A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
terça-feira, 31 de maio de 2011
Maio e tudo
Manhã
Cruz
noite vazada de luz,
pontos brilhantes
no céu a piscar,
feito uma cruz,
pontos do cruzeiro,
ao sul ligeiro me conduz,
noite, noite
noite de maio,
de Maria, das mães,
me espanta a noite,
a noite estrelada,
que me faz viajar,
me faz chegar lá,
no plano da imaginação,
onde sou e não sou,
sei e não sei,
simplesmente contemplo
o que vejo
a luz da cruz,
do sul.
Noite de outono
Poucas coisas eu fiz, pelo menos tentei e fazer algo, acho que consegui. Essa viagem está me deixando aéreo, não consigo pensar em outra coisa senão "vai dar certo", mas quem sabe que acontecerá que desfeche tomará essa viagem, não sei e se soubesse que graça teria. Então reuni com os amigos, pra conversar, comer uma carne, tomar um refresco. A Noite caiu escura e fria. Antes que noite caisse fui ao mercado, comprei algumas coisas, depois acendi o fogo, então assei carne e comemos e bebemos todos felizes. Quando vimos as horas já passava da meia noite, da uma da manhã. Sob o céu estrelado escuro e silencioso fomos dormir. Carrego no peito a certeza de que levo no peito amigos. Hoje foi um dia muito especial. Dia de outono azul, noite de outono negra e fria.
domingo, 29 de maio de 2011
Observatório e Saturno
sábado, 28 de maio de 2011
O outono e a viagem
segundo
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Sigamos
Tempo
se aquece pouco a pouco lá fora.
Aqui no quarto, meio escuro,
ainda esta frio. Sinto meus pés
gelados, meu corpo agasalhado.
Ouço rádio Amadeus,
enquanto viajo em minha
viagem próxima.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Mundo Subjetivo, um fim
Sofrer é uma sina que carregamos por termos esse mundo subjetivo e por carregarmos sentimentos. Puxa vida, que desespero me dar saber que vou perder as pessoas que amo, que já perdi. No entanto a vida é sábia, a natureza é sábia, muitas vezes não acompanhamos e evolução das ideias, das coisas do mundo, e morrer é o maior sussego. Um descanso desse mundo subjetivo.
Ontem, faleceu mais uma vizinha nossa, lá de serrinha, se chamava Cacau, era uma pessoa muito especial, muito amiga minha e de meus pais e eu dela e de seus filhos. Quando estive em lá no começo deste ano de 2011 ela já estava ruim. Então, hoje quando liguei pra casa, papai me falou triste. Fico triste também. Cacau com muito sacrifício criou uma família muito grande e um de seus filhos Airtom morava bem do lado de minha casa, tinha vários filhos que eram meus melhores amigos. Lá em Serrinha estávamos mais para uma grande família e eu compartilho que aquele povo muitas memórias em comum. Talvez um dia eu volte a morar lá, ou nunca mais, sei lá, o futuro é uma incógnita. Sei que minha alma está impregnada daquele lugar, daquelas pessoas, daquela cultura. Tenho as mais doces memórias de minha vida, da minha infância, dos modos que lá aprendi, mas que desaprendi. Não posso conter as lágrimas que vertem minha alma, meus olhos das lembranças, dos medos e dos temores que guardo. Nada do que possuo está mais lá. Estão comigo e levo onde quer que vá. Levo um pouco de cada mundo por onde passo, levo saudades e tento deixar amizade.
Quantas coisas posso falar do meu mundo... mas isso fica pra outro dia.
Viagem
Amém.
Fim do dia
O céu está limpo e azul, mas aqui dentro está quente,
lá fora na sombra deve está fresco, mas aqui
onde a luz entra através das janelas transparentes,
mais parece uma estufa.
Apesar do calor o dia está lindo!
Verde.
Acabo de perceber que o Phyllanthus acidos
do jardim ainda está nu, seus ramos
crescem muito devagar,
mais agora que está tudo tão seco.
Mesmo assim o dia
tem ar de poesia, de alegria.
Calma
Quando é dia e o sol aparece e as nuvens chuvosas não aparecem não podemos ver a chuva.
Gosto dos dias de sol, mas também gosto dos dias de chuva, todavia jamais poderemos ver os dois fenômenos juntos. A natureza, sabia, inventou as estações. Nas transições entre cada uma podemos encontrar algo parecido, mas nunca plena.
E como é a nossa natureza humana?
Lidamos com sentimentos que podem serem comparados aos dias tanto chuvosos como ensolarado. No entanto quando temos sol e chuva, realmente nos encontramos perturbados. E o que fazemos para suportar essas diversidades? Muitas vezes não sabemos e simplesmente sofremos. Sofrer faz parte da natureza, mas aprendemos a lidar e controlar e a fugir do sofrimento. No entanto, como na natureza temos época de transições que nos perturbam. Para isso, tenha Calma.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Acalma a alma
Cestrum e a noite
desce a noite sobre o dia,
as luzes se acendem frias,
mas não ocultam do escuro
as cores das formas.
Flores de cestrum
desabrocharam, hoje,
a noite. Nesta noite
de lua nova,
andando através
das escuras ruas,
sinto o cheiro
das noturnas
flores de cestrum.
O odor que toma
todos os lugares,
perfumam e enbriam
junto com a noite,
corpos cansado
do longo dia.
Voltar
e o sol despontava no nascente,
dourados raios atravessavam
as frestas da janela de casa,
então mamãe me chamava.
O frio vento subia a serra,
acordava-me e me dava preguiça,
estica-me na cama,
vestia uma blusa
e pegar uma carga d'água.
Mantava no jegue e saia
trotando, o jeque parecia
está com a mesma disposição
que a minha, por isso era
obrigado a recorrer ao cipó.
Tinha dias me sentia alegre
e outros triste,
E os dias se seguiam
pareciam que não iam
passar,
hoje, vejo,
puxa como passou rápido,
ah, se pudesse voltar
no tempo!
terça-feira, 24 de maio de 2011
Folhas
suas folhas doando ao vento,
o chão enfeitando, com
o mais belo tapete castanho.
As árvores nuas mostram
suas curvas, suas ramificações,
mostram seus ápices.
É outono e as árvores
ouvem o que ele diz,
e ele diz que logo
chegará a primavera,
e quando a primavera chegar,
cada uma das árvores devem
está vestida de flores,
para o mundo ficar cheio de cores,
mais rico em odores,
e assim a vida ficar
mais bela,
As árvores então
tecem em suas gemas
a confecção de flores,
aos poucos desabrocham
os ipês roxos,
as ervas estão dormindo
e o solo está pleno,
coberto de folhas.
Que belo é o outono,
o vento sopra frouxo,
os dias são tão claros
e a vida frouxa.
Rua
só o brilho da lua e das estrelas
ali alumia o escuro da noite
que enche toda a rua.
A rua Felizberto
cheia de árvores
que fazem sombra
que acalmam
e esfriam
a quem passa.
A noite fica vazia
escura e fria...
Viver e o cansaço
Canso-me muitas vezes.
Canso de pensar,
canso de tentar,
canso de reagir,
canso!
Mas enquanto não morro!
Ainda estou vivo
e por isso sinto,
e supero o cansaço
a vida é uma dádiva,
e cansar uma parte,
e viver é uma arte.
Os inteligentes
Na minha infância, eu acreditava que as pessoas mais inteligentes eram aquelas que sabiam fazer coisas que ninguém mais ali sabia ou as que faziam com maior perfeição.
Dentre as pessoas que admirava, ou melhor achava inteligente, havia um senhor chamado Elizeu que mexia com carpintaria e com soldagem. Em minha casa guardávamos os sereias, milho e feijõ, em silos de zinco. Então todos os anos era a mesma coisa, sempre que usávamos os silos as bocas por onde passavam os grãos ficavam quebradas, eram defeituosa por gênero. Então todos os anos era a mesma cantiga quebrou a boca, tem que concertar. Em algumas das vezes papai chamava o Elizeu, que trazia aquela coisa sólida e depois fundia no fogo e soldava as bocas, para serem quebradas do mesmo jeito. Ele tinha uma marcenaria, e quando quebrava algum objeto, ou melhor foice, xibanca ou lavanca, papai levava pra ele soldar. Gostava de ir com papai, porque achava muito legal aquelas máquinas que ele tinha. Aquela super plaina, um torno eu acho. Achava que aquela era uma toca do professor Pardal. Mas ele nunca inventava nada, só concertava. Tinha Severino Manases que tinha um jipe que só faltava falar. Roda movido a gás, bojão, e concertava-se com arame. Era muito interessante a relação dele com a mecânica, que acho que ele não entendia nada, só tinha paciência de Jó.
