Papai e mamãe,
Irmãos e irmãs...
Família.
Família.
Olhar através da luz,
Memórias... memórias.
Viver o que vamos vivendo.
Fico as vezes imaginando o que diria papai.
Fico as vezes imaginado o que diria mamãe.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Papai e mamãe,
Irmãos e irmãs...
Família.
Família.
Olhar através da luz,
Memórias... memórias.
Viver o que vamos vivendo.
Fico as vezes imaginando o que diria papai.
Fico as vezes imaginado o que diria mamãe.
Um dia não estarei aqui.
Pode demorar,
Pode ser logo.
Quem sabe!
Bom agora estou pensando isso.
Foi um vídeo de uma manbu que me fez pensar isso.
Hoje tive uma memória bem antiga...
Pra memória o que é nova ou antiga.
Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver a estrela formada no corte de um pé de mandacaru. Analisou os três cortes e me perguntou por que tinha cortado. Expliquei que o ramo estava crescendo e tomando a calçada. Depois ele viu os frutos imaturos. Pediu um e então dei. Perguntou se podia comer e não fiz objeção ele provou e disse que era azedo. Fomos na acerola e ele quis todas que tinha acesso. Então fomos a pitangueira, mas passamos no pé de sapoti que tinham muitos frutos no chão, derrubados pelo vento. No pé de timbaúva ele pegou duas folhas uma para mim e outra para ele. Disse que eram machados. Viu que não tinha fruto na pitangueira e disse que ela, a planta tinha crescido. Para minha surpresa ele reconheceu um pé de jasmim e me pediu uma folha. Tirei, mas expliquei estava gotejando leite, látex. Ele ficou impressionado, não quis mais. Na frente ele pegou um ramo de bougainvillea e disse esse não tem leite. Na frente peguei uma romã. Não prestou atenção só quando chegamos em casa. Antes disso andamos um monte e fomos a praça. Ele se divertiu. Viu um amigo de natação. Depois fomos para casa. E depois de tudo quis provar da romã. Assim se forma um humano, botânico.
Acho que estou ficando velho.
Ficar velho sempre parte de um referencial.
Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, você é um menino.
Quando dizia que estava ficando velho para minha mãe ela dizia, já tem isso tudo.
A quem vou dizer que estou velho...
Desilusão a meu filho? Ele não entende ainda.
Aos meus alunos. Estes concordarão.
A verdade é que já não tenho quem fale que estou velho e me console dizendo que ainda sou um menino.
Todos mais velhos estão partindo, ou são pouco mais velho que eu.
Velhidade...
Gosto de coisas velhas para os novos.
Tudo bem, faz sentido.
Faz sentido.
Estou ficando velho.
Meu corpo responde que sim.
Minha mente, tem tanta memória que acha que sim...
Calma meu espírito.
Cada dia que passa, chega o dia de partir.
A Chuva é plena,
Ela nos envolve, nos aconchega,
Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para
contempla-la
As aves se calam para ouvi-la,
O sol até desaparece para não atrapalhar com seu brilho
A mata exala um cheiro de chuva...
Chuva...
Chuva
Chuva.
Quem conhece a linguagem dos pássaros,
Quem conhece a linguagem das flores,
Quem conhece a linguagem dos rios,
Quem conhece a linguagem do sol,
Quem conhece a linguagem de Deus?
Não é preciso conhecer,
Basta ouvir,
Basta ver,
Basta ouvir,
Basta sentir,
Basta amar.
Estamos em março, mês de sol e chuva e calor.
Aqui da minha sala vejo fernanda e lívia minhas lindas aroeiras.
Posso mirar a mata,
Posso ouvir as aves.
Posso sentir a umidade.
Nem tudo agrada nem tudo desagrada.
Agora, um sabiá pousou na sucupira
E ficou cantando.
Cantou até.
Então me chamou atenção tamanha beleza.
Então, sabe.
Uma vez mamãe em nossas conversas
Se eternizou em minha alma.
Ela e eu, sentados em frente a casa contemplávamos a visão do lugar,
Quando ouviu o sabiá.
Ela voltou no tempo.
E falou.
Toda vez que escuto o sabiá cantar me lembro do sítio onde vivi a minha infância e adolescência.
Aquilo gravou em minha mente...
Aquilo eternizou mamãe em minha vida.
Já ouvi siabiás cantar a vida toda e em todos os lugares.
Mas a força da emoção nos fez está eternamente juntos.
Te amo mamãe.
Hoje faz 2,2 longos anos sem a mamãe.
Quanta coisa mudou de 2022 para cá.
Não tem mais ligação nem mensagens no celular.
Silêncio da voz daquela que mais amei.
A nossa casa que era pequena agora é grande.
A gente chega lá e o tempo vai apagando tudo...
Parece que aquela realidade nunca existiu.
Hoje é só restam memórias e fotografias.
As fotografias podemos ver, mas as memórias...
Estão muito presentes.
As vezes, parece que estou num pesadelo.
Mas algo muito significativo aconteceu.
Me tornei pai e ai o cuidar e o amar vão dando sentido a minha vida.
Saudades...
Hoje oito de março.
Sexta-feira...
Assim é.
Deus conforta nossos corações.
E Lili se foi,
Mais uma folha se desprende da árvore que conheci como Serrinha do Canto,
Meu canto tão pleno e cheio
Agora se esvazia,
Dá espaço a nova geração.
Uma a uma somos substituídos por nossos filhos e amigos mais jovens.
Cairemos todos no esquecimento.
Tchau Lili,
Dê lembranças aos nossos amigos que já moram no outro mundo.
O tempo tem corrido,
Ao menos é tanta coisa para fazer ou em tanta coisa que pensar que bom quando percebemos o tempo passou sem que percebesse.
Ontem, recebemos a Juliana e a Isabela em nossa casa.
A amiga de Vinícius.
Dayane conheceu a Juliana na rua de casa andando com Alessandre, Isabela e max o cachorro.
A situação de bebês com idade semelhante foi nos unindo.
E nos tornamos amigos.
Dividindo brinquedos e livros.
Agora com quase três anos de convivência, carinho e amizade.
Até parecem outras crianças.
Inteligentes e saldáveis.
Foi uma alegria quando a campainha tocou.
Juliana... Juliana gritou.
Então trocaram presentes, risos e amizade.
Brincaram, se estranharam, arengaram e comeram.
Se divertiram.
As mães conversaram.
E a tarde passou.
Juliana e Isabela foram para casa.
Nos ficamos em casa.
Vinícius pulou, brincou e foi dormir depois de mim.
E tudo isso se passou como se fosse tudo um agora.
Bom,
Sábado fomos a Bica.
A gente já é freguês da Bica.
A gente começa a observar o povo além dos bichos.
É lindo ver a felicidade das crianças em observar os animais pela primeira vez.
E também dos idosos.
Bom.
Agora, Vinícius até mistura as atividades.
Brinca no parquinho, caminha nas pontes e observa os bichos.
Uns mais que outros.
Gosta muito de animais de água. Na minha percepção.
Mas os macacos estavam muito ativos, então observamos os macacos sebo e bugios.
Depois fomos nas pontes e ele ganhou um balão salsisha.
A alegria de ganhar foi a tristeza que teve quando ele estourou...
Mas a mamãe consertou enquanto pode.
Pensei as paixões são como balões.
Até que a ultima parte estorou.
Foi um choro de cortar coração.
Assim vem sendo.
Conhecer a realidade.
Dores externas e internas.
Bica, bichos, movimento...
Risos muitos risos e abraços.
E amor... muito amor.
Depois da Bica quis comer no shop sul.
Depois casa e banho e sono.
Ontem, saímos para passear.
A tarde já caia quase no fim.
Luz dourada.
Fomos por outro caminho no início.
Pela rua do Sapoti.
Quase chegando naquela rua tem uma aceroleira
Que estava vermelhinha parecendo uma pimenteira.
Coletei várias acerolas e ele comeu quase todas.
Coletamos dois sapotis.
E seguimos a cavalo em garçon, dog e marte.
A mamãe foi junto.
Até nos perdemos com a mamãe querendo conversar.
Mas se salvou o 779... 899. em inglês.
A gente percebeu poucas coisas diferentes.
Achamos um gancho da mão do capitão gancho.
Então ele ficou muito feliz.
Caiu uma vez. Duas vezes.
E me deu a mão disse que não queria mais cair.
Dois episódios dolorosos numa tarde.
Tadinho.
Passou e ele esqueceu.
Montou em garçon e foi embora.
Chegando em casa ele me ajudou a agoar as plantas.
Tomamos um banho juntos.
Brincamos e eu dormi.
Ontem fomos ao mercado.
Vinícius agora só quer ser chamado de menino grande.
Fomos ao mercado e ele não quis ir dentro do carrinho.
