Uma estrada esburacada, poeirenta, de pó frouxo era assim a estrada que passava em frente a casa de Amaro Lopes. Tinha quase dois metros, cabelos brancos, e voz arrastada, faltava-lhes uma orelha não lembro se a esquerda ou a direita. Bem com a idade avançada que não lhes permitia mais trabalhar. Ele ficava o dia sentado numa cadeira de balanço na porta da sala observando quem ali passava. Sempre perguntava a quem passava algo, por isso era uma das pessoas mais bem informadas daquele lugar. Odiava quando passava algum caminhão em alta velocidade, pois levantava uma poeira que cobria toda os moveis de poeira. E os malinos dos carros ainda gritavam, mangando da cara do velho. Não entendia muito do que falava, não ria com ele, mas sabia que ele sabia fazer algumas coisas legais. O filho dele mais novo tinha uma beça, uma arma de atirar pedra muito diferente doas convencionais. Não sei como explicar aquela arma. tinha um arco, uma corda e algo parecido com uma coronha. Foi ele quem fez seu pai. O filho dele aprendera com ele a fazer carros de madeiras e lata. Nossa como queria um carro daqueles para mim. Queria mesmo era aprender a fazer. Uma vez mamãe encomendou um carro ao filho dele, pra mim. Ganhei aquele caminhão e fiquei muito feliz. Mamãe fazia meus gostos muitas vezes. As vezes nós iamos na casa dele para usar o moinho pra moer milho pra fazer a comida da janta. O moinho era muito bom leve. Ficava bem na cozinha onde quase todas as coisas eram feitas artesanalmente, mas com material de qualidade ruim. Então ficava ali moendo e ouvindo os adultos conversando, sobre a vida, o quotidiano das pessoas. Essas coisas. Certo dia o velho morreu, e nunca mais vi a porta aberta. A estrada agora estava calada. Poucos anos depois sua esposa Cica morreu também. Então o filho vendeu a casa e foi embora. Hoje a casa ainda existe, mas está fechada, calada. Não pergunta nem reclama de nada só trás nostalgia da infância. As vezes a noite quando voltava da cidade e passava ali, onde o vento faz a curva na estrada, sentia um frio na espinha. Mas até isso as memórias apagaram.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
domingo, 10 de abril de 2011
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