Hermes era outro senhor que mexia com ferro e tinha um carro que nunca se acabava. Bem uma má qualidade compartilhada por eles, com exeção de Serveino, era a ignorância. Eram pessoas como dizem lá, brutos de dar nó em arame farpado.
Enfim eram essas figuras que acreditavam ser os mais inteligentes, e realmente eram muito inteligentes.
O pensar e o tempo
Sobra-me tempo e ainda reclamo sua falta.
Penso porque vejo a natureza tão bela,
vejo a liberdade que tem as aves,
os insetos e as flores. Quantas vezes
não sinto vontade der um outro ser,
Mas penso por pura ignorância,
pois cada um é o que é por
acaso da natureza.
Agora, sou homem,
mas ser é um estado passageiro,
passa muito rápido.
Então quando tenho tempo
vago eu penso.
Quase sempre acredito ter
tempo vago e protelo,
entretanto não tenho,
e a cada segundo
perco os segundos
como as flores perdem
os polens,
como a ribanceira
perde argila,
areia levada ao vento.
Algo que perco e não
recupero jamais,
mas estou aprendendo
a convergir o tempo
na moeda do pensar,
estou economizando
o tempo, organizando
minha vida,
estou apreendendo
a eternizar o tempo,
mas pra isso,
preciso gastar do tempo
que me falta.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Carta ao amigo
Imagens
nas flores e seus odores, andando pela mata de manhã e a tarde.
Podia caminhar livremente pela mata, a qualquer hora.
Sentia o cheiro das flores, o vento soprar.
Ouvia o riacho ecoar suas águas pedras abaixo.
Sentia a terra molhada, terra perfumada,
de flores, terras pintadas pelas ervas.
Como era belo ver a mata se fechar,
se vestir de folha,
ouvir cantar o sabiá, acauã, o joão de barro
no fim da tarde.
Como era bom ver a terra enxuta no fim do dia
e vertendo na manhã seguinte.
Quebrar um ramo de marmeleiro,
cheirar flor de jurubeba
ficar a contemplar a natureza.
Sinto muitas saudades,
muitas saudades,
hoje descobri que
a música pode abrir a minha mente
as doces memórias,
lá de Serrinha, toda minha...
Toda minha.
Prece
com medo de perder o que não tenho.
Não sei, mas ando temeroso,
sei que não tenho motivos,
mas acho que estou me apegando
demais a matéria!
Dai-me luz,
Maio
Tempo ecoa
na aurora,
no ocaso,
o tempo voa,
rouba de nós
a juventude,
a vaidade,
a energia,
o tempo é impiedoso,
cobra de nós cada segundo,
mas o tempo é justo,
e nos dar a liberdade
de fazer o que quisermos
enquanto o tivermos.
Por não saber o que fazer
com o tempo que vivemos,
sofremos,
nos angustiamos,
mas o tempo,
como o vento,
não é piedoso
e nos ceifa
no momento certo,
a morte
sua serviçal
é impiedosa,
chega e nos
leva e deixa
a dor a quem fica,
tempo,
soa na concha da vida,
da memória,
tempo,
tempo.
Não me vejo
Sei que os anos passaram, pois
festejei cada um e com muita alegria,
mas não vi o tempo passar,
sempre estive comigo,
todavia não vi as marcas do tempo
em mim.
Quando percebi meu primeiro
cabelo branco, senti aflição,
percebi que envelhecera,
o corpo já dava sinais,
mas só o diferente me fez ver,
não vi as rugas aparecerem,
não vi o tempo passar,
contei o tempo,
mas não percebi, que passara,
ainda bem, senão estaria louco.
Então tem um dia que nós acordamos
e vemos que o tempo passou,
cai a ficha,
corremos para o álbum de fotografias
e então temos um choque,
o tempo realmente passou,
mas não vi as marcas no espelho,
eu não me via,
ainda bem.
Mas as fotos revelam
a relevância da vida,
dar um frio saber que envelhecemos
e morremos.
Então buscamos as memórias
e vemos que são tão longas.
As jornadas e não temos como
contornar,
resta perceber e assumir
que o tempo passou,
e trabalhar vida a fora.
Ainda bem que esquecemos,
por senão tudo seria
tristeza.
domingo, 22 de maio de 2011
Desfaz
Tempo
Ciclo
o dia,
o ocaso,
a noite.
Aurora calada, sob pouca luz,
anuncia a chegada do sol.
O sol chega e traz consigo o dia.
O ocaso anuncia a partida do sol
e a chegada da noite.
Ribeirão
Ontem fomos ao centro caminhando daqui do Jardim Paulista.
Adoro as casas da década de trinta. Fomos admirando as construções,
o palácio Rio Branco, a igreja de São Sebastião, o Teatro Dom Pedro II,
depois comemos num restaurante muito bom a toca do esquilo.
Enquanto estávamos no centro pude ver as pessoas
no seu ir e vir, comprar e vender.
Ver no rosto das pessoas as rugas da experiência,
na paciência da lida, na riqueza da vida,
em qualquer lugar sei que há,
mas aqui, é muito bom, é interessante demais.
fim de semana
Ah, como é bom acordar do lado que quem se gosta
e ficar matando o tempo bem devagar. Levantar e tomar
um café. Falar bobeiras, muitas bobagens.
Poder abraçar, beijar e falar da importância
da pessoa ao seu lado.
Depois deitar na cama e se esconder debaixo do
cobertor, pensar, viajar nas ideias.
Combinar o que vai almoçar,
sai para comprar a comida,
e até lá ir olhando as casas, os jardins,
cumprimentando as pessoas.
Depois, fazer o almoço,
comer, lavar a louça,
e ficar vendo qualquer filme besta.
E depois ver a tarde partir,
a noite cair e assim,
ir dormir feliz
por simplesmente viver o corriqueiro
e fazer do fim de semana a melhor coisa da vida.
Noite de outono
cai tão limpa, tão atropurpurea,
e torna-se tão escura.
Então, numa noite de outono
quando tudo esfria,
a noite parece mais escura,
a cidade mais silenciosa,
e as estrelas despontadas no céu,
como açúcar
sobre chocolate negro,
desperta desejo,
de seguir saboreando,
os momentos, doces,
belos,
vivos.
Reais
Superar
sábado, 21 de maio de 2011
Ilusões
mas lá fora está tão ensolarada,
aqui dentro todos os objetos estão
parados sem vida,
lá fora há vida, plantas,
aves, e gente indo e vindo.
Aqui dentro só
a energia sustenta meu
computador que me engana,
me ilude som sons
e imagens.
Isso é real?
Construo um universo
em minha mente,
mas aqui continua frio,
lá fora que há vida,
aqui só meu corpo
pulsa, vive,
lá fora há luz,
vida,
e aqui ilusões.
Família
Pois, assim como uma semente, cresce e torna-se uma árvore.
E quando uma árvore torna-se adulta, flora e reproduz-se.
Mas uma árvore para ter uma geração diversa, precisa das flores das outras árvores.
Às vezes precisa ainda de polinizadores.
A vida, ao longo do tempo, se diversifica e se enriquece.
Com o tempo a toda a vida renova.
Como as árvores que renovam suas folhas,
a vida se renova, mas o tronco, as raízes
continuam a existir.
E quando penso nos meus avós,
nos meus tios, pais e irmãos,
penso que uma semente se desenvolveu
e se tornou minha família,
e me vejo como um destes ramos
que continua a crescer,
desenvolver e eterniza-se.
Busca
todo o ser padece,
a alma também adoece,
perdemos todos os rumos
e canalizamos nossas forças
na busca da saúde.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Crepusculo
o céu tinge-se de vermelho e aos poucos
a noite vai cobrindo o sol
como sereias que encantam
guerreiros o sol se enebria,
dorme numa alegria,
enquanto a noite
sai abre as festas,
e todo mês chama a lua
pra fazer a festa dos românticos.
Ah, crepúsculo mais belo que aqui não há.
Manuel de Barros
Querido Manuel,
Tu que contas a gratuidade dos pássaros e dos lírios.
Que gênio, mais meigo e doce tu sedes.
Barros tu sedes tímido e sábio como uma coruja,
quando leio, ouço suas poesias,
Barros,
Querido Manuel,
Tu sabes mesmo fazer encantamento!
http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/gratuidade-das-aves-e-dos
Tarde
Por que escrever?
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Flor de Jasmim
tirava sua vida
só para sorver seu odor.
Muitas vezes nem tinha a cheiro,
simplesmente tomava-a
pelo prazer de desfaze-la.
Tomava uma flor na mão,
para desmachá-la
numa brincadeira boba
de bem me quer e mal me quer.
Tomava uma flor na mão,
olhava-a profundamente,
cheirava-a com carinho,
contava suas peças
as sépalas, as pétalas,
os estames e guardava-a
entre papéis.
Guradava-a em minha mente,
numa doce memória.
Sempre fora assim,
não acreditava na alma das flores,
até que em um certo dia
que encontrei uma flor
num velho livro,
da biblioteca municipal.
Aquela flor perdera a cor,
estava amarela,
doara a folha do livro uma cor em forma de flor
amarela e o livro doara a flor
a forma plana.
Aquela flor marcava
uma página onde
estava impressa
um poema de amor.
Então tomado pela
flor, comecei a refletir
quem pusera aquela flor ali,
o que pensava, quem pusera
a flor ali? Sofria? seria homem ou mulher?
Era uma flor de jasmim,
sim, fora branca, e se tornara
era amarela.
o poema tratava do amor
doce e maravilhoso como o jasmim,
nele havia
diversas palavras jasmim.
Sim aquela flor
se impregnou em minha mente,
roubou minha alma, por aquele instante,
tirou-me a calma.
Sim causou-me angústia
as dúvidas sobre a flor,
naquele livro de folhas desgastadas,
e capa preta.
Estava entre tantos livros.
Quem pusera a flor ali,
quem seria? Seria jovem?
Seria idoso?
Estaria vivo.
Peguei o livro emprestado,
li e reli o poema.
Então devolvi o livro
adormeceu em minha mente
a memória daquela flor.
Na correria da vida,
parei de olhar para as flores
até certo dia
ver um grande pé de jasmim,
a numa grande casa,
era o maior jasmim
que já vi,
estava florido,
perfumado
de flores brancas.
Tomei uma flor do chão,
despetalei-a.
A casa estava fechada.
Então sempre que
por lá passava roubava uma
flor,
estava sempre fechada,
supunha que teria
sido da li,
a flor seca de jasmim.
Casa
Está frio, então me enrolo. Esquenta, desenrolo. Olho através da janela e vejo a lua como um espelho de reflexo pálido. Então o sol nasce devagar, parece está cansado.
Ana finalmente acorda, tomamos o café, arrumamos as cobertas e finalmente começo a trabalhar, na janela mágica. Faz um frio muito gostoso, nunca visto aqui em Ribeirão Preto.
A impressão que tenho é que o a cor verde do piso torna mais frio o ambiente. Esse quarto pequeno de paredes brancas, com uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira e um armário, se não fosse tão organizado não seria tão confortável. Então permaneço sentado em frente ao computador. Em outros tempos seria um louco. Como pode alguém ficar o dia todo em frente a uma máquina? Confesso que muitas vezes fico impaciente. Então olho através da janela. Olho para a organização dos objetos, presto atenção nas coisas, nas formas. Então escrevo algo. Procuro sítios com entrevistas, informações de escritores. Acesso uma rádio espanhola e ouço música erudita. Escrevo e respondo emails. Enquanto isso no mundo lá fora, as aves cantam ou voam pelo céu; as árvores esperam pacientemente pela primavera, a brisa esfria mais o mundo. Melhor assim, merecemos o frio, afinal aqui é sempre tão quente. Volto novamente para o quarto. E então entro no meu mundo subjetivo e penso e viajo em minha mente onde encontro uma ideia que quer ser investigada, volto ao mundo. Digito no sítio google que me dar n informações em milésimos de segundo. Leio, reflito.
E quando estou concentrado sou obrigado a ir ao açouge comprar carne moída. Vou e volto, comprei uma melancia e ao provar que não é lá essas coisas. Sinto frio o dia todo. Então almoço...
Saímos para ir ao banco, voltamos volto para a janela mágica. Leio, completo os dados de uma tabela...
E chega então a noite...
E mais um dia vivido.
Açucena
Dia frio
Silêncio da manhã
Ainda está escuro, a sombra da noite não partiu.
A lua prateada brilha serena no céu, mas o tempo
é chegado. As horas anunciam a chegada do dia.
Aurora começa a acender suas brasas e logo
chegará o sol.
