Um dia esses versos
Serão empoeirados
Serão esquecidos,
Não desaparecidos
Terá sempre uma chave
A quem quiser acessar,
A quem poderia interessar,
São imaturos e pobres
Nem sabem o que expressar,
Falta métrica e rima e emoção,
Amorfos buscam uma classificação,
Querem em um gênero se encontrar
Desejam ser objeto do pensar,
Buscam nas palavras enunciação
Buscam alguma participação
Mas como um um habitat encontrar?
O tempo e o espaço hão de se encarregar
O que vos escreve desconhece a arte
Desconhece os paradigmas e toda parte,
Sabe apenas que o oriente ama a lógica.
Matutar a palavra encaixa-la feito dominó
Encontrar a beleza na organização rimada
Me trás uma reflexão pouco embasada
Que os espaços são ocos e podem ser um só
Ocupado, limitado ou ilimitado,
Pois agora é a melhor hora
De quebrar o paradigma
O protocolo, e aqui intuir
Criar uma quimera
Que seja mesmo independente,
Particular ou universal
Que seja livre
E apesar de tudo original
Que tenha fim imediato.
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