Que chato. Eu ia empurrando e beijando e cheirando seus cabelos cacheados.
Menino grande. Nenem não.
Bom está muito autônomo.
Dormi e quando acordei ele estava no puf com os sapatos novos folheando um livro.
Ah.
Como voa o tempo.
Parece ontem quando dançava com ele para fazê-lo dormir.
Ai ai.
Tempo, disposição e prioridade.
Semana passada minha irmã veio está conosco.
Trouxe Gabriela.
A semana voou.
Não tivemos tempo de conversar sobre meu favorito.
Ontem, voltamos a normalidade.
Saímos para passear.
Levamos os cavalos Garçon e Thros.
Bem, chegando nas três ruas. Vi um pé de mutamba.
Então levei ele e a mamãe até lá para ver e cheirar as flores.
O danado viu foi outro cavalo.
Dog ele o chamou.
Ai já viu.
Saímos os três a cavalo.
Ontem, fomos a praia.
Sim, Cabo Branco.
Eu, mamãe, Vinícius, tia Rosângela e Gabriela.
Gabi ama água. Foi lindo ver ela coletando rochas: laterita, granito e coral.
Coletou e queria levar para casa.
Anti-ontem quando fomos a lagoa eles coletaram flores.
Mas coletaram felicidade.
Corriam, pulavam ondas, cavavam na areia da praia.
Sorriam feito filhotes.
Gabi nem resistiu quando falamos que iriamos embora.
Tomaram banho. Comeram no parque de cabo branco.
Comprei pizza, mas Vinícius comeu mesmo foi parte do pastel da Gabi e tomou caldo de cana.
Ele diz é cadê minha amiga.
Bom chegamos em casa. Tomaram banho.
E se trancaram no quarto, pois a mamãe foi ler para eles.
Rosângela minha irmã e Gabriela minha sobrinha estão aqui.
Estamos aproveitando todos os momentos.
Ontem fomos a Bica e a Lagoa.
Observamos a paisagem e os bichos e brincamos.
Os ipês estavam floridos.
Vinicius e Gabriela cataram tantas flores de ipê.
Desceram no escorrego.
Comeram pipoca e fizeram tudo que queriam.
Estavam muito felizes.
Sábado, segundo dia de dezembro de 2023, fomos a Natal. O objetivo foi buscar minha irmã e passear.
Fomos cedinho. Primeiro quando chegamos lá coloquei Belchior para tocar, fomos a Universidade Federal do RN, descemos na reitoria que é um prédio lindo. Em seguida, passei na floresta que ajudei a cuidar em 2005. Passamos em frente a biblioteca Zilar Mamede, a TV, vi a paquira que fica na rotatória. Está uma senhorinha. Depois subimos em direção ao RU, passamos em frente ao Pouso, onde morei um tempo e fomos a residência rever. Foi uma pena não ter podido entrar. Então, seguimos para o nosso objetivo, fomos por morro branco onde tomamos café em seguida IFRN, e fui pela ponte velha... Tava um trânsito chatinho. Vinicius estava muito comportado. Então fomos até Jenipabu para observarmos os dromedários. Fomos por Santa Rita. Deixamos o carro no centrinho e subimos a duna. A paisagem era deslumbrante. Vimos uma burra sobre o cajueiro. Se o foco era mamíferos ali já tinha um híbrido. Bem subimos pelo lado onde parecíamos ridículos. Foi a minha impressão. Mas a parte isso. Foi ótimo. Logo vimos os bichões Enormes. Idosos e enormes. Contemplamos, fotografamos muito. Lindos e enormes. Chamou atenção o joelho do bicho que era tão alto. Dunas, sol e dromedários. Os bugueiros com turistas sempre passando... Paravam para fazer fotografia. A gente caminhou vendo os bichos. E ai. Fomos conversar com o guia dos camelos seu Marcelo. Que foi gentil e nos tirou algumas dúvidas. Em seguida, descemos a duna e pisamos no mar com rochas areníticas. Pegamos o carro e fomos para o Aquário. Então fomos olhar os bichos, peixes, rápteis, aves, mamíferos, Antozoários, estrelas do mar.
Vimos baiacus 2, ciclideos inúmeros, peixe elétrico 2, peixe facao de palhaço 1, pirarucu, tambaqui, tubarão lixa, cunjolo...
Teiu, iguanas, jacaré-de-papo-amarelo, jacaré coroa, targaruga
Avestruz, gavião-pé-de-serra, pinguim de magalhães
Cutia, rapoza, lobo guará, macaca-aranha, macaco caranguejeiro
Enfim, saímos famintos e fomos almoçar em Ponta-negra.
Voltamos só ontem para Casa.
Ontem saímos para passear só Vinícius e eu fomos nos cavalos garçon o dele e cambio o meu. Saímos, não sei o porquê, mas ele quis ir pela rua do sapoti. Ele não lembrou da aceroleira, como não tinha eu nem lembrei. Daí, contemplamos o pé de sapoti. Ele constatou que não havia morcegos. Expliquei para ele que morcegos são animais noturnos. Mas na frente ele viu uma espiga de embauva. Coletou uma e me pediu para levar para a mamãe. Continuamos e contemplamos o number seven and two que estava lindo, azul com detalhes de flores muito sutis. Continuamos e fomos indo sob o sol quente se quebrando no poente e o céu azul. Na frente tinha um homem limpando umas moitas de capim santo. Paramos para conversar. Disse que precisava de umas luvas para não cortar a mão. Então perguntei onde tinha comprado os tijolos de argilito que usou na fachada do muro. Ele respondeu que foi na beira rio. Ai conversamos e encontrei um fóssil de um peixinho. Mostrei para ele que falou nunca ter reparado. Mostrei para o Vinícius que amou. Até mais tarde ele lembrou para a mamãe. Vinícius tem uma conexão grande com água e peixe... Passamos na oficina genial de seu Nelton. Seguimos sem nada novo "1398"... Então cruzamos a rua do schnauzer 89... depois da casa 150, a casa do pau-brasil. Sim o dono estava lá. Perguntei pela idade da árvore pau-brasil ele falou 43 anos. Falou da árvore... do vizinho do lado oposto ao 150 que não gosta de árvore... risos. Conversamos quando o senhor da 150 apareceu... e só não conversamos mais porque Vinicius queria andar. Bom descobri que o sentido daquela rua se dá de dentro para fora ou seja no sentido oposto as três ruas... tem 89 schnauseres, 90 avó do Aquiles, 77 da casa com duas gatas pretas, 53 muro alto, 41 pula-pula e pé de lima... Cruzamos a rua da casa 90, nada demais... seguimos para a principal onde catamos flor de sibipiruna e jasmim. Ai fomos correndo... estava escurecendo. Passamos corridos pela rua de belo monte 89... stylos 110... coletamos a flor de hibisco, três uma hibisco rosa, uma ixora amarela, uma gangetica... corremos até a praça da vacaria... quem estava na frente o dono da casa com rochas almofadadas. Descobrimos a origem, também comprou na beira rio... Desde a decada de 80 mora lá.
E ai... fomos pelo beco...
Foi ótimo com diz Vinícius
Bem, ontem uma linda quarta-feira, estava muito agradável o clima. Bem fresquinho. Vinícius decidiu dormir. Dormiu até que não teve aventura ou quase não teve. Assim, descemos apenas para aguar os cravos, os cosmos, as ixoras, as lantanas e as onze-oras... Então no movimento das coisas a gente ganha energia, ainda mais quando estamos descansados. Ele tomou coragem e fomos ao pé de sapoti da esquina. No meio do caminho encontramos um pé de acerola, fruta favorita dele, que nos ofertou muito mais que 10 frutos, e eram bem docinhas. Ele comeu quase todas. Se não pego não por conta, não teria comido nenhuma. Após explorar a aceroleira, fomos ao sapoti que não tinha um fruto. Contemplamos ele. Fomos, então, ao pé de pitanga, como estava escurecendo, mal vimos... Só tinha frutas verdes. O interessante é que ele sabia onde ficava a pitangueira... Perguntou vários porquês! Então voltamos. Explorando o universo que se expande quando decidimos explorar. Voltando vimos um bebe que conhecemos quando nasceu. Ela ali, já andando com seu papai muito orgulhoso. Nos despedimos, voltamos para casa. Abra-te cesamo e o portão se abril. Guardamos o balde e subimos... nem sei que horas foi dormir. Só lembro da mamãe falando que tinha montado três quebra-cabeças do grande.
