosto que já tinha pela filosofia. Descobri que cada dia conheço mais um pouco, descobri que nada sei e que o aprendizado é eterno. Viver é aprender.

A rosa

As flores do jardim,
são tão belas para mim,
adoro as cores,
os odores,
adoro a delicadeza,
sua singela beleza,
cultivadas ou na natureza,
as flores!
são cheias de primores,
a delicadeza dos vento,
a umidade da água,
a fertilidade da terra,
a delicadeza do jardineiro,
se enlaçam,
cultivam e cativam as flores,
ao som de Mozart,
sopram os ventos no jardim,
acenam as flores, pra mim,
mas a mais bela rosa escarlate,
como é séria,
e armada, oculta,
isso que encanta,
das flores do jardim,
uma delas é assim,
a mais bela,
mais oculta,
rosa bela para mim.

A noiva

O jardim daqui está numa festa.
Todas as plantas resolveram florir,
mas o que será que aconteceu.
Sai para ver.
Hum perguntei para a galactia que estava em festa,
vestida de rosa.
Belas flores galanteei.
Respondeu obrigada,
então indaguei o que acontece?
_Como assim respondeu.
-Por que estão todas belas?
-Você não sabe?
Não gosto muito da resposta de uma pergunta com outra resposta.
-Não sei!
-Olhe pro lado.
-Que tem?
-Ah! Não está vendo que a Musaendra?
-Sim, mas que tem.
-Ela está noiva.
-É mesmo! Que lindas plumas!
-Que botânico é voce!
-Não são sépalas brancas.
-É isso.
-Que bela sepalagem.
-Com quem vais casar?
-Com quem?
-Com a Ezenbekia leiocarpa.
-Parabéns!
É a primavera, suspirei e entrei cheio de alegria.
Viva a Musaendra.
Linda de sépalas brancas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

grosso

-Olá quer alguma coisa?
-sim um café com pão.
-só isso?
-só.
- Sai um pingado.
- não eu pedi foi café.
-tá com ou sem leite?
-um café!
- só café.
- um pão na chapa!
-ou ta de brincadeira?
- pedi um pão.
- ah!
- de onde voce vem?
- pra que quer saber?
- Tai.
Esse povo!
- quanto custa?
- 3 reais.
-chau.

Tempo passa

Ontem, 24 de novembro fez quatro anos que defendi minha tese de mestrado. Passou tão rápido. O tempo realmente é imperceptível sem cor, cheiro ou textura. Durante todo esse tempo fui me enfiando no futuro, fui me desenvencilhando do meu passado, sem ver o presente passar. Fiquei pensativo, mas por pouco tempo. É tanta coisa pra fazer, pensar ou se informar, que esquecemos de viver o presente, somos ansiosos por aquilo que pode acontecer. Estamos cada vez mais consumistas e o tempo é nosso capital mais valioso, temos que fazer bem nossas escolhas senão somos atropelados. O mundo não para. No Rio de Janeiro ocorre uma guerra civil, em Brasília a presidenta selecionas sua equipe para governar, aqui em Campinas ocorre concurso para professor na Unicamp. A Coréia do Norte lança míssil contra Coréia do Sul. O Haiti se acaba em cólera. A Irlanda esta afundada em dívida e a China luta para equilibrar a inflação. O mundo não para, o meu mundo não para. É a pós-modernidade. Que coisa nunca pensei que me afogaria nisso. Nunca no ano de dois mil, mal sabia usar um computador e agora quando acordo a primeira coisa que faço é ligar o computador. Nestes quatro últimos anos toda minha vida mudou. Sai da minha terra, conheci novas pessoas, novos costumes. Quem sou? não sei.
Mas é bom pensar sobre.

a vida amanhece


Aurora companheira da manhã,
surge paulatinamente,
bem do nascente, longe no horizonte,
os primeiros raios despontam sem afã.

