terça-feira, 9 de setembro de 2025

Amor da flor e o morcego

 A semente do mussambé no baldo do açude deitou.

Quando a água secou ali germinou...

Cresceu molestada por percevejos,

Se vestiu de pelos glutinosos...


Bem lentamente sob o sol escaldante

Sob a noite enluarada, por vezes estrelada,

Crescia sem parar.

Seu corpo se dividia,

Suas células se reproduziam


O caule se ramificou,

Seus ramos armados e glutinosos,

Exalavam um cheiro de sertão.


Foi crescendo...

Crescendo...

Até que chegou o dia

Dia de floração...


Foi se desenvolvendo, se consgruindo,

Célula a célula,

Dai veio a inflorescência,

Dai veio o botão...

E numa tardizinha...


Como bicho que pare perante o sofrimento...


Uma flor desabrochou.

A primeira flor...


Flor de corola alva,

Quatro lindas pétalas unguiculadas,


Arrodeando o centro seis estames longos, finos e liláses suportavam as anteras.


No cento uma haste sustentava o singelo ovário


Com seus óvulos só esperando a fecundação...

A primeira flor foi abortada...


A segunda vez já não é surpresa...

Na inflorescência várias flores floriram...

Sempre a tardinha...



O cheiro se espalhou pela caatinga...

E para surpresa,

Naquela noite enluarada.


Uma visita aconteceu...


Um morcego veio e sem pousar,

Agradeceu e o néctar comeu...

Levou consigo o cheiro e um monte de polém, trouxe polém também.

E assim aconteceu.

Um amor no meio de sertão.


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