Vamos a bica constantemente, mais de uma vez por mês. Já conhecemos bem seus recintos. Entretanto, aqueles animais mais temidos passam desapercebidos. Vi que hoje é o dia da onça pintada. Que engraçado. Na Bica tem onça pintada. Sabe que faz tempo que eu a vi. Se for caçar na memória, acho que só vi no recinto antigo. Vinícius nem dá por ela. A leoa sim. Essa a gente ver. Nós até a apelidamos de "doroti" e tem tereza que veio de Terezina. Apesar de tudo as leoas são simpáticas ou gostam de ver gente. Urge de vez em quanto e a criançada delira. Sai correndo para ver. A onça... ah a onça. Sei até que ela tem diabetes. O rapaz de lá falou. Mas não lembro de Vinícius ter visto nesses 2,11 meses. A gente as vezes usa aquela ala para passar as chuvas, para lanchar, mas não podemos contar com as atrações. Outro dia tinha até uma bananeira em fruto. Vinicius até brincou que podia levar as bananas quem entrasse ali. Acho que pode entrar. Será se tem onça? Na Bica a gente tem umas coisas esquisitas. Um dia a sucuri "juma" estava para trocar a pele. Esta parecia morta... dura dura dura. O olho de morto sabe. Até senti uma sensação de tristeza mesmo, mas a mulher que trabalha lá disse que não. Achei que ela estava blefando. Ufa! nunca fiquei tão feliz em está errado. A marrequinha "marinez" que segue "Clodovil" o ganso as vezes se some. Quem anda sumido é nosso amigo o "muru" a murucututu...
Em matéria de sumiço não tem mais esperta que a onça... acho que podemos chamar ela de "gaspasinha" a fantasma.
O ócio
A propósito, depois de tanto calor. Ontem choveu.
Depois de muita luz e alegria. Um dia nublado e chuvoso cai bem.
Cai bem para quem não tem criança em casa.
Até parece que os pequenos vão ficar na cama lendo livros.
Até parece fácil, mas para quem não dá um celular ou televisão para seus filhos.
Ai... A casa vira de ponta cabeça.
Meu Deus.
Vamos ao mercado.
Precisamos de comida. Não precisamos de lugar para explorar.
Coisas para mostrar.
Se a criança dorme. Ufa!
Que nada só significa uma coisa que hoje a noite vai ser longa.
Tomamos uns três banhos.
Brincamos de tudo, lemos o que podemos. E a energia está no ápice.
A bateria cheia...
Tá bem. Quem tem criança não tem tempo para si.
Para pensar.
Tem que ter tempo para criar e para sorrir
E paciência para amar e agradar.
Por isso filho tem mãe... A progesterona ajuda muito.
Bem que o sol volte pelo amor de Deus.
Sexta-feira, à tarde, fomos a um lugar muito interessante.
Se chama jardim Secreto.
Realmente um lugar secreto.
Demoramos a chegar lá, mas estávamos muito animados.
Muitas sinapses iriam ocorrer.
O contato com a natureza, o contato com os bichos e plantas.
Vinícius tinha uma câmara na mão.
Paguei a bilheteria e começamos a explorar.
A primeira vez é sempre muito mais intensa.
A realidade vai se desvelando e dependendo da empolgação a coisa é ainda melhor.
Vimos coelhos, vimos porquinhos-da-india.
Então continuamos... Se ouvia o grito do pavão albino.
O sol ainda estava quente e a paisagem também, mas com a empolgação as sensações primárias como calor desaparecem.
Então vimos uma avestruz... um moço a banhava. Que linda... Era uma ave jovem. Fomos vê-la de perto. Que bicho lindo e enorme, bico achatado, perna longas... Quis primeiro ver os pez... depois a cabeça. Alimentei com milho. Estávamos receosos. Enfim, fizemos fotos. Chamou a tenção o bico chato e os ouvidos na parte de trás da cabeça.
Bem descemos e percebemos uma flor muito perfumada... Desconhecida para nós.
Dai vimos o ambiente, a casa vermelha, o restaurante onde sai para usar o banheiro.
Tinha patos, mas o que atraiu a atenção de Vinícius foi o anzol. Ele quis pescar.
Viver a sensação de pescar. Fui olhar os patos, ganços, galinhas d'água, petos reais e um casal de emus 2, cavalos 3, ponéis 2 e uma jumenta. Fomos seguindo a trilha e vimos os lhamas que coisa mais linda e diferente de tudo que vi. Eram três... Passamos um bom tempo contemplando eles. Depois seguimos e vimos no fim da trilha dois cervos...
Voltamos ao local do restaurante onde vimos um faisão e uma faisa.
Aproveitamos ao máximo.
Depois fomos ver os ponéis comendo.
As lhamas.
As garças começaram a chegar.
Quando foi no final, quando íamos embora.
Vinícius comeu um jambo.
Estávamos querendo ver o pavão alvo.
Então ouvimos o barulho no folhiço seco... Fomos olhar e eram três jabutis.
Bem quando ergui a cabeça vi o casão de pavão.
Bem...
Satisfeitos.
Vinícius estava até cansado.
Nem reclamou que era chegado o fim.
Fomos embora.
Ontem, Vinícius estava muito agitado.
Deve ter sido porque não teve natação.
Almoçamos juntos e ele comeu muito feijão com farinha de Tavares, aqui da Paraíba.
Adorou.
Depois do almoço, bem fomos tomar um banho.
Depois quis brincar, mas como tinha uma reunião não pude ser pleno.
Então a mamãe sugeriu que montássemos um quebra-cabeças, montamos dois, depois ele perdeu o interesse.
Acho que estou sendo chato.
Dai fomos passear e a mamãe foi junto.
Chupou uma tangerina na rua 2, engraçado. Ontem não coletamos a flor de híbisco que sempre coletamos.
Mas ele reconheceu muitas chananas. Neblinava ai nos abrigamos sob o pau-brasil.
Ele percebeu que tínhamos esquecido os cavalos.
Dai a ação foi voltada para achar um cavalo.
Achei um de ixora, mas ele queria um gigante e de Aroeira.
Passamos o cruzamento das três ruas com a Aloizio.
Na frente vi uma aroeira e ai eu peguei um bem grande com uma calda verde.
Sugeri o nome Chloros "verde" em grego, mas ele não quis. Esmeraldo, também não emplacou, Marte esse parece que ficou.
Bom fomos indo...
Na rua antes da matrichã a gente dobrou... gravei a casa 150... (percepção - particular e multiplo).
A casa dos schmauseres é a 89..., Pula-pula 41... Ai dobramos pegamos a rua da parede de quartzito verde-rosa... do ed. onix..., e depois a rua do jasmim... tinha uma sibipiruna linda florida. Ele até catou umas flores. No jasmim dobramos. Na casa do joão, do lado do edificio pacífico 101 dobramos a esquerda.
É a rua da mãe da marluce, do Edificio belo monte 89..., coletamos um hibisco.
Dobramos no edificio stylo 110... esquecemos da textura da casa 191.
Passamos na casa da vacaria tinha um cão chamado de falafel... por causa da cor, um chiuauazinho.
Depois fomos indo.
Pegamos a rua do novo oriente e da farmácia.
Depois a principal e chagamos em casa.
Nem aguei as plantas. Esquecemos o controle do portão.
E ai, ele comeu uma tapioca e foi isso.
Ontem o dia foi difícil, mas hoje é outro dia.
Apesar de difícil em relação a sentimentos humanos de dor e angustia com o fim.
A coisa andou.
Fizemos coisas boas.
Tomamos banho e brincamos com Mobydique, a baleia (uma escova).
Tivemos um el grand banho final.
Brincamos de Patinete.
Quando quero que Vinícius vá atrás da mamãe eu repito
Mameco... mameco...
E ele vai buscar a mamãe.
Ela vai ler e acalentar ele até dormir.
Foi isso.
Ontem saímos para passear,
Percebi que Vinícius tem uma percepção e uma memória bem alinhada.
Ensinamos o que era um pé de chanana e ele já localizou vários outros pés.
Seguimos caminhando. Ele está muito independente. Sabe quando há obstáculos que não pode transpor e ai ele pede ajuda. Sabe que estou ali para ajudá-lo, mas percebi que ele sabe que pode contar muito mais com a mamãe. Quando ele cai e se machuca ele chama pela mamãe e quer ir para casa.
Bem ontem, saímos a cavalo e eu estava pensando num protótipo de chocalho... nem me apeguei muito as coisas, estava com o foco em encontrar algo de metal que suasse bem. Achamos uma cinta de alumínio e uma argola de metal. Depois da igreja menino de Jesus. Parei e fiz o chocalho para o litleponei e ele fez um para o meu Thrós. Coletamos flor de quisqualis, na mesma rua vimos seu colega de natação Aquiles.
Vimos uma florada linda de Sibipiruna.
Bom ai ele correu e se machucou.
Ai o passeio acabou. Levei ele no braço para casa.
Subimos, ele viu a mamãe.
Então descemos e fomos aguar as plantas...
E... Foi isso
Mameco Fernandes Teixeira de Queiroz.
