Os sentidos me abrem as portas para o mundo. Através dele conheço o mundo e internalizo as ações, através deles me tornei quem sou, embora pudesse ser mais plástico as ações do mundo. Estes mesmos sentidos despertam em mim sensações que podem me levar a reviver as coisas. Acender nossas memórias mais longas e torna-las presente. O som, as cores, textura e forma, o sabor. Vivemos o presente, mas sempre avaliando-o buscando em nossas memórias o que conhecemos e assim assimilamos, cimentamos nossos conhecimentos. Hoje pela manhã, quando abri a janela, chovia, então senti um aroma gostoso de chuva, este invadia o meu ser e despertou tão rápido quanto a luz a lembrança de minha casa mãe. O aroma das folhas e madeira molhadas me levaram longe no lugar e no tempo. Então de imediato vi a fumaça saindo da chaminé, o solo molhado, as gramas e o cheiro da madeira queimando. Percebi que naquela época não acreditava que o tempo não passava, me sentia preso, aquelas sensações não pareciam suficientes para mim. As frutas que degustava, a companhia de toda a família unida, a calma daquele lugar que parecia ser eterno. E hoje quando vou lá, fico perdido em meus sentidos, o tempo voa e é eterno. Hoje sei que nada é eterno, até porque a experiência e os sentidos me mostram isso. Sou menos sonhador, mas vou buscando no passado, a força para realizar o presente.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
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