A sabiá miou na sobra da cirigueleira,
Miu... Miu...
A terra de barro molhado,
Miu... miu...
A era florida de flores lilás,
Miu... Miu...
O capim flocado áspero mole,
Miuuuu.
Miu, miu, miu...
A Pimenta malagueta está rubra enfeitada.
Pec... Pec... Pec... Pec...
A sabiá fez um ninho no pé de ciriguela.
Pec... Pec... Pec...
O girimum com sua rama espalhada bota flores amarelas.
Miu... Miu...
As flores azuis da bomba d'água imitam o manto de nossa senhora de Conceição.
Miu... Miu...
Lá está ela a sabiá de papo laranja no chão.
Miu... Miu...
No galho da cirigueleira.
Pec... Pec...
Olhe ali o ninho filhotes.
Pec... Pec...
Um tirrite estralou seu canto amarelo,
Tire... Tire... Tire...
Seu ninho um saquinho na algaroba.
Tire... Tire... Tire...
A roupa seca na cerca.
Tire... Tire... Tire...
A Pinheira está cheia de pinha.
Tire... Tire... Tire...
Os sanhaçus voam no espaço feito jato.
Iç... Iç... Iç..
O sanhaçu achou a pinha madura.
Iç... iç... Iç...
A pinha verde por fora e alva por dentro.
Iç... Iç... Iç...
O alvo mais doce que existe.
Iç... iç... Iç...
A fruta madura da palma.
Iç... Iç... Iç...
Cantou lá pra cima a patativa.
Tric... Tric... Tric...
De peito amarelo e sobrancelhas alvas tão maneira.
Tric... Tric... Tric...
Pousada não se põe parada parece uma agulha na mão de costureira.
Tric... Tric... Tric...
O umbuzeiro de Elite de Palmira tá que é só imbu no chão.
Pec... Pec... Pec...
Aquela calda verde agridoce da fruta que gostosura.
Pec... Pec... Pec...
O Juazeiro de folhas cartáceas amargas com tá coberto de juá.
Quiro... Quiro... Quiro...
Na ceriguela mia o sabiá.
Pec... Pec... Pec...
Fruta amarelada babona a fruta do juá.
Tziu... Tziu... Tziu...
A frutinha vermelha da maria-reta.
Tziu... Tziu... Tziu.
Levanto e paro de pensar.
A realidade virou saudade.
Tziu... Tziu... Tziu...
A roupa já secou na cerca.
Acorda que o inverno mal começou.