sábado, 29 de junho de 2019

Substância em movimento

O inverno parte e leva consigo as chuvas.
Ficam apenas as paisagens com as ervas, os arbustos, as lianas e as árvores.
Estas por sua vez logo ou morrerão ou ficarão nuas.
Suas folhas já amarelam e caem.
O vento frio já sopra do nascente para o poente.
As jitiranas, cabeças brancas, bamburral, muçambé estão tão floridas.
O milho já secou e foi dobrado e o feijão já foi desbulhado e guardado e a fava cresce e logo estará seca.
Não, não temos mais gado no curral e o sítio e a roça estão repletas de pasto.
Se fosse na época de Zé Neve, mas vô José já virou vento.
Assim como seus pais e avós...
Papai cansou e não mexe mais com gado.
A vegetação pode descansar.
Eu só gosto de contemplar,
Vi tudo acontecer e agora vendo desacontecer.
Essa tecitura que é a vida.
Essa espiral temporal.
Esse eixo existencial que é a vida.
A gente substância em movimento.

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