Todavia neste momento vivo o silêncio.
O meu corpo como o dia desperta
de uma noite de sono, neste momento tudo
é silêncio.
Um silêncio escuro e frio.
Dentro de casa nada se mexe,
nada se ver.
Através da janela o frio atravessa
frouxo trazendo de fora
o silêncio frio.
E minha mente desperta.
e começa a funcionar,
e encontra no silêncio paz.
Vivo um intenso silêncio.
Ouço o respirar das pessoas
em suas quentes camas.
Além disso tudo é silêncio.
Na cozinha as baratas se recatam
leves. Os ratos voltam para o escuro dos esgotos,
e os morcegos mordem suas
vítimas cautelosamente,
então no silêncio desperta o dia,
mais um dia, que pode ser o último
dia, o melhor dia,
mas o dia faz segredo
e em silêncio desperta a terra.
Gosto de sentir o silêncio da manhã,
de tocar no silêncio da manhã,
pois é frio, é belo,
é fantástico.
Quando era criança
e nas noites de São João
tinha um ritual de acender a fogueira,
papai se encarregava
de tudo e eu apenas ajudava.
Aquilo era como o nascer do dia
silencioso, o fogo precisava de
atenção para pegar, para acender
então ficávamos calados
até o fogo pegar,
acho as vezes que o fogo também curte
o silêncio para despertar.
Então a noite como o dia
começavam depois que se fazia
brasa, e chama,
e só através do silêncio despertava
a beleza da noite, do dia.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A casa de meus avós
Meus avós, pais de minha mãe, tinham duas casas uma na serra e outra no sertão. É da velha casinha do sertão que tenho as minhas primeiras lembranças deles, pois era nela que moravam até então. Aquela casa era pequena, velha, baixa e escura, com por ter poucas janelas. Era uma casa sem conforto, feita sem capricho; construída para abrigar trabalhadores durante o inverno, guardar a safra da chuva e do sol. Mamãe contou-me que meus avós foram morar lá depois que todos seus filhos deles se casaram. Como meu avó já estava ficando cansado e não podia mais trabalhar tanto como fazia quando era jovem, resolveram que seria melhor morar naquele lugar que se chamava Vertente, pois tinha ali terras mais planas e mais próxima de casa para cultivar. Exigindo menor esforço no trabalho. Assim foram morar nas naquela propriedade, naquela casa.
Eles viviam do trabalho, criavam gado, porcos, galinhas e perus. Meu avó cuidava da lida da roça, cultivava feijão, arroz, milho e algodão. Enquanto minha avó cuidava dos afazeres caseiros. O passa tempo naquele lugar era trabalhar. Ali, trabalhava-se de inverno a verão. No inverno cultivava-se feijão, arroz e milho, melancia e melão, e no verão se cultivava algodão e preparava as terras para plantar no inverno. Já o trato com o gado se estendia por todo o ano.
Naquele tempo as Vertentes era muito povoada. Até tinha uma escola funcionando. Tinham várias famílias que conviviam em paz.
Meu avó era uma pessoa muito, como diz lá no sertão, gaiata, brinachona, feliz. Gritava naquele sertão velho.
-Olha a erva rasteira.
E dava uma bela gaitada.
Já minha avó era séria e recatada. Não tenho muitas recordações de quando eles moravam lá.
Minha irmã do meio, mais velha que eu um ano, morava com eles. Meu avó a chamava carinhosamente de Lera.
Todavia o tempo foi passando e chegou o dia que meu avó não podia mais trabalhar. Então tomaram o caminho de volta para a serra, onde ficariam mais perto dos filhos, e da cidade no caso de doença.
Então, eles partiram de lá, na mesma época que as pessoas começavam a ir embora dali, em busca de melhores condições de vida.
Aquela vida pacata já não bastava para as pessoas que ali viviam.
A velha casa do sertão logo foi ocupada por um tio que viveu nela por muito tempo, ele recebeu de herança aquela velha casa com uma pequena quadra de terra, mas ele trocou aquela propriedade pela propriedade de meu irmão que fica na serra. Então mais uma vez a casa foi abandonada. Hoje a velha casa das Vertentes está abandonada.
Na última vez que fui a casa de meus pais resolvi ir visitar e rever a velha casa.
