domingo, 21 de dezembro de 2014

Adeus Tio Jussier

O tempo passa,
Sempre passou,
Sempre passará,
Mas para alguns o tempo se desgasta.

O tempo para, depois de um início,
Depois de tanto passar,
O tempo para.
Hoje o tempo parou,
Para meu tio que viajou,
Viajou para o passado,
Estacionou sua viagem,
Decerto vó José e vô Sinhá
O esperam sua chegada na eternidade,
A gente continua aqui vendo o tempo passar,
Amanhã restará só a lembrança.

Meu tio que partiu,
Que vi envelhecer,
Vi a doença que o consumiu
Longos anos a fio.

Homem paciente que viveu de ilusão,
O chão de seixos ferrugíneos,
Não mais suportará seu peso,
Nem as bignoniaceas perfumarão seu caminho.
Adeus Tio Jussier.

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