Sexta-feira, à noite, fomos ao Mangabeira Shoping com sua decoração linda de Natal. O bom velhinho estava lá. Entramos na fila para fazer uma fotografia, mas Vinícius não se sentiu a vontade. Ficou olhando do meu lado para o papai noel. De certo avaliando se era um papai noel verdadeiro. Bom, então subimos a escada e ele ficou olhando lá de cima. Foi um bom tempinho até ele se acostumar com a ideia de papai noel.
O que se passava na cabeça dele? Para onde foi esse papai noel durante o ano inteiro?
Sábado nós fomos ao aquário.
Fizemos a primeira observada geral, achei que ele me deixaria sossegado para ver depois.
Enganei-me. Ficou querendo ir embora e me questionando por que eu queria ver novamente.
Bom, mas aproveitamos bastante. Percebemos num tanque de peixinhos ao lado dos tubarões camarões vivos. Ele amou, passamos um bom tempo ali. Observando... Interessante que a noite fomos a um supermercado, o Mateus, após jantamos fomos olhar os peixes e ele se interessou muito pelos camarões que estavam ali expostos. Vimos tentáculos de polvo, mas ele não quis tocar. Vimos cioba, piranha, corvina, tilapia, filé de arraia...
Bom no domingo, fomos ao Centro cultural e ele amou os tanques com tilápias.
A noite ontem estava exausto.
Dormiu muito cedo, mas como não havia jantado não teve um sono pleno.
Acordou as 3:30 e não dormiu mais.
Conhecer e conviver com pessoas é aprender.
Terça-feira, fomos a loja comprar os materiais para Vinícius.
Ele ficou maravilhando com a lancheira que compramos para ele.
Uma lancheira do homem-aranha.
Sim, Vinícius é muito nacionalista. Nada de Spider-man.
Ele implica se falo Spider-man.
E me corrige é homem-aranha.
Bom foi maravilhoso ver o riso dele.
Foi maravilhoso nosso passei.
Todavia, quero tratar da realidade do povo, da gente que ganha um salário.
Um amigo, trabalha na UFPB como assalariado.
Aguardava no estacionamento para conversarmos um pouco.
Ele tem uma filha uma menina, ainda criança e um menino.
Ela tem sonhos grandes. Que lindo. Ela sonha em ajudar as pessoas.
Ela sonha em cuidar dele quando tiver grande.
Ela pediu de material escolar um corretivo e uma caneta azul e uma caneta preta.
Ele encontrou um corretivo nos corredores.
Estava meio. Levou para ela. Ela ficou muito feliz.
Ela agradeceu. E disse pronto pai. Agora só precisa das canetas.
Então, como dizia o poeta Eliseu Ventania...
"ao despertar"
Despertei para a realidade...
A realidade a nos ensinar a agradecer e quando puder ajudar o outro.
Uma palavra pode ajudar muito.
Bem,
Andar com Vinícius na rua tem mudado minha percepção.
Sempre que podemos saímos para passear.
Ontem fomos andando a cavalo.
Foi uma experiência muito gostosa, mas minha veia de adulto ai ai...
Enfim foi na verdade com o homem-aranha.
Homem aranha a cavalo em seu pangaré de muitas cabeças (cinco) chamado de meu litleponei.
O litleponei é cinza, tem cheiro de tempero caseiro e a calda é trifurcada.
É uma vara de uma planta chamada árvore da fortuna (da família das araliaceas)
Bem esse pangaré tem uma história.
Estava largado, abandonado na bica.
Foi amor a primeira vista de Vinícius com ele.
Tinha um melhor, mas foi ele que quis montar.
E saímos nos na bica.
Não teve jeito tivemos que trazer para casa.
Ontem de manhã ele ficou chorando pedindo para a mãe o cavalo.
À tarde quando saímos para passear fui no "trós" o cavalo maior e mais bonito de aroeira.
Ele foi no litleponei.
Ele quis a cabeçada e arreios do "tros", mas bem era difícil de tirar, então disse vou achar uma para voce.
E achei um barbante de corda de agave.
E lá fomos nós ele queria que eu fosse montado, mas ficava com vergonha.
Só quando escureceu eu passei a ir montado.
Achamos uma argola de metal e eu coloquei no arreio.
Dá um som muito legal.
Por fim ele cansou e eu tive que conduzir os cavalos.
Coletamos flores como sempre de híbisco, de boungaivillea, de quisquialis, de jasmim, de brinco de cigana...
Coletamos sementes de carolina...
Apontamos os números das casas em inglês... decorei o 29, na rua dos schenauseres, o 41 que é a casa do pula-pula. O 76 da rua da frente, o 90 da casa de muro com tijolos de quartzito.
Vimos papagaios.
Às vezes, ele sente falta da mãe.
Quase em frente ao prédio da medical onde ele vai trabalhar, depois do prédio do seahorse ele caiu e chorou chamando a mãe dele.
Mas eu acolhi...
Eis que uma senhora também caiu.
Fomos ajudar.
Bom.
Ali na esquina, já tínhamos selecionado uns pedaços de quartzito.
Tocamos nos ferros.
Ele já foi brincando.
Vamos deixar aqui disse rindo.
Mas trouxe até em casa.
Aguamos as plantas do jardim e já era noite.
Ai.
Bem os cavalos ele quem levou para o apartamento.
Disse para guardá-los atrás da porta, mas não
Ele quis colocar do lado do ninho do dragão (o berço dele).
Fim.
Esse fim de semana foi excelente.
O espírito capital do natal chegou.
Agora brilham as luzes e as cores.
Compramos um pisca-pisca na lebiscuit que não prestou queimou na hora e fez Vinícius chorar.
Tudo bem ficou sentido.
No dia seguinte fomos a Bica. Bom lá não vimos espírito de natal, mas espírito infantil.
Gente grande e pequena sendo feliz.
Vivendo intensamente.
Vimos as tartarugas da amazonia todas tomando sol, cinco no total.
Vimos um cágado de rabicha um lindo bicho... safadinho... atrás de namoro com uma tartaruga de orelha vermelha.
Vimos as araras.
Uma jandaia de cabeça vermelha.
Fomos ao Busto de Tamandaré com ornamentação natalina e a Lagoa também.
Tinha muita gente.
Nossa um local muito pessoense.
A lagoa é muito pessoense.
Nos divertimos muito.
Saímos para caminhar,
Mamãe, Vinícius e eu.
Vi que estava errado deixando Vinícius atravessar a rua sem segurar sua mão.
A gente pode pagar caro com uma atitude não correta.
Atenção!
Ontem, Vinícius ganhou uma câmara fotográfica infantil.
Ficou todo feliz.
Saímos para caminhar e ele a levou no pescoço,
Não tivemos tempo de fotografar.
Mas ela estava lá.
Ele todo feliz porque agora tem uma câmera igual a do papai para fotografar.
Eu estou muito feliz com esse gosto.
Fotografar plantas.
O simples é que é bom.
Viva vida passageira,
Viva a vida ligeira.
Conhecer seu tom,
Amanhecer e sorrir,
Entardecer e sorrir,
Anoitecer e sorrir,
Viver o mesmo ohm.
Aprende e sê pleno.
Estivemos recentemente em Serrinha dos Pintos.
Fomos a visita de finados.
Foi excelente.
Levei Vinícius aos túmulos dos avós.
Automaticamente ao acender a vela ele já começa a rezar o pai nosso.
Visitamos meus pais e meus avós.
Foi divertido.
Fizemos muitas coisas interessantes.
Está em Serrinha é um exercício de rememoração,
De encantamento.
Vinícius ama os animais e as plantas e até mesmo o lugar.
Se sente em casa lá em tia Li.
Assim se passam os dias e a gente vai buscando entender o mundo
Voltando ao nosso torrão.
Ontem, foi muito legal.
Superou as segundas-feiras.
Saímos para passear só Vinícius e eu.
A mamãe ficou em casa arrumando as coisas.
Saímos numa boa. Descasquei uma tangerina que ele adora.
E do outro lado da rua vim dois lápis maravilhosos de aroeira.
Lápis é como meu menino chama os cipós que usamos para apontar.
Eram lindos enormes e de aroeiras.
Bons porque são longos, finos e resistentes.
Bom pegamos. Ele adorou.
Fomos andando e explorando os números das casas na rua, em inglês.
Número 765...
Fomos vendo as coisas... Vimos uma retroescavadeira JCB. desde 1945, inglesa.
Vimos um caminhão Wolkvagen 17210 tirando os blocos com um guindaste...
Vimos em frente a igreja o pé de pinhão que não tinha mais bicho.
Fomos pela matrichã e vimos e com o lápis a dissequemos.
Cabeça, olhos, boca, nadadeiras peitorais anais, dorsais e teminal.
Na esquina tinha um volkvagem 10.160 parado.
Ai tive uma ideia, do lápis pensei em criar um cavalo.
