quinta-feira, 8 de abril de 2021

17. Vida crua

 O vazio ao meu redor,

Uma infância silenciosa,

O mundo objetivo ai,

Mudo.

Meu mundo subjetivo.

Mudo.

Tudo estava ai dado.

Rochas, solos, plantas, flores, frutos.

Agricultura, pecuária, cozinhar e trabalhar.

A linguagem muda.

O que ouvia?

Não havia literatura, arte, ciência.

Era a vida crua,

A vida crua requer muito das pessoas,

Os estímulos o que nos envolve pode ser qualquer coisa,

Sortudo fui tive amor.

O lugar nu se mostrava,

Mas não tinha olhos para ver,

O lugar cozido se oferecia a uma refeição, mas a boca não era usada.

O início era o princípio mesmo,

Sabe um caderno, um lápis e uma borracha num saquinho de macarrão.

Todos éramos assim,

Isso...

Este reflexo da falta de recurso.

Este era o nosso retrato,

Essa era minha comunidade,

Minha realidade,

A vida crua,

A vida nua,

Mas a natureza diretamente nos ajudava,

E o trabalho nos fortificava,

Triste quem nem a natureza pode recorrer,

Triste quem vive a fome,

São as realidades deste mundo,

Com pessoas injustas,

Triste forma de ser,

Uns com mais outros com menos,

Sempre querendo,

Não foi fácil,

Porque ficamos com muitas marcas,

O importante é que deu certo,

Vem dando certo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh