sábado, 6 de março de 2021

14. Metafísica poética

 Agora é tempo...

Quase meia noite é

Desperto deitado,

Ouço o som

Que vem lá de fora,

Fora é espaço,

A chuva que chora...

A chuva chorando,

Num átino,

 Vejo o que não mais existe  

Memórias o são essas coisas,

Sei que estou triste 

Sinto é tristeza...

Tristeza é reflexo de memória?

A tristeza tem a mesma matéria da memória?

Então penso e escrevo meu pensamento,

Materializando assim tanto a memória

Quanto a tristeza que existe,

Se é que existe...

Só sei porque me disseram,

Você está triste,

Então esse sentimento 

Ganhou uma palavra na língua portuguesa.

Se fosse inglesa seria Sad 

Ou ainda BLUE...

Esse sentimento existe na natureza?

Duvido que exista fora de mim 

Fora de ti!?

Então o que existe fora de mim 

Precisa ter substância?

Qual é a substância da memória?

E a substância da tristeza?

A tristeza pode ser controlada

Via medicamentosa

Regulando bem os hormônios,

Endorfina...

A contemporaneidade e a ciência

Juntas numa só mataram a melancolia,

 Enterrando as trevas,

Superando os ciclos de Danti.

Parou de chover,

Tudo é silêncio  

Mas ouço um som 

Um som não é só memória,

A prosa me fez esquecer a tristeza

Ou acabei de ficar triste

Não contente...

Ouço um ruído

Parece som de mangangá

Zuummmm

Zummmmm zeeeeeeee.

Aquela abelha gorda 

Sobre a flor papilionácea

Flor violeta da mucuna 

Do olho de boi,

Até na sobra da ignorância

Me encantava a natureza das plantas,

Em suas flores,  frutos e sementes.

Espere perdi o foco 

Ganhei o sono,

Uns versos

Melhor não adiar 

Em casa com criança

Sono é artigo de luxo...

Parou de chover.

Chega me calei.








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