Mamãe mandou que fosse buscar mangas.
Mangas que forram o chão do sítio de vó Sinhá.
Bora lá Mera...
A cangalha já foi botada e os caixões também.
O jegue preguiçoso vai andando devagar.
Vai andando com suas quatro patas.
Vamos seguindo pela beira da estrada.
Já estamos em Zé de Júlio.
E avistamos as barreiras da terra de vovó.
O jegue marrento carrega o menino e a menina.
Vai andando sob a tutela dum cipó.
Para não dar bandeira vamos por tio Jessie.
Os caminhos de seixo rolado, o perfume das unhas de gatos e cipó preto encantam a caminhada.
Logo se ouve o som das águas do riacho do porção.
Logo se sente o aroma acridoce das cajaraneiras de tio Aldo.
A sobra de sua copa a terra fica coberta de esperas doces e amarelas.
Então já no porção passamos em frente a casa de Pedro Lião onde se ouve os gritos de tia Biluca.
Na casa de neta uma penca de meninos parecendo índio passam o tempo no terreiro da cozinha.
Passamos a escola e já perto de Zequinha de ver na entrada a casa de Paté.
Então chegamos a casa de vovó que não tem nenhum agrado para criança.
Vamos para o sítio da cacimba de Joel pegar as mangas.
Chegando lá até o jegue se delicia com uma delas doce e amarela.
Enchemos os caixões de mangas espadas e mangas buchas...
E voltamos pra casa em paz.
É de longe o gosto de mamãe por mangas.
A manhã se passa só nessa atividade.
A gente era rico e não sabia.
Com uma vó com um sítio de mangas.
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