terça-feira, 29 de setembro de 2015

E como

E o tempo e o vento,
Senguem sempre uma direção,
Passam sem voltar atrás,
Há se senti-lós naquele exato momento,
Há de compreende-los,
Entende-los,
Para não ser surpreendidos
Em não percebe-los,
As coisas são tão efêmeras,
Como a vida assim é,
Como uma manhã,
O viço de uma flor,
A alegria,
A juventude,
Tudo, absolutamente tudo,
Passa
Como o vento
E como o tempo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sensual efemeridade

O silêncio da tarde é belo.
O mundo oco na tarde,
De crisa luz se refratando entre ramos,
O vento que sopra suave,
Dança com ramos,
Faz mexer as cortinas e janelas.

Tarde oca!
Silêncio,
Longe canta um vem-vem,
Este ouvido que ouve,
Se recorda, memórias profundas no tempo,
Já comungou tardes semelhantes
Com aqueles que dormem na eternidade,
A existência é uma dádiva,
Um mistério...

E viver tardes surdas assim...
E compartilhar as memórias
E tentar não cair no esquecimento,
De uma existência efêmera,
Como a tarde que parte.

Caatinga

O tempo eterno,
Lugares, floras, fauna,
Calor da manhã,
Cigarra cantando,
O tempo sempre o mesmo,
Gerações geradas, vividas,
Tecnologia, evolução,
Tempo eterno,
Sempre o mesmo,
Cigarras a cantar,
Cajueiro a florir,
Marmeleiro nu!
Caatinga,
Serra,
Mata seca,
Riacho torrado,
Tudo cinza,
Tudo armado,
Perfumado...

Sozinho

É preciso,
É preciso de algo para esvaziar a casa de solidão,
É preciso de algo para encher a casa de alegria,
Será que tudo que sinto não será profunda ilusão?
Sinto o grande vazio, até percebo o quanto fica fria,
Essa casa grande e vazia, de profunda escuridão,
Tenho que encher de informações,
Livros, objetos, móveis,
Tudo para me desviar da solidão!
Após um sábado e um domingo só,
O fim de semana torna-se enorme,
Mesmo falando com gente da Argentina,
Costa Rica, Espanha, México,
Minas, São Paulo, Rio Grande do Norte,
Teresina...
Eis que a ausência de uma presença real,
Tudo é solidão...
Incerteza,
Desesperança,
Mas é preciso ser forte,
Para não se entediar
Com tanto tédio.

domingo, 27 de setembro de 2015

Acontecendo

Meio dia,
A  luz intensa,
A terra frouxa,
Poeira e vento,
Ervas murchando,
Árvores sombreando,
Que fazer primeiro?
Preguiça,
Tira a cortiça,
Enche a taça e brinda,
Que mais uma tarde chegou.

Vida e morte

Vida,
Morte,
Movimento, ação,
Inércia, estática,
Ser,
Foi,
Existência.

sábado, 26 de setembro de 2015

Tarde

A tarde que encanta,
Quem sabe cantar, canta,
Quem sabe pintar, pinta,
Por outro lado sou só contemplação,
Ouço e sinto o vento,
Vejo as cores encarnadas,
Se apagando feito vela,
E o dia partindo,
Sumindo,
Até a eternidade.

Ter amor

Pouco temos consciência de que nossa existência é finita.
Temos a certeza da morte, mas quando virá é uma incógnita.
O tempo vai nos domando, nos experimentando, nos preparando
Para a partida que muitas vezes é dolorosa,
Não é maravilhosa e festejada como a chegada.
E a gente vai descobrindo a vida e se encantando
E se apegando ao mundo, às pessoas,
Até que não aceitamos a partida e queremos permanecer aqui,
Sem perceber que estamos constantemente em mudança,
Dia e noite, mês após mês,  lua após lua,
Estação após estação, doença e cura...
E o ciclo da vida se completa,
E a imortalidade e o tempo nos torna prisioneiros de nossos próprios corpos,
Nossos subjetivos seres.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Envelhecer

Envelhecer
Algo surpreendente e dramático,
A gente chega cada vez mais perto do fim,
Mas no meio pode está todo o início,
No meio pode surgir uma nova vida,
Envelhecer ao lado daquilo que iniciou novo,
Que se conheceu, se uniu, se cimentou,
Saber como é isso é doce,
Mas temer é se perder,
Que caminhos seguimos?
Acho que envelhecer
E se perder é trágico
E nada poético
E um fim abreviado.

