segunda-feira, 11 de abril de 2011

cada

E a tarde já não arde,
e o sol quase não brilha,
e a noite já vem vindo,
e eu vou saindo
para casa,
casa,
meu lar

Cresce

As árvores que tanto sofre com a adversidade da natureza continuam de pé. Perdem as folhas, as vezes perdem as flores e os frutos pela falta de água. Mesmo assim as árvores resistem e quando a natureza compensa com boas condições estas tornam-se viçosas e dão sombra, flores e frutos, além purificar o ar e transformar o inorgânico em orgânico. A vida ensinou as árvores a suportar as dificuldades do mundo ao longo do tempo. Mas não percebemos na natureza a inteligência, simplesmente ignoramos o mundo que vivemos. Olhamos apenas para o eu, um eu egoísta. Achamos que só nós sofremos e isso nos torna angustiados. Ah olha para dentro de si. Olha para a árvore que tu achas que está feia, ela pode está sofrendo alguma injúria. Não seja como plantas artificias sempre belas, mas sem essência, sem vida. Quando estiver se sentindo mal, para e reflete, na certa está amadurecendo. Aprende a refletir. Aprende a sofrer, só assim saberá ser resistente as adversidades da vida.

domingo, 10 de abril de 2011

Inverno chegou

Essa semana liguei para casa e falei com papai. Ele falou que fazia tempo que não chovia lá. Desde sexta que chove mamãe falou hoje.


Pra morar no sertão antes de tudo tem que ter fé e muita esperança. No Sertão a chuva não é algo frequente nem constante. Tem anos que chove muito, mas tem anos que cai uma chuva grande e as nuvens cheias de água não aparece mais. Ainda lembro quando morava em casa em certo ano estava numa seca danada já era março e a lavoura já estava considerada perdida. Era uma tristeza só, os animais estavam magros, a água escassa, as plantas com as folhas mirradas e murchas algumas plantas estava até nuas. O feijão estava já na rapa dos silos, muita gente já começava a fazer contas nos mercados. Então certo dia o sol nasceu num céu azul e brilho intensamente, as cigarrinhas cantavam. Fiz todas as coisas e me enfurnei dentro de casa para aliviar do calor. Neste dia no meio da tarde um ninbus despontava no nascente, as famosas torres. E veio subindo, tomando o céu, e a tarde foi esfriando e nós ficando felizes. E lá vinha a nuvem carregada. Choveria? Sim aos poucos o céu ficou totalmente coberto e pingos agressivos caiam sobre as telhas e a biqueira, caiam soando feito bala e foi aumentando mais e mais. Um cheiro forte de terra molhada, de chuva atemporal, perfumava nossa alma e aos poucas um fio, uma corda e um camelo de água descia da bica enchendo as caixas, os potes, os baldes, até limpa a água canalizada para a cisterna. A água começava a escorrer no terreiro, as galinhas correram e se abrigaram na casinha da faxina, e a vaca urrou feliz. E choveu muito, e naquela tarde a tristeza se tornou em plena alegria, os sapos saíram dos buracos, e cantaram. Os tanques encheram, as fezes do gado no curral se fez lama, logo os campos estariam coberto de cebolas bravas, logo a babugem pintariam de verde os solos nus. Naquela tarde começou o inverno e a partir daquele dia tivemos um ano muito feliz, cheio de fartura e de alegria.

