segunda-feira, 3 de junho de 2013

Recordar

Na concha do tempo,
Nos giros e sulcos de meu cérebro,
Nas árvores de meus neurônios
O que poderei encontrar?
Vagas lembranças
De minha infância,
Soltas imagens que doces viagens
Ao mundo que há hoje, mas que era desconhecido.
A alegria ao cair da chuva,
Ao ver a água correr,
A babugem crescer,
As flores desabrocharem perfumadas e coloridas.
Quem não tem doces lembranças da infância,
Console, oh, grande Deus.
Console, oh, grande Deus.
Mas nunca é tarde feliz para ser feliz,
A vida passa num triz...
Às vezes ouso buscar na memória,
Ouso retornar no que me dar no tempo
E tento recuperar minha alegria de viver
Como tinha quando chovia
E a chuva fazia tudo ressurgir
Que assim sempre ocorra
Quando tentar sentir minhas memórias

E nada mais.

Maritacas da tarde

Enquanto, a tarde lentamente nublada e fria,
as maritacas cantam lá na paineira.
Linda árvore que dá para um lindo horizonte.
Cadê o sol e o céu azul?
Não apareceram hoje,
só as maritacas vieram
e voaram.
Enquanto permaneço aqui
minha mente voa com as maritacas,
e a tarde passa.

Feliz por virdes

Suave manhã que me abraça,
hoje e sempre vem de graça.
Manhã ensolarada ou nublada,
Sempre vem a minha vida
e enquanto existir, oh doce manhã
vem e preenche a minha vida,
Chegue sempre alegre,
suave e plena.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

É de manhã

Eu vejo o mundo não mais com o olhar de uma criança.
Vejo o mundo sob o olhar da experiência.
Hoje, aprendi o nome das coisas.
Aprendi tantos substantivos e adjetivos e verbos.
Aprendi a ver a vida pela realidade.
Muitos dos sonhos já não me pertencem
eles partem com os anos que passam,
perdem o sentido...
Talvez fosse mais simples ver o mundo com o olhar de uma criança,
mas seria meio ser bobo, talvez.
Ao menos descobri Borges e Sartre... e tantos outros
e aprendi tanto com a vida.
Mesmo assim, diante de tudo isso, aqui estou
entre a cama, a janela e o computador...
Vejo pela janela
uma bela sibipiruna, uma bauhinia florida
e um céu nublado.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Por questão

O tempo,
O espaço,
O ser,
Sou, aqui estou.
Vivo tentando desvendar a vida,
mas pouco consigo.
O nascimento é o início,
A morte é o fim.
Viver é a vida.
Os problemas que surgem em nossa vida
e as soluções que usamos para resolvê-los
nos torna quem somos.
As palavras que usamos para contar uma
história e responder perguntas
e nos definir nos torna quem somos.
Buscamos tanto estas coisas,
alguns encontram ou ignoram estas questões
enquanto outros atravessam a vida
orgânica e material.
Nestas horas sou arrebatado
por memórias vivas e doces
como o combretum florido,
o esterco seco de gado...
Nunca hei de me definir
só a morte assim o fará...
Mas ficará as entrelinhas de meu viver,
coisas que desconheci, mas que existia sobre mim.
Exito num tempo onde muitas coisas não me foram reveladas,
por questão de tempo,
por questão de espaço,
por questão do meu ser.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Eternidade negra

A noite cega e surda
me dar o descanso.
A noite sem lua,
de nuvens se derramam
e alegram os musgos,
e faz viva a terra.
Eterna escuridão,
fará com que durma
sob a terra viva,
sob a terra.
Que as raízes suguem
o que restar de meu corpo
que sirva para embelezar o mundo...
Mais nada.

Vago momento

A chuva cai,
ouço Chopin,
o dedilhar suave
deslizando no teclado,
o frio e o barulho
dos carros lá fora,
tanta coisa estranha a mim,
mas viva e acesa em minha razão,
E a manhã caiu,
e o dia se vai
suave...

Ser o que sou

"Querer ser o que sou, eis a liberdade que me resta".
                                                   Jean-Paul Sartre

Quem sou eu?

Sou tudo e nada.
Sou tudo que me cerca,
sou tudo que retenho,
Sou uma manhã nublada,
sou uma manhã uma manhã de chuva,
sou uma manhã ensolarada.

Sou o meio dia,

Sou a tarde de chuva,
sou a tarde de calor,

Sou o fim de tarde

e sou a noite...

Sou a esperança
que tudo isto
volte a acontecer,
mais e mais vezes,
sem me desiludir da vida,
me desiludir por aqueles que partem
e nos deixam,

Com o tempo percebemos
que nossos pais e avós não sabiam tanto
e que somos ignorantes,

que não ver a beleza
no nascer e por do sol.

Não vemos a beleza de ser quem somos.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Acontecer

A gente acorda e só quando a gente acorda o dia se inicia.
Há aqueles que acordam cedo e que gostam de apreciar a aurora.
Há aqueles que acordam cedo, mas não gostam de ver o aurora.
Há aqueles que acordam tarde porque podem e gostam.
Depois que o dia se inicia só termina quando o sol de põe.
Quantos encontros acontecem
e quantos desencontros não acontecem.
A vida passa.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Chá

Acendo o fogo.
Ponho a água para ferver.
Coloco a caneca no logar
e dentro dela ponho o saquinho de chá.
Enquanto a chama aquece a água,
penso em algo para pensar.
A água começa a ferver,
borbulhando e soando
o borbulhar.
Apago o fogo
e ponho a água fervendo
na caneca.
Aos poucos se desprende 
da erva o aroma e o tingimento escuro do chá.
E o que era água e o que era framentos torna-se chá.
Então, ponho um pouco de leite
só para quebrar o sabor do tanino
e para esfriar um pouco o delicioso chá.
Depois saboreio o aroma morno solto no ar
e o cálido sabor do chá.
Neste momento
me despendo dos meus pensamentos,
Sinto a textura e o sabor e o calor liberado do chá,
neste momento sou mais que nunca
eu mesmo.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh