Na correria cotidiana, imersos em atividades e problemas a serem solucionados, acabamos nos esquecendo de viver. Hoje, terça-feira, no final da tarde quando retornava da caixa econômica para minha sala na UFPB, ouvir cantar um sabiá. Minha reação foi instantânea, parei naquele instante e desci da bicicleta, pois queria ouvi-lo novamente cantar. Então percebi quanto era linda aquela luz dourada. Num momento esqueci de tudo, porém fui tomado pelas memórias vivadas das tardes lá em Barão Geraldo, algo nesta tarde se convergia naquele instante. Era a tarde dourada, andar de bicicleta, ouvindo cantar o sabiá. Os tempos, os problemas, assim como as circunstâncias são outras, porém acho que sou o mesmo, mais velho. Quando cheguei na minha sala, havia esquecido quase tudo que me tomava. Assim arrumei minhas coisas e vim para casa sem perceber no caminho e nem me ater ao caminho. Apenas percebi que à tarde caia, assim orgânica sem poesia. E quando a noite caiu, não percebi na delicia que estava a água, nem nas atividades que fiz como estender as roupas, pois meu foco era jantar. Comi bastante como quem tem muita fome. Em seguida, fui fechar a janela e foi quando vi que era lua cheia. Ah! Que agradável surpresa que é contemplar o céu plenilúnio e sentir a brisa fresca. Depois cansado, deitar-se feliz porque esses momentos valem a pena e nos deixam feliz.
Agrada-me ouvir o piano Debussi ou Chopin ou ler Platão ou simplesmente algo do gênero que me faça esquecer o cotidiano, desacelerar e dormir em paz.
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