Onde estou, carrego meu ser. Sou o que sou. Sou o que me cerca. Sou o que me ensinaram ser.
Sou o que aprendi a valorizar...
Após vamos lá.
Em pé, na beira da estrada, para para contemplar o vale e as serras.
Tudo que vejo é o que conheço.
A cinza da mata.
A cinza da mata.
A cinza das rochas.
A cinza das serras.
No fundo no vale o verde do campim elefante que vive enquanto viver o homem.
Baixa de Janoca,
Baixa de João de Janoca,
Baixa de Douglas...
Do pé do alto, havia uma casinha de taipa.
Nela morava Maria do Carmo casada com João Lúcio e mais um monte de filhos.
Tinha um pé de pinheira e ciriguela que mirava para a baixa...
Mas a frente uma rocha e um pé de angico.
Foi tudo que restou...
Na verdade... o tempo tudo apagou.
O sacrifício para sobreviver a pouca água e a pouca comida.
Ali ia. E costumava contemplar a baixa que em meio ao total cinza era a única esperança verde.
Nossa esperança no sertão é pelas chuvas.
Sinal de fartura.
Quando caem as chuvas é tão gostoso.
A gente parece renovar a vontade de viver assim como as plantas.
As plantas e as sementes despertam de seu sono.
A água faz o mundo cheirar a chuva.
Um professor que conheci desmistificou o cheiro da chuva e disse que era o cheiro de esporos de fungos.
Eita que tem fungo por todo lugar, pois pra mim a chuva só tem esse cheiro em qualquer lugar do mundo.
Então, sinto o vento soprar, ouço o vento cantar ou seriam as árvores cantando?
Assim, volto ao eu... saio da memória.
Caminho pelas estrada vendo o desprezo das pessoas pelo meio em que vive.
Lixo de garrafas de água, de cerveja, carcaças de animais.
Essa poluição não seria uma forma de violência visual?
E assim, segue.
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