sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

33. Marmeleiro

Marmeleiro que mato ligeiro,

Nasce e cresce em qualquer lugar,

De beira de estrada a tabuleiro,

Não precisa nem plantar.


Essa planta é pioneira,

A caatinga é seu lar,

Na seca se encontra nua cor de poeira,

No inverno fica verde ao se enramar,


A rama é boa de cheirar,

também flores e madeira,

A madeira é boa de usar,

Por ser fina e lenheira,


Com esta se pode cozinhar,

Se faz faxina e chiqueiro,

Ao jegue faz andar,

Serve de pau de galinheiro,


Com suas folhas macias

Muita gente se asseia,

Folhas veludas, discolores,

São simples laminada,


Com poucas folhas na ramada,

Tem início sua florada,

Com inflorescência pendulada,

De flores bissexuadas,


As Flores primeiras são pistiladas,

As segundas flores estaminadas,

Se quiser simplificar 

Primeiro as flores femininas,

Segundo as flores masculinas,


Em diacronia estas são apresentadas,

Evitando de serem autofecundadas,

E assim nessa jornada por insetos são visitadas,

Besouros, moscas e abelhas voam alimentadas,


Garantindo que as flores sejam fecundadas,

Ah! pequenas flores pequenas e perfumadas,

Flores efêmeras logo em fruto transformadas,

Essas pequenas tricocas formadas


Explodem ao serem desidratadas,

Sendo a semente dispersada,

No chão fica desaparecida,

Fechando um ciclo de vida,


O marmeleiro é um nome popular,

Para a ciência é Croton blanchetianus

Croton palavra grega quer dizer carrapato,

Blanchetianus nome do suiço que coletou tipo,


Lá pras bandas do velho chico,

Nas caatingas da Bahia.


Na categoria familiar se trata de uma euforbiácea,

A mesma da mandioca, do velame, da maniçoba...

Mas ai é outra vertente,

Agora só quero acabar esse poema.








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