Fiquei muito triste de ver aquela casa que tanto pulsou, foi tão cheia de fartura, de gente e agora se encontra vazia com as portas fechadas e por vezes com algumas partes ruindo. Foi de cortar coração. Como deixar a velha casa desmoronar?
O que se pode fazer. Conservá-la de pé seria muito bom, mas falta capital. Então como corpo decadente a casa morre a cada dia. Chegará o dia que não mais existirá.
A casa também envelhecera e agora aos poucos como toda matéria desfaz-se as estruturas.
Minhas memórias daquela casa são muito vagas, eis que todos aqueles que tinham diversas memórias de lá, dormem eternamente.
Pessoas se encantam
Oculto
Nada me conta. A manhã chega silenciosa e fria. Estou preparado para viajar, mas o desenrolar do dia é quem vai dizer o que vai acontecer comigo. A cada instante que se desvenda o mistério da vida é algo totalmente desconhecido. Se tudo sair como penso vou viajar, ver o mundo claro, mas eis que a tudo e a todos é oculto o que vai acontecer.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Viva e deixe eu viver
Aprender a conversar
Lua, luna, lune, moon, Mond...
quanta beleza a cada noite.
Hoje, nasceu tão cheia,
estava tão prateada.
Fazia tanto frio,
mesmo assim a lua nasceu,
Nua.
Vinha na rua,
parei para ver ela, a lua,
parei para contempla-la.
É porque a lua. A lua meus queridos,
é uma chave inestimável.
E mais para mim que nasceu no campo.
É uma chave inestimável
que abre as portas de minha memória.
Sabe, não sei por que, mas quando era pequeno
eu acreditava que a lua nos seguia,
achava que ela era tão companheira como um cão,
pois para onde agente ia, ela nos seguia.
iluminando nossos passos do escuro da noite.
É lembro que a luz da lua brincávamos de cai no poço,
uma brincadeira de adolescente do interior, bem interiorano.
Brincadeira que permitia dar uma volta no terreiro e um beijo.
A lua era muito romântica e indiscreta, pois sempre vigiava para
ver se não fazíamos nada além de um beijo e uma volta.
Sob a luz da lua brincávamos de tantas coisas.
A cresci sempre junto da lua,
ela me é tão familiar quanto qualquer coisa.
Afinal é a lua plena.
Moon, luna, lua, lune, Mond...
Simplesmente lua maravilhosa, mãe, protetora da noite.
Riacho
faz curvas, cai nos poços e segue
sempre em direção ao lugar mais baixo,
as vezes o riacho se cansa e as águas
nem chegam a chegar,
simplesmente evaporam,
mas a intenção é correr
sempre para baixo der
onde for dar, segue o riacho,
água abaixo.
Quarto
Castelhano
- Essa menina é muito inteligente.
E continuei. - Deste tamanho e já sabe falar espanhol.
Felipe meu amigo que estava com eles, complementou.
- E desde pequena.
Então todos riram muito.
Creio que a menina não entendeu nada, pois seguiu com um olhar de anjo indiferente a toda situação.
Talvez tenha pensado que fosse um palhaço ou não pensou nada, pois talvez nunca tenha vivido tal situação.
Então eu sai rindo por dentro. Os pais dela e todos que os seguiam riram também.
Voltei ao trabalho, após um bom tereré e uma piada.
Fui ao trabalho rindo por dentro.
Que doce momento.
Maio
Manhã fria
E o sol brilha tão intenso.
Que lindo o gramado verde nas nossas praças.
As espatódeas com suas flores vermelhas,
as quaresmeiras com suas flores roxas
e as palmeiras com suas folhas a acenar
para o vento.
O catavento do Aulos gira feliz.
Os carros enchem as avenidas de movimento.
Pessoas caminham agasalhadas,
nessa manhã fria de outono,
as pessoas não param.
Só a natureza se contempla,
por está tão fria, tão colorida,
tão gostosa.
Essa manhã fria.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Esperar
Lua
nasceu cheia, linda no horizonte. Calma foi seguindo para o meio do céu.
Foi seguindo sobre a rua, sobre as praças, as cidades,
lua democrática esbanja sua beleza por toda a terra,
lua sedutora lua, como tornas a noite mais bela,
como me faz para todo mundo te olhar, te admirar,
sendo tão simples? Quem sabe, o tempo talvez,
ou o vento, ou sei lá as rochas, o mar...
Não sei, e sei que és plena lua...