Usei um fio e fiz os arreios.
Ele amou a ideia. E foi até em casa andando no cavalo.
Deu até o nome de Trous...
Troussss. Ele quem nomeou.
Fomos explorando a ideia.
Em casa agoamos as plantas.
E Trous ali.
Nem vi o final, mas que que Trows foi dormir no quarto.
kkkk.
Fomos a Recife,
Ao zoológico,
No fim da tarde quando voltávamos do recinto dos bichos e estava no recinto das araras.
Enquanto Vinícius mamava foi ver uma Alpinia que me chamou atenção.
Foi olha, achei interessante suas flores pequenas e alvas.
De repente vi algo parecido com uma mariposa.
Voando desajeitado.
Era um lindo beija-flor com o papo marrom,
Vi que pode ser Phaethornis ruber.
Lindo chegou e ficou ai visitando as flores.
Simplesmente ignorou a minha presença;
Voava desajeitado,
Parecia pesado,
Voava e pousava na tela do recinto das araras,
Vi várias vezes até fotografei.
Mas lógico que não consegui uma boa foto,
Assim.
Fiquei muito feliz.
Então Vinicius chegou e fomos olhar mais bichos.
Universal e particular,
Paisagem e indivíduo.
Treinar o olhar.
Se acostumar.
Nem próximo demais,
Nem distante demais.
Ache o foco.
Sinto uma plenitude nunca sentida.
Parece meu fim.
Parece o começo do fim.
Talvez seja um anestésico da mente.
Será?
Será?
Algo acontece comigo.
Não sei explicar.
Final de semana fomos a BICA.
Assim é chamado o nosso zoológico em João Pessoa.
Fomos curtir o verão, ver plantas, bichos e gente.
Vimos dona Lenita que nossa amiga que trabalha vendendo água na entrada.
Ela deu um presente de dia das crianças para Vinícius.
Uma pickup amarela.
Ele amou.
Vimos os bichos e essa semana vimos os peixes.
Coincidência as tilápias aparecerem pela terceira vez na minha semana.
Vi um artigo sobre produção de tilápia, li uma reportagem sobre adaptação destes peixes ao ambiente marinho e vi no tanque que é mera coincidência.
O fato foi que paramos para observar os peixes.
No serpentário foi muito rápido.
Juma a sucuri não morreu como pensavamos.
Ele mudou a pele. Estava lá a cascona de pele. Demorou viu. A bicha parecia morta.
Vinícius optou por aventuras, subir nas casinhas, descer de escorrego, andar nas pontes.
Mas prestou atenção em glória a coruja orelhuda e golias a mucucututu.
Andou de harleydavidson.
Depois antes de sair, ainda andou no cisne negro. Fiz uma foto para registrar.
Satisfeito ele aceitou ir embora.
Fora da bica perguntou por dona Lenita.
Dona Lenita foi minha professora da segunda e terceira séries.
Elenita Dias Lemos.
Dias é o sobrenome da coordenadora de ensino da escola onde Vinícius irá estudar.
Assim é.
Hoje, por um momento, senti a plenitude da vida.
Gostei de ser quem sou.
Que grande bobagem.
Bom, adorei a sensação de está vivo.
Ver as coisas mesmo,
Percebe-las e poder saber que posso conhece-las
Mais e mais.
Foi boa a sensação.
O que provocou isso.
A vontade de conhecer.
A intuição.
Coisas deste tipo.
Hoje é uma quinta-feira.
Estou em João Pessoa.
Sol e luz,
A caatinga,
A mata branca,
Sequidão...
A imensidão,
O som do chocalho do gado,
Das ovelhas, das cabras...
Mandacaru,
Xiquexique,
Joazeiro,
Baraúna...
Lajedo,
Mocó,
Urtiga.
A estrada poeirenta,
A madeira dura cinzenta...
Tudo o tempo consumiu,
Tudo o tempo consome.
Naquele maravilhoso lugar,
De paz.
Fomos a fazenda Salambaia que fica parte em Cabaceiras e parte em Boa Vista. A 170 km de João Pessoa.
Lá a vegetação é tipo mata seca, típica de Caatinga. A paisagem é dominada por grandes lajedos e cactáceas e vegetação caducifolia e espinhosa.
Bom tivemos a oportunidade de colocar Vinicius em contato com a natureza, no pomar, nos currais de caprinos, ovinos e bovinos.
O contato direto com os bichos, o cheiro do esterco, o som dos animais e de seus chocalhos.
O som das aves,
O calor intenso da luz do sol.
Uma experiência natural sem igual.
Os currais, com seus mourões, suas porteiras e baias.
A irrigação, o capim...
Que intenso tudo isso.
Há algum tempo atrás as coisas eram diferentes de agora.
Tudo muda, tudo envelhece, tudo é substituído.
É o movimento no espaço e no tempo.
Causa de tudo.
Esse devir.
O agora que deixa de ser agora.
Em instantes presente é passado e futuro é presente.
E o presente o que é senão o agora.
Nesse movimento chamado de devir.
A eternidade mora ai.
E a nossa mente há de digerir tudo isso.
E a nossa mente há de entender para viver.
Bem.
Uma energia atoa só para dizer.
Viva o agora.
Não pense.
Pensar é está doente dos olhos afirmava pessoa.
Há algum tempo as coisas eram diferente de agora.
Frase hedionda e eterna.
Vá viver. Por que perdes tempo lendo isso?
Que inutilidade das palavras.
Queria ler um verso para mamãe.
Com estrofes de amor.
Minha mamãe querida,
Você que me deu a vida,
Que me fez e me criou,
Que me elevou a quem sou.
Mamãe querida,
Mamãe querida,
Seio de minha vida.
Dormes na eternidade,
Descansa no criador.
Do feijão e do arroz,
Me fez quem eu sou,
Forjamos em nossos dias,
Nossa história nossa poesia,
Agora, olho para o céu,
E vejo um suave véu,
Que me diz para continuar,
A viver e a amar,
Aos nossos amados
Que fazem parte do passado,
Sempre honrar e ensinar,
Como você me ensinou,
Que Jesus é a luz,
Suportou e venceu
A morte na dolorosa cruz.
Aqui estou entendi a luz.
Muito obrigado maezinha.
Te amo ao eterno e infinito.
Outubro,
Mês das crianças,
Mês de nossa mãe Nossa Senhora Aparecida.
Mês de minha mãe se fosse viva faria 73 anos.
Outubro mês dos librianos.
Mês de céu azul,
Mês de sequidão no sertão,
Sol e mar no litoral,
Outubro mês de ebulição.
O último trimestre do ano...
Um mês para mim de esperança.
Energia, força e paz...
Outubro...
Ontem, fomos conhecer a escolha que Vinícius vai estudar.
Ele ficou encantado...
Os olhos dele brilhavam.
Seu sorriso não saia da face.
Ficou maravilhado com o espaço,
Os brinquedos e as crianças.
Nos sentimos muito bem também.
A escolha era limpa, organizada e o professorado simpático e educado.
Quando saímos da escola foi um choro.
Queria ir tomar banho de piscina lá.
A noite, perguntei se ele gostou.
Ele disse que tinha amado.
Ah. meu filhinho.
Deu saudades de casa, de mamãe e papai e minha infância.
Sábado, 30 de setembro de 2023, fomos a Bica, como se chama o zoológico em João Pessoa.
Amamos ir a Bica. Fica em Tambíá.
Frequentamos muito. Estamos aproveitando a idade de Vinícius.
Bom na Bica tem diversos ambientes e inúmeros animais.
Vale a pena conferir.
O fato é que foi um dia par.
Como...
Estávamos no recinto das aves de rapina.
Quando apareceu uma mamãe e um papai com gêmeos - João e Luiz.
Fomos então a seção de aves aquáticas... Vimos então quatro borboletas brancas voando em amizade.
kkkkkkkkkkkkkkk.
Tinha um ovo na caverna dos patos. Quem pos?
Depois vimos três beija-flores juntos.
E na entrado do serpentários vimos mais gêmeos - João e Antônio....
Na saída do serpentário vimos mais um gêmeos...
Era de Guarabira. Segundo suas camisas de farda de uma escola.
Três pareias de gêmeos.
Depois no recinto dos furões tinha dois furões.
Acharam mais um par.
Ah. me perdi nas contagens.
Cinco tartarugas da amazonia.
Três tartarugas tigres.
Um jacaré olhudo emergiu no recinto das tartarugas
E a gente ficou se olhando.
Ir a Bica é sempre muito bom.
Ainda mais com matemática.
Mergulhei no meu amago
E encontrei, sombras e dores.
Tentei explorar, mas não deu.
Entristeci.
Mergulhar no meu amago é encontrar com o passado.
E não encontrar no presente o que habitava o meu ser.
Papai, mamãe, meus avós e tios.
