terça-feira, 5 de março de 2019

Leitura

Desde que desenvolvi o hábito de leitura o livro se tornou meu melhor amigo e companheiro.
Assim, busquei a todo momento ter ao meu lado aqueles que considerei e considero minhas melhores conversas.
Não leio tudo que tenho nas mãos, mas já o fiz. Acho que isto fazia sentido quando não tinha opções.
Lembro que lia história, geografia, biologia, mas nunca fui dado ao raciocínio lógico e com isso evitara exatas e talvez por isso tenha marginalizado a parte mais fascinante das ciências. Não sei e talvez nunca saberei.
Sei que não tenho uma explicação, porém me tornei um fascinado leitor de filosofia. Quanto a literatura acho que a maior parte dos livros são excessivamente longos, acho que por isso sou encantado com contistas como Borges. Assim, minhas leituras são muito centradas em filosofia e literatura.
Desde que surgiram as redes sociais meu tempo foi extremamente consumido nestas “relações” o que é uma lástima. Há também o fato de gostar muito de filmes e séries. Estas atividades me distanciam dos livros e desta maneira minhas leituras são tão poucas.
A metafísica me consome.
Ao longo dos anos modifiquei muito a maneira de perceber o mundo.
Lembro que quando morava com meus pais, dedicava-me a maior parte do meu tempo em leituras. Na verdade, almejava dominar todo aquele saber e aquelas ideias, porém como não compreendia plenamente o que lia em decorrência de minha ansiedade, de maneira a nunca consegui expressar o que lia. O que me fez isolado e cada vez mais calado.
E então, aconteceu de ir embora de casa. Sinceramente, estava maravilhado, pois finalmente poderia me dedicar com a finco as minhas leituras. Acontece que quando tive essa liberdade, enquanto estava na universidade, senti muita falta de casa, das minhas amizades e foi aí que descobri a solidão. De maneira que todo o meu tempo foi ocupado pelos estudos de biologia o que poderia ser uma maravilha, mas passou a ser chato, pois se tornou obrigação, minha maior responsabilidade. Talvez porque passei a me importar mais com notas que com a compreensão das coisas. A quem posso culpar? aos professores ou a minha incapacidade de compreender as coisas ou a minha falta de perspicácia?
Sentia mau por existir essa sensação de baixo rendimento de conhecimento.
Ajusta-se ao fato de não ter outras atividades além de estudar. De vez em quando ia ao cinema e sempre ia a igreja.
Surgiu a botânica em minha vida.
Minha vida sempre foi tão entrópica.
Mas sempre fui lendo não tanto quanto gostaria.
Veio o mestrado e as leituras se escassearam, até o dia que decidi ler filosofia.
E então li sempre mais.
Quando fui a morar em São Paulo descobri Nietzsche.
Depois no doutorado em Campinas desenvolvi o hábito de comprar livros e foi lá que descobri Borges. Bem eu já o conhecia, mas não tinha me encantado quanto aconteceu quando comprei um livro na Fenac do Shoping Dom Pedro.
Bem, descobri inúmeros autores que li sem muito entendimento.
Engraçado que passado tanto tempo, se vou reler alguns livros é como se nunca tivesse lido aquele autor.
Isso me assusta, porque eu adoraria ser um escritor, mas parece que não levo jeito.

Assim é como diz uma amiga.

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