Nossa terrinha amada e querida,
Não houve uma ano em nossas vidas,
Um ano sequer sem plantação,
Tirávamos mato na enxada e na mão,
Não teve um metro sem cultivar milho e feijão.
Todo ano essa terra sagrada,
Nós dava o que comer e vender,
No inverno era milho e feijão,
Mandioca, arroz, jerimum e fava,
Seriguela, cajarana, pinha, araçá, goiaba,
Coco, acerola, mamão,
No verão tinha caju,
Comia no almoço arroz com feijão,
Na janta xerém com leite,
Da terra todos comiam,
Todos nós e os animais,
O cachorro, o gato, o louro, a galinha, o porco e
A vaca...
Ah, essa terra sagrada,
Essa terra amada,
Um metro não ficou sem cultivar,
Ano após ano,
No solo macio e plano,
No solo de barro inclinado,
Pedregoso de mato avolumando,
Se brocava e fazia o roçado,
E a gente produzia o que se comia,
Era pouco, o pouco com Deus é muito,
Pra vida melhorar,
Tivemos que buscar suplementar a renda,
Primeiro foi Beg,
Segundo Rosângela,
Terceiro Meire,
Quarto Lidiana,
Quinto Rubens
E sexto Roberto,
Porque comer e sobreviver
Se faz quando criança,
Está cheia a lembrança,
Dessa terra cansada
Que agora descansa
Como papai...
Aqui a vida continua,
Tem até nome de rua,
Mas as coisas são as mesmas,
Como nós os mesmos,
Com nossas vidas,
Nossos filhos e amigos
Até o dia final.
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