O deslanchar da vida revela a vida nua e crua.
É a idade segunda.
A gente entende melhor a vida.
E isso é angustiante,
É sufocante...
Memórias dos meus três a quatro anos...
Coisa de 40 anos atrás.
Destituído de espaço,
De materialidade... Memórias são imagens, representações.
Nada mais.
Emergi deste mergulho.
Não sei se forte ou fraco.
Mas aqui está a minha realidade...
Espaço, tempo e devir ou causalidade.
Por vezes, os pássaros aparecem em minha janela.
Na minha janela?
Não na copa de Fernanda a Aroeira minha amiga.
É uma aroeira da praia que nasceu bem aqui entre os prédios do DSE.
Isso Departamento de Sistemática e Ecologia, CCEN, UFPB.
Bem, venho ao longo dos anos percebendo que em determinadas épocas,
Os sanhaçus e patativas e saíras fazem maior algazarra na copa da Fernanda.
Dei por mim. Ao observar um jatobá, percebi que as aves iam lá em busca de rezina.
Pois bem, suponho que as aves vem comer rezina da Fernanda.
Preciso observar melhor esse fenômeno.
Preciso tirar a limpo.
Creio que o tempo é um espelho da eternidade.
A continuidade o espelho do infinito.
A semana passou maravilhosamente diversa e rica.
O dia começa antes da luz do sol,
Mas o dia se define com a luz do sol.
Ao meio dia, nada se percebe.
Mas o dia já descamba para o fim.
Um dia começa e outro termina.
Onde fica a noite?
À tarde caliente,
Vai partindo silenciosamente,
A gente vai se conformando,
Como se conforma com a vida.
Tudo passa,
A tarde é prenúncio que falta pouco para o dia findar.
O fim de semana foi pleno,
Minha esposa e meu filho,
Pertinho de mim.
O que poderia ser mais pleno.
Fomos ao aquário,
Fomos a missa.
Dormimos juntos.
Cada dia com Deus é melhor.
A semana passou rápido.
Inebriado em minhas ideias
Nem percebi a ausência de texto.
Tanta coisa para gerenciar.
Mas aqui estamos.
Aqui estamos,
Um minuto para dialogar com o futuro.
Uma semente de pensamento.
Onde estou evolutivamente.
Vivendo o agora e isso é é tudo.
Um pitiguari cantou aqui do lado,
Na mata do campus I, UFPB.
Fui tomado de uma nostalgia...
Lembrei da casa de mamãe.
Lembrei da paisagem.
Eu lembrei de um tempo que não tenho mais.
Lembrei de coisas passadas...
Ecoou o canto do piguiguari.
Agora vai lembrança.
Plasma-se neste texto.
Agora posso voltar ao que estava fazendo.
Ontem, no campus I da UFPB, percebi que as espadas de são Jorge estavam floridas.
Uma planta ornamental muito cultivada especialmente por está associada a proteção contra energias negativas.
Um bom arquétipo.
Suas flores são docemente aromatizadas.
Depois me esqueci.
Associado a isto, sempre penso em fazer um mapa de floração das espécies daqui,
Mas as ideias são voláteis e sempre se dissipam no ar.
Não por acaso hoje, percebi a mesma coisa.
Então vim aqui registrar.
As quartas-feiras tenho aula neste período,
Pela manhã. Hoje não teve em decorrência da Semana de Biologia.
A janela de minha sala na UFPB estava aberta,
Então um casal de patativas veio me visitar.
Primeiro o susto... superstição.
Então a razão e a reflexão.
Já aconteceu de abelhas entrarem na minha sala.
Isso mesmo.
O que atraiu estes amáveis pássaros foi o odor.
Comprei um aromatizante cítrico.
Desvendado o mistério.
Ou querendo aceitar essa hipótese descartei as demais.
Voltei a trabalhar.
Dia nublado,
Amanheceu neblinando.
Acendi uma vela para trazer a luz do sol a minha casa.
Acendi uma vela para papai e mamãe e alumiar na minha mente nossas memórias.
Peço, a Deus, clareza na vida para não cair em buracos enquanto caminho na noite.
É agosto aos poucos vai partindo.
Olhando através do tempo,
Passado os dias vividos.
Sabemos como tudo aconteceu quanto a partida de papai e mamãe.
Há um vazio em meu peito que conta apenas com memórias...
Saudades do carinho de meus pais.
De seus cuidados,
De seus agrados...
É preciso ser forte e ter um motivo para seguir...
A gente fica pensativo em dias de menos luz.
É agosto,
Fim de agosto.
Já dá para sentir que o verão vem quente.
As aves estão mais animadas.
Chegando na UFPB hoje,
Percebi no alto de uma amescla um gavião de rabo curto.
Seu papo alvo, e calda curta estriada revelou quem ele era.
Foi breve, mas consegui gravar essas características.
Ah. Tinha uma ave pequena que estava investindo para que ele fosse embora.
No geral as sabiás são muito territorialista e berra até que os predadores vão embora.
Não posso não deixar de notar aqui.
É sobre ave. Sobre sabiá.
Este mês estava em Serrinha na casa de Teófilo no barro Vermelho.
Estávamos conversando eu, meu irmão Begue, tio Dedé e Teof e Vinicius estava lá perto.
Então começou um barulho de um sabiá no cajueiro da cozinha.
E um piado diferente.
A sabiá esbaforida... Bom corri para ver.
Fiquei encantado era um Caburé...
Que estava caçando algo.
Quando me viu ele voou.
A sabiá acalmou.
O fato é que vi e conheci uma nova face do caburé...
De sabiás conheço mais por sua proximidade.
Estive na casa de minha tia Nina.
A casa estava grande sem ela.
Casa que foi de minha vô Chiquinha,
Casa que foi de minha Chiquita.
Chico seu filho mais velho me contou como foi sua passagem.
Agora é fato.
Ela partiu com Jesus.
Ontem fez um mês de muita falta.
Hoje estou registrando porque não quero esquecer
Da minha família...
Associada a casa,
Associada ao lugar.
Serrinha dos Pintos,
Sítio Sampaio.
Somos o lugar que vivemos,
Somos o que comemos,
Somos o que valorizamos.
E minha tia, era carne de minha carne.
O silêncio da manhã,
A mata calada,
Nem um sopro de vento.
O calor iminente.
As aves corrochiando.
Eu com meu eu,
Ruminando meus pensamentos...
Em que poderá dá.
Aqui na universidade a natureza é mais nítida.
Hoje ao chegar ao campus e estacionar o carro senti que estava em vários lugares.
O frio me fez lembrar a Europa, Berlim.
O canto do Pitiguarí e muitos outros pássaros me fez lembrar Serrinha minha terra amada.
Para dissipar os pensamentos, fui caminhando devagar,
Cumprimentei os colegas,
Respirei fundo, sentindo o cheiro da mata.
Depois vieram outras impressões, seguidas de percepções.
E assim, estou aprendendo a delinear meus pensamentos.
Pensamentos geram sentimentos.
Impressões, geram percepções que geram sentimentos, e por sua vez pensamentos.
É preciso está fisicamente bem para ter um bom controle de si.
Bem alimentado, bem dormido, e em paz.
Espaço x tempo...
As coisas materiais se dão no espaço.
As coisas concretas se dão no espaço.
As ideias se dão no tempo, não são dotadas de materialidade.
As ideias precisam serem gestadas, e esta gestação se dá no tempo.
É preciso tempo para pensar e vir a luz o saber o conhecer.
Conhecimento é a relação do sujeito com o objeto.
Esta relação se dar no espaço e no tempo...
Conhecimento pode ser imediato se dar no espaço
Conhecimento pode ser mediato, se dá no tempo....
Agosto,
Agosto está muito instável no clima,
Chove, faz sol ou calor.
O que requer certos cuidados ao sair de casa.
É bem comum a presença das viroses.
É assim mesmo,
Fim de época de chuvas.
Prenúncio do mudança.
Quanto ao tempo,
A coisa está boa,
Tenho percebido que o tempo está voando ultimamente.
Cai a tarde,
Após uma longa madrugada,
Que vontade de dormir.
Está bom aqui.
Mas ah.
Um prazerzinho seria bom.
Ter uma direção,
Um sentido para seguir
E seguir.
As vezes, encontramos limites,
Entretanto sobrepor esses limites,
Pode ser árduo,
Cansativo,
Mas se não tentar,
Não se saberá como é do lado oposto.
De que lados nos estamos?
Chove maciamente.
Aqui estou olhando para o passado.
Lembrando.
Este dia!
Dia que vovó Nasceu.
Dia que fui embora de Serrinha dos Pintos.
Aqui estou pronto para mais um dia.
Pronto para ter o melhor dia de minha vida.
