domingo, 8 de maio de 2011

Viagem

Acordei cedo, o sol brilhava intenso, o dia estava muito claro. Ao sair de casa pude então ver o mar, os morros com lindas bromélias. Vi as casas, os prédios, os monumentos e as pessoas cariocas. Tudo tão colorido, tão verde, azul, vermelho, branco e preto. Vi carros indo e carros voltando no sentido oposto. Fiquei ali sentado no banco do carro, calado contemplando cada instante como se fosse o último, e aliás eram, pois estava indo embora do Rio de Janeiro. Tem lugares que antes de partir deixa saudades pela beleza, tem outros lugares que deixam saudades pela história que construímos e levamos dentro de nós. E foi com essa ideia que entrei no ônibus. Eu olhava através da janela a cidade, com tudo que a constituí. Vi que rio é poluído, tem lixo nas ruas, que as paredes e os muros são pichados. Mesmo assim o Rio é lindo por obra da natureza. E o ônibus foi se afastando da cidade maravilhosa, e fui entrando num labirinto de morros nus, fui subindo através das curva, subi até muito alto de onde podia ver um mar de morros. Ah, deu uma sensação de vazio no peito. Comprei uma revista de Foucault na rodoviária, então pairava em minha mente uma dúvida, se lia ou contemplava a natureza, de maneira que fui fazendo os dois. Então vi tantas paisagens, pensei tanta coisa que me senti cansado. Quando cheguei em casa, senti um vazio. A casa estava fria sem ninguém. Então meu dia acabou claro, com um lindo crepúsculo. Mas me senti só, passou depois que passei a roupa. Boa noite.

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