O galo desperta o sol,
o sol desperta as flores,
o mundo fica cheio de cores,
e nós não percebemos nada,
somos passivos,
loucos subjetivos,

Ah, quanta beleza,
há na natureza,

Desde aurora, crespúsculo do por do sol,
vivemos divagando,
algo esperando,
não percebemos na vida,
as passagens,
do frio do inverno,
do calor do verão,
a indiferença do outono,
da explosão de cores da primavera,

não percebemos que a vida passa.

Sem falar na beleza da noite.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Silêncio

Estou aprendendo a contemplar o silêncio,
a acacia que de minha janela, sempre bela,
sorri pra mim, me namora, com seus buquês,
dourados, flavas flores,
contempla-me no silêncio,

o tempo só torna-a mais bela,
imponente, real.

Existo, resisto ao tempo,
mas os dias, deixam as marcas,
na carne, na mente e no ser.

A foto

Hoje tirei minha primeira foto, calma. Foi a primeira foto com minha nova câmera. Então eu esperei até encontrar uma paisagem que fosse digna de ser registrada. Como a ansiedade era tanta não deu para esperar o por do sol. Adoro ver o crepúsculo, o sol se pondo o fim do dia, mas não foi dessa vez, espero que demore muitos anos pra poder comprar outra câmera. Bem então depois que sai de casa, tive aula de inglês. Então quando ia divagando na minha bicicleta, carinhosamente apelidada por Malrício de Xabrobike, na cicloria, quando passei sob um lindo flamboiã, isso mesmo um autêntico Delonix regia. Estava lindo cheio de cachos, rubros, encarnados, colorados. Então sorri por dentro. Minha câmera sorriu também. Saquei-a da mochila, da bolsa e então busquei o melhor ângulo achei. É esse saquei uma foto. Minha primeira foto que emoção com minha nova câmera! Pensei eram quase onze horas, o céu estava limpo, fazia um calor, mas tinha o som de fundo o canto do sabiá. O flamboiã que adoro, como é lindo. Acho uma das mais belas árvores. Sabia que é uma planta exótica, sim é de Madagascar. Pertence a família botânica das Leguminosae.

Damas da noite

Na noite estrelada,
a lua pálida se escondia atrás das árvores,
em minha caminhada,
sentia o frio do escuro,
das sombra das árvores,
noite cinérea.
Aos passos curtos,
sentia a noite,
sentia meus pés tocar o chão.
a cada passo um espaço,
quebrando a inércia,
sentindo a noite.

Ah a dama da noite,
vestida de branco,
exalava uma essência doce,
tal qual som da sereia,
me deixou encantado,
parei, e vi aquelas flores brancas,
a dama da noite sorria pra mim.
Bela dama,
Solanaceae, cheira assim.

A lua quebrou-me o encanto e se escondeu entre as nuvens,
fez-se escuridão,
senti a pele negra da noite
tocar-me.

E logo a lua clareou,
segui então ela,
aquela encantadora um novo odor,
era magnólia me chamando,
seu cheiro acariciava minha alma,
tornou-me estático...
Namorei-a mas a noite passa,
deixei-a ali,
parti.
Quando cheguei em casa,
tinha a alma embotada,
de essência, de sonhos e de sono.

manhã da campina

Rubra quebra a madrugada aurora,
e surge dourada manhã,
plena de luz, canta o galo de campina.
O riacho ronca o som da chuva da noite passada,
o eco resoa no serrote,
o verde brilho das campinas,
salpicado por flores amarelas, rosas e azuis,
a bonança, a paz, depois da chuva,
frio segue o dia.
Canta o galo de campina.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

campo

Um jarro de flores

Vi o campo cheio de flores,
de todas as cores,
cada uma das mais belas,
colhi-as e pus em um jarro,
depois pus na sala
que ficou perfumada,
um pequeno girassol amarelo.
a casa ficou tão bela.

