Papai pariu deste mundo.
Sua sinfonia foi concluída,
Sua caminhada chegou ao fim,
Desceu do trem da vida...
Todavia enquanto caminhamos juntos
Tinha um orientador, um norte,
Foi seguindo seus passos que aprendi a caminhar só,
Papai me ensinou a amar a vida,
Amar os seres vivos dos mais simples aos mais complexos,
A amar o sol, amar a chuva,
Amar as flores,
Amar as matas...
Nós nos comunicávamos por telepatia,
A cerca de 35 anos ele passou a preservar uma pequena mata,
Hoje uma linda mata,
Nosso maior elo,
Ele deixou os catolés, os angicos, os feijões-brabos, as aroeiras crescerem,
Só tinha uma birra com as cajaraneiras, dizia que fazia sombra.
kkkkkkkkk.
Por último até as cajaraneiras.
Quantos pés de cajaranas cresceram na nossa terra,
Papai usava as madeiras na cerca e assim plantava mais uma planta.
Papai amava contemplar a paisagem,
Ele amava o meu amor pela vida, pelas plantas...
Lembro das poucas vezes que o ajudei na enxada,
Ele sempre me poupou, mas teve algumas vezes,
Ele me poupou de trabalhar na foice,
Ele me poupou de tantas coisas...
Lembro de ajudar ele no sítio do Pareiro,
Lembro de ajudar ele com o gado,
Lembro de plantar enquanto ele cavava os roçado com aquelas carreiras tortas,
Quando a gente mangava ele dizia, no silo vai um em cima do outro,
Lembro de ajudar a tirar pinha,
A tirar seriguela...
Lembro de ouvir as aves e os pássaros cantando enquanto a manhã nascer.
Lembro de ouvir seus pés caminhando arrastando os pés aguando as plantas,
Varrendo o terreiro;
Lembro de ir com ele para Martins nos dias de Sábado,
A motinha já ia direto para a sobra da figueira de Davi,
Então íamos a venda de Antônio de Chiquinho,
Encontrava os amigos Aluízio, Hélio, Dadá, Bolinha, Wasginton, Marlene...
Sempre tinha o café...
Lembro do carinho e o acolhimento e prazer que tinha em receber os amigos e familiares.
Papai sempre foi meu herói,
Agora se encantou,
Está guardado nos giros e sulcos cerebrais,
Está intensamente ramificado em meus neurônios,
Em cada átrio de meu coração.
Papai seu templo agora é pó,
Mas seu espírito (Gaist) eterno est.
Tenho certeza que não precisou de Virgílio para te guiar ao paraíso,
E assim é.
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