Num lindo sábado ensolarado, fui visitar pela primeira vez o morro da Urca. Surpreendeu-me encontrar bem na base daquele morro, logo depois de passar o portão em direção ao topo, uma pequena gruta feita de pedra quebradas com a imagem de nossa senhora da Conceição. Uma imagem símbolo de fé de todo o Brasil. Ali estava uma gruta toda enfeitada, cheia de jarros com flores singelas todas belas. Aquela imagem sobre uma nuvem erguida sobre quatro anjos. O que estranhei foi o manto ter cor azul e vermelho. Parei para contemplar. No momento havia quatro mulheres, discutindo sobre quem seria aquela santa. Então uma foi até a placa e viu que era nossa senhora da Conceição. Discutiam a cor do manto, mas logo chegaram a conclusão que seria a imagem de nossa Senhora. Bem a frente haviam dois jovens de joelhos em profunda oração.
Olhei para o manto, para as estrelas no manto, para a coroa. Percebi então para minha surpresa que aquela gruta se posicionava sob uma enorme fiqueira. Episódio que me fez lembrar do budismo já que Buda atingiu a iluminação sobre uma fiqueira. E ali sob o verde da paisagem, o belo dia claro e colorido, bem naquela gruta havia paz. Vi no rosto das pessoas uma certa iluminação. Olhares de agradecimento, de saudades, de fé. Sim sobre uma fiqueira dia após dia centenas de pessoas depositam sua fé e estão em pleno momento consigo mesmo. Olhei as flores duas orquídias foi o que consegui identificar. Percebi num belo jarro antigo. Então fui embora, ruminando a ideia da figueira, de nossa senhora da Conceição e de Buda. Coincidências da vida. Tudo aconteceu num lindo sábado de maio de 2011.
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