Juazeiro
Juazeiro,
Essa árvore tão frondosa,
De copa imensa e fechada,
Sombra fresca e generosa,
Até na seca enfolharada,
Nasce muito no baixio,
Cresce de forma lenta e torta,
De ramos sempre armados,
Demora a frutificar,
Oculta é sua florada,
De flores pequenas,
Verdes e estreladas,
Só por abelhas anunciada,
Então no fim da estação,
Aparecem os frutos ásperos,
De cor amarela e quiabenta,
Só os bichos apreciam,
Comem as folhas e os frutos,
E dispersam no cercado,
Há quem use sua casca
Para higiene bucal,
Juá na cachaça,
Creme dental melhor não há,
Deus o livre se sua estrepada,
Que fura até alpercata de pneu,
E lá está o juazeiro,
No meio do tabuleiro,
Verde esperança,
No meio da seca,
No meio do sertão.
De tronco áspero e duro,
Alva madeira e casca amarga,
Os ramos armados,
Com a casca muito amarga,
A madeira é alva
Tua madeira alva e dura,
A casca é muito amarga,
A casca
Com sua casca escova os dentes,
Suas flores tão miúdas,
Teu fruto áspero e quiabento,
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