Subjetivo

O silêncio da noite enluarada,
Um carro a passar,
Grilos a cantar,
Estrelas cintilando,
Memórias,
Doces memórias,
O calor,
O sono,

Niílismo,
O medo,
Egoísmo!

Tudo que me envolve
É tão peculiar,
Subjetivo...

Alteridade como crer?

Só o meu ser,
A pensar,
A penar,
A existir
E se angustiar com o ser,
Isso é viver.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Continuidade

A noite,
As ervas pequenas fecham suas folhas e flores,
Parecem dormir,
E pela manhã abrem suas folhas e flores,
Parecem sorrir,

A vida é assim,
Dia e noite,
Feliz e triste,
Dialética,
Poética,

De um dia para o outro,
De um mês...

As coisas acontecem,
As coisas se tecem...

E não existe um fim,
Apenas uma continuidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Arte

Faz falta,
Correr no tempo,
Buscar com sede algo,
Nos faz esquecer dos movimentos da vida,
Elucidado pela poesia,
Pela música,
Pela pintura,
Tudo quanto é arte,
Das mãos de um humano qualquer,
Pode surgir uma beleza eterna,
Da rocha,
Da madeira,
Da corda,
Do pano...
Engenho humano,
Puramente humano...

Calypso

O silêncio limpo da noite,
Grilos a cantar,
Escuro,
Lua crescente,
Um chá,
O sono,
O descanso mais que merecido, vigoroso,
Depois de um longo dia,
Só uma noite para repor as forças,
Amanhã é outro dia,
Sabe lá o que virá.

domingo, 20 de setembro de 2015

Prazer

Domingo,
A cama caliente,
Um livro,
Café lauto,
Um chá,
Tempo para si,
Sair a passear,
O prazer de almoçar,
E sentir a tarde passar,
Suave, fresca,
E a noite ornada pela lua,
Todo mundo bem,
Saúde e paz,
Hoje foi um dia perfeito,
Como são bons dias assim.

sábado, 19 de setembro de 2015

Reflexão


Passado, presente e futuro,
Eis que fomos, somos e seremos,
Este ser que é
Que cruza o tempo,
Que tem perspectivas,
Passamos pela vida,
Cremos ser lentamente,
Mas no alto do tempo vivido,
Percebemos que o tempo voa,
Que não há mais tempo,
Que podia ter sido melhor.
Onde depositamos nosso tempo?
No trabalho, nos livros, na diversão, nas viagens,
Na luta pela vida, na cultura...
São tantas e imensas possibilidades que sabemos apenas onde depositamos o nosso
Deveras nos perguntamos fiz a melhor escolha?
Estou sendo o que quero ser?
Refletir sobre a vida é importante, mas quem o faz?
Não ficamos imbuídos em nossos umbigos!
Deveras devemos refletir sobre nossa existência,
Porque a vida voa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ousar

Manhã
Aurora embrasada,
Vai apagando a noite,
E anunciando o novo dia,
O silêncio impera
Até que o canto do galo
Anuncia o novo dia,
Despertamos para uma nova ousadia,
Viver com intensidade,
Mais um dia,
Se possível sempre o melhor,
Para isso precisamos ver sempre
O belo, o perfeito, o alegre,
Encher nossa vista,
Nossa alma,
Nosso ser,
E ver sempre o meio copo cheio,
Sentir sempre esperança
No dia que cai,
Porque cada dia é uma aposta,
Cada dia é uma incógnita,
Que devemos ousar viver.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Valorizar

O que quer que eu faça,
O que quer que eu sinta...
Tudo em mim são ações,
Tudo em mim são emoções,
Tudo em mim são representações,
Que implicam em minha existência,
Em meu eterno jeito de ser,
Que as vezes nego ou legitimo...
E há tanta coisa velada,
Vidas não serão suficiente para entender,
Por isso cada dia é impar.

