quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Travessuras do tempo

O tempo eterno viajante constrói e consome a matéria. A matéria viva que nos constitui está em constante metamorfose e são e estas que expressam quem somos, nossas origens. Fico abismado quando me vejo no espelho. As marcas do tempo são expressas em linhas sutis ou na ausência de algo que muito povoou minha cabeça. São tão tantas as memórias, estas denunciam meu tempo vivido. Memórias que denunciam o meu ser, uma trajetória que deixei por onde passei. Estas não só me pertencem, mas que as tem também muitas vezes não lhes interessam quase sempre são só nossas. Somos extremamente egoístas. O nosso mundo gira entorno de nos mesmos. Posso ver nos lugares onde passei imagens do que vivi, detalhes que só eu percebi. Meu mundo subjetivo tão meu, jamais prospectado por ninguém, coisas que não interessam a ninguém. Afinal o mundo que absorvi é aquele que processo, expresso e sou. Minha essência, alma e vida. Acho que só o tempo e a matéria podem me decifrar. Por isso viajo com o tempo. Um dia pararei de viajar, mas o tempo é eterno viajante.

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