Por vezes me sobrecarrego,
E acabo acumulando coisas por fazer,
As vezes me perco neste embricamento,
Afogado,
Tento respirar,
Mas bem, perco o desejo de concluir.
Preciso ser objetivo.
Preciso delimitar o perímetro a ser seguido.
Não é fácil,
Mas tentar não custa.
Viver é isso tomar decisão e seguir em frente.
Sempre que perceber,
Pode voltar atrás.
Hoje, especialmente hoje,
Nada aconteceu de magnífico.
Simplesmente está acontecendo...
Momentos se sucedem.
Aqui,
Mas logo a se movimentar.
A nossa alma é sensível,
Algumas coisas tocam-na profundamente,
Uma comida, um cheiro,
Uma paisagem,
Um abraço,
Uma pintura,
Um carinho,
A nossa alma
É a alma do amor,
Pois só no amor
A alma é plena,
Só o amor é capaz de alimentar a alma,
Amor é doação,
Amor é doação,
Amor é sentir que a outra alma é mais importante que a sua alma.
Só ama quem é capaz de querer que a outra alma seja plena.
A alma.
O espírito.
O que é isso?
Será a consciência.
Será o ego.
🪷
Sinto que algo sensível em mim quer me dizer algo.
Não estou conseguindo captar a mensagem,
Não estou com ferramentas para entender.
Entretanto estou sensível.
Como uma intuição de que algo vai acontecer.
As vezes a gente até acredita em presságio.
Será isso.
Manhã cedinho ao me arrumar para sair para o trabalho. Por acaso ao entrar no quarto de hospedes algo me fez lembrar dos dois últimos anos. Como era grande o nosso apartamento. Eu, a mamãe do Vinícius e o Vinícius. Éramos eu e ela. O Vinícius dormia em sua inconsciência total. Eu me divertia criando universos indo de lá pra cá nos quartos. Cantando, voando, usando malas de carrinho, usando carrinho, mirando pela janela o mundo pandêmico lá fora. As coisas eram tão mais simples e pareciam tão complicadas. Era atenção exclusiva. No silêncio tínhamos apenas os risos de Vinicius. A gente sempre falava com a vovó. A gente ia se virando. Muito felizes com cada momento. Foram surgindo novos movimentos, novos balbucios... vieram as palavras, as ações. Meu Deus... Nunca vivemos a vidão tão intensamente no presente. Tanta coisa vivida. Agora exaustos. Temos um novo membro na cada com vontades, com fala e com ação... Como é grande o nosso amor por esse presente de Deus... Nosso companheiro de viagem, de campo, de mata, de bica, de shops. De vida.
Fiquei emocionado.
Foi bom e é bom.
Te amo Quinquinho.
Na manhã tenho minha maior potência de vida.
Reafirmo a cada manhã o meu amor pela vida.
Embora, estejamos ou devemos preparados para a partida.
Tenho olhado muito para uma foto.
Nela estão meus pais e meus sobrinhos.
A luz é linda.
Estão todos sérios.
Só uma mostra um riso.
Porque?
Quem sabe.
Era tarde.
Ano 2017 que por horas vai se distanciando do presente.
Esse movimento incessante.
Olho e penso. Tudo é tão passageiro.
Foi real.
A realidade é um fio.
Um fio do devir.
Como a linha do horizonte que separa o céu do mar.
Assim separa o presente do passado e do futuro.
O espaço está ai.
O tempo se foi.
A casa limpa para receber os filhos.
A condição de saúde de mamãe.
Bom. Agora, faz seis anos desta foto.
E continuo pensando na vida.
Sob outra ótica.
Diferente de 2011.
Diferente do amanhã.
Nem sei porque escrever.
Para materializar o que estou sentindo.
Tenho olhado muito para essa foto.
Tenho certezas que nunca tive.
Nem talvez nunca terei.
Porque meu pensamento muda o tempo inteiro.
Talvez tentado me ver.
Eu que estava do lado oposto da câmera.
Talvez soubesse que essa imagem serviria para a posteridade.
Tenho certeza que sim.
Senão haveria riso.
Há dias venho me encarando no espelho.
Os quarenta, a partida de meus pais,
A chegada de meu filho.
Tantas sensações,
Tantos sentimentos,
Quanta dor e quanta alegria.
Sabe tenho percebido nessas encaradas,
O quanto tenho envelhecido.
Minha face erodida, mais ossuda,
Mais pelancuda.
Vejo! Que algumas marcas não tem como mudar.
A gente só pode aceitar.
Aceitei a calvície,
Aceitei as pálpebras caídas...
Aceitei a dor da partida de meus pais,
Aceitei a chegada de meu filho.
Aceitei...
Mas a vida é dura. Pense.
Dias a gente acorda e pensa.
Vou conseguir.
Aceitei a cristo e sua filosofia univérsica do amor,
No meu cotidiano.
Olho-me no espelho.
Encaro-me.
Fecho os olhos.
Respiro e inspiro.
Parece que vivi séculos.
Tudo isso só faz sentido se me aceitar como sou.
Um humano, um mortal que envelhece e que morre,
Mas antes que aprende com a experiência
E que aprende com a reflexão,
E que aprende com o amor.
Minha face erodida,
Meu corpo secando.
Então me encaro ao espelho.
E penso, apesar de tudo.
A vida vale a pena ser vivida.
Manhã de sol e céu azul,
Ainda dá para sentir o frio da noite.
A mata calma.
Os pássaros cantando,
Patativas, roxinois e roulinhas.
Tirites, sanhaçus...
Os papagaios voam aos montes.
Que delícia.
Opa! um sabiá.
Encher os pulmões de ar e o odor da natureza,
Da mata enxombrada.
Chove!
Chove intermitentemente,
Desde a madrugada de hoje,
Sexta-feira,
Sete de julho de dois mil e vinte e três.
Acordei por volta das quatro horas da manhã e e chovia,
Agora oito horas e continua chovendo.
E chovendo forte.
Trouxe até uma vela,
Porque preciso da luz do sol.
A vela tem o pavio de algodão e a cera de carnaúba.
Gordura e fibra vegetal que alimentam o fogo.
A chuva chovendo é tão harmônico.
Desde ontem chove.
Ouvir a chuva me faz sentir bem.
Tenho bons sentimentos pela chuva.
Sou de nascença de um lugar que a chuva é restrita a meses,
Onde pode chover muito ou pouco.
Bem,
Como chuva é água e água é vida.
Ali a chuva era sempre bem vinda
A qualquer horário.
A gente se reunia na cozinha para ver e ouvir a chuva.
Tudo era muito natural.
A gente não tinha nenhuma tecnologia
Além do fogo e do amor.
A lenha queimando silenciosa,
Alumiando a cozinha e cozendo o xerém.
Papai e mamãe com suas memórias sendo expressas em palavras.
A gente feliz e ao mesmo tempo receosos com o trovão e os relâmpagos.
A chuva as vezes extravasava a valeta na frente,
Papai ia concertar, senão ia acabar o terreiro de mamãe.
A chuva passava e a gente feliz,
Comia xerém com leite, ou xerém com toucinho.
É as vezes me perco quando pretendo escrever algo, mas não queria perder o fio do pensamento.
Como sou feliz.
Antes de trabalhar porque não agradecer!
Obrigado por tudo,
Pela vida,
Pelo ser,
Pela mente,
Pela consciência,
Pelo mundo.
Tenho feito um esforço imenso.
Mas atoa.
Entender a vida é isso.
Um nada.
Movimentos peristálticos.
Movimentos.
Sai o sol,
Some o sol.
Vento frio no lombo,
No lombo de Pessoense
Acostumado ao calor,
Ao céu azul.
Os passarinhos não reclamam.
Também vive emplumados
E não precisam tomar banho.
Frio,
Sombras da noite,
Aurora.
A corruíra canta.
Aos poucos a manhã chega,
Enchendo o mundo de luz e cores.
Os pássaros que cantam agora,
Sendo os grilos silenciados pela luz.
Terminaram seu turno.
Assim como os morcegos.
Vamos começar o nosso.
Que julho seja pleno.
Minha casa meu eterno lar. Aqui aprendi a andar, a falar, a brincar.
Aqui onde passei metade da minha vida com a mamãe e o papai.
Sob esse teto, entre essas paredes.
Ouvi a chuva chovendo e me enchendo de alegria.
Ouvi sanhaços, periquito e papacebo cantar.
Através dessas janelas contemplei tanta coisa.
Na nossa cozinha que nós alimentarmos tantas vezes e rimos e brincamos.
Aqui vivemos,
Aqui escolhermos o lugar para viver.
Agora é tão silenciosa e vazia.
Coisas de Deus... Coisas da vida. Onde tudo isso se passou bem.
19.06.23 S.Pintos
Algo etéreo aqui
A luz se dissolvendo nas sombras.
O silêncio das aves.
O canto dos grilos.