A estrada

Uma estrada esburacada, poeirenta, de pó frouxo era assim a estrada que passava em frente a casa de Amaro Lopes. Tinha quase dois metros, cabelos brancos, e voz arrastada, faltava-lhes uma orelha não lembro se a esquerda ou a direita. Bem com a idade avançada que não lhes permitia mais trabalhar. Ele ficava o dia sentado numa cadeira de balanço na porta da sala observando quem ali passava. Sempre perguntava a quem passava algo, por isso era uma das pessoas mais bem informadas daquele lugar. Odiava quando passava algum caminhão em alta velocidade, pois levantava uma poeira que cobria toda os moveis de poeira. E os malinos dos carros ainda gritavam, mangando da cara do velho. Não entendia muito do que falava, não ria com ele, mas sabia que ele sabia fazer algumas coisas legais. O filho dele mais novo tinha uma beça, uma arma de atirar pedra muito diferente doas convencionais. Não sei como explicar aquela arma. tinha um arco, uma corda e algo parecido com uma coronha. Foi ele quem fez seu pai. O filho dele aprendera com ele a fazer carros de madeiras e lata. Nossa como queria um carro daqueles para mim. Queria mesmo era aprender a fazer. Uma vez mamãe encomendou um carro ao filho dele, pra mim. Ganhei aquele caminhão e fiquei muito feliz. Mamãe fazia meus gostos muitas vezes. As vezes nós iamos na casa dele para usar o moinho pra moer milho pra fazer a comida da janta. O moinho era muito bom leve. Ficava bem na cozinha onde quase todas as coisas eram feitas artesanalmente, mas com material de qualidade ruim. Então ficava ali moendo e ouvindo os adultos conversando, sobre a vida, o quotidiano das pessoas. Essas coisas. Certo dia o velho morreu, e nunca mais vi a porta aberta. A estrada agora estava calada. Poucos anos depois sua esposa Cica morreu também. Então o filho vendeu a casa e foi embora. Hoje a casa ainda existe, mas está fechada, calada. Não pergunta nem reclama de nada só trás nostalgia da infância. As vezes a noite quando voltava da cidade e passava ali, onde o vento faz a curva na estrada, sentia um frio na espinha. Mas até isso as memórias apagaram.

Domingo

O dia nasceu lindo hoje, mas acordei numa preguiça. Estava sem coragem até de abrir os olhos, com muito esforço abri os olhos e vi através da janela uma luz fresca, clara. Fazia frio, então fui ao banheiro e voltei para a cama onde fiquei metutando. Sobre a vida, sobre tudo que via. Então levantei novamente fui a cozinha comer algo, comi duas bananas e dois caquis. Então voltei para a cama. Peguei uma revista Fapesp onde li uma matéria sobre Marie Curie e outra sobre o Isaac Karabtchevsky, maestro da orquestra de Heliopolis. Em seguida mergulhei numa leitura sobre teoria do conhecimento de Alberto Oliveira e fiquei lendo quase o dia todo só parei para ir ao Dalbem buscar uma marmita e almoçar. Confesso que a leitura era muito pesada, mas deu para apreender muita coisa. Acho que pra ler esse livro precisa uma certa base a priori pra entender algumas frases. Enfim tentei ao ler este livro me senti como quem vai andando pelas ruas, tentando extrair das palavras um certo significado e alguma beleza, mas acho que por está cansado e me sentindo só, pouco consegui. A tarde as nuvens cerraram o céu e caiu uma forte chuva de granizo. Confesso que ainda era criança quando presenciara tal fenômeno. Agora a tarde está quase no fim e esse domingo passou, sem muita empolgação, mas assim o foi. Uma nova semana logo começará.

Choveu gelo

Neste instante acaba de cair
uma chuva de gelo,
que chuva dura,
que chuva branca,
que chuva!

Procura

Tento me encontrar no céu azul,
nos cúmulos, no vento, nas árvores,
tento me encontrar nos jardins,
nas estrelas, na lua, no sol.
Tento me encontrar no mar,
na areia, na água.
Tento me encontrar na manhã,
na tarde, na noite.
Tento me encontrar na chuva,
no inverno, no verão, no outono e no inverno,
vivo tentando me encontrar
no mundo, mas não me encontro
em nenhum lugar,
pois estou sempre estou tentando
me encontrar fora de mim,
como pode alguém se encontrar
fora de si, no mundo,
então certo dia percebi
que só dessa forma apreenderia
todo o mundo dentro de mim,
foi difícil entender isso,
por isso vivia errante como o vento,
como as nuvens,
como a luz
e certo dia
percebi que eu só poderia
está em mim,
e foi plena a minha alegria,
hoje vivo
de olho em todos
os lugares, mas preso a mim,
consciente de si
já não me procuro mais,
pois estou em mim
e estou em todos os lugares
que quero.

