terça-feira, 23 de março de 2021

48. Momento matinal

 Amanheceu e nem vi,

Vi que era madrugada,

Mas achei que era sonho,

Abro a janela que dá para as três Ruas,

Relaxo ao sentir a brisa fria,

Brisa fria da manhã.

Folheio um livro do Neruda,

Leio um poema.

O mundo parece perfeito.

Sanhaçus piando e cantando nas árvores lá das três Ruas,

Olho a pintura de casa na parede,

Vejo papai sentado acariciando a cabeça de tuninha.

Penso no caos que está o Brasil,

Penso sobre de quem é a culpa...

O chiado do computador me puxa para a realidade do quarto e da vida.

A brisa volta a soprar pela janela,

Acompanhada de gritos de jandaia,

Olho no espelho,

Ouço Vinícius bocejar.

É os anos são um declínio para nosso corpo,

A vida passa num filme,

E ouço na mente a sexta sinfonia de Beethoven.

Calmamente...

Volto deste momento feliz.

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