sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Eterno

Mamãe e papai
Como eu amo vocês.
Como gostaria de dizer isso pessoalmente.
Papai você me passou o bastão,
Estou fazendo tudo que posso para continuar caminhando.
Agora sou pai, então rezo para que possa viver até que meu filho possa seguir com o bastão.
Desde que o senhor se foi a coisa ficou mais séria.
Não tenho mais ninguém por mim a não ser Deus.
Coloquei um símbolo no peito e nunca tiro.
Uma letra hebraica no formato de T.
Rezo todos os dias a oração de São Francisco e a Salve Rainha.
A primeira eu, aprendi na Radio tapuia de Alexandria,
A segunda eu estou aprendendo, bem que mamãe tentou me ensinar,
No entanto só aprendi o pai nosso, a ave maria, o credo...
Como foram os nossos momentos juntos.
Foram momentos eternos.
O momento quando vivido tem poder de eternidade.

Porquê

 Prestei atenção a minha conversa com Sassá ao deixá-lo na escola.

E o tem foi a gata mel.

No nosso prédio tem um jardim.

Ali muitas vezes os gatos fazem suas necessidades.

Tem uns três gatos, mas uma é mais amigável e presente.

Tem o pelo preto e vermelho amarelado, e olhos melados.

Por isso, a denominamos mel.

Ela está sempre presente.

Bom ela costuma se esconder atrás de uma espada são jorge.

Ontem, cheguei e fui aguar as plantas.

Então deu um banho em mel.

Então quando desci e entrei no carro, contei do banho em mel.

Ele ficou encabulado no fato de mel gostar de se esconder.

Por que mel se esconde papai?

Pra não ser vista.

Por que mel se esconde papai?

Pra não ser aborrecida.

Por que mel se esconde, ali na espada de são jorge?

Porque é mais fresco.

Por que mel se esconde, ali na espada de são jorge?

...

Com esses porquês quase fizemos o trajeto todo.

Na rua paralela a escolha, onde tem uma oficina, vi um fusca vermelho.

Gritei um fusca vermelho.

Como sempre disse!

Vamos desenhá-lo.

Concordei, pois não adianta discordar.

À tarde quando fui pegá-lo havia mais um fusca vermelho agora dois.

Quase parei para fotografar,

Acabei me esquecendo de comentar com ele.



O sujeito e a chuva

 A chuva chovendo,

Tem diferentes faces,

A face de cada é subjetiva, peculiar de cada sujeito,

Agora chove!

É maravilhoso ouvir a chuva chovendo.

Molhando a mata, o chão, o telhado...

Sinto paz,

Quando estou em segurança.

Para mim, que vim de onde chove pouco.

Chuva é sinônimo de benção.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O abraço

 Ontem, como sempre fui deixar Sassá na escola. Fomos conversando sobre como havia sido sua manhã. Falou que foi ao dentista, mas que foi rápido. Conversamos sobre o que eu havia feito. Enfim, fomos mais devagar. Sol quente do meio dia merece um ar ligado, janelas fechadas para não assanhar o cabelo de Sassá. Havia colocado sua blusa de frio, pois sua nova sala tem um ar agora. Cheguei, estacionei e como tinha pressa não estacionei como de costume. Foi mais apressado. Então quando chegou lá, dei um beijo e me despedi. Ele foi andando quando ganhou um abraço por trás de uma coleguinha. Foi engraçado, pois ele se sentiu desnorteado e feliz. Sem saber qual a direção. Depois sai correndo para a reunião.

Tríade divina

 Conhecer, amar e servir.

Igualdade

 O fogo aceso pelo rico ou pelo pobre tem a mesma chama, calor e luz.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Real e imaginário um espelho ou uma memória