sábado, 9 de abril de 2011

Feira de rua

Fui a feira, lá vi tanta coisa bonita que fiquei embriagado. Vi muita gente diferente, gente sisuda, gente simpática, gente sorrindo, gente com pele de tons diferentes, gente bem vestida, mal vestida, gente alta, baixa, limpa, suja, educada, mal educada, gente com cabelos grandes, curtos, crespos, lisos, enfim vi gente de todo jeito. Vi muitos tipos de frutos, com diversas cores, cheiros, sabores e texturas. Vi diversos tipos de cereais, farinhas, legumes. Vi verduras, raizes, hortaliças. Vi diversos produtos do leite, queijos, doces e manteigas. Vi ovos, frangos abatidos, assados. Vi mercadorias do Paraguai, quiçá da China. E na feira comi pastel, tomei mineirinho, mas infeliz mente vi a rua suja, mal cheirosa, vi o dinheiro sujo em mãos sujas, vi pessoas espertas, pessoas indolentes, vi tudo na feira. Ir a feira é aprender, é viver e sentir-se vivo. A feira é um elo entre o campo e a cidade. Antigamente era na feira que as pessoas do campo entrava em contato com o pessoal da cidade. Onde os agricultores vendiam seus produtos e compravam o que não produzia. Na feira tinha poesia, notícias a feira era por si viva, rica. Sei que a feira ainda é tudo isso, mas hoje sugiram os supermercados que tudo oferece industrializado. As pessoas preferem as coisas industrializadas, pela praticidade e as feiras minguam, as pessoas se calam. Será que a feira esta fadada a se acabar? Espero que não, não que tenha paixão, mas acredito que a feira humaniza mais as pessoas, enriquece as relações, a cultura e a vida.

Voz

Cedo quando o sol saiu,
o vento veio de longe
afagando a natureza,
e entrou pelas frestas
de minha janela,
falando das belezas
desse vasto mundo,
me contou que passou
por um jardim de rosas,
e ficou perfumado,
que depois passou
perto de um esgoto
e ficou enfesado,
me contou que viu
pessoas rindo,
pessoas chorando,
me contou tanta coisa,
e depois calou,
sumiu nem me ouviu,
depois a luz
entrou e mostrou
as cores lá de fora,
dava para ver o verde da
acacia,
então estrela acordou
e começou a latir
e como latiu,
foi quando tomei
coragem e levantei
da cama,
naquela manhã
de sábado
bela, bela...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estrelas

As flores da jitirana coloridas,
desabrocharam sobre a latada,
eram tão belas e delicadas,
suas folhas quase todas lobadas,
todas eram trepadeiras,
pilosas, e suas flores
enchiam os olhos
com suas estrelas,
estrelas sobre a latada,
onde as galinhas repousam
durante o dia,
onde o cão de língua
estirada delícia sua caça,
na latada, onde teius
as vezes aparecem em
busca de ovos.
Aquelas flores
efêmeras enfeitaram tanto
a latada, nunca a vi tão bela,
tão cheia de vida,
e nem deu cafifa,
as jitiranas, quase chegaram
no jiral, mas Chico foi lá
e aparou seus ramos
fracos, então cresceram
na latada.
Nos tabuleiros jitiranas
cobrem de rosa as arvoretas,
o sertão tá tão bom,
nunca teve tão belo,
cantam as aves,
o sol sorrir
a arder e a
oferecer energia para
as jitirandas na latada,
nos carrascos,
no mundo,
as terras dos carrascos
nunca estiveram
tão estreladas.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh