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sábado, 14 de agosto de 2021

14. Reminiscências paternas.

Está presença de papai havia uma áurea de paz.
Ele gostava de conversar e rir.
Papai tinha tantas estórias boas.
Suas estórias geralmente vinham de seus amigos.
Hélio de Chico Franco e Evandro de Antônio de Chiquin do Canto.
As vezes quando estávamos só nós.
Ele lembrava de uma estória.
Antes de rir ele dava aquele riso.
A gente só ouvia o som do seu riso.
Era uma descarga cerebral fabulosa que expressava a comicidade da coisa.
Ai ele contava a piada rindo.
E a gente rolava de ri.
Sabe o Chaves que a gente mesmo sabendo que a piada está pronta, mesmo assim a gente ria.
Com papai era assim.
Já por fim seu parceiro de conversa era Toin.
Mas passaram por muitos.
Joazin,
Canindé,
Hélio,
Dezu...
Assim fomos tecendo nossas vidas.
Na minha mente éramos eternos
E viveríamos rindo por toda a vida.
Agora à tarde pai veio me visitar na minha mente.
Apesar de está sempre comido,
Mas sem o peso de sua partida,
Com o sabor de uma longa vida vivida.
Tem estórias que não podem ser contadas, pois os personagens ainda vive.
Mas que dizer!

O e tá minha donaaaaa! Eu não sabiaa... 
Nos fazia rir com um vixxxx de mamãe mangando de nós.

Ou na hora do almoço a gente brincava dizendo....

O saborrrrr de carne de porco não tem igual.

Ou o traga-me um bifeee...

A gente tinha nossas histórias e jargões revelados até mesmo por um par de 44.

Foram tantos os bons momentos.

Que adoro ficar só lembrando...
Como agora...

Apesar da família toda...
Papai era algo muito peculiar a nosso núcleo familiar.
Mamãe e filhos.
Ele conseguiu construir essa relação ao longo de nossas vidas.

domingo, 11 de abril de 2021

25. Papai e os anos

 Oitenta anos vividos.

Meu pai viveu por este tempo,

Viveu uma boa vida.

Oitenta anos são cerca de 29.600 dias.

E um câncer o consumiu em 120 dias.

Na equação da vida nada mal,

Mas na equação do coração

Nossa que saudade!

Faz quase quatro meses que se foi e a vida 

Perdeu um pouco do brilho.

Mas a vida continua.

O mundo está aí.

Pandemia, isolamento e muita morte.

Melhor voltar no tempo,

No tempo do pensamento.

A realidade está dada, objetiva.

Foram anos bons nossos anos vividos juntos.

Tantos sorrisos,

Um calar, um falar...

O que dizer de uma realidade que sofre metamorfose o tempo inteiro

Que somos parte desta metamorfose,

Nada...

Melhor pensar na caatinga,

Nas estações,

Nas transformações.

E encerrar dizendo que papai 

Vive em nós.




sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Foto - papai

O tempo passa e nos afasta da infância.
O tempo nos ensina que a vida é orgânica.
Ainda ontem brincava de faz de conta.
Nem sabia ler, nem sabia que era viver. Vivia.

Ainda ontem meu pai era forte e novo.
Ainda ontem estive em casa e vi que o tempo deixa marcas
mais fortes em meu pai que em mim.
O andar curto já arrasta o chinelo.

Mas quando volto a casa, parece que nunca sai dela.
Olhava a lua especular, eterna,
Enquanto o cachorro cochilava na estrada
e papai como sempre preocupado que um carro desgovernado acabasse,
com aquela pobre vida sai para espantar aquele cachorro.

Ergueu da cadeira e saiu bem devagar
Sem gritar, parecia que ia encontrar a lua.
E foi lá e o espantou,
Tomei a foto sem que percebesse.

Que grande é o coração de meu pai
que impiedoso é o tempo.
A foto, imagem com memória, revela
que o tempo passa para todos nós.

Algumas coisas continuam...
Algumas coisas simplesmente perpetua.

Coisas que gênios como Mozart, Beethoven,
Gogh, Nietzsche, Borges...
O tempo não consegue apagar...

E o tempo apaga tudo,
Corpo, memórias e alma. 
O tempo parece ser um sopro a nos levar a eternidade.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Chico Raimundo

Meu pai ainda adolescente foi embora de sua terra natal, foi embora para muito longe, para as bandas de São Paulo em busca de recursos. Saiu de casa aos 17 anos sem nunca ter calçado um par de sapatos, tendo como luz de casa lamparinas a gás, não sabia ler, nem escrever, mas sabia falar muito. Foi embora de pau de arara para longe, muito longe, gastou 17 dias para chegar a cidade grande. E nem sabia ler ou escrever, quem dera soubesse. Chegou na cidade grande seus amigos deram um par de sapatos e um abrigo. Em pouco tempo arrumou um emprego de servente de pedreiro, seus braços fortes de puxar enxada lhes permitiram alí sobreviver, passou a conhecer dinheiro e começou a viver e a sonhar. Antes dele seu irmão mais velho que servira ao exército era um homem disciplinado, havia casado com minha tia, irmã mais velha de mamãe. Desde pequeno trabalhou de sol a sol para criar a família, construir sua morada, simples, mas dele. Criou todos os filhos sob a força do seu braço e a arte de cultivar nas quebradas pedregosas. Um prodígio no cultivo da agricultura, aprendeu a arte do comércio, e realizava verdadeira jornada para fazer suas vendas gastava dois dias só de viagem. Falava muito e falava algo, tinha belas histórias para contar, tinha um grande amigo. Seu irmão abaixo do mais velho, também não tinha tino de ganhar o mundo ficou por lá mesmo, casou cedo, esse além da agricultura aprendeu a fazer vassoura de olho de carnaúba e colher de pau de umburana. Não tive muito contato com ele, só sei que era muito forte e calado para os de casa, nas festas ele falava muito. O irmão caçula nunca aprendeu com papai a viajar ficou por lá, nunca aprendeu nada além de agricultura. Gostava de fazer filho gerou quase 10. Ah! papai foi a ovelha negra que foi embora que aprendeu a ser carpinteiro, a ser boêmio, que aprendeu na escola da vida, na melhor cartilha "Rio e São Paulo". com um certo humo cínico, nunca deixou uma pergunta sem uma resposta, nunca fica por baixo, sempre se saiu bem. Embora hoje cochile no sofá mas está lá quem quiser ouvir ele falar, ah tem histórias para contar, coisas que nunca me contou, nem nunca vai contar, o que se passa naquela cabecinha como diz mamãe. Não sei, sei que é frouxo de correr, mas para viajar, para desvendar o que há no mundo é mais valente que o Don Quixote. Viveu tudo, nunca o vi reclamar do que não o fez. Sempre se mostrou humilde, e cheio de conselhos sábios. Voce já está quase lá sempre fala. Longe já esteve. Sua coragem refletiu em nós que todos fomos embora, não ficamos esperando tempo ruim, descobrimos que o mundo é grande. é um mundo de raimundo de Chico Raimundo.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh