A primeira vez que vi uma pipa ainda era criança. Fiquei encantado. Aconteceu lá em Serrinha do Canto, lugar onde nasci. E não chamavam pipa lá não era raia. O dono era Chico de Amaro Lopes e de Cícera.
Ele tinha um pai artesão que sabia fazer tudo, ao menos tudo que nós crianças mais almejávamos. E uma das traquitanas era a raia. Naquele lugar maravilhoso onde não tinha lugar aberto, exceto a estrada. E foi lá que vi Chico Amaro, correndo fazer uma coisa com um rabo, segurado por uma linha voar. As coisas, além das aves e morcegos podiam voar. Sim, lá nós já conhecíamos aviões, ou melhor o avião do americano pastor Pedro que vez por outra sobrevoava o município de Martins. Então, para ter uma pipa era preciso papel, palito de coqueiro, linha e sacola. No entanto, nunca consegui fazer uma pipa voar. Aprendi o que era uma raia, conheci esse objeto ainda pequeno. E isso parece banal, mas para a época não era. Não tínhamos televisão ainda. É de achar que é mentira, todavia é verdade.
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