terça-feira, 5 de abril de 2011

A morte

Um dos fatos que marcaram muito minha infância foram notícias de morte de pessoas conhecidas. Havia sempre uma sensação de perda, tristeza. Muitas pessoas morria idosas, mas teve uma morte que lembro que foi muito comentada por meus amigos. Na verdade o rapaz que fui assassinado era vizinho nosso, mas eu não conhecia, mas lembro que meus amigos que o conheciam ficaram muito tristes. E ao saber que este rapaz foi assassinado de graça. Por causa de ciúmes foi confundido e pagou com a vida. Chamava-se James e morreu foi morto muito jovem. O assassino nunca foi preso, nem sequer fugiu para livrar o flagra. Outra vítima foi um primo meu que foi assassinado na flor da idade, não tinha sequer 40 anos, tinha três filhos. Estava bebendo com um cara que segundo relatos assassinou-o por nada, também o assassino nunca foi preso, sequer saiu da cidade. Casos de homicídios eram muito comuns. Era comum também o fato de duas famílias através da vingança chegarem quase a se acabarem. As cidades circunvizinhas a violência corria a toa. Para matar o outro era preciso apenas olhar atravessado. Esses episódios, essa carnifícina povoou minha infância. Impunidade, ignorância, ódio dentre muitos sentimentos males habitavam aquelas redondezas. Uma coisa eu aprendi muito cedo que a morte faz parte da vida. Que uma vida breve leva ao sofrimento humano, ao sentimento de vingança, alimenta a alma com males. E foi assim vendo como não agir que cresci. Minha família é muito mansa, pacata, ética, somos cordeiros quase não existiu caso de homicídio que eu tenha conhecimento. A morte faz parte da vida. Sempre ia a velórios, enterros e como uma teia aprendemos, nos amparávamos da morte. Hoje não vejo mais essas coisas senão pela televisão, parece que ficou banal a morte. Algo fora da realidade. Pessoas somem, já não querem nem ter uma lápide. Gira o mundo e a morte a todos chega. É preciso fé, amor, paz e compreensão porque a vida não é eterna.

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