quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

28. Buscar mangas

 Mamãe mandou que fosse buscar mangas.

Mangas que forram o chão do sítio de vó Sinhá.

Bora lá Mera...

A cangalha já foi botada e os caixões também.

O jegue preguiçoso vai andando devagar.

Vai andando com suas quatro patas.

Vamos seguindo pela beira da estrada.

Já estamos em Zé de Júlio.

E avistamos as barreiras da terra de vovó.

O jegue marrento carrega o menino e a menina.

Vai andando sob a tutela dum cipó.

Para não dar bandeira vamos por tio Jessie.

Os caminhos de seixo rolado, o perfume das unhas de gatos e cipó preto encantam a caminhada.

Logo se ouve o som das águas do riacho do porção.

Logo se sente o aroma acridoce das cajaraneiras de tio Aldo.

A sobra de sua copa a terra fica coberta de esperas doces e amarelas.

Então já no porção passamos em frente a casa de Pedro Lião onde se ouve os gritos de tia Biluca.

Na casa de neta uma penca de meninos parecendo índio passam o tempo no terreiro da cozinha.

Passamos a escola e já perto de Zequinha de ver na entrada a casa de Paté.

Então chegamos a casa de vovó que não tem nenhum agrado para criança.

Vamos para o sítio da cacimba de Joel pegar as mangas.

Chegando lá até o jegue se delicia com uma delas doce e amarela.

Enchemos os caixões de mangas espadas e mangas buchas...

E voltamos pra casa em paz.

É de longe o gosto de mamãe por mangas.

A manhã se passa só nessa atividade.

A gente era rico e não sabia.

Com uma vó com um sítio de mangas.


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