Trabalho

Quanto tempo tenho?
Acordo atordoado com o celular despertando. Como algo que não é um café substancioso, tomo banho e saio correndo. Tenho que chegar antes das 6:30h pra dar tempo de ler um pouco antes de trabalhar. Leio e ouço os rádios, duas rádios uma do Brasil e outra da Argentina. Depois que passa das oito horas, o povo começa a chegar. Conversa vai conversa vem começo a trabalhar as nove. Passa um outro o João chega. Ufa! Agora vai! sintoniso uma rádio de música clássica. Nossa meu pensamento divaga. Com o nada. Se venta, se o céu está nublado ou azul, contemplo. E nada de meu trabalho sai. Mal olho no relógio onze horas vamos almoçar. Comemos muito bem, conversamos bastante. Se chega alguém atrasado esperamos. Voltamos então. Começa a tarde. Escovo os dentes,
volto pra bancada. Bate um sono desgraçado, bocejo n vezes. Tamashiro reclama. João Semir passa diz alguma pilhera, rimos. Da vontade vou pagar os créditos na pós. Volto agora trabalho por uma hora já foi o dia 17:30, volto pra casa, vou andar de bike, fazer física. Volto janto. Deito na cama e leio. Findou o dia vou dormir de novo. O tempo acabou esgotou.

Divagando

Quero contigo está,
pra sua mão apertar,
quero contigo sonhar,
e quando o sol sair,
quero te ver dormir,
um sonho singelo,
suave todo belo,

Quero passar o dia inteiro junto de ti,
na cama, na cozinha, na sala,
quero descascar alho, ser o seu suchefe,
ir ao cinema, ir as americanas,
pode ser pode ver os teus esmaltes,
até o sol partir.

Quero te levar,
pelas ruas tortas da vida,
minha doce querida,
cada flor apontar,
como declamar uma poesia,
da o nome a cada flor,
decifrar cada uma através de sua cor,
decifar a beleza,
que contém a natureza.

Pegado em sua mão,
passear por campos verdinhos,
onde se perde o horizonte,
muito mais que atrás dos montes,

quero mostrar o meu mundo,
sim, além dos sonhos,
além da vida,
contigo quero sempre está,

declamar uma poesia,
e ver em ti só alegria,

sentir o sabor das cores,
degustar do cheiro,
vestir roupas de flores,
ser eterno...

A vida é muito além do real,
a vida é a possibilidade do impossível,
e nos sonhos tudo podemos,
então vamos lá linda flor,
vamos esquecer a casa por arrumar,
vamos namorar.

Porque amanhã é segunda.

Acacia

Acacia por que tantas folhas na rua,
despojou-se de todas e ficou nua,
ontem acacia, vestias a lua,
hoje, agora, essas flores são tuas,
que beleza flava.

Teus cachos dourados,
aos galhos derramados,
flores pelo chão.

Tu acacia nata te abala,
imperiosa sigana.

Encanta minha janela,
e lembra minha flor,
Ana dos lábios de labirintos.
dos dourados cachos.


"Quando a gente está triste gosta de ver o por do sol". Saint Exupery.


Acho realmente essa frase é tão natural.

Adoro ver o por do sol, acho um dos fenômenos mais lindo da natureza, simples e eterno.
As vezes fotografo o sol. O sol é um grande amigo, sempre está apto a me ouvir, posso passar horas a fio contando com sua presença, mas as nuvens que aprendi a amar, as vezes tem ciúmes do sol e oculta por vezes algumas vezes o por do sol. Tudo bem o importante é não está só.
Atualmente, ando muito vendo o por do sol.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A chuva

Hoje a tarde o céu cerrou de nuvens escuras, quando sai para casa, começou a pingar, não deu para chegar em casa, então o céu parecia uma peneira. Choveu e ventou muito. Passei a chuva no toldo do Le chef que mulheres más viram que estava me molhando nem ofereceram abrigo. Fiquei ali sob o toldo me molhando, pois com chuva e vento não se brinca. Passei exatamente um hora com uma muchila nas costas e minha bicicleta. E aquelas senhoras nem pra perguntar se estava me molhando. Senti-me tal qual um cão. Nem um cão não se trata assim, se algum cão vinha passar a chuva em nossa área ficavamos lá compartilhando a chuva. Mas não nada, nem um copo d'agua. Quem quiser ir se deliciar no Le Chef, pois que vá eu não aquelas sovinas. Tive sorte de não ser escorraçado, mas também aquele toldo é público cobre a calçada. Fiquei ali vendo os carros passarem o pior é que bem ali tinha um maldito de um sinal onde passava ônibus lotados fim de expediente, carros muitos carros. Todos olhando o cão com medo da chuva. A chuva cessou, pus o rabo entre as pernas e fui pra casa, no final nem adiantou, corria tanta água nas ruas, que acabei molhando tudo. Foi tudo em vão. Aquela humilhação.

