O tempo passa,
De forma harmoniosa e simples,
Segundos, minutos, horas, dias, meses e anos.
Faz um ano e cinco meses que papai partiu.
Sinto muita saudade de sua presença física,
De nossas interações.
Amo e o sinto sempre comigo.
Seu ser está comigo.
Carrego-o no meu coração.
Tudo que ele passou felicidade, alegria, sofrimento e dor.
Agora se foram.
Sou profundamente grato pela vida que ele me deu,
A vida em si, os ensinamentos, o pão de cada dia, o carinho e o amor.
Não me esqueço de sua fé.
Tão bonita sua fé.
Uma herança de nossa família.
Todas as noites, antes de dormir, rezava o "Pai Nosso e a Ave Maria".
Acordava cedo, era o primeiro a acordar.
Fazia o café, acariciava nossos animais.
Papai herdou de são Francisco o nome e o amor pelos animais.
Papai nunca desejou mal a ninguém.
Era calado e por vezes quando se soltava divertido.
Lembro muito dele, embora as memórias com o tempo vão decaindo.
Mas tem os irmãos para lembrar.
Tem as fotografias.
Tem a minha existência.
Hoje como pai, tenho profundo amor por papai.
Mais ainda porque sei quanto fui importante para ele,
Como sou para o meu filho.
As vezes me pego pensando...
Como é bom ser pai e sinto que meu filho ama tudo isso.
Papai sempre me foi tão presente.
Em muitas horas ele se chegava.
Se adoecia, mamãe e ele combinava e ele ia saber como estava.
Não tenho palavras para expressar o meu sentimento.
Sei o quanto eram bons os seus abraços,
Naquele abraço desajeitado,
Havia toda humanidade que há no mundo.
Tenha o aperto físico, abraço amarrotado,
Tinha o aperto afetivo que entalava a garganta,
Aperto do coração...
A gente sorria se chegava,
A gente chorava se partia,
Sentia a barba por fazer ou feita,
O cheiro que a gente reconhece e gosta.
O tempo é vento que sopra sem direção.
É passado e é futuro...
Só aqui nos encontramos fisicamente.
O presente... esse deve continuar por mais alguns dias.
Sem cessar.
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