terça-feira, 26 de agosto de 2025

Momento

 Acordava com medo da vida,

Despertando a consciência de que o tempo passa e não tem retorno,

Pensava em papai e mamãe gozando sua velhice.

Sentia o maior medo de minha vida a perda deles.

Na rede fresca olhava o telhado velho amigo de infância.

Telhas, ripas, caibros e linhas tecidos e uniformes, mostrando a pluralidade da unidade.

Meus ouvidos revelavam a beleza daquele lugar e canto do sabiá fazia entender a beleza de viver isso no inverno,

No verão me despertava o galo de campina...

Os jegues emudeceram...

Os cambitos e caçoas morreram.

Sem a fecundação humana morre a cultura e sobra na natureza.

Sem nosso saber e nossa presença morre também o lugar.

Papai se foi a quase cinco anos e mamãe a quatro.

A casinha está viva

Com uma luz acesa de nome Francisca...


Sou bisneto, Neto e filho de Francisco.


Carrego um cordão de São Francisco no pescoço e um tao de santo Antônio no peito.

E a minha alma que não é franciscana precisa ser domada todo dia ao som a ave Maria peço perdão a Deus.

Meu dia chegará,

Por agora é rezar e cumprir a tarefa da vida.

Viver

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