A minha infância foi marcada pelo contato com a natureza. Nossa família contava sete, papai mamãe e nós cinco. Nós dependíamos muito da natureza para sobreviver. Dependíamos das chuvas para dar força e ânimo as plantas e estas compartilhar conosco seus recursos como folhas, flores, frutos e sementes. Elas se doavam aos nossos animais as duas vacas e um jumento. A gente dividia um pouco da nossa comida com um gato e um cachorro. A gente ainda do milho que tirava alimentava as galinhas que nos davam ovos e carne.
A nossa relação com as plantas eram muito íntimas. Algumas delas nos as amávamos tanto que lhes damos nome. Sim caros leitores. As pinheiras, as sirigueleiras, os coqueiros não eram tão especiais, apesar de essenciais... Sim quem são estas que estou me referindo? Aos cajueiros. Todos? Não.
Aqueles específicos. Tínhamos o bago de jaca, o abacaxi, o pimentinha e o da porca... Se enviar esse nome para meus irmãos, estes saberão do que me refiro e onde ficam. Saberão porque ganharam este nome.
Fácil de deduzir, bago de jaca por ter gosto de jaca; abacaxi por ter gosto de abacaxi; pimentinha por ser pequeno e muito doce e parecer uma pimenta, e do porco, pela amarga perca de um porco, nós colocamos o corpo da porca para os bichos comerem lá sob o cajueiro... No nosso sítio tinham muitos cajueiros, mas esses a gente lembra e conhece.
Um ente que virou um objeto... Um ser que existiu e nos deu significado a nossa vida monótona no sítio.
Como pode, por favor me explique. Um ser que existiu realmente e ainda permanece a existir no mundo transcendente... Estes entes maravilhosos existiram e adoçaram nossas vidas, eram referencias nossas no nosso sítio... Sumiram. É uma coisa só nossa. Dos meus pais que se foram, agora só nossa! São cinco pessoas que dão existência espiritual a esses cajueiros... Agora compartilho com todos para que saibam que existiram... Como o mundo é grande e pequeno ao mesmo tempo, particular e universal.
Parece uma invenção! mas é realidade.
Olhe ai.

Segurança

 Sassá está cada vez mais dinâmico. 

Ontem por acaso pulei na cama e ele viu meu pulo e adorou.

Praticou inúmeras vezes até fazer o melhor.

Adoro isso!

Uma criança repete inúmeras vezes a mesma ação.

Até achar que está bom.

Meu garotinho está nessa.

Gosta de repetir as atividades.

Será se é para se sentir seguro?


terça-feira, 26 de agosto de 2025

O infinito

 O lugar onde nasci.

Terra arenosa e poeirenta, 

Espelho da terra alvo e alaranjado...

Está lá, está lá, está lá.


Meus primeiros passos físicos, espirituais e mentais.


Uma longa caminhada em busca da sabedoria.


Essa busca nunca cessa.

Nunca cessa.


Voltei-me ao mundo.

Agora volto-me minha terra natal.


E não encontro nada.


Só o lugar que é e sempre foi um lugar.


Em mim, memórias.

Carrego uma face uma gama de histórias.


Carrego minha história.


Se volto lá.

Nada revivo.

Porque estou sempre vivendo.


Mas voltar aquele lugar me ajuda a 

Entender o que sou.


A perceber como me construi e como nada e duradouro...


Areia, barro, Jurema e caju.


E eu.

Momento

 Acordava com medo da vida,

Despertando a consciência de que o tempo passa e não tem retorno,

Pensava em papai e mamãe gozando sua velhice.

Sentia o maior medo de minha vida a perda deles.

Na rede fresca olhava o telhado velho amigo de infância.

Telhas, ripas, caibros e linhas tecidos e uniformes, mostrando a pluralidade da unidade.

Meus ouvidos revelavam a beleza daquele lugar e canto do sabiá fazia entender a beleza de viver isso no inverno,

No verão me despertava o galo de campina...

Os jegues emudeceram...

Os cambitos e caçoas morreram.

Sem a fecundação humana morre a cultura e sobra na natureza.

Sem nosso saber e nossa presença morre também o lugar.

Papai se foi a quase cinco anos e mamãe a quatro.

A casinha está viva

Com uma luz acesa de nome Francisca...


Sou bisneto, Neto e filho de Francisco.


Carrego um cordão de São Francisco no pescoço e um tao de santo Antônio no peito.

E a minha alma que não é franciscana precisa ser domada todo dia ao som a ave Maria peço perdão a Deus.

Meu dia chegará,

Por agora é rezar e cumprir a tarefa da vida.

Viver

Ave a cantar

 No alto da aroeira, Uma ave a cantar! Sozinha cantava, Parecia contente! Interessante pois essa ave vive em bando... Parei e contemplei. Ma...

Gogh

Gogh