domingo, 21 de novembro de 2010

Reminiscência

Engraçado, Bandeira e Saint-Exupéry falam de reminiscência aos seis anos de idade. Será coincidência? Acho tenho reminiscência com essa idade quando fui a escola pela primeira vez.
Memórias tão distantes de minha mente. No Pequeno principe Saint-Exuperi em seu primeiro capítulo fala que quando tinha seis anos lera um livro sobre uma floresta virgem, onde uma serpente devorava uma fera. Refletiu muito sobre esta imagem então fez um desenho. Lembro de na infância ter visto cobre devorando cobra. Sim certa vez e não foi única, vi uma coral engolindo uma cobra de duas cabeça, achei muito interessante era um híbrido, como a coral paralisou sua presa não sei, mas sei que ela estava quebrando as leis da física, pois uma cobra menor engolia uma maior. Lembro-me como se fosse hoje. Estava indo pra casa de Eliene, nossa vizinha, e quando passei pela faxina, sim entre minha casa e a casa de Eliene de Airton que tinha cinco filhos, dois deles com idade igual a minha, era nossa vizinha mais próxima, sua casa era quase a minha, então certa manhã pedi pra mamãe deixar eu ir pra lá, ela deixou, e fui correndo, mas quando atravessei a faxina vi ali sob a maior pilheira, aquele quimera. Gritei e todos vieram olhar. É nos éramos muito humanos, instintivos, olhamos depois os meninos mais velho mataram a coral, a fera que engolia a presa. Corais são muito perigosas, seu veneno paralisa a respiração. Por isso os meninos grandes mataram, mas sob ordem de nossos pais. Vi outra vez uma cobra preta comendo uma coral, mas não matamos, pois cobras pretas não tem veneno, o único problema é se ela achar uma ninhada de ovos ou um terreiro de pintos, ai não tem como escapar,
se comer o que nós comemos já era. Onde morava tinha muitas feras que devoravam nossas galinhas e ovos. Tinha o tejo, a cobra preta, o gavião e raposa. Tinha que pastorear, roçar em volta da casa pra poder vigiar. Bem mas voltando senhor quando criança desenhou uma cobra que tinha devorado um elefante, seu desenho mais parecia um chapéu. Perguntou então para a gente grande se fazia medo. Indagavam que um chapéu não amedrontava ninguém, então desenhou uma cobra com um elefante, mas de maneira que desse pra perceber o elegante dentro da cobra. Foi uma frustração. Disseram-lhe que não sabia desenhar, melhor estudar geografia, história, cálculo e gramática. Assim o fez. Tornou-se piloto de avião e nunca mais voltou a pintar, guardou seu desenho. Quando encontrava alguém que achava que tinha certa afinidade mostrava o desenho, se dissesse que era um chapéu, desconversava. Falava de coisas de gente grande. É difícil falar com gente grande, pois tem que está explicando tudo sempre dizia.
Bandeira fala da infância, das festas juninas...
Reminiscência...
Aquela quimera com certeza foi uma das minhas, mas não sei em que tempo ou plano.

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