A natureza estática como
Um espelho.
A palma imersa na rama.
As folhas do coqueiro cristalina.
O céu nublado,
O vento frio chegando
E impressionando.
Algo espiritual querendo falar através de mim.
O ocaso.
Intuição.
Algo eterno em mim querendo se expressar.
Pingos de chuva.
Aquela presença viva de mamãe.
Aquela presença viva de mamãe.
O que é a realidade.
O que é o abstrato.
A ausência está aí.
Na ausência.
A realidade de tudo é o agora.
A realidade de tudo é o agora.
A realidade de tudo é o aqui.
Só agora.
Nestas palavras,
Nestes signos.
Tudo é eterno dentro de uma memória.
Tudo veio a ser e deixou de ser.
Aqui e agora.
O cheiro da chuva de junho.
22.06.2023 S.Pintos
É madrugada,
Estamos em Serrinha
Na casa de mamãe e de papai.
São 4:20h.
Faz frio, estou tão pleno
Sob o meu cobertor.
No quarto onde dormia na infância, o do meio.
Mamãe dormia no da esquerda e Rosângela e Begue no da direita.
O meu era dividido com Li.
Tudo é silêncio e sombras da madrugada.
Os grilos cantam.
Sinto vontade de registrar.
Assim concluo.
A chuva é intermitente nesta sexta-feira,
Último dia de junho, de 2023.
Desde a madrugada que estou acordado que ouço a chuva.
Já são quase sete horas da matina,
A minha mente feliz,
Ao pensar cadenciado pela chuva.
Pela chuva.
Memórias,
Só o que tenho são memórias.
E memórias tratam do passado.
E memórias podem ser acessadas ou não.
Memórias que podem despertar a qualquer momento.
Que podem sumir a qualquer momento.
Após uma semana maravilhosa,
Na minha terra natal com minha esposa e meu filho aqui estamos de volta a realidade.
Trago no peito e na mente muitas paisagens, odores, formas e cores conhecidas e por isso amadas.
Trago muitas respirações profundas,
Suspiros, pautados no agora, curtido na memória.
Mamãe, papai, Mazildo.
A ausência, e o lugar inalterado,
A natureza real do que é,
Que se repete como um espelho,
Não, como um caleidoscópio de cores, aromas e formas.
Capazes de despertar as mais profundas memórias,
Capazes de gerar as melhores memórias.
E a certeza sempre intensa de que a vida vale a pena de ser vivida.
Vinícius e o desconhecido do mato que por mim sozinho percebido,
Fica encantado com o que eu mostro o que eu percebi.
Tão maravilhoso, com tenra idade, mas com um amor a natureza pleno.
Com um amor a serrinha.
Com um amor inexplicável ao vazio,
Ao silêncio quebrado pelo creo do loro, ou pelo latido de Shaquira e Cherloque.
No afinco de realizar tarefas simples, como carregar um pau de lenha, ajudar a arrumar os cocos.
Olha analiticamente uma larva, uma libélula,
Cultivar uma fazenda de escaravelhos,
Guardar lápis... como chama os gravetos.
Cheirar e olhar flores de jitirana, ou jurema.
Olhar as vacas comendo, os porcos cochilando,
O jumento rinchando.
O passado na memória,
O presente no agir.
A mamãe, pronta para acolher.
O papai perdido no pensar.
E assim vamos tecendo nossa vida no agora,
Sobre muita saudade,
Vamos vivendo.
Assim.
Conclui a leitura de um excelente livro.
A procura de Spinosa de Antônio Damásio.
Baixei e irei ler o Erro de Descartes.
Será se pescarei algo?
Bem já me renderam excelentes sementes de pensamento no livro lido.
Hoje, terça-feira, o sol está impressionantemente brilhando.
O céu está azul nem parece que ontem choveu o dia inteiro.
Assim é.
Assim é.
Há alguns dias, ouço Mozart.
Na verdade meses, desde 2022.
Por que Mozart?
Porque é alegre, talvez.
Porque continuo ouvindo os mesmos álbuns.
Porque o ouvia antes de ir a casa de minha mãe, passar as férias com ela, desde então já vinha ouvindo.
Então minha mãe dormiu na eternidade.
Ao continuar ouvindo Mozart,
Quis sentir a presença viva de minha mãe.
De Assis, Francisca.
Continuando ouvindo Mozart,
Outra e outra e outra vez.
É como se quisesse deixar algo aberto e ligando meu espirito ao de mamãe.
Quem vai entender,
Mas não é para entender.
Quiçá para ler.
É simplesmente uma tentativa de conectar meu consciente ao meu inconsciente.
Meu racional ao racional.
Às vezes, nem escuto e nem ouço.
Às vezes minha percepção filtra como o barulho de uma ventilador ou de um ar ou do carro.
A gente nem percebe, mas está lá.
Então por vezes, me pergunto.
Como seria ver a música?
Qual seria o sabor da música?
Como seria a música cristalizada?
Ouvi dizer que a arquitetura é música solidificada.
Mas será?
Fernanda, a aroeira que mora do lado de minha sala,
Não reclama de nada.
Bom, as vezes asa aves vem importuná-la mas ela finge nada acontecer.
Já vieram o pitiguari, os sanhaçus, as patativas, os pirites.
Bom, fernanda gosta de Mozart até vejo seus ramos dançando.
Bem, aqui está um pensamento materializado e mamãe viva e eterna.
Graças a Mozart.
Ontem, domingo, choveu tanto.
Ficar em casa dá até um enfado.
O frio úmido,
A ausência da presença solar.
Quero dizer que bom,
Parece que prefiro o sol.
Mas as companhias de Dayane e Vinícius
Deixam as coisas ensolaradas.
Hoje, segunda-feira...
A chuva continua,
Mas estou na universidade.
Que está molhada,
Vazia e fria.
É o mês de junho em todo seu esplendor
Chuvoso.
O tempo não existe.
O que existe são memórias.
As memórias são recortes da realidade.
A realidade está pautada na duração.
Algumas coisas tem duração curta como um movimento,
Outras tem duração longa como a matéria.
Então tudo tende a eternidade.
Ou a existência é um filete da eternidade.
As memórias podem ser pessoais ou coletivas.
Agora de manhã,
Nesta linda manhã de sábado,
Tive uma memória gostosa e intensa,
Até pareceu um sonho.
Lembrei dos sábados que dava aula
A turmas de licenciatura.
Era deveras intenso.
Era deveras bom.
Foram poucas turmas,
Mas excelentes turmas.
O Campus I vazio.
A mata silenciosa.
A passarada feliz a cantar.
Eu aqui...
Após a aula, almoçava no shop sul
E passava a tarde limpando a casa.
Como as coisas mudam.
Chove!
Chi...chi...
Fernanda esta contente,
Seus ramos estão longos e finos.
Faz um frio que dá até dó de beber água.
Chove...
Chove manhã adentro.
A chuva chove incessantemente desde a madrugada,
Aliás o sol nem apareceu.
O tempo está escuro e frio.
Gostoso para tomar um chá quentinho.
O mês é junho,
O dia é sexta-feira,
Dia nove de junho.
Um dia após o feriado de Corpus Christi,
Quando fomos a missa a catedral Nossa senhora das Neves.
Estou na universidade para por em ordem o curso que irei ministrar.
É isso.
Veio a minha mente uma imagem.
Uma memória gostosa.
Eu vi uma parede caiada de branco.
Uma parede do oitão.
A luz era branda.
Ali, havia alguns pés de capim seda.
Coisas do mundo que apregoa a nossa mente.
O lugar com certeza é Serrinha.
O ano desconhecido, acho que nem existe.
O que sei que existiu foi a minha relação com o meio.
O que ficou foi a vida,
Ou melhor a descoberta da vida,
Ou melhor que a vida não é uma matéria com faces e formas.
Tive a curiosidade de Alice e ir ali.
Só que vi o desconhecido e o conhecido.
O passado do passado,
Mas estava no presente.
Aqui estou...
Fora deste lugar, mas neste lugar.
Assim se descobre a presença espiritual de Deus.
Aquela tarde estava ardendo de calor,
Oh, tarde quente meu senhor,
Então vi um juazeiro,
Para sua sombra fui primeiro,
Parece que o mundo mudou,
Senti o vento frio,
Foi aquela harmonia,
Meu corpo sentiu alegria...
O sol tremendo na caatinga,
Enquanto me refrigerava
Na sombra do joazeiro.
Tenho pensado no micro e no macro,
Tenho pensado no pensar,
Tenho pensado no refletir,
Tenho pensado no fracionar,
Tenho pensado nas sensações, percepções, representações.
Tenho ouvido muitos seres desencarnados,
Tenho lido.
Sabe esse fluxo continua,
Esse fluxo do saber,
Do conhecer...
E a semente de tudo está no pensar.
O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...