Sentado sob uma árvore no alto de uma serra, miro a extensão do vale e o horizonte distante. Daqui de cima sinto o vento viajante incessante toca meus cabelos, minha pele e parte levando de mim a meu odor, deixando-me numa sensação de liberdade. Sinto a pressão de meu corpo sobre mim, o solo frio. Começo então viajar dentro da paisagem que vejo. A contemplar a luz do sol que me permite ver as cores e distinguir as formas. A ver cada parte da paisagem como uma paisagem peculiar. A sentir o cheiro do ar, ouvir o que fala a natureza confesso que quase sempre não compreendo nada, mas nada do que fala a natureza, porém mesmo assim me agrada ficar a contemplar a natureza, a ver a beleza na vida, as vezes é muito difícil, no entanto busco sempre tentar entender racionalmente, pois muitas vezes achar que compreendi, traz-me uma sensação de satisfação. Hoje que moro muito longe das paisagens que contemplava, simplesmente sinto muitas saudades. Nem sempre tive o que queria. A vida já foi muito mais difícil. Quando morava com meus pais era feliz, mas sempre quis ter mais, ser mais que foi, não era preciso ter muita coisa pra isso. E quando não podia ter, comprar nada. Simplesmente tinha que aguardar o dia chegar até eu conseguir meus objetivos. Quantas vezes não consegui, lembro que fiz três vestibular, mesmo assim nunca pensei que não seria capaz. Era difícil aceitar que não seria daquela vez que eu entraria na universidade, mas fazer o que. Restava esperar e estudar. Lembro que certa vez saiu o resultado e não passara, no mesmo dia comecei a estudar. Quando ficava muito triste, pra não preocupar ninguém, eu saia a caminhar por entre matos, caminho a fim. E pensava eu vou conseguir. Caminhava olhando pro poente, contemplando o sol, as nuanças da natureza que me cercava. Triste, sentava e contemplava, comentava pro sol que um dia eu iria conseguir. Tinha que me convencer que era possível, por isso pensava, acreditava. Preciso ser forte e acreditar mais que nunca que tudo valeu a pena, que cada tijolo que carreguei serviu pra construir minha morada. Hoje descobri que não preciso de morada, pois somos viajantes e devemos sempre viajar.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
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Gogh

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