quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ver e ser

O sol que desperta o dia, não é o próprio dia?
A terra que gira sem parar, não é o dia e a noite?
e ambos, dia e noite, não se tratam senão faces opostas da terra?
Esta luz que agora me revela as formas,
as cores, traduzem em mim o que sinto e percebo,
não é a mesma luz que aqueceu
numa manhã qualquer Gogh,
e lhes revelou as cores que o impressionaram
e inspiraram revelar o mundo a sua maneira?
Esta luz que faltou a Borges aos 55 anos,
e a muitos que não enxergam não perde o sentido
que escrevo acima?
Amanhã talvez os meus olhos que agora veem
com deslumbrar o mundo, a manhã,
poderão não abrir e isto um dia acontecerá.
A luz da manhã continuará a vir,
mas, nem sempre estaremos vivos para percebe-la
e aprecia-la.
Sol, dia, terra e ser.
Tudo só parece ter sentido,
no seio do eu.



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