A semente do mussambé no baldo do açude deitou.
Quando a água secou ali germinou...
Cresceu molestada por percevejos,
Se vestiu de pelos glutinosos...
Bem lentamente sob o sol escaldante
Sob a noite enluarada, por vezes estrelada,
Crescia sem parar.
Seu corpo se dividia,
Suas células se reproduziam
O caule se ramificou,
Seus ramos armados e glutinosos,
Exalavam um cheiro de sertão.
Foi crescendo...
Crescendo...
Até que chegou o dia
Dia de floração...
Foi se desenvolvendo, se consgruindo,
Célula a célula,
Dai veio a inflorescência,
Dai veio o botão...
E numa tardizinha...
Como bicho que pare perante o sofrimento...
Uma flor desabrochou.
A primeira flor...
Flor de corola alva,
Quatro lindas pétalas unguiculadas,
Arrodeando o centro seis estames longos, finos e liláses suportavam as anteras.
No cento uma haste sustentava o singelo ovário
Com seus óvulos só esperando a fecundação...
A primeira flor foi abortada...
A segunda vez já não é surpresa...
Na inflorescência várias flores floriram...
Sempre a tardinha...
O cheiro se espalhou pela caatinga...
E para surpresa,
Naquela noite enluarada.
Uma visita aconteceu...
Um morcego veio e sem pousar,
Agradeceu e o néctar comeu...
Levou consigo o cheiro e um monte de polém, trouxe polém também.
E assim aconteceu.
Um amor no meio de sertão.
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