Anã

Estrela da manhã,
rosa vã,
alva, clara,
desabrocha na aurora,

Estrela da manhã,
ao som da acauã,
desponta no poente,

ao som do riacho,
pulsa estrela,
doce fagueira,

teu riso refletido,
no poço,

estrela da manhã,

tu nasces
a cada estação,
sempre de manhã.

Breve

A mente humana tem o brilho,
o brilho da criação,
alimenta a imaginação,
enche tua mente, poe em trilho,

embarcas nesta viagem, nessa ilusão,
embarcas nesta viagem, se enche de ação,
constrói a tua essência, não fiques na escuridão,
pensa, deleita desta dádiva, na transubstanciação,

Alimenta tua alma,
pãe teu corpo em calma,
concentre seu ser interior,
ouça o riacho que corre dentro de ti,
sinta as sinapses,
onde habita tua alma?
o que constitui a tua alma?

Quem pode perscrutar?
tua alma, tua essência,
não creias no fisicalismo,
creia no teu mundo...

Não há substância fora de ti,
tudo que vedes, é tua criação,
para! pinta o mundo.
De qualquer cor...

Sinta o mundo,
sinta a brisa,
a luz do sol,
o cheiro das rosas,
a beleza das plantas, das flores.

Sinta a vida.
Pense nela,
o que pode lembrar,
está limitada a sua existência,
mas tua imaginação!!!

Alimente-a, pois é sua salvação.

Não desdenha da vida,
projete o seu mundo,
pinte-o de azul, de verde, de rosa.
faça uma poesia da natureza.
Sorria!
Alimente sua imaginação,
o mundo é víceral,
mas sedes sublime,
tendes capacidade de ação...

Há tanta coisa bela na vida!
Descubra-a,
desvie as rochas,
faça das dificuldades,
sua garra, motivo de vitória,

a vida é tão breve,
a vida é tão leve,
efêmera tal qual a flor,

ontem já passou,
o amanhã ainda não veio,
que tens o presente...

faça desse momento,
momento de paz e amor.

domingo, 21 de novembro de 2010

Paixão

Minha janela estava aberta,
fazia muito calor,
veio um vento forte,
e trouxe uma folha,
logo passou.

Minha alma estava aberta,
sedenta de amor,
veio um vento forte,
trouxe uma paixão,
logo passou.

A folha mexeu comigo,
queria um abrigo,
a paixão mexeu comigo,
queria um abrigo,

mas ai folha,
quem te trouxe foi o vento,
que logo partiu,
que queria era seu sopro,
o sopro foi agradável,
mas tu, folha, descarto-a.

Mais ai paixão,
cativei-a, não me cativaste,
o que queria era ilusão,
só uma sedução,
que foi agradável,
mas tu, paixão, carregas outra alma,
não posso descartar,

tenho que aprender a amar,
ou tê-la como carma,
não vigiai,
porque o vento é travesso,
como a paixão, passageiro.

