Certa tarde fui caminhar no parque das dunas, o sol brilhava forte, fazia calor, caminhar no parque entre e sob as árvores, num dos dias perfeitos. Pisando sobre as folhas só para ouvir o chiar das folhas secas. Então de longe percebi sobre a mesa um livro. Olhei para os lados para ver se não tinha ninguém, um possível dono, mas não vi ninguém, fui me aproximando da mesa curioso, já que adoro livros. Sobre o que trataria aquele livro? Quem seria o autor? e fui me aproximando, então quando estava quase na mesa, olhei novamente para os lados pra ver se alguém se aproximava. Não tinha ninguém, aquele livro alí abandonado ou poderia dizer perdido. Timidamente me aproximei e vi aquele livro azul com flores pintados como numa aquarela, seriam rosas, com título "As primaveras" de Casimiro de Abreu, olhei e pensei será um romance? Então abri e comecei a folhear e vi que eram poesias. Sorri por dentro e pensei acabei de ganhar um livro, então voltei para a contra capa para ver se não tinha um nome, endereço, telefone e nada, então vi que no centro tinha algo, pois sentia entumescido no centro, abri então para ver o que era. Era uma carta uma carta de amor, datada de agosto de 2003, escrita em grafite, nela estava escrito.
"Meu amor o tempo passa e não me esqueço, o dia em que lestes para mim o poema, MEUS OITO ANOS, foi tão forte, tão mágico que cheguei a me imaginar na carne do Casimiro, então desde aquele dia puz-me a decorar cada palavra, frase " A que saudade que tenho de minha infância querida.", naquele dia de chuva, nós dois passamos o dia enlaçados, eramos namorados, nos amavamos, logo depois abriu o livro e recitou aquele poema, enquanto ouvia no fundo a música da Cássia Eller, me arrepio só de pensar, mas nossas vidas tomaram caminhos diferentes, voce partiu foi para longe, em busca de algo que te preenchia e deixou em mim o vazio, escuro e frio, hoje ando pelo parque, chorando, soluçando e recitando nosso poema, ah meu amor onde quer que voce esteja, saiba que te amo.
Foi muito forte ler tais palavras, então comecei a folhear o livro e vi ali grafado todas as letras daquele poema, a quem pertenceria tal carta? Quem seria? Seria homem ou mulher? algo ou baixo? Claro ou escuro? Isso não importava, mas sim os sentimentos impressos naquele papel,
estava ali derramada uma alma, estava ali quarada em palavras a alma que tanto amava alguém.
Caminhei pelo parque para ver se via alguém, mas nada encontrei. Então segui caminhando até a portaria, o sol brilhava intensamente, as aves cantavam, o vento soprava vindo do mar e o verde das árvores reluzia intensamente. Fui até a portaria, perguntei se o guarda avistara o alguém com um livro na mão, mas ele tinha chegado para o segundo turno e fazia pouco tempo que pegara no turno. Tomei o livro e o entreguei para o guarda caso o dono resolvesse reaver. Segui para casa feliz ao saber que na alegria ou na dor, onde há o amor, o sentimento humano há esperança no ser homem.
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