À tarde de domingo é sempre mais saudosa.
Há muito tempo que não vejo televisão.
Então por acaso enquanto fazia uma transferência de fotos para o celular,
E aguardava o movimento cessar.
Sobre a mesa descansava o livro de Neruda,
Memória da Isla Negra,
Então, peguei-o e abri bem onde havia parado de ler.
O poema que li foi "Aquela luz".
Um deslumbrante poema.
Deu para sentir o movimento do sentimento ai cristalizado em palavras.
E pensei quão vivo e eterno foi aquele momento publicado em 1964.
Aquelas linhas engendradas,
Pensadas e escritas a tanto tempo, porém tão vivas palavras.
Ultrapassou tanto tempo o meu tempo de existência...
Então nesta tarde, por acaso que magnífico...
Pelas palavras revivi um momento que nunca vivi,
Mas é como se fosse um dejavour.
Sei lá meus domingos já foram felizes,
Muito felizes,
Depois obscureceram e tiveram uma cortina de uma missa no final.
Agora melhorou, pois renovei no filho que nasceu a sete meses.
Assim a vida dando lições.
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