Pecurilaridades

Não será o passado ilusão?
Se não fossem os fatos,
de seria o passado?
Mas passado sem fatos não é ficção?
Quais os fatos que concretizam meu passado?
Não será a vida uma ficção?
As vezes acordo e confundo os sonhos com a realidade,
e a realidade distante com os sonhos.
Sinto o sabor do caju,
vejo o cajueiro carregado de maturi,
cheio de caju vermelho,
não será ilusão?
Ah, doces memórias,
quando em casa, todos reunidos,
mamãe, papai, Bergue eu e as meninas,
em volta de uma ruma de caju,
descastanhando, com uma preguiça...
vai rápido pra acabar logo,
era bom quando o povo vinha ver caju pros porcos,
assim acabava mais cedo, mais pra que?
Pra ver desenho da xuxa.
Ter um tempo antes de ir pra escola...
Que vida peculiar,
quando era pequeno achava que todo mundo fazia aquilo,
hoje vejo que é uma coisa tão peculiar,
de minha terra, de minha cidade,
acho que era endêmica,
não existe mais,
minha infância foi atemporal,
Será que foi um sonho,
ou ilusão?
foi bão...
Nem um fato concretiza aquilo,
da castanha tirava-se o dinheiro,
do azeite as roupas,
simples...
peculiar infância.
Ilusão?

Reminiscência

Engraçado, Bandeira e Saint-Exupéry falam de reminiscência aos seis anos de idade. Será coincidência? Acho tenho reminiscência com essa idade quando fui a escola pela primeira vez.
Memórias tão distantes de minha mente. No Pequeno principe Saint-Exuperi em seu primeiro capítulo fala que quando tinha seis anos lera um livro sobre uma floresta virgem, onde uma serpente devorava uma fera. Refletiu muito sobre esta imagem então fez um desenho. Lembro de na infância ter visto cobre devorando cobra. Sim certa vez e não foi única, vi uma coral engolindo uma cobra de duas cabeça, achei muito interessante era um híbrido, como a coral paralisou sua presa não sei, mas sei que ela estava quebrando as leis da física, pois uma cobra menor engolia uma maior. Lembro-me como se fosse hoje. Estava indo pra casa de Eliene, nossa vizinha, e quando passei pela faxina, sim entre minha casa e a casa de Eliene de Airton que tinha cinco filhos, dois deles com idade igual a minha, era nossa vizinha mais próxima, sua casa era quase a minha, então certa manhã pedi pra mamãe deixar eu ir pra lá, ela deixou, e fui correndo, mas quando atravessei a faxina vi ali sob a maior pilheira, aquele quimera. Gritei e todos vieram olhar. É nos éramos muito humanos, instintivos, olhamos depois os meninos mais velho mataram a coral, a fera que engolia a presa. Corais são muito perigosas, seu veneno paralisa a respiração. Por isso os meninos grandes mataram, mas sob ordem de nossos pais. Vi outra vez uma cobra preta comendo uma coral, mas não matamos, pois cobras pretas não tem veneno, o único problema é se ela achar uma ninhada de ovos ou um terreiro de pintos, ai não tem como escapar,
se comer o que nós comemos já era. Onde morava tinha muitas feras que devoravam nossas galinhas e ovos. Tinha o tejo, a cobra preta, o gavião e raposa. Tinha que pastorear, roçar em volta da casa pra poder vigiar. Bem mas voltando senhor quando criança desenhou uma cobra que tinha devorado um elefante, seu desenho mais parecia um chapéu. Perguntou então para a gente grande se fazia medo. Indagavam que um chapéu não amedrontava ninguém, então desenhou uma cobra com um elefante, mas de maneira que desse pra perceber o elegante dentro da cobra. Foi uma frustração. Disseram-lhe que não sabia desenhar, melhor estudar geografia, história, cálculo e gramática. Assim o fez. Tornou-se piloto de avião e nunca mais voltou a pintar, guardou seu desenho. Quando encontrava alguém que achava que tinha certa afinidade mostrava o desenho, se dissesse que era um chapéu, desconversava. Falava de coisas de gente grande. É difícil falar com gente grande, pois tem que está explicando tudo sempre dizia.
Bandeira fala da infância, das festas juninas...
Reminiscência...
Aquela quimera com certeza foi uma das minhas, mas não sei em que tempo ou plano.

Linguagem intuitiva

 Quem conhece a linguagem dos pássaros, Quem conhece a linguagem das flores, Quem conhece a linguagem dos rios, Quem conhece a linguagem do ...

Gogh

Gogh