Esses dias em Serrinha de meus pais saia pra caminhar antes do sol nascer. A paisagem árida tingida de cinza. Até parece que o tempo havia tingindo tudo ou desbotado as cores vivas. As casas de minha infância, Chico Neco, João de Licor, Chico de Joana e Arthur Barreto... Já não há mais o amarelo poeira nos ramos secos, as curvas de brita ora brilha ora não são tão rápidos quem por aí passa.
Meu velho amigo João de Licor não olhas mais para o sertão... Resta a paisagem eterna paisagem. Segurando meu terço rezo as orações que aprendi com mamãe... Tudo agora é história. Caminho sem ter que chegar a lugar algum. Caminho pela fisiologia, caminho para pensar e tentar encontrar as memórias que estão aí. As casas de Benício Filho, as entradas das terras de Raimundo de Euzébio... O Joazeiro de Josimar, o alto do Barroso. Tudo é passado. Tudo é passado e em alguns anos este texto como tudo terá perdido o sentido, por falta de memória compartilhada.
Serrinha minha Serrinha.
Vi o último broque na terra de Raimundo de Euzébio ou de João de Janoca... Sim antes seriam tantos.
Agora busco um novo sentido.
Rezo.
E trago meu filho para cá pra não me sentir tão morto.
Papai, mamãe e nossos vizinhos se foram quase todos em alguns anos o tempo seifara nossa geração e esse texto pode ser o que restará e soará apenas como uma história e não a realidade que é.
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