Todo mundo tem esperança e em Serrinha do Canto não era muito diferente cada pessoa se apegava a uma ideia que o faria importante, com sucesso e feliz. Muitos se desiludiram e entraram para o protestantismo assim podiam falar de todo mundo que era e não eram protestante naquele lugar, foi como se ao abrir uma assembléia de Deus tivesse aberto um novo bar com bebidas hilariantes, de fato tinha todo um ritual para a bebida do Deus, mas o êxtase a embriaguez só ocorria na calçada da igreja onde sob a visão, depois de conversar com deus, podia falar do vizinho, falar não resolver o problema dos outros, mas de fato havia algo mágico naquele povoado, algo muito diferente tinha uma pessoa que tinha esperanças as avessas, ele tinha uma sanfona, é um acordeão e sabia tirar som daquele instrumento que achava muito engraçado. Luis era seu nome, filho de Mundinho, conhecido como Luiz de Mundinho, era um homem grande, forte, mas muito desajeitado. Toda a esperança que tinha punha ali naquele belo instrumento, com bordas vermelho prateado e sanfonado. Durante o dia trabalhava quando tinha trabalho, ou durante o período de inverno e durante a noite sentava num tamborete a frente de casa, na casa de seu avó, Chico Adolfo, e tirava o som daquela sanfona que mais parecia gemer ou chorar a pobreza de nossa gente que jantava cherém de milho ou cuzcuz com leite e era para ser feliz. Depois de cheia a barriga de cherem, ia ele tocar aquela sanfona e tocava, tinha até uma música que ele compunha chamada "mentira cabeluda", tinha letra, fazia o fole gemer e cantava, depois apareceu a música galeguin dos oi azul. Nos domingos e sábados ele tocava, as pessoas iam pra lá pra ver ele tocar, papai gostava sempre quando voltava do cercado dos gados ou voltando de algum negócio de passar lá e ouvir ele cantar. Mas as coisas não eram nada fácil, felicidade ali só a base da ignorância, rir só das desgraças dos outros. Quando faltava esperança as pessoas iam para a igreja, quem não tinha ao deus da igreja bebia cachaça. Com Luis não foi diferente, com nome de rei Frances, descendência do império sacro romano, nome do rei Sol. Aquele Luis de rei só tinha a cadeira e a sanfona, porque as roupas eram precárias, costuradas pela mãe, coitado tinha que mandar comprar sandálias fora, pois seu pé era maior que 44 número normal alí. Luis muitas vezes desiludido tomava cana. Era epiléptico que para aquele povo era uma deficiência, uma doença, e dai Paulo apostolo era epiléptico, quantas pessoas não eram, mas ele por ter essa doença já era discriminado. Tinha o braço forte e era muito bom de serviço, mas a cachaça foi tirando suas forças, tirando até a esperança, sua sanfona. Com o tempo sua mãe morreu, passou a viver só com o pai, numa pobreza de jó, mas ainda tinha a sanfona. Então entrou para a religião, todos o aceitavam, mas como o coitado, parou de tocar sua sanfona, largou a bebida, mas o deus dos protestantes não é um deus bom ele condena. E quando faltava fé, a cachaça acolhia Luis. Até que certo dia nem a fé não adiantou, a cachaça de sua vida levou, embriagado caiu do próprio corpo e bateu com a cabeça teve traumatismo e morreu. Então a esperança calou, e aquela arte, aquela esperança ninguém mais em serrinha do canto há de tocar, mas eu vi, fui testemunha ocular, que ali todas as noites tocava a esperança, foi época de criança. Onde muita coisa se passou até a esperança.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
quarta-feira, 30 de março de 2011
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