Bom dia
fruta ou comida de massa. Depois tomo um banho para lavar o corpo da noite se sono é como se renovasse, rejuvenescesse. São todas coisas tão simples, tão bestas podes até pensar, mas são essenciais para ter um bom dia. Quando cuidamos de nosso corpo, ele agradece e responde nos dando calma, paciência e felicidade. Está tudo dentro da tua mente, para mim funciona assim, todavia, cada pessoa tem uma maneira de construir o próprio dia. Descubra o seu.
domingo, 15 de maio de 2011
Família
gosto de ouvir minhas irmã forçando a barra para eles comerem. Gosto de ficar só no quarto ouvindo-os falar na sala. Gosto de minha família porque sou parte dela sou um tijolo. Pois sei que ali, mesmo que na desordem sou amado. Porque sei que ali sou unidade, amor e paz.
Domingo
sábado, 14 de maio de 2011
Sentimentos
as vezes fico calado e fechado como uma tartarura,
as vezes me perco em meus pensamentos.
Na maior parte das vezes me sinto só, somos
seres solitários é a nossa cina.
Amamos a saudades porque nos apegamos as coisas,
as pessoas, aos sentimentos e as memórias,
mas que podemos fazers se faz parte de nós esses
sentimentos, se constituem nossa essência,
Não sabemos o que sentimos até que pensamos
no que sentimos. Então porque não esquecer
esses sentimentos?
Ora se não podemos ver, nem tocar, por que mesmo assim
cremos. Sabemos que estes sentimentos
não exitem além de nós.
Por isso se vejo o quarto ou a casa vazia,
se percebo que estou só, me sinto triste,
mas não creio que seja de um todo ruim.
Ora, acredito que é um momento para a reflexão.
Posso pensar por exemplo, quem eu sou?
Qual o meu propósito?
Já tentei explicar tantas vezes essas ideias,
mas elas sempre necessitam de um complemento,
por que não se pode definir.
Só podemos sentir
e como o sentimento é subjetivo,
cada pessoa constroi sua definição.
Crendo nisso sigamos então nossas vidas.
São Paulo
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Noite
Meu mundo
Universo
Quando sinto a brisa na minha pele,
Sopra suave pela janela,
Eu lembro da brisa do poente.
Lá onde eu morava, sempre que a brisa
Soprava do poente era certeza
Que a tarde choveria.
E as vezes quando estava sentado
Passando o tempo no terreiro
Da cozinha e sentia a brisa,
Já sabia que a tarde, podia tardar,
Mas sempre chovia.
Percebia sempre que era de manhã,
Sempre que era inverno,
Então quando sinto
A brisa soprar através da janela
Minha memória
Como uma flor desabrocha
E revive o momento,
Neste instante sou pleno
E feliz.
Céu
O céu da manhã está tão azul.
Cirros brancos tornam o azul mais claro.
Suave e leve uma borboleta passou voando,
Vinha de algum lugar,
Nem posso imaginar de onde,
Sei que passou leve voando e planando,
Como golfinho nadando saltando e mergulhando
No fundo do oceano, a bela borboleta,
Mergulhava e saltava pra fora da terra,
Mergulhava no céu pleno azul,
Um voo horas errante,
Não sei que sentido seguia,
Talvez nada seguisse,
Voava sem compromisso,
Voava por voar, talvez para
Exercitar suas asas,
Ou estava a espreitar alguma flor.
Aproveitava o céu azul
E cheio de cirros.
Aproveitava sua breve jornada,
A linda borboleta.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Doçura
Coçadinha
Bob Marley
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Silêncio da seca
Pegadas na areia
hostória
Conjunção
terça-feira, 10 de maio de 2011
Só
Pé de umbu
Folha
Acacias
Palmeiras (coqueiros)
Sol
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Rio
Vacinas
Busca
Borboletas
Fiqueira de Nossa senhora Conceição
domingo, 8 de maio de 2011
Viagem
Tristeza
sábado, 7 de maio de 2011
Rio de Janeiro
Bati-bravo Ouratea
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As cinzas As cinzas da fogueira de são joão, abrigam calor e brasas, cinzas das chamas que alegram a noite passada. cinzas de uma fogueira f...
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E no fim? A luta cotidiana, A sobrevivência, O amor... Viver. Ver. Ser e existir. No fim resta o ser. O existir é encerrado numa urna.