Tenho olhado muito para uma foto.
Nela estão meus pais e meus sobrinhos.
A luz é linda.
Estão todos sérios.
Só uma mostra um riso.
Porque?
Quem sabe.
Era tarde.
Ano 2017 que por horas vai se distanciando do presente.
Esse movimento incessante.
Olho e penso. Tudo é tão passageiro.
Foi real.
A realidade é um fio.
Um fio do devir.
Como a linha do horizonte que separa o céu do mar.
Assim separa o presente do passado e do futuro.
O espaço está ai.
O tempo se foi.
A casa limpa para receber os filhos.
A condição de saúde de mamãe.
Bom. Agora, faz seis anos desta foto.
E continuo pensando na vida.
Sob outra ótica.
Diferente de 2011.
Diferente do amanhã.
Nem sei porque escrever.
Para materializar o que estou sentindo.
Tenho olhado muito para essa foto.
Tenho certezas que nunca tive.
Nem talvez nunca terei.
Porque meu pensamento muda o tempo inteiro.
Talvez tentado me ver.
Eu que estava do lado oposto da câmera.
Talvez soubesse que essa imagem serviria para a posteridade.
Tenho certeza que sim.
Senão haveria riso.
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