terça-feira, 21 de outubro de 2025

Cintilante

 A manhã crescia no sertão. O vento soprava frio tingindo a vegetação de cinza.

Ouvi o canto do acauã.

O cheiro da cinza da mata queimada,

O chão queimado...

Na beira da mata varando o céu os galhos abertos ao céu...

Do alto de um galho cantava a acauã. Seu canto continuo e intermitente ia e era respondido da mata...

Parei e fiquei contemplando e me vieram memórias do Boqueirão, do meu pai. E enquanto vivia aquele momento rítmico.


Acauã acauã acauã.


O céu tão azul 

A mata tão cinzenta.


Eu mergulhado em meu ser,

No mundo,

No tudo e no nada.

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