Primaveras

Algo em mim sente-se feliz,
Algo me faz sentir de peito cheiro,
Respirando alegria,
Por existir, por viver,
As vezes coisas simples
Como uma manhã ensolarada,
Com a brisa correndo,
As flores desabrochadas.
Coisas como uma canção,
Uma poesia,
Um riso,
Um flerte,
Um email,
Uma boa notícia!

Os anos caem,
E eu continuo com as mesmas impressões...

Somos assim mesmo,
Sempre evoluindo,
Sempre nos transformando,
Até que não tenham mais primaveras.

Madrugada

Madrugada, suave fim de noite,
O frio,
A aurora,
O silêncio...
Despertam-se as aves,
Soam doces cantos,
Canta o galo animado,
E os cães dormem,
Quando acordamos,
Certamente a essa hora,
Desilusão!
Enche a alma de esperança,
A vida vai continuar.

Caminha

Um caminho a se seguir,
Como seguir,
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Quem sabe o que pode encontrar?
Onde vai parar?
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Sempre...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Ser e Tempo

Suave noite grande rio,
Que escorre sem perceber,
Que se passa ao anoitecer,
Noite fresca, suave, distante.
Esse movimento que tinge os cabelos,
E enriquece a memória,
Movimento criativo,
Que aquece e constrói,
Que nos torna seres.

Saudoso

Setembro está tão fresco,
Aqui em João Pessoa cheguei
A exatos dois anos,
Quanta coisa se passou,
Quanta coisa mudou,
Quanta coisa mudando,
Em minha mente,
Em meu ser,
Em minha vida...
Ei que tudo vai mudando,
Se transformando,
Se resolvendo,
Se dissolvendo.

domingo, 13 de setembro de 2015

História do ser

O tempo,
O vento,
Desbotam a matéria,
As formas,
E tudo envelhece,
E tudo se acaba, se finda,
O tempo cria e apaga,
As coisas e suas memórias,
E as histórias só existem,
Para os que viveram,
E cada dia vemos nossa história de desfechar,
Se concretizar,
E fazermos quem somos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Agosto

Foi-se agosto,
Setembro chegou
E junto veio o calor,
Breves ventos refrescam a tarde que passam,
Como o ano,
Ano que se revela cheio de mudanças,
Cheio de altos e baixos.

Esta semana que voou,
Este dia que começou fresco,
E se mostra cheio de metamorfoses,
Revelada pela perca das folhas
Das grandes castanholas das três ruas,
Todo o jardim coberto de folhas,
Grandes folhas obovadas,
Douradas,
Vão se indo,
Em pó se transformando...
Foi-se Agosto.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Acontecendo

A noite,
Grilos cantando,
Estrelas brilhando,
Solidão,
Aconchego,
O vento ventando,
A noite anoitecendo,
Tudo acontecendo,
Suave e leve como a noite...

Permanencia

A vida,
O momento,
Aquele instante
Último,
Aquele que pode ser o último suspiro!
Nos faz crer
Em forças,
Em uma religião,
Em um santo,
Tudo pela vida,
Tudo pela permanência...

Nem tudo é permanente,
Ou melhor nada é permanente,
Tudo é desbotado pelo tempo,

Mas aquele momento
Que pode ser o último,
Nos trava,

Essas coisas nos faz pensar na vida.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Impermanência

A praia, areia, água salobra
Vasto horizonte,
Impermanentes seres que somos,
Experiências breves,
Porém eternas e subjetivas.
Construção e descontração
Imersão em nosso ser.

Linguagem intuitiva

 Quem conhece a linguagem dos pássaros, Quem conhece a linguagem das flores, Quem conhece a linguagem dos rios, Quem conhece a